segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/12/2018

ANO C


Mt 1,1-17

Comentário do Evangelho

Jesus é o messias esperado

As genealogias eram uma forma literária usada no Primeiro Testamento para confirmar a vinculação de uma ou mais personagens de destaque a uma linhagem que recebeu as promessas divinas. Estas promessas, no texto bíblico, foram feitas aos patriarcas e a Davi. Esta última aparece na profecia de Natã, elaborada entre teólogos da corte real.
A genealogia de Mateus, tratada teologicamente, divide-se em três períodos da história de Israel e de Judá: período dos patriarcas e dos clãs tribais, de Abraão até Davi; período da realeza e dinastia davídica, em Judá, de Davi até o exílio; e período do surgimento e consolidação do judaísmo, do exílio até Jesus. Por sua genealogia, Mateus quer demonstrar aos judeo-cristãos que, através de José que o acolhe, Jesus é o messias esperado pelo judaísmo.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi criado.
Fonte: Paulinas em 17/12/2012

VIVENDO A PALAVRA

Mateus mostra que Jesus é filho de Abraão, um judeu legítimo. Lucas vai mais longe: Jesus é filho de Adão, filho de Deus. Portanto, irmão de toda a humanidade. O Evangelho ensina que no terreno da fé e do seguimento de Jesus não cabe exclusivismo: nós – todos os povos! – somos irmãos na mesma Esperança.

Reflexão

A vinda de Jesus ao mundo foi precedida de uma história: a história do povo de Israel, que tem o seu início com Abraão, desenvolve-se até atingir o seu apogeu com o Rei Davi, depois entra em declínio até atingir o seu ponto mais baixo com Josias e o exílio da Babilônia, para depois evoluir até chegar à plenitude dos tempos com a Jesus, Deus presente e atuante na história dos homens, que vai ser a realização da promessa a Abraão que nele serão abençoadas todas as nações da terra e a salvação chega para todos os povos com a libertação do pecado e da morte e a presença do próprio Deus na vida de todos nós.
Fonte: CNBB em 17/12/2012

Reflexão

Jesus não é nenhum personagem fictício, inventado para compor uma narrativa. É pessoa real, que entra na história humana e se torna elo significativo da grande corrente de gerações desde Abraão até “José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo”. Ao apresentar a lista das gerações, Mateus quer sublinhar lutas, conquistas, derrotas, erros e também a fé de um povo, o povo de Israel. Para os judeus era importante comprovar que Jesus é descendente de Abraão, nosso pai na fé; e de Davi, o grande líder do povo de Deus: “Acaso não será este o filho de Davi?” (Mt 12,23). Para nós é salutar ter a certeza de que Jesus, “nascido de uma mulher” (cf. Gl 4,4), veio morar entre nós e assumiu a condição humana.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A CRIAÇÃO CONSUMADA

O longo elenco genealógico forjado pelo evangelista para explicitar a linhagem davídica de Jesus – filho de Davi –, esconde, em suas entrelinhas, um rico filão teológico. Uma de suas vertentes é o tema da criação levada à sua plenitude com a irrupção de Jesus na história humana. A genealogia pretende ser uma releitura do Gênesis e não o resultado de uma pesquisa minuciosa a respeito dos antepassados do Messias.
O cabeçalho da genealogia é introduzido pela expressão “livro do gênesis de Jesus Cristo”. Tudo nela gira em torno do verbo “gerar”, dar vida, trazer à existência, encaminhando-se para a geração de Jesus, como ponto para onde converge todo o dinamismo da História. Nele as gerações chegam a termo. Não se dirá “Jesus gerou ...”, por se constituir o definitivo ponto de referência de tudo quanto existe.
O evangelista também serviu-se de uma rica simbologia numérica, em voga nos círculos rabínicos da época, para alcançar seu objetivo. O número quatorze multiplicado por três corresponde a quarenta e dois, ou seja, seis vezes sete. Na aritmética teológica hebraica, o número seis indicava imperfeição, carência. Ele corresponderia aos seis dias da criação. Competia ao Messias Jesus inaugurar o sétimo dia para levar a criação à plenitude.
Na concepção de Jesus, a presença do Espírito Santo, comparável ao vento que soprava sobre as águas por ocasião do primeiro gênesis, completa o simbolismo: em Jesus tem início a criação nova e verdadeira. É a criação consumada!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi criado.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Genealogia do Mestre
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

___São Mateus, o Senhor poderia nos ajudar na reflexão desse evangelho sobre a Genealogia de Jesus? Trata-se de uma lista numerosa de pessoas, e n o final termina em Jesus Cristo... Por que?
Mateus ____Vocês sabem que escrevi meu evangelho para os conterrâneos e eles gostam das coisas muito bem explicadas...

___Então São Mateus, comecemos por aí: Sua lista é encabeçada pelo Patriarca Abraão...
Mateus ____Claro, pois o nosso povo de Israel surgiu e se desenvolveu com o Patriarcado iniciado por Abraão, o Pai da Nossa Fé. Jesus pertence ao Povo de Israel, é um Judeu plenamente, na cultura e na mente. O homem oriental preza muito os da sua raça...

____Então, primeiramente eles constataram que Jesus era da “Terrinha”, compatriota de todos eles, um Judeu da “gema” como poderíamos dizer...
Mateus ____Isso mesmo! Nesta lista, os patriarcas, os Juizes e Reis, são muito importantes, .Jesus tem uma identidade nacional e religiosa isso é, tem uma raiz no meio dos homens, ele não caiu de paraquedas lá de cima...

____Mas São Mateus, até aí tudo beleza... Só que tem uma coisa, nesta lista há pessoas que não tinham nada de santas e perfeitas, veja o Senhor a história do Rei Davi, da mulher chamada Raabe, só para dar um exemplo.
Mateus ____ É verdade, nessa lista tem prostitutas, infiéis, adúlteros, e o mais bonito é que Jesus não nega sua raça. Ao fechar os Cânones Bíblicos, a Santa Igreja poderia tirar todas essas histórias de testemunhos contraditórios da Genealogia de Jesus, mas as manteve por uma razão bem simples: mostrar que a Salvação que chegou com Jesus Cristo, é o mais puro Dom Divino, ela nunca dependeu e nem vai depender, da correspondência do Ser humano, da sua perfeição moral e práticas religiosas.

____Puxa vida, nunca eu tinha olhado por este lado, achava esse evangelho complicado para se refletir... Veja só que riqueza há nele.
São Mateus ___Mas não é só isso. Meus compatriotas tinham um pé atrás com Jesus de Nazaré, porque esperavam a realização das promessas feitas ao Patriarca e que depois foi sendo renovada, até chegar a plenitude dos tempos. Seguindo essa linha de pensamento, o evangelho confirma que, em Jesus todas essas promessas se cumpriram de maneira perfeita, mostrando a Fidelidade de Deus à Aliança estabelecida.

2. Livro da origem de Jesus Cristo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Nesta terceira semana do Advento, São Mateus declina para nós a genealogia de Jesus, o Messias esperado, filho de Davi, filho de Abraão, até o esposo de Maria, José, que recebe do anjo o anúncio explicativo de tudo o que estava acontecendo. No Templo, o anjo anuncia a Zacarias o nascimento de João Batista. O mesmo anjo é enviado a Maria, em Nazaré, para anunciar-lhe o nascimento do Salvador, que ela irá conceber por obra do Espírito Santo. Maria visita Isabel e Zacarias e canta o Magnificat, bendizendo o Senhor.

HOMILIA DIÁRIA

Jesus se fez humano para que o humano se fizesse divino

Postado por: homilia
dezembro 17th, 2012

Irmãos, a criação está consumada. Preparemo-nos para a chegada d’Aquele que vem a nós cheio de amor. Ele vem para nos salvar, para que sejamos transformados, tornemo-nos límpidos, transparentes e cheios de vida.
O desejo de Deus há de se realizar um dia, pois ainda não somos tudo o que Ele deseja e espera de nós. Para que Lhe correspondamos, o Senhor se dignou a nos enviar Seu próprio Filho, que se fez homem igual a nós, menos no pecado.
O Antigo Testamento converge para dois temas ideológicos principais: a afirmação de um ramo da descendência de Abraão, como povo divinamente eleito e a preeminência de Davi como piedoso e poderoso rei modelar. O judaísmo, surgido entre as elites exiladas na Babilônia e consolidado no retorno do exílio, recorre às elaborações genealógicas para afirmar-se como abraâmico e davídico. As genealogias foram utilizadas também para reivindicar pertença a estirpes sacerdotais originárias de Aarão e para identificar vocações messiânicas.
Mateus, dirigindo-se a comunidades de cristãos convertidos do judaísmo, insiste em vincular Jesus às suas antigas tradições, para convencê-los de que, n’Ele, realizavam-se suas expectativas messiânicas.
Com esta intenção, Mateus inicia seu Evangelho com uma genealogia, em três blocos de sucessão: de Abraão a Davi, de Davi ao exílio, do exílio a José, “esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo”. Contudo, fica aberto um espaço para a novidade: o menino que nasceu não é fruto de José, mas do Espírito Santo.
Portanto, a genealogia de Jesus mostra-nos que Ele assumiu por completo a natureza humana, e que a humanidade se preparou para recebê-Lo. Ele se fez humano para que o humano se fizesse divino. Agradeçamos a Deus pelo seu amor e misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 17/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nós, a tua Igreja, sejamos para os irmãos sinais de teu Amor – que é compaixão, misericórdia e perdão. Que saibamos construir uma comunidade aberta e receptiva, fonte de paz, de luz e de esperança para o mundo. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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