Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. O nome Jerônimo quer dizer “nome sagrado”. Nasceu em Dalmácia, em 342. Ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.
Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente os escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.
Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo, foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu esse trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11 de dezembro de 384), e acrescentou também uma versão dos Salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.
Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém, na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.
O santo e doutor da Igreja interessou-se pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos Salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego, para depois escrevê-lo em latim. Essa versão dos Salmos ficou conhecida como Galicana, porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim).
Com o sucesso dessa tradução, ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega, e sim a hebraica. Esse enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos Salmos feita somente do texto hebraico. Essa tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.
Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.
Durante a tradução, Jerônimo deparou-se com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo, devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.
No ano 419, esse grande santo da Igreja morreu e não chegou a ver a Vulgata ser publicada. Esse fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. É importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.
Progressivamente, a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso, hoje, esse nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos, hoje, de Vulgata foi publicada em 1592, pelo Papa Clemente VIII. Por isso, também é conhecida como Vulgata Clementina.
A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia”, no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.
São Jerônimo, rogai por nós!
Oração:
Ó Deus, criador do universo, que vos revelastes aos homens, através dos séculos, pela Sagrada Escritura, e levastes o vosso servo São Jerônimo a dedicar a sua vida ao estudo e à meditação da Bíblia, dai-me a graça de compreender com clareza a vossa palavra quando leio a Bíblia.
São Jerônimo, iluminai e esclarecei a todos os adeptos das seitas evangélicas para que eles compreendam as Escrituras, e se deem conta de que contradizem a religião católica e a própria Bíblia, porque eles se baseiam em princípios pagãos e supersticiosos; ajudai-nos a considerar o ensinamento que nos vem da Bíblia acima de qualquer outra doutrina, já que é a palavra e o ensinamento do próprio Deus. Fazei que todos os homens aceitem e sigam a orientação do nosso Pai comum expressa nas Sagradas Escrituras. Amém!
Referência:
formacao.cancaonova.com
Fonte: Canção Nova em 2022
São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja
Origens
Sofrônio Eusébio Jerônimo é o nome completo de São Jerônimo. Nasceu em Estridão, atual Croácia. Não se sabe a data exata do seu nascimento, estima-se que seja por volta de 347. De família cristã e rica, São Jerônimo recebeu uma sólida educação e, ajudado pelos seus pais, completou os estudos em Roma. Ali, deu-se à vida mundana, deixando-se levar pelos prazeres. Porém, logo se arrependeu, recebeu o Batismo e seguiu a vida contemplativa.
Vida
Jerônimo estudou por toda a vida, viajando a Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos, no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.
Primeira Tradução da Bíblia para o Latim
Chamado pelo Papa
Voltou para Roma em 382, chamado pelo Papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata” e tornou-se oficial no Concílio de Trento.
Suas obras
Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloquente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.
Retirada para Belém
Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.
Dedicação à Palavra de Deus
Páscoa
São Jerônimo passou o resto da sua vida em Belém, onde sempre se dedicou à Palavra de Deus, à defesa da fé, ao ensino da cultura clássica e cristã e ao acolhimento dos peregrinos. Faleceu em sua cela, nas proximidades da Gruta da Natividade, em 30 de setembro, provavelmente no ano 420.
Contribuição Póstuma
Este santo homem, impetuoso e, muitas vezes, polêmico e divergente, era odiado, mas também muito querido. Não era fácil dialogar com ele, porém deu uma contribuição ao Cristianismo, com seu testemunho de vida e seus numerosos escritos. Com efeito, deve-se a ele a primeira tradução da Bíblia para o latim, chamada Vulgata: traduziu os Evangelhos do grego e o Antigo Testamento do hebraico; ainda hoje, a Vulgata, embora revisada, é o texto oficial da Igreja de língua latina.
