segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

LEITURA ORANTE DO DIA - 16/12/2018



LEITURA ORANTE

Lc 3,10-18 – João recomenda a solidariedade - 3º Domingo do Advento

Hoje, 3º. Domingo do Advento
Coleta da Campanha da Evangelização

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que
circulam neste ambiente virtual.
Rezo a Maria da Anunciação.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Oração a Nossa Senhora da Anunciação

Todas as gerações vos proclamem bem-aventurada, ó Maria!
Crestes na mensagem celeste,
e em vós se cumpriram grandes coisas,
como vos fora anunciado.
Maria, eu vos louvo!
Crestes na Encarnação do Filho em vosso seio virginal e
vos tornastes Mãe de Deus.
Raiou então o dia mais feliz da humanidade!
As pessoas tiveram o Mestre divino.
Maria, alcançai-me a graça de uma fé viva, forte, atuante.
Maria, Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 3,10-18
Naquele tempo, 10 as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11 João respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” 12 Foram também para o batismo cobradores de impostos e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” 13 João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. 14 Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” 15 O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16 Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17 Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha, ele a queimará no fogo que não se apaga”. 18 E ainda de muitos outros modos João anunciava ao povo a boa-nova.
Refletindo
Das mais diferentes pessoas vinham perguntas para João. Um dos seguidores perguntou a João o que deviam fazer para viver a fé. A primeira recomendação de João é a partilha. Repartir roupa, comida.
Cobradores de impostos também fazem perguntas: “O que devemos fazer?” A estes João fala de justiça. Não cobrar a mais do que se deve, não ser corrupto.
Também os soldados queriam saber o que deviam fazer. A estes, João recomenda que não tomem dinheiro à força, nem por meio de falsas acusações.
Em seguida, João fala de alguém que vem depois dele do qual não merece a honra de desatar-lhe as sandálias. João batiza com água e o que virá batizará com o Espírito Santo. João pedia a todos que mudassem de vida.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Eu me incluo entre as várias pessoas que ouviam João e
acolhiam suas propostas de conversão.
Meditando
No Documento de Aparecida, falando dos diversos lugares de encontro com Cristo, os bispos disseram:
“Também encontramos Cristo de um modo especial nos pobres, aflitos e enfermos (cf. Mt 25,37-40), que exigem nosso compromisso e nos dão testemunho de fé, paciência no sofrimento e constante luta para continuar vivendo. Quantas vezes os pobres e os que sofrem realmente nos evangelizam! No reconhecimento desta presença e proximidade e na defesa dos direitos dos excluídos encontra-se a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo. O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo. Da contemplação do rosto sofredor de Cristo neles e do encontro com Ele nos aflitos e marginalizados, cuja imensa dignidade Ele mesmo nos revela, surge nossa opção por eles. A mesma união a Jesus Cristo é a que nos faz amigos dos pobres e solidários com seu destino.” (DAp 257).
E eu me interrogo:
Sendo membro vivo da Igreja, faço também eu este encontro com Cristo nos pobres, partilhando bens espirituais e materiais com eles?

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Junto com nossa oferta de hoje, rezamos com todo o povo a Oração:
Oração da Campanha para a Evangelização
Pai Santo,
quisestes que a vossa Igreja fosse no mundo
fonte de salvação para todas as nações,
a fim de que a obra do Cristo que vem continue até o fim dos tempos.
Aumentai em nós o ardor da evangelização,
derramando o Espírito prometido,
e fazei brotar em nossos corações a resposta da fé.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém!

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado certeza de que faço parte do Cristo, e como tal participo da vida da Igreja. Vou fazer a minha oferta para a Campanha da Evangelização.

Dia 13 de dezembro – Coleta para a Evangelização nas comunidades
A Campanha para a Evangelização segue o exemplo das primeiras comunidades, às quais Paulo recomendava que os que têm se enriqueçam de boas obras, deem com prodigalidade e repartam com os demais (cf. 2Cor 8 e 9).

Irmã Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br

Leitura Orante
3° Domingo do Advento, 16 de dezembro de 2018


ADVENTO: travessia... para a solidariedade

“Quem tiver duas túnicas, compartilhe com aquele que não tem” (Lc 3,11)

Texto Bíblico: Lucas 3,10-18

1 – O que diz o texto?

