Não recuse os talentos que Deus concedeu a você
“Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: ‘Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão’” (Mateus 25,14-18)
Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é domingo, Dia do Senhor. É o 33º Domingo do Tempo Comum, é a penúltima semana do Tempo Comum. E recebemos, hoje, como proposta, a parábola dos talentos.
No domingo passado, vimos a parábola das dez virgens, as cinco previdentes e as cinco imprevidentes; hoje, vemos a parábola dos talentos e, na semana que vem, vamos ver a parábola do juízo final — são parábolas escatológicas, que falam da recusa sobre a proposta de Deus.
Como eu disse: no domingo passado, as dez virgens esperavam o esposo; neste domingo, vemos essa realidade dos talentos e, na próxima semana, finalizando o Tempo Comum vemos o juízo universal.
No centro da parábola de hoje, evidencia a função de administrar um patrimônio. O critério é aquele da economia humana. É importante lembrarmos que o talento, aqui, no Evangelho, não corresponde ao conceito de qualidade como um dom, não é isso! Para não causar confusão, como se Deus fosse injusto, desse cinco para um, dois e um para outro. Então, não confundamos talento com qualidade.
Não recuse os talentos que Deus te concedeu. Vamos frutificar as bênçãos de Deus na vida dos nossos irmãos
Aqui, talento indica uma unidade de medida monetária. Só para exemplificar: um talento são 10 mil denários, um denário era uma jornada de trabalho; o salário mínimo era, então, 30 denários, era o salário recebido por um trabalhador. Um talento são 10 mil dias de salário, um talento era, mais ou menos, 30 anos de salário, era uma aposentadoria, era uma geração inteira.
Porque, naquele tempo, você sabe que a expectativa de vida era muito menor do que nos tempos atuais, ou seja, aquele servo tinha a bênção de Deus para toda a sua vida, era só colocar em prática aquilo que ele recebeu.
Todos eles, tanto o que recebeu cinco, quanto o que recebeu dois ou o que recebeu um, tanto que o primeiro recebeu 50 mil dias de salário. O que recebe dois, do mesmo jeito; e aquele que recebe um também é abençoado.
Não falamos aqui de cifra, não falamos de prosperidade pagã, ensinada por alguns por aí — Deus me abençoando com carros, casa, dinheiro e o meu irmão passando fome. Não é isso, e nós não podemos chamar isso de prosperidade! Rico sou quando compartilho com o outro aquilo que tenho; sou próspero quando consigo enxergar a necessidade do meu irmão.
Os dois primeiros trabalharam e dobraram o que foi recebido, foram bons mesmo com a diferença, mas o terceiro é medroso, é fechado, é preguiçoso e enterra o seu talento como um morto; desistiu de viver. Com isso, Jesus nos apresenta, hoje, a necessidade de acolhermos o dom que Deus nos concedeu, não importa aquilo que você faz ou o quanto você faz, importa que você coloque o que Deus te concedeu a serviço dos seus irmãos.
Não recuse a graça de Deus, não recuse os talentos que Deus te concedeu, Ele te abençoou muito. Vamos frutificar as bênçãos de Deus na nossa vida, na vida dos nossos irmãos!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Heleno
Missionário da Comunidade Canção Nova
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