Minha oração
“Grande tradutor e divulgador da Palavra de Deus, foste tão íntimo das escrituras e nos ensinaste esse belo caminho para a união com Cristo. Dai-nos amor à Palavra, dedicação em lê-la, rezá-la e meditá-la como tu mesmo tiveste. Amém.”
São Jerônimo, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 30 de setembro
- Em Piacenza, na atual Emília-Romanha, região da Itália, Santo Antonino, mártir. († 303)
- Em Soleure, no território dos Helvécios, na atual Suíça, os santos Urso e Vítor, mártires, que, segundo a tradição, pertenceram à Legião Tebana. († c. 320)
- Na Arménia, São Gregório o Iluminador, bispo. É considerado o apóstolo dos Armenos. († c. 326)
- Em Marselha, na Provença, atualmente na França, Santa Eusébia, virgem, que desde a juventude até à velhice foi sempre fiel serva de Deus. († c. 497)
- Em Cantuária, na Inglaterra, Santo Honório, bispo, que sucedeu Santo Agostinho na Inglaterra. († 653)
- Em Nusco, na Hirpínia, hoje na Campânia, região da Itália, Santo Amado, bispo. († 1093)
- Em Roma, São Simão, monge, anteriormente conde de Crepy, na França, renunciando à pátria, ao matrimônio e a tudo, escolheu a vida monástica e depois a vida eremítica. († 1082)
- Em Die, na França, Santo Ismidão, bispo, que, movido pelo seu grande amor aos Lugares Santos, fez por duas vezes a piedosa peregrinação a Jerusalém. († 1115)
- Em Pêsaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Felícia Meda, abadessa da Ordem das Clarissas.(† 1444)
- Em Roma, São Francisco de Borja, presbítero, que, depois da morte da esposa, entrou na Companhia de Jesus e, abdicando das honras do mundo e das dignidades eclesiásticas, foi eleito superior geral da Ordem. († 1572)
- Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, no litoral da França, o Beato João Nicolau Cordier, presbítero e mártir. († 1794)
- Em Lanzo, localidade próxima de Turim, na Itália, o Beato Frederico Albert, presbítero, que fundou a Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo da Imaculada Conceição. († 1876)
- Em Lisieux, na França, o dia natal de Santa Teresa do Menino Jesus, cuja memória se celebra no dia seguinte.(† 1897)
Fonte:
Arquisp.org.br
Martirológio Romano
Santiebeati.it
Vaticannews.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
São Jerônimo
São Jerônimo
(347-420)
É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos de todos os tempos têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.
Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.
Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílio de Trento.
Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, grego e hebraico, escritor de estilo rico, puro e, ao mesmo tempo, eloquente. Dono de personalidade e temperamento fortíssimos, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.
Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.
Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.
Fonte: Paulinas em 2015
São Jerônimo, Doutor da Igreja
Nasceu na Dalmacia (Iugoslávia) no ano 342. São Jerônimo cujo nome significa "que tem um nome sagrado", consagrou toda sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras e é considerado um dos melhores, se não o melhor, neste ofício.
Em Roma estudou latim sob a direção do mais famoso professor de seu tempo, Donato, que era pagão. O santo chegou a ser um grande latinista e muito bom conhecedor do grego e de outros idiomas, mas muito pouco conhecedor dos livros espirituais e religiosos. Passava horas e dias lendo e aprendendo de cor aos grandes autores latinos, Cicero, Virgilio, Horácio e Tácito, e aos autores gregos: Homero, e Platão, mas quase nunca dedicava tempo à leitura espiritual.
Jerônimo se dispôs ir ao deserto a fazer penitência por seus pecados (especialmente por sua sensualidade que era muito forte, por seu terrível mau gênio e seu grande orgulho). Mas lá embora rezava muito, jejuava, e passava noites sem dormir, não conseguiu a paz, descobrindo que sua missão não era viver na solidão.
