segunda-feira, 15 de novembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 15/11/2021

ANO B


Lc 18,35-43

Comentário do Evangelho

Por onde Jesus passa suscita fé e vida.

Lucas tomou de Marcos (Mc 10,46-52), com poucas modificações, o relato da cura do cego. Marcos informa que o nome do cego era Bartimeu – o filho de Timeu (Mc 10,46).
“Jesus Nazareno está passando”, dizem ao cego (v. 37). Jesus está se aproximando de Jerusalém, passando por Jericó, um verdadeiro oásis em meio ao deserto da Judeia. Jesus está sempre de passagem, é um Messias itinerante. Por onde passa desperta interesse e atrai as pessoas: querem ouvi-lo, ser tocados por ele e tocá-lo, pois dele “saía uma força que curava a todos” (Lc 6,19). Por onde passa ele faz viver, ele suscita a fé na vida. Ao ouvir que era Jesus quem estava passando, o cego insistentemente grita por compaixão e exprime confiança no Messias davídico: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” (v. 38; cf. Jr 33,15; Ez 34,23-24; 37,24). A insistência em ser ouvido revela a sua confiança em poder receber a visão (cf. v. 39). Na sua passagem Jesus para, como no episódio em Naim (cf. Lc 7,11-17), pois ele é compassivo; como Deus, ouviu o clamor do seu povo escravo no Egito (cf. Ex 3,7-9).
“Jesus perguntou: ‘Que queres que eu te faça?’” (v. 41), ao que o cego respondeu: “Que eu veja, Senhor” (v. 41). Ele exprime o que todo discípulo devia desejar ver. Mas de que visão se trata? “Vê, a tua fé te salvou” (v. 42). Trata-se da iluminação pela fé que faz ver. O cego é, aqui, modelo do discípulo que, iluminado pela fé, segue Jesus (v. 43).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
Fonte: Paulinas em 18/11/2013

Vivendo a Palavra

Para qualquer um de nós tudo pareceria tão óbvio, o cego deveria querer ver... Mas Jesus quis respeitá-lo e procura saber dele próprio qual era o seu desejo maior. Sigamos o Mestre no relacionamento com os companheiros de jornada, procurando dar-lhes aquilo que desejam e não o que está sobrando para nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2013

VIVENDO A PALAVRA

A fé nos diz que Jesus não passava apenas por aqueles caminhos que levavam a Jericó. Ele continua passando pelos lugares por onde andamos, carregando a nossa cegueira. Chegando a nós, o Evangelho nos encoraja para pedir: “Jesus, eu quero ver de novo!” Se verdadeiramente cremos, o milagre acontece e a alegria pode ser compartilhada com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2017

Reflexão

Jesus passou toda a sua vida fazendo o bem para manifestar o amor de Deus para conosco. Quando Jesus realiza curas, quer mostrar que o amor de Deus pelos homens faz com que as pessoas não fiquem à margem do caminho pedindo esmolas, mas com que cada um tenha condições de seguir o seu próprio caminho. É por isso que ele tem compaixão do cego e o cura. Após o processo de libertação, todos são convidados a seguir o próprio caminho, sendo que alguns, como é o exemplo do cego do Evangelho de hoje, resolvem seguir o caminho de Jesus. Quando Jesus cura, não tira a liberdade da pessoa. Aqueles que depois de curados resolvem seguí-lo, o fazem de livre e espontânea vontade, mas tornam-se um motivo para que todos glorifiquem a Deus.
Fonte: CNBB em 18/11/2013

Reflexão

Movido pela fé, o cego de Jericó, ao saber que Jesus de Nazaré está passando, começa a gritar, pedindo-lhe piedade. Não conta com a solidariedade dos que estão ao redor de Jesus; ao contrário, estes querem silenciá-lo. É a prática mais comum em nossa sociedade: em vez de socorrermos os marginalizados, nós os consideramos inconvenientes na vida social e os amordaçamos com silêncio paralisante. Em favor do cego de Jericó, vem a sensibilidade de Jesus (bom ouvido e bom coração), que faz uma parada e manda que o chamem. Jesus lhe dá mais do que simples esmola. Restitui-lhe a visão, e o cego passa a ver duplamente: enxerga Jesus com os olhos físicos e com os olhos da fé. Tanto assim que dá glória a Deus e segue Jesus a caminho de Jerusalém. Qual tipo de cegueira nos afeta?
Oração
Ó Jesus de Nazaré, ao mendigo cego dás a possibilidade de “ver novamente”. Alegria geral. Diante desse fato maravilhoso, o povo dá louvores a Deus, e o que fora cego, exultante, se põe a te seguir pelo caminho. Bendito sejas, Mestre, por iluminares nossas mentes e nossos passos. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

