terça-feira, 27 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/11/2018

ANO B


Lc 21,1-4

Comentário do Evangelho

Jesus denuncia o sistema opressor

Jesus, tendo vindo da Galileia para Jerusalém, leva até o fim o seu confronto com o sistema do Templo e seus chefes religiosos. A repressão à prática libertadora e vivificante de Jesus aproxima-se da suprema violência. O Templo caracterizava-se por seu imenso luxo e riqueza, com suas muralhas de pedra, seus pátios com arcadas e a grande construção central, decorada com placas e florões de ouro maciço. A ostentação da riqueza é um instrumento de dominação através da humilhação dos pobres e pequeninos. Desde a sua construção por Salomão (1Rs 7,51), o Templo tinha um anexo, o Tesouro (gazophilakion), onde eram guardadas as grandes riquezas acumuladas a partir das ofertas do povo. Pelo Templo circulavam os escribas e os sacerdotes, com roupas ostentando prestígio, e os ricos que faziam suas ostensivas ofertas. Desfilavam, também, multidões de populares e camponeses, tímidos e humilhados, que, com muito sacrifício traziam suas ofertas de obrigação ao Templo. Certamente o montante das ofertas da multidão pobre superava de muito a soma das ofertas dos poucos ricos. Jesus, destacando a oferta da pobre viúva que ofereceu tudo o que tinha para viver, faz sua última denúncia do luxuoso Templo como sendo um sistema de exploração do povo.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.
Fonte: Paulinas em 26/11/2012

Vivendo a Palavra

A pobre viúva mostrava que a sua confiança estava depositada no Senhor e não nos seus bens. Os ricos se apegavam a seu dinheiro e firmavam seu futuro no tesouro que guardavam. Aprendamos o desapego com Jesus, que não tinha onde repousar a cabeça, mas se entregava ao Pai como Filho muito amado que era.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

A pobre viúva mostrava que a sua confiança estava depositada no Senhor e não nos seus bens. Os ricos se apegavam ao dinheiro e firmavam a segurança de seu futuro no tesouro que guardavam com avareza. Aprendamos o desapego com Jesus, que não tinha onde repousar a cabeça, mas se entregava inteiro ao Pai, como Filho muito amado que Ele sabia ser.

Reflexão

Muitas vezes somos injustos com as pessoas porque fazemos do elemento quantitativo a principal fonte dos nossos juízos e das nossas decisões em relação a elas. Assumindo os critérios do mundo, o número cada vez mais torna-se o principal critério para a nossa avaliação. Jesus nos mostra que diante de Deus, devemos pensar de forma diferente. Não é o quanto foi dado que manifesta a generosidade da pessoa, mas o como, o porquê e o significado da quantia que são realmente importantes, pois nos revela o relacionamento da pessoa com Deus e o seu envolvimento com ele.
Fonte: CNBB em 26/11/2012

Reflexão

Jesus havia criticado fortemente o comércio no Templo, transformado em “abrigo de ladrões” (cf. Lc 19,46). Na sequência, ele anuncia que esse Templo, luxuosamente construído graças às ofertas dos fiéis, seria destruído. Agora, seu olhar recai sobre uma viúva pobre que deposita no tesouro do Templo “tudo o que tinha para viver”. Fico imaginando que Jesus, diante de cena tão nobre e comovente, teve ímpeto de correr até a pobrezinha, e dizer-lhe: “Senhora, guarde o seu dinheirinho, ele é indispensável para sua sobrevivência”. Tal atitude estaria em total sintonia com as advertências de Jesus contra a sociedade que explora e castiga os pobres e marginalizados. Aos ricos, Jesus recomendaria que fossem menos vaidosos e menos apegados ao dinheiro.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A OFERTA DO POBRE