De volta à cidade, os bispos da Itália junto com o Papa nomearam como Secretário a Santo Ambrósio, mas este adoeceu, e decidiu nomear a São Jerônimo, cargo que desempenhou com muita eficiência e sabedoria. Vendo seus extraordinários dotes e conhecimentos, o Papa São Dâmaso o nomeou como seu secretário, encarregado de redigir as cartas que o Pontífice enviava, e logo o designou para fazer a tradução da Bíblia. As traduções da Bíblia que existiam nesse tempo tinham muitas imperfeições de linguagem e várias imprecisões ou traduções não muito exatas. Jerônimo, que escrevia com grande elegância o latim, traduziu a este idioma toda a Bíblia, e essa tradução chamada "Vulgata" (ou tradução feita para o povo ou vulgo) foi a Bíblia oficial para a Igreja Católica durante 15 séculos.
Ao redor dos 40 anos, Jerônimo foi ordenado sacerdote. Mas seus altos cargos em Roma e a dureza com a qual corrigia certos defeitos da alta classe social lhe trouxeram invejas e sentindo-se incompreendido e até caluniado em Roma, onde não aceitavam seu modo enérgico de correção, dispôs afastar-se daí para sempre e se foi a Terra Santa.
Seus últimos 35 anos os passou em uma gruta, junto à Cova de Presépio. Várias das ricas matronas romanas que ele tinha convertido com seus pregações e conselhos, venderam seus bens e se foram também a Presépio a seguir sob sua direção espiritual. Com o dinheiro dessas senhoras construiu naquela cidade um convento para homens e três para mulheres, e uma casa para atender aos que chegavam de todas partes do mundo a visitar o lugar onde nasceu Jesus.
Com tremenda energia escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades de nossa Santa religião. A Santa Igreja Católica reconheceu sempre a São Gerônimo como um homem eleito Por Deus para explicar e fazer entender melhor a Bíblia, por isso foi renomado Patrono de todos os que no mundo se dedicam a fazer entender e amar mais as Sagradas Escrituras. Morreu em 30 de setembro do ano 420, aos 80 anos.
Comemoração litúrgica - 30 de setembro.
Também nesta data: São Simão de Crépu e São Gregório
SÃO JERÔNIMO, célebre na Igreja pela virtude, pelo rigor e ciência, nasceu no ano de 331, em Stridônio, perto de Aquileja e recebeu uma sólida educação, segundo os princípios da Religião de Cristo. O pai Eusébio era rico e piedoso.
Jerônimmo desde pequeno revelou um talento privilegiado e muita propensão para a vida ascética. Moço ainda, foi para Roma, com intuito de continuar os estudos e rápidos progressos fez, sob a direção do mestre Donato, que era pagão.
Costumava visitar todos os Domingos os túmulos dos Santos Mártires.
A ciência pode mui facilmente ser um perigo para o homem. Esta verdade experimentou-a Jerônimo, o qual, vendo-se tão avantajado entre os condiscípulos, se encheu de orgulho e vaidade.
Por uma graça especial divina, não enveredou pelo caminho do pecado. A conversão de Jerônimo começou com a compreensão das coisas divinas e com o santo batismo, para o qual se preparou com todo o fervor. Fez o firme propósito de fugir de tudo o que pudesse roubar-lhe a graça batismal.
No desejo de ampliar e aprofundar seu saber, visitou todas as escolas maiores da França, e chegou a Trèves, onde existia uma das escolas mais célebres, fundação do Imperador Graciano. Foi lá que Jerônimo abandonou as ciências profanas, para se dedicar mais à vida religiosa; nesta ocasião fez o voto de castidade perpétua. Em 370 entrou para um convento em Aquileja, onde escreveu algumas obras. Em Roma conheceu o célebre Evrágio.
Para satisfazer um desejo íntimo de viver na solidão, resolveu fazer uma viagem ao Oriente, onde, em companhia de Evrágio e de alguns amigos, visitou diversos eremitas.