Será que não me faço de cego diante de tantos problemas que acontecem ao meu redor? - Ou procuro estar de olhos abertos e atentos às necessidades de minha comunidade, de meu próximo? - Compreendemos que a vida não é fácil. Mas que lugar dou para Deus nela, para que minha cruz seja menos pesada? - Se tenho limitações em minha vida, procuro me adaptar sentindo a presença e ação de Deus em tudo? - A cura do cego simboliza a fé. De olhos abertos para nova maneira de ver e agir, ele segue a Jesus. Não fiquemos sentados à beira da estrada da vida! Sejamos como o cego de Jericó! Paremos, escutemos e gritemos como o cego: Senhor, eis-me aqui, para te servir em meus irmãos!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/11/2013

Meditando o evangelho

O CEGO DE JERICÓ

O homem cego, sentado à beira do caminho para Jericó, padecia de cegueira física, não, porém, de cegueira espiritual. Seu interesse em saber quem estava passando era mais que simples curiosidade. Deu mostras de intuir estar passando exatamente a pessoa com quem queria se encontrar: Jesus de Nazaré.
Por isso, quando lhe deram a notícia desejada, pôs-se a gritar freneticamente, sem se importar com quem o intimava a se calar. Quanto mais se esforçavam para reduzi-lo ao silêncio, tanto mais alto gritava. Afinal, não podia deixar escapar a chance, há tanto tempo esperada.
Mais uma vez, Jesus mostrou-se solidário com os pobres e os marginalizados dos quais o cego era um bom exemplo. Os gritos lancinantes chegaram não só aos seus ouvidos, mas principalmente ao seu coração. E se fez todo ouvido aos apelos do homem desejoso de cura.
O desejo do cego – ver – recebeu dupla resposta. Por um lado, o homem viu-se curado da deficiência física, tendo recuperado a visão. Por outro, abriram-se-lhe também os olhos da fé. Daí a constatação de Jesus: "A tua fé te salvou!" E como manifestação disto, o ex-cego tornou-se seguidor de Jesus, louvando a Deus pelas maravilhas operadas em seu favor. Levou, igualmente, a multidão a dar glória a Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. “Que queres que eu te faça?”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No caminho de Jericó, Jesus se encontra com um cego e lhe pergunta: “Que queres que eu te faça?”. O cego respondeu: “Senhor, que eu veja”. Eis o pedido que não pode faltar em nossas preces: Que eu veja o Senhor e veja o meu próximo. O cego de Jericó representa todos os discípulos que precisam ver com olhos bem abertos quem é Jesus, para que ele veio ao nosso mundo, o que acontece em torno dele, que meios ele frequenta, com quem fala, com quem anda. O discípulo procura ver as pessoas na sua realidade de vida, no seu contexto, na sua história, para amá-las e compreendê-las. Outra bela prece do mesmo cego, que nossos irmãos cristãos do Oriente repetem com fé: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Invoque Jesus e encha-se dele. Peça compaixão e esvazie-se de seu pecado. O homem não era cego, ficou depois, e recuperou a vista ajudado por Jesus que ouviu o seu grito, parou, mandou que trouxessem o cego até ele. Todos gestos de súplica e de resposta atenciosa. Outros não escutam e passam adiante.
Fonte: NPD Brasil em 20/11/2017

HOMILIA

UM "ITINERÁRIO DE LUZ"