Em meio às sombras, perplexidades, contradições, provocações e intolerâncias, que constituem o atual momento histórico, queremos, neste Advento, dar vez a um brado de esperança e expressar a fé no futuro da nossa vida. A esperança tem raízes na eternidade, mas ela se alimenta de pequenas coisas; nos despojados gestos ela floresce e aponta para um sentido novo. É preciso um coração contemplativo para captar o “mistério” que nos envolve.
A esperança, como força transformadora da realidade, inclui uma clara tomada de decisões de dirigir as energias vitais para ir ao encontro daquilo que é imprescindível para a vida.
Por isso, em um mundo de muita injustiça social, onde milhões de pessoas vivem em condições de pobreza extremas e submergidas em círculos de violência, a esperança se apresenta a nós como uma força capaz de despertar nossa consciência adormecida e assumir nossa responsabilidade. A esperança é sempre inquieta e mobilizadora, é impulso que nos faz desejar e buscar uma mudança decisiva que favoreça instaurar um mundo mais humanizador, abrindo-nos a um “mais além” que já está próximo.
Mesmo diante dos profundos dilemas internos e sociais, achamos possível ser e viver de outro modo inventar e reinventar opções, criar novas saídas... e, sem cessar, sonhar com o “mais” e o “melhor”.
Afinal, somos seres de “travessia”...
Essa “travessia” não é apenas geográfica; trata-se de uma experiência que requer a atitude de “saída de si” para ir ao outro como diferente; e isso implica “passar” para o seu lugar, aprender a ver o mundo a partir de sua perspectiva, deixar-nos questionar e desinstalar-nos por ele, tão despojado da condição de pessoa.
Ir ao encontro do outro só é possível a partir do cultivo da sensibilidade, entendida como o movimento afetivo necessário para olhar e sentir a verdade na realidade de quem sofre. Não se trata de “dar coisas”, mas deixar-nos “afetar cordialmente” pela dor do outro.

2 – O que o texto diz para mim?