De Antióquia dirigiu-se ao deserto de Chaltis. Num tratado que escreveu sobre a virgindade, fala das horríveis tentações que o incomodavam, provocadas pela lembrança das festas e divertimentos a que assistira em Roma. Para debelá-las, praticou severas penitências e começou o estudo da língua hebraica, que oferecia grandes dificuldades. Além do hebraico, cultivava o grego e o caldaico.
Muitos aborrecimentos teve por causa de alguns hereges e apóstatas que o perseguiam, a ponto de se ver obrigado e deixar a solidão e voltar para Antióquia onde, das mãos do Patriarca Paulino, recebeu a ordenação sacerdotal.
De Antióquia fez uma romaria aos Santos Lugares e escolheu Belém para sua residência. Durante o tempo que lá morou, se dedicou ao estudo bíblico.
No ano de 381, a convite do Patriarca Paulino, fez com este uma viagem a Roma, onde ficou até a morte do Papa Dâmaso, que o escolhera para secretário particular.
O modo enérgico com que verberavca a vida dissoluta de muitos cidadãos romanos, criou-lhe inimigos até entre o próprio clero. Voltou outra vez para Belém, onde continuou os trabalhos científicos. Lá fundou um mosteiro para homens, que ele mesmo dirigiu, e outro para mulheres, cuja alma eram duas damas romanas, Santa Paula e Santa Eustóquia. Em diversas ocasiões teve de terçar armas contra os Pelagianos, Luciferianos, Originistas e outros hereges.
Em 410 vieram ao Oriente diversas famílias romanas, em procura de um asilo, visto que Roma tinha sido tomada por Alarico. Jerônimo comoveu-se muito com a triste sorte dos pobres foragidos e tudo fez para suavizar-lhes os sofrimentos e melhorar-lhes a penosa situação.
Foi nesse tempo que Jerônimo completou a célebre tradução dos livros do Antigo Testamento, do grego para o latim, tradução chamada "Vulgata", que a Igreja adotou como versão oficial dos santos livros. Acontece que sua residência e alguns conventos que administrava fossem atacados e destruídos por bandos de Pelagianos. Não obstante, Jerônimo deixou-se ficar em Belém, onde continuou os estudos e trabalhos bíblicos que lhe imortalizaram o nome na Igreja Católica. Rodeado de inimigos e por eles continuamente perseguido, gozava da estima dos bons cristãos, que nele tinham um verdadeiro pai e defensor.
Jerônimo morreu no dia 30 de setembro de 420 na idade de 90 anos. As relíquias foram mais tarde trasladadas para Roma, onde repousam junto ao presépio de Nosso Senhor na Basílica de Santa Maria Maior. Santo Agostinho, discípulo e amigo íntimo de São Jerônimo, compara o mestre com São Paulo, igualando-lhe o zelo apostólico e amor a Jesus Cristo aos do grande Apóstolo. São Jerônimo é um dos quatro grandes Padres da Igreja do Oriente.
REFLEXÕES
E na sequência, notas sobre a "Nova Vulgata"
Nós, da equipe da Página Oriente, não poderíamos deixar de fazer alusão, neste dia de São Jerônimo, ao que consideramos o fundador deste portal, Carlos Mariano de Miranda Santos, que entregou a alma a Deus no dia 03 de setembro de 2007, mês da Bíblia. Ao sugerirmos uma frase para ser posta na página principal para este mês ele, já enfraquecido pelo estado terminal em que purificava a alma, balbuciou o que seriam suas últimas palavras: "A Vulgata de São Jerônimo, pela sua pureza, é a verdadeira Palavra de Deus".