Na subida a Jerusalém, Jesus aproxima-se de Jericó. À beira do caminho, marginalizado, há um cego pedindo esmola. O sistema de poder que o subjuga tirou-lhe a visão e sua compreensão da vida. Quando Jesus passa, grita por ele, com o título de Filho de Davi. A sua cegueira e a sua indigência estão atreladas à ideologia de poder davídico-judaica.
Jesus o chama, e quando lhe pergunta: "Que queres que eu te faça?", o cego responde: "Senhor, que eu veja". A fé em Jesus faz com que o cego se liberte de sua cegueira e veja Jesus com novos olhos, passando a segui-lo. Na narrativa, o cego simboliza, também, os discípulos que trazem, ainda, marcas da ideologia do poder do sistema do templo e da sinagoga. No momento da humilhação e morte de Jesus em Jerusalém, estes discípulos se confundirão e ficarão inseguros. Suas visões, aos poucos, vão-se clareando.
A cegueira quer seja física, quer espiritual, é um mal indolor. A perda da vista, apesar de nos impedir de nos guiarmos nos espaços físicos segundo nossas próprias deliberações e usando de nossa autonomia, inclina-nos à humildade e submissão aos outros, a confiar em seu auxílio. Por isso, quando bem aceita, ela pode ser um excelente meio de santificação. Muito pelo contrário, a cegueira espiritual priva-nos de elementos fundamentais para nossa salvação - como são as misericórdias que desprezamos - e nos faz correr terríveis riscos, enquanto acumulamos as iras de Deus.
A Bartimeu lhe faltava um dos elementos essenciais para enriquecer-se, por isso caiu inevitavelmente na pobreza passando a viver de esmolas. Ao cego de Deus, entretanto, é possível fazer fortuna; porém, debaixo deste ponto de vista, é ele ainda mais digno de pena: quando se fecharem definitivamente para a luz do dia seus olhos carnais, os espirituais de imediato se abrirão, mas quão tarde será, para ele, ver a grande dimensão de sua real miséria em todo o seu horror. E, tomara, não seja essa a hora do desespero.
Se ao analisar-me, com toda a honestidade de consciência, não encontrarei no fundo de minha alma alguma sombra onde a luz do sobrenatural não chega, um ou outro refolho onde não penetra a voz de Deus? Esse é o momento de eu imitar o pobre Bartimeu. O próprio Jesus continua aqui, nos tabernáculos das igrejas. Por que não aproveitar uma ocasião para d’Ele me aproximar e pedir-Lhe o milagre? Devo temer a Jesus que passa e não volta, e bradar continuamente, porque Ele ouve melhor os desejos abrasados.
Tenhamos por certo este princípio: sempre que um cego de Deus abraça o caminho da conversão, “a multidão” tenta dissuadi-lo de prosseguir, fazendo todo o possível para lhe criar obstáculos. Infelizmente, a essa “multidão” de mundanos se associa a multidão de seus próprios pecados e paixões, para fazê-lo silenciar. Também aqui é oportuno imitar a atitude de Bartimeu, ou seja, não somente não ceder às pressões, como até, pelo contrário, redobrar em ardor, esperança e desejos. Dessa forma, não tardará a comprovar a realidade.
“Senhor, que eu veja!”, deve ser o pedido de quem esteja imerso na tibieza e, sobretudo, de quem é cego de Deus. Bartimeu não pediu a fé, porque já a possuía. Sua cegueira era simplesmente física. Examinemos nossas necessidades espirituais e peçamos tudo a Jesus. Sem duvidar, aguardemos até mesmo o milagre, pois Ele nos assegura: “Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Eu o farei” (Jo 14, 13).
O número dos que sofrem de cegueira física, no mundo, é insignificante, em comparação com os cegos espirituais. A cegueira de coração atinge uma quantidade assustadora de pessoas em nossos dias. A fé vai se tornando privilégio de minorias. Há cegos não só nos caminhos da salvação, mas até mesmo nas vias da piedade. Estes levam uma vida pseudo-tranquila, submersos nos perigos da tibieza; cometem faltas, mas conseguem muitas vezes, através de inúmeros sofismas, adormecer suas consciências, não experimentando mais os benéficos remorsos. Confessam- se por pura rotina, comungam sem dar o devido valor à substância do Sacramento Eucarístico, rezam sem devoção…
E - quem diria? - há cegos entre os que abraçaram o caminho da perfeição, mas deixaram de aspirar a ela, contentando-se com uma espiritualidade medíocre, esquálida e infrutuosa. Eles nada fazem para atingi-la, procurando-a onde ela jamais se encontra.
Enfim, para não ser cego de Deus, é preciso ser puro de coração. Uma das principais causas da cegueira de nossos dias é a impureza. Nosso Senhor diz no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8). Não se trata exclusivamente da virtude da castidade, mas, muito, da reta intenção de nossos desejos. Tanto uma quanto a outra vão-se tornando raras a cada novo dia, nesta era de progressiva cegueira de Deus.
São essas algumas das razões pelas quais a humanidade necessita voltar-se urgentemente para a Mãe de Deus, apresentando por meio d’Ela, ao Divino Redentor, o mesmo pedido de Bartimeu: “Senhor, que eu veja!”
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/11/2013