É inútil querer fazer bela figura diante de Deus, pensando que ele se deixa impressionar pelas grandezas humanas. O Reino de Deus subverte as categorias humanas. Assim, o que é grande aos olhos humanos, é desprezível para Deus. E vice-versa: o que o mundo desvaloriza, encontra valor aos olhos de Deus.
Quando os ricos colocavam no cofre do templo generosas ofertas, acreditavam estar fazendo um gesto altamente louvado por Deus, e com isso, crescendo em mérito diante dele. A atitude deles humilhava a quem pouco possuía para oferecer e causava inveja e espírito de competição. Era uma exibição de generosidade, com um detalhe: davam do seu supérfluo e não teriam de sofrer na pele os efeitos de sua esmola.
Em contraposição, as duas moedinhas lançadas pela pobre viúva tinham um valor inestimável para Deus. Oferecendo aquilo que lhe restava para viver, a mulher colocava-se toda nas mãos do Pai e fazia sua vida depender totalmente dele. Ela se recusava buscar segurança nos bens materiais, nem acreditava que o acúmulo de bens, qualquer que fosse, pudesse trazer-lhe alegria e felicidade. Reconhecia que tudo, em sua vida, era dom de Deus. Por isso, com toda a liberdade e sem a ânsia de possuir, foi capaz de arriscar tudo.
Esta é a oferta que tem valor diante de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, liberta meu coração da ânsia de possuir e acumular. Faze-me, antes, compartilhar, com toda a liberdade, todos os meus bens.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Nossas moedinhas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Eu fiquei pensando seriamente nessas duas moedinhas da viúva, que foram depositadas no cofre do templo, e que, conforme o próprio Jesus, era tudo o que ela tinha, provavelmente o dinheiro do pão e do leite. Aquelas moedinhas que “esquecemos” no console do carro, e que quando algum pedinte vem com a “Caixinha” nos semáforos, a gente pega e dá. No nosso caso é sobra, no da viúva era um valor importante na sua modesta economia. Tem-se a impressão de que no dia seguinte a coitada ficou sem tomar café.
Uma interpretação literal desse evangelho seria mais ou menos assim: você faz a sua compra do mês, mas em vez de levar para sua casa, leva na casa de alguém muito pobre, e você só terá o dinheiro para compra no outro mês. Não é isso? Tirar da boca para dar aos outros.
Mas notem que as duas moedinhas não foram dadas de esmola, mas era uma oferta dentro de uma celebração, então foram dadas a Deus, eis aí a diferença fundamental. Talvez a gente até pense que, agora ficou bem mais fácil de imitar a viúva, dar aquilo que para mim é essencial, para Deus. E por que será que Deus vai querer as nossas moedinhas? O que nossas miseráveis ofertas vão acrescentar a grandiosidade de Deus? Nada! Então por que abrir mão daquilo que nos é essencial? Quando falamos de bens materiais, inclusive dinheiro, o que damos na verdade é o que sobra e até mesmo o nosso Dízimo, é o último valor que entra no nosso orçamento mensal “Posso dar que não vou me apertar!” pensamos sempre de maneira um tanto mesquinha. Quanto mais rico mais posso dar, mas sempre o que me sobra. Claro que dar em nome de Cristo é uma obra de caridade. Fiquem tranquilos...
Em uma visão bem pastoral a reflexão é muito bonita. Há algo sim, que podemos dar a Deus na comunidade, algo precioso que nos é essencial, e que parece que ninguém tem sobrando... o tempo! É a primeira justificativa que damos quando somos convidados para “dar” algo essencial de nós, em algum trabalho pastoral ou ministério “Ah estou sem tempo...”, as pessoas até já introduzem a conversa dizendo “Olha, se tiver um tempinho...”.
Eis aí as nossas pequeninas moedinhas da pós-modernidade: nosso tempo. Para ouvir as pessoas, para visitar um doente, para visitar alguém que sumiu da comunidade, para ir consolar alguém que perdeu seu ente querido, para compartilhar meu conhecimento profissional em algum curso de formação. Nesse sentido, nossas pastorais são aquele cofre do templo, onde às vezes colocamos grandes fortunas, mas que está nos sobrando “Ah hoje eu não ia fazer nada mesmo...”.
Porém, o que Jesus nos pede é uma doação verdadeira, dar um tempo em algum trabalho pastoral, para alguma pessoa, um tempo que vai nos fazer falta pela sua preciosidade, digamos assim, no meu justo descanso da tarde de um domingo, vou fazer algum trabalho pastoral. Deixamos de descansar no conforto de nossa casa, para nos doar a alguém. Será´ que tudo o que fazemos na pastoral ou no ministério, não é apenas uma terapia ocupacional para “matarmos” o tempo que nos está sobrando? A verdade é que as moedinhas da viúva nos fazem pensar no assunto...

2. Esta viúva, da sua pobreza, ofereceu tudo que tinha para viver
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Sempre com o os olhos no Templo, São Lucas conta o episódio da pobre viúva que depositou duas moedinhas no cofre das ofertas. Num texto muito breve, Lucas tinha relatado como Jesus expulsou os vendedores do Templo. Não relatou pormenores. Sabe-se, porém, que os cambistas tinham um papel importante no comércio do Templo, seja para a troca de moedas estrangeiras dos que vinham de fora, seja para a troca da moeda do tributo devido ao Templo. São Lucas é muito sensível em relação às questões financeiras, não como aqueles que só pensam em ter e amealhar, mas por saber que o dinheiro diminui a qualidade da vocação do discípulo, podendo até atrapalhá-lo. Não são, portanto, as duas moedinhas da pobre viúva que importam, nem a quantidade maior oferecida pelas pessoas ricas. O que importa é o significado da oferta, sua qualidade interior. O Templo antigo precisava das ofertas. O novo Templo precisará de amor e conhecimento de Deus, precisará da humilde dedicação da pobre viúva. O novo Templo é Jesus, e Jesus é cabeça de um corpo do qual somos membros. É evidente que, enquanto estamos no corpo perecível, precisamos de alimento e abrigo. Casa e Igreja fazem parte do nosso dia a dia, como fazem parte irmãos e irmãs que precisam comer e se cobrir. A oferta da viúva pode ajudar a cobrir o altar com uma bela toalha, e a nudez do irmão com alguma roupinha. É preciso fazer isto sem omitir aquilo.

HOMILIA DIÁRIA

É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós

Postado por: homilia
novembro 26th, 2012

Hoje aprendemos de Jesus o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade.
Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositavam boas quantias e que os pobres também contribuíam. Uma viúva pobre, por fim, aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.
Desta lição concluímos que a doação tem que representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do sofrimento que nosso irmão possa estar passando. Em vários locais que frequentamos, não estamos livres de presenciar a dor e o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós. Porém, as adversidades da vida, o que presenciamos, dói muito na carne e no espírito daqueles sofredores.
Ficamos horrorizados, condoídos e com muita compaixão, mas, mesmo chegando até às lágrimas, a maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e, mesmo tendo poucos recursos, sempre são os que mais ajudam.
No entanto, a minoria, privilegiada, ignora aqueles sofredores e até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que mancha o bom nome que ela tem. Mas, com raras exceções, procuram ajudar àqueles desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam… Mas não gostam de partilhar.
Por isso Jesus fala que os ricos deram do que lhes sobrava. Isso não é dar com amor. É preciso partilhar. Não basta ter “dó”. Não basta chorarmos compadecidos, como muitos fazem nos velórios: abraçam e deixam uma mensagem para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua vida.
Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e outras nações que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio material, com boa vontade – de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor cristão – alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos dentro de nós com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.
Que triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com Deus não se pode barganhar. Ou se oferece a oferta, a adoração, de coração e com a vida ligada a Ele; ou então melhor que nem se ofereça!
O que essas pessoas não entendem, é que Deus nunca precisou – e nem precisa! – de recursos puramente humanos para levar a sua Palavra, para levar a sua Igreja por esta terra, por nossa era. Mas o que Ele sempre procurou – e procura ainda hoje – são os verdadeiros adoradores que O adorem em espírito e verdade.
Ele sempre procurou corações abertos que não se rendam às coisas desse mundo, mas que se dediquem a Ele em todos os momentos da vida. O Senhor nunca se preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa.
Era só aquilo que a viúva possuía, e foi para essa oferta que Deus atentou. O que temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que a nossa oferta possa chegar com um odor suave diante do nosso Deus!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 26/11/2012

Oração Final
Pai Santo, faze-nos sábios para discernir os verdadeiros tesouros e dá-nos coragem para buscar aqueles que a traça não rói nem a ferrugem estraga, mas duram para a vida eterna. Que os dons que recebemos de tua misericórdia sejam partilhados com coração generoso com os peregrinos do caminho. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Canção Nova em 26/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos sábios para discernir os verdadeiros tesouros e nos dá coragem para buscar aquele que a traça não rói nem a ferrugem estraga, mas dura para a vida eterna. Que os dons que recebemos de tua misericórdia sejam partilhados de coração generoso com os peregrinos que colocaste em nosso caminho. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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