Devotíssimo de Maria Santíssima, Carlos Mariano dedicou os último 30 (trinta) anos de vida ao intenso estudo das Sagradas Escrituras. Deus agraciou-o, levando-o para a eternidade no mês da Bíblia. Dizia ele que, tanto mais se estuda a Bíblia, tanto mais apaixonado se torna o homem por ela. Nutria intensa devoção a São Jerônimo. Era a Vulgata, era seu livro de cabeceira. Até o dia que declinou sua saúde, permaneceu em tempo integral, estudando, compilando, comparando e digitando a Bíblia Sagrada. Digitou linha por linha, primeiramente o Novo Testamento e partiu na sequência para o Antigo. Conduzindo-o a doença coercitivamente ao leito de morte, quando concluía o Livro dos Reis, sempre buscou nesse trabalho, aproximar-se ao máximo da versão oficial da Vulgata de São Jerônimo, recorrendo à versão latina e especialmente à obra da Vulgata traduzida pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo, atualizando o português, haja vista sua publicação original ter-se consumado no final do século XVIII, onde muitos termos da língua vernácula tornaram-se obsoletos, ora pelo desuso, ora pelas mudanças gramaticais. Os filhos continuam atualmente a digitação dos Livros restantes para que possa ser publicada futuramente, conforme a vontade do fundador, gratuitamente em nosso portal, através de publicação on-line e software eletrônico que está sendo elaborado em nossa redação, com a melhor tecnologia que pudermos empregar.
Defensor constante da Igreja Católica, vigiava com atenção as discrepâncias observadas nas traduções atuais da Bíblia, citando, inclusive, em seu livro (Livro Oriente - 1998), a advertência a respeito, que fez um famoso pastor protestante convertido ao catolicismo:
"Por conclusão, a Palavra de Deus não pode ser alterada a bel-prazer, como se vem observando nas traduções bíblicas desde algumas décadas. Chegamos ao limite, de sermos advertidos para “que se tenha uma BOA VERSÃO BÍBLICA. Quanto mais antiga melhor. Se possível editada antes de 1960”. Esta advertência (ignorada pelas “diretrizes”) que não somente eu, mas todo católico esclarecido assina por baixo, deve-se ao diácono Francisco de Almeida Araújo no seu “livrete”: EM DEFESA DA FÉ."
A fidelidade ao original de São Jerônimo nos primeiros capítulos da Bíblia, para ele, trazia não mera contraposição entre o texto grego ao latino, como o quiseram fazer crer muitos teólogos da atualidade, mas a inspiração do Espírito Santo, de quem Maria é Esposa. A origem dos estudos bíblicos que fez, intensificava-se na proporção em que detectava movimentos sutilmente malignos, cujo escopo era deturpar a Palavra de Deus, e concomitantemente tirar de foco a Mulher que por Deus foi incumbida em esmagar a cabeça de Satanás no final dos tempos. O principal deles, alude à passagem original de São Jerônimo, recentemente desfigurada por teólogos modernos: “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela (PRÓPRIA) te esmagará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar - Inimicitias ponam inter te et mulierem et sêmen tuum et sêmen illius; IPSA conteret caput tuum et tu insidiaberis calcaneus eius” - (Cf. Gen III, 15).
O IPSA (Ela própria) , as traduções luteranas adulteraram para IPSE (Ele) já desde os idos da reforma luterana. Ação pior, porém, viria a ocorrer nas últimas décadas, onde muitas edições católicas contemporâneas apelaram para a forma neutra - IPSUM, onde o leitor fica à vontade para escolher o que melhor lhe convier - Ele, Ela, este, esta - seja ele católico, luterano, evangélico, enfim, de qualquer denominação cristã. Fatos que, para quem conheceu a personalidade e as convicções católicas de Carlos Mariano, suscitavam justificadamente sua irritação diante da maldade sutil daqueles que perpetravam manobras absolutamente inteligentes, visando atingir o calcanhar de Nossa Senhora, cumprindo-se neles a profecia contida exatamente naquele trecho. Nossa Senhora, a Nova Eva, Imaculada, sem pecado original, designada por Deus a esmagar a cabeça da serpente, foi tirada de cena, num ato de violência perpetrada por protestantes e também "católicos inovadores", em aberta oposição à tradução de São Jerônimo, tudo em nome de um "ecumenismo" voltado à uma falsa política da boa vizinhança, onde a invasão mútua de território trouxe por consequência a contaminação da Palavra de Deus pelas aludidas adulterações.
"O magnificente Santo Agostinho, discípulo e amigo de São Jerônimo, não se furtou em compará-lo com São Paulo, igualando-lhe o zelo apostólico e amoroso a Jesus Cristo. É a São Jerônimo, que nasceu para a eternidade no ano de 420, que se deve o coerente e significativo “Ipsa conteret – Ela própria esmagará” (Cf. Gen. III, 15). É Maria Imaculada, por determinação de Jesus, que pisa a cabeça maligna, co-responsável pela queda de Eva no paraíso. São Jerônimo viu com clareza meridiana, que a justiça, quer Divina, quer terrena, requeria o soerguimento da mulher decaída, pois quem prevaricou foi Eva e infeliz, induziu Adão. A nova Eva, a Mulher forte Maria, teria que reparar a fraqueza da antiga Eva".
Outras adulterações lhe causavam a mesma irritação, pela deturpação advinda pelo conluio de lideranças. Pressões das quais o Papa não será responsabilizado no dia do Juízo, caso venha a ceder às nossas pressões, aludindo a "dureza do coração humano", citada por Jesus quando o povo quis responsabilizar Moisés por ter conferido carta de divórcio ao povo:
"Por outro lado, a maioria das Bíblias atuais, sejam católicas, sejam protestantes, após um conluio de lideranças, num inequívoco jogo de compadres e comadres, concluíram “por bem”, substituir o termo “SACRAMENTUM” por “MYSTERIUM”, dentre outras adulterações, com a finalidade de provarem ao mundo que a Igreja não é tão radical quanto propalam. Moisés, sentiu na carne as mesmas pressões e acabou por ceder, dando ao povo judaico o “libelo de repúdio”. Jesus condenou a Moisés, por essa aparente fraqueza? Absolutamente. Vejamos o que diz Jesus: “Porque Moisés, por causa da DUREZA DO VOSSO CORAÇÃO, permitiu-vos repudiar vossas mulheres; mas no PRINCÍPIO não foi assim” (Cf. Mt XIX, 8). Se Jesus não condenou Seu profeta, muito menos há de condenar o Seu Representante na terra;"
"Por outro lado, a maioria das Bíblias atuais, sejam católicas, sejam protestantes, após um conluio de lideranças, num inequívoco jogo de compadres e comadres, concluíram “por bem”, substituir o termo “SACRAMENTUM” por “MYSTERIUM”, dentre outras adulterações, com a finalidade de provarem ao mundo que a Igreja não é tão radical quanto propalam. Moisés, sentiu na carne as mesmas pressões e acabou por ceder, dando ao povo judaico o “libelo de repúdio”. Jesus condenou a Moisés, por essa aparente fraqueza? Absolutamente. Vejamos o que diz Jesus: “Porque Moisés, por causa da DUREZA DO VOSSO CORAÇÃO, permitiu-vos repudiar vossas mulheres; mas no PRINCÍPIO não foi assim” (Cf. Mt XIX, 8). Se Jesus não condenou Seu profeta, muito menos há de condenar o Seu Representante na terra;"
CONSIDERAÇÕES SOBRE A "NOVA VULGATA"
A Bíblia Oficial da Igreja Católica, continua sendo, até os dias atuais, a Vulgata de São Jerônimo. Por ocasião do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI estabeleceu uma comissão especial, por mandato do Concílio Ecumênico Vaticano II, com a finalidade de revisar as diversas traduções bíblicas, para facilitar um texto que pudesse facilitar os estudos bíblicos, especialmente onde fosse difícil as consultas em bibliotecas especializadas. Em 22 de dezembro de 1977, o Papa Paulo VI assim expressou-se aos cardeais e prelados da Cúria Romana:
"Se pensa em um texto - acrescentamos - que respeite a letra da Vulgata de São Jerônimo, quando este reproduz fielmente o texto original, tal como resulta das atuais edições científicas; será prudentemente corrigido quando se aparte dele ou não interprete corretamente, empregando com efeito, a língua da latinitas bíblica cristã, de forma que se harmonizem o respeito às tradições e as sãs exigências críticas do nosso tempo." (AAS 59, 1967, págs. 53 ss.).