Liturgia comentada

E se pôs a segui-lo... (Lc 18, 35-43)
Um cego na beira da estrada. Toda uma vida de humilhação e dependência. Seguramente, já ouvira falar daquele estranho Rabi da Galileia que limpava os leprosos e animava os paralíticos. É quando passa a multidão. Ouvindo o burburinho, o cego se informa e fica sabendo que Jesus está passando. É hora de gritar...
Foi Santo Agostinho quem escreveu: “Timeo Iesum praetereuntem et non redeuntem” – isto é, “temo a Jesus que passa e não volta”. Temo perder a hora da graça. A oportunidade imperdível! Por isso mesmo, o cego de Jericó ergue o seu berreiro: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” Tentam fazê-lo calar, mas ele insiste. Até que Jesus para e o atende. A uma palavra de Jesus, o cego recobra a vista. Com brados de louvor a Deus, ele se põe a seguir Jesus. Isto é, torna-se seu discípulo.
Cabe aqui uma reflexão. Qual a intenção profunda de nossas orações? Quando pedimos a Deus saúde e emprego, dinheiro e cura das enfermidades, que é mesmo que estamos buscando? Pode ser que estejamos apenas em busca de segurança material, sossego, alívio das dores. Não é uma forma de egoísmo? O cego de Jericó podia ter obtido a visão de volta, agradecia a Jesus e seguia sua estrada para cuidar da própria vida. Mas, não... Ele se põe a seguir o médico que o havia curado. Só tem olhos para Jesus... Outra vez, quando Jesus curou dez leprosos, somente um – o estrangeiro – voltou para dar graças. Os outros estavam satisfeitos com a própria cura e nada mais queriam, exceto o atestado de saúde a ser obtido com os sacerdotes do Templo. Egoístas, não?
Se nós queremos cura para servir aos irmãos, ótimo! Se queremos saúde para trabalhar pelo Reino, tudo bem! Mas se queremos emprego só para ter dinheiro no banco, hum-hum... Se queremos passar no vestibular só para “subir na vida”, sei não... Nossas intenções não são das melhores...
É verdade que – como diz o povo simples – Deus não dá asa a cobra. Pode ser que nossa oração não seja ouvida porque Deus avalia nossas intenções e antevê que acabaríamos prejudicados com aquilo que pedimos. Fechados em nosso pequeno mundo, teríamos em mãos mais recursos para nossa perdição.
Se Deus atendesse às nossas preces, nós o seguiríamos?
Orai sem cessar: “Só uma coisa pedi ao Senhor: morar na casa do Senhor todos os dias de minha vida.” (Sl 27, 4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 18/11/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista

Que a nossa fé venha em nosso socorro para abrir “os olhos do nosso coração”, que nós voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista.

“Então o cego gritou: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’” (Lc 18,38).

A Palavra de Deus vem nos chamar à atenção do quanto a cegueira é ruim para nossa vida. Não estou falando da cegueira física, daqueles que nasceram cegos ou que se tornaram cegos por um incidente da vida.
Muitas vezes, a pessoa que é cega enxerga até melhor do que nós que temos dois olhos bem abertos. Existe uma cegueira espiritual que envolve a nossa mente, o nosso coração, que não nos permite ver as coisas como de fato elas são; aquela cegueira de sermos enganados, iludidos, de vivermos no mundo de fantasias, no mundo que não é real. Aquela cegueira que todo mundo vê onde está o mal e só nós não conseguimos enxergar, aquela cegueira de conseguir enxergar o problema da vida de todo mundo, menos o seu próprio problema. Enxerga os defeitos do vizinho, das pessoas que estão ao seu lado, mas não consegue ver os seus próprios.
O problema é que nós não nos enxergamos, pois a cegueira nos envolve e não nos permite abrir os olhos. Nós precisamos, hoje, como o cego do Evangelho, gritar com toda a insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim! Abra meus olhos, Senhor, deixa eu enxergar de novo ou deixa-me enxergar aquilo que eu nunca enxerguei. Por favor, Senhor, não deixe que eu morra na cegueira, na ilusão, no engano, na mentira, mas abra os meus olhos para que eu Te veja. Para que eu contemple aquilo que, de fato, sou, aquilo que, na verdade, eu vivo, para que eu saia da vida mentirosa, que, muitas vezes, eu estou submersa nela”.
Por que este cego foi insistente? Ele disse: “Senhor, eu quero enxergar de novo!”. Jesus lhe disse: “Enxerga, pois, de novo, porque a tua fé te salvou!”.
Meus irmãos, que a nossa fé venha em nosso socorro para abrir “os olhos do nosso coração”, que nós voltemos a enxergar aquilo que perdemos de vista.
Às vezes, dentro da nossa casa, nós enxergávamos nossos irmãos, o marido enxergava a mulher e ela o enxergava; antes, eramos capazes de viver com mais simplicidade e pureza. Hoje, no entanto, perdemos essa pureza. Só o Senhor, abrindo os nossos olhos, apontando-nos a direção para que possamos novamente enxergar a estrada da vida, o caminho para a salvação, a seta que nos aponta o caminho para o qual nós devemos caminhar.
Que a Palavra de Deus anunciada venha trazer a luz da vida, que é Jesus, para abrir os nossos olhos, para que possamos enxergar a verdade que está em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/11/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