Neste 3° domingo do Advento, o apelo à mudança, na voz de João Batista, se torna mais concreto.
“O que devemos fazer”? Tal pergunta é uma prova da sinceridade daqueles que se aproximavam de João. Com três pinceladas o Batista enfatiza a necessidade de mudar a maneira de pensar e de agir: é preciso abrir-se à alteridade até chegar a partilhar com outros, é preciso sair do estreito círculo do “meu” para que a escravidão do possuir abra passagem à liberdade de preferir o bem maior da relação; ativar a alegria de saber que uma túnica sobrante abriga agora o corpo de um irmão; a economia deve estar a serviço da vida e de todas as pessoas; reacender o impulso a ser “pacifista ativo”, defendendo e protegendo os pobres e indefesos.
Encontro me aqui diante da razão ética originária que não se baseia tanto numa compreensão da realidade, mas na compaixão com a pessoa do “outro”, excluído, pobre, dominado, marginalizado...
Lucas apresenta a mensagem de João Batista a partir de uma perspectiva ética, que pode e deve aplicar-se a todos os povos. Deixa de lado os aspectos exclusivamente religiosos (confessionais) de sua mensagem e o condensa em um programa ético de deveres sociais, que se aplicam primeiramente a todos os homens e mulheres e logo a dois grupos especiais: os publicanos e os soldados.
Esta é uma mensagem muito simples. Não precisa reuniões episcopais, nem conselhos de países, nem comissões internacionais. É uma mensagem imediata e próxima, de comunhão humana, pacífica, generosa. É uma mensagem que crê no ser humano. Não se trata de “matar” os publicanos e os soldados, mas de descobrir que também eles são humanos, iniciando a grande revolução da igualdade e partilha de bens.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Esta é a moral natural de João Batista. Este é para Lucas o ponto de partida para chegar ao evangelho. Jesus vai além (é gratuidade). Mas, para chegar a Jesus é preciso passar por João Batista.
A resposta de João Batista não é teoria vazia. É através de gestos e ações concretas de justiça, respeito, solidariedade, partilha e coerência cristã que se vai construindo um tecido social mais digno de filhos e filhas de Deus, realizando as transformações radicais e profundas que as pessoas e a sociedade tanto necessitam. Frente a diferentes públicos, João não faz alusão nenhuma à religião; o que ele pede a todos é melhorar a convivência humana.
O envolvimento com o “outro” me conduz à autenticidade, à libertação de apegos e avareza, à liberdade para partilhar e receber e a uma imensa felicidade.
A “sensibilidade solidária” suscita em mim um desejo novo que articula um novo horizonte de sentido à minha vida e gera um horizonte de utopia e de esperança por um mundo justo e fraterno. A solidariedade é a não violência em ação; é a fonte de todas as qualidades espirituais: a capacidade de perdão, a acolhida compassiva, a tolerância e todas as demais virtudes.
Além disso, é a que de fato dá sentido às minhas atividades cotidianas e as torna construtivas.
A solidariedade permeia e resinifica, assim, toda a minha existência. Não é um evento, um ato isolado. Ela torna oblativa à vida em suas diferentes expressões, fermenta o cotidiano de minha existência, infunde sentido e razão de ser àquilo que sou e faço.
Nas experiências de “convivência” com os pobres adquiro os valores evangélicos da capacidade de celebrar, da simplicidade, da hospitalidade... Eles têm um jeito de me trazer de volta para o essencial da vida. Eles são uma fonte de esperança, uma fonte de autenticidade. Eles se tornam meus amigos.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor é urgente “reinventar” a solidariedade como valor ético e como atitude permanente de vida; não uma solidariedade ocasional, mas uma solidariedade cotidiana que se encarna nos pequenos gestos de inclusão do dia-a-dia.
Na criação da “nova comunidade” dos seguidores de Jesus, a partilha substitui a acumulação e a abertura aos outros se apresenta como alternativa às relações interpessoais de opressão e exclusão; aqui está configurada uma das propostas mestras na proclamação do Reino de Deus.
Com meus gestos solidários me mobilizo e me aproximo do Senhor que chega. Neste dia Deus discernirá entre o trigo e a palha que existem em minha conduta.
Vivo a cultura da “palha”, que me força permanecer na superficialidade, na aparência, na exterioridade da vida, impedindo-me perceber o trigo presente em minha interioridade.
Vivo, muitas vezes, imersa em meio a tanta palha que me afoga e me incapacita viver a cultura do encontro solidário. De fato, a cultura da superficialidade, da aparência, da vaidade... são as marcas de minha sociedade atual; marcas que me desfiguram e me desumanizam.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Só quem sai de si em direção ao outro, através de gestos solidários, é capaz de peneirar a palha para deixar emergir o trigo de vida que carrega dentro.
Somente a “sensibilidade solidária” será capaz de fazer a pessoa retornar à sua casa, ao centro, ao seu eu profundo; só ela ativará os recursos consistentes, os pontos de luz, o trigo que carrega dentro.
O ego não ama ninguém além de si mesmo, atendendo apenas às suas próprias necessidades e à sua própria gratificação. Sofrendo de uma falta total de compaixão ou empatia, ele pode ser extraordinariamente cruel para com os outros. Ele não se dá conta de que vive fechado em si mesmo, prisioneiro de uma lógica que o desumaniza, esvaziando-se de toda dignidade. Aumenta seus celeiros, mas não sabe ampliar o horizonte de sua vida. Aumenta sua riqueza, mas diminui e empobrece sua vida. Acumula bens, mas não conhece a amizade, o amor generoso, a alegria e a solidariedade. Não sabe compartilhar, só monopolizar.
Finalmente, acaba-se por criar uma dura cortiça que defende e isola a pessoa do entorno e que a aliena numa insensibilidade para com tudo àquilo que não seja sua própria realidade. É uma espécie de "embriaguez" na qual a alteridade desaparece.
A verdadeira riqueza é investir numa única fortuna: a do amor, do favorecimento da vida, a do descentramento de si, o do encontro solidário em favor dos mais pobres e desfavorecidos.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lucas 3,10-18
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Voz e luz – fx 14 (03:42)
Autor: Pe. Jorge Trevisol e Pe. Gustavo Balbinot
Interprete: Pe. Jorge Trevisol
CD: Mistério, amor e sentido
Gravadora: Paulinas Comep

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