O Santo Padre, o Papa Paulo VI partiu para eternidade antes que os trabalhos fossem finalizados. Eleito ao Pontificado, de curta duração, o Papa João Paulo I exprimiu que a Pontifícia Comissão enviasse o texto para revisão dos bispos que estavam reunidos em Puebla, mas faleceu em seguida. Assumindo o Papa João Paulo II, ao receber os textos com todas as revisões e interposições, nestes termos a promulgou:
"Assim, pois, a obra que tanto desejou Paulo VI e não pôde ver terminada, a que prosseguiu com tanto interesse João Paulo I, que havia determinado que o volume dos Livros do Pentateuco, revisados pela mencionada Pontifícia Comissão, se enviaram como obséquio aos bispos que se haviam de reunir na cidade de "Puebla", e que nós mesmos temos esperado com muitos outros no todo orbe católico, nos satisfazemos em entregá-la agora, já editada à Igreja".
"Portanto, em virtude desta Carta, declaramos e promulgamos edição "típica" a Nova Vulgata (grifo nosso), sobretudo para seu uso na sagrada liturgia, mas também, como dito, para outras finalidades".
Verifica-se, assim, que o Papa João Paulo II não a promulgando como edição oficial, mas como edição "TÍPICA" (que serve de tipo, característico, alegórico, simbólico), deixa-nos claro que a Bíblia oficial continua sendo, para toda a Igreja, a Vulgata de São Jerônimo.
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* Referências:
Biografia - Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
Reflexões e Considerações sobre a Nova Vulgata - por Pagina Oriente
Fonte: Página Oriente em 2015
São Jerônimo
Nascimento - No ano 348
Local nascimento - Strido – Itália
Ordem - Presbítero e doutor da Igreja
Local vida – Síria
Espiritualidade - São Jerônimo se imortalizou pelos estudos da santa Bíblia; e quem sabe, também, pelo trabalho que deu a tantas secretárias e secretários! De fato, São Jerônimo é chamado "doutor máximo das Escrituras": passou a parte mais rica de sua vida em Belém, junto ao berço de Jesus, aliás, o único que podia domar o seu temperamento quase selvagem. O que há de mais saboroso nos escritos de São Jerônimo é o seu estilo epistolar. Correspondeu-se com quase todas as pessoas importantes do seu tempo e encaminhou muitas outras a Deus. A mais célebre de suas traduções é ainda hoje a chamada "Vulgata": uma tradução da Bíblia, a partir dos originais, para o latim clássico.
Local morte – Belém
Morte - No ano 420, aos 72 anos de idade
Fonte informação - Santo nosso de cada dia, rogai por nós
Oração - Tradutor e exegeta da Bíblia, foste um sol que a Escritura ilumina; nossas vozes, Jerônimo, escuta: nós louvamos-te a vida e a doutrina. Estudaste a palavra divina nos lugares da própria Escritura e bebendo nas fontes o Cristo, deste a todos do mel a doçura. Aspirando ao silêncio e à pobreza no presépio encontraste um abrigo". Pelo grande doutor, instruídos, proclamamos, fiéis, o Deus trino e ressoem por todos os tempos as mensagens do livro divino. (Liturgia das Horas)
Devoção - A exortação, corrigir os que erram
Padroeiro - Das secretárias
Outros Santos do dia - Outros santos do dia: Francisco de Borja, Jerônimo (prsb. e dr); Leopardo, Vitor, Urso, Antonino (mátrs); Gregório O Iluminador); Honório, Lauro, Ismildão (bispo); Sofia (virgem); Simão de Crepú (conf); Vitoriano (er).
Fonte: ASJ em 2015
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