A luz da fé abre os nossos olhos

Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie os nossos passos

“‘Que queres que eu faça por ti?’” O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou’” (Lucas 18,41-42).

A cura do cego de Jericó têm lições maravilhosas para a nossa vida. A primeira delas é a ”sede”, a necessidade que esse cego tem na cura; ele com insistência, vai atrás de Jesus. É, também, ele que está no meio da multidão e grita: “Senhor, filho de Davi, tenha compaixão de mim. Eu preciso da sua misericórdia”.
É um grito que vem do fundo da alma, de um coração sedento em ser curado, para voltar a enxergar. Porque esse cego já enxergou um dia, mas, por diversas circunstâncias da vida deixou de enxergar.
Por qualquer coisa, por qualquer descuido, levamos a vida com tantas coisas para fazer, e vamos nos tornando cegos ao longo do caminho. Quando não reparamos, sobretudo, no nosso orgulho e na soberba que são tentações, caímos na cegueira humana e espiritual. Ela não permite enxergar a vida como precisa ser.
Quando estamos cegos, tropeçamos sem ver; caímos sem reparar e, muitas vezes, nem nos levantamos. Pois não percebemos onde estamos.
A graça de enxergar é a grande graça. Porque muitos cegos que, talvez, não tenham a visão física como nós temos, enxergam a graça de Deus. Eles têm mais discernimento na vida, do que nós que temos os ”olhos arregalados” e não enxergamos o essencial.
Talvez as pessoas que estivessem no contexto do Evangelho, fossem até mais cegas do que o homem cego, porque ele queria tocar em Jesus e ser curado por Ele, e as pessoas o afastavam, o repreendiam e mandavam que ele ficasse calado. Não enxergavam que o irmão precisava dessa graça de Deus.
A grande cegueira da vida, é quando enxergamos somente a nós. Só os nossos problemas, a nossa vida e necessidades. Não conseguimos enxergar quem está ao nosso lado, pois, nos incomodam com seus gritos, suas necessidades e, assim, os ignoramos. Está aí, a grande cegueira do mundo que, muitas vezes, envolve cada um de nós.
Esse cego é insistente, ele grita: “‘Senhor, eu quero enxergar de novo’. Jesus disse: ‘Enxerga, pois, novamente. A tua fé te salvou’”.
Se nós queremos enxergar de novo ou, enxergar bem a cada dia, precisamos deixar que a luz da fé guie, conduza e direcione os nossos passos.
Quando perdemos essa luz da fé, enxergamos a vida e o mundo de uma forma ofusca, confusa, errada. Porque é com a luz da fé que nós enxergamos a vida como ela é, e como ela precisa ser vista. É com a luz da fé, que nós enxergamos o mundo com os ”olhos de Deus”. É com essa luz que enxergamos a graças de Deus.
Que a sua luz do Senhor abra os nossos olhos para caminharmos na Sua verdade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2017

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a mesma certeza que tinha o cego de Jericó: que vejamos de novo! – E nós, que nos deixamos cegar pela sedução do mundo de consumo e egoísmo, redescubramos o caminho da fraternidade com o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/11/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos discípulos de Jesus e nos dá o poder de enxergar as maravilhas que criaste. E nos dá também, Pai amado, sabedoria e coragem para sermos missionários, levando a mesma cura do Mestre para os nossos companheiros de caminhada. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário