terça-feira, 29 de dezembro de 2015

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 29/12/2015 a 31/12/2015

ANO C



29 de Dezembro de 2015

Lc 2,22-35

Comentário do Evangelho

O resgate do primogênito

Um dos traços característico de Lucas é o fato de ele não se preocupar com a exatidão geográfica, histórica e cultural. Esse desinteresse está presente em nosso relato de hoje. Originalmente, os costumes da apresentação e purificação da mãe são distintos; Lucas parece confundi-los. A prescrição para a purificação da mulher que deu à luz encontra-se em Lv 12,1ss. Lucas modifica Lv 12,6, dizendo que não é só a mulher que deve ser purificada, mas “eles” (cf. Lc 2,22). A prescrição quanto à consagração ou apresentação do primogênito ao Senhor encontra-se em Ex 13,1.11-12. O nosso relato se baseia em 1Sm 1,22-28. O Filho primogênito tinha que ser resgatado ao completar um mês do seu nascimento, mediante o pagamento de um ciclo de prata a um membro de uma família sacerdotal (Nm 3,47-48; 18,5-16). Lucas omite toda a menção do resgate do primogênito e transforma a cerimônia numa simples apresentação do menino no Templo de Jerusalém. Seja como for, e sem nos atermos a todas as possibilidades de interpretação, parece-nos que a intenção do evangelista é fazer com que o Antigo Testamento, representado por Simeão, homem cheio do Espírito Santo, e Ana, testemunhe o cumprimento da promessa de Deus realizada em Jesus (cf. Lc 2,29-32). Dito de outra maneira, o Antigo Testamento é iluminado pelo Novo e, assim, ele chega à sua plenitude.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, que teu Filho Jesus seja para mim motivo de crescimento e de promoção, levando-me, a conhecer-te sempre mais e a aderir ao teu Reino de amor.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Quem espera no Senhor jamais será decepcionado, pois ele sempre cumpre as suas promessas. Deus prometeu durante todo o Antigo Testamento a vinda do Messias e muitos em Israel acreditaram nessa promessa, vivendo na esperança da sua chegada. O canto de Simeão nos mostra esta esperança e a alegria da realização da promessa, assim como os elementos principais da missão messiânica de Jesus, que será um sinal de contradição para o povo, pois será libertação para o pobre e condenação para aqueles que não acreditam nele e na sua palavra, de modo que não se convertem.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

PALAVRAS PROFÉTICAS

A cerimônia de apresentação do menino Jesus no templo e o cumprimento dos preceitos religiosos, referentes aos primogênitos, trouxe surpresas para a família de Nazaré. As palavras do velho Simeão, nome que significa “Deus ouviu”, tinham sabor profético e  serviram para que Maria e José desde logo tomassem consciência da real identidade e missão de seu filho Jesus.
Como o profeta do passado, Jesus estava destinado a ser “luz para iluminar todos os povos”. Seu testemunho de vida e sua pregação haveriam de dissipar as trevas do erro e oferecer um acesso seguro para o Pai. Ninguém mais precisaria vagar em busca de Deus, correndo o risco de cair nas armadilhas da idolatria e das falsas religiosidades.
Entretanto, o menino Jesus haveria de ser um “sinal de contradição” e “causa de queda e de elevação de muitos em Israel”. Pondo às claras as maquinações perversas dos inimigos de Deus, provocaria reações violentas por parte das forças do anti-Reino. Ao “desvendar os pensamentos de muitos corações” não permitiria que o mal assumisse aparência de bem, a injustiça se acobertasse com a capa da justiça, nem que a mentira passasse por verdade.
Sendo assim, ao mesmo tempo em que seria motivo de crescimento e descoberta do verdadeiro rosto de Deus para uns, levaria outros a se revelarem muito mais malignos do que à primeira vista pareciam. Nisto consistiria o “sinal de contradição”.
Oração
Pai, que teu Filho Jesus seja para mim motivo de crescimento e de promoção, levando-me, a conhecer-te sempre mais e a aderir ao teu Reino de amor.
FONTE: dom total


30 de Dezembro de 2015

Lc 2,36-40

Comentário do Evangelho

Ana contempla e atesta o cumprimento da promessa de Deus

Dando continuidade ao episódio da apresentação do menino Jesus no Templo de Jerusalém, Lucas faz intervir uma nova personagem, Ana, dita profetisa, mulher entregue a Deus através de jejuns e orações, de idade avançada e viúva. Nessa breve apresentação de Ana, mulheres importantes do Antigo Testamento são evocadas: Judite (Jt 8,4-5; 16,22-23) e Débora (Jz 4–5). Além disso, ela tem o mesmo nome da mãe de Samuel (1Sm 1,19-20). Nos relatos da infância de Lucas, o Novo é dito com palavras ou evocações da história passada de Israel. Com Simeão ela representa o Antigo Testamento que contempla e atesta o cumprimento da promessa de Deus. A todos os que esperavam a libertação de Jerusalém, ela falava do menino. Ao comentarmos o hino do Magnificat, dizíamos que ele estabelece um paralelismo entre a libertação do povo eleito do Egito e a libertação anunciada quando do anúncio do nascimento de Jesus. No anúncio do nascimento de Jesus, dá-se o êxodo definitivo da humanidade, isto é, a humanidade passa da escravidão do pecado à filiação divina em Cristo.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Toda pessoa que faz da sua vida um serviço a Deus vive a alegria do encontro com ele. Com Ana não foi diferente. Depois de oitenta e quatro anos vividos na busca da realização da vontade de Deus, ela tem a alegria do encontro pessoal com ele. Mas Ana não fica com essa alegria só para ela; sai anunciando a todos que aquele menino é a resposta do próprio Deus a todos os que esperam a verdadeira libertação. E este anúncio é acompanhado do reconhecimento do amor de Deus, que é fiel às suas promessas, através do louvor a ele.
FONTE: CNBB

Comentário do Evangelho

CHEIO DE SABEDORIA E GRAÇA

A condição de Filho de Deus não impediu Jesus de assumir a humanidade, de forma radical. Na história do cristianismo, não faltaram tendências heréticas que interpretavam a dimensão humana de Jesus como um arremedo de experiência humana. Os docetistas julgavam que as ações de Jesus, enquanto homem, eram pura aparência. Só aparentemente ele sentia fome, se emocionava, se enfurecia diante das injustiças. Sua divindade não era tocada por esses sentimentos inferiores. Outros julgavam que a humanidade de Jesus se privilegiava de sua divindade. Por isso, ele era capaz de saber tudo sobre todas as coisas. Tinha, além disso, um poder sobre-humano de realizar coisas inacreditáveis.
A fé cristã sempre rejeitou estas interpretações fantasiosas e indevidas da pessoa de Jesus, procurando garantir uma relação conveniente entre humanidade e divindade.
Sendo verdadeiro homem, Jesus fez a experiência de crescer não apenas em estatura, mas também em sabedoria, coadjuvado pela graça de Deus. Esta dinâmica de crescimento resultava de uma vida humana assumida plenamente no que há de belo e positivo, mas também no que há de negativo, com exceção do pecado. Em tudo estavam sempre implicadas tanto a humanidade quanto a divindade de Jesus, pois sua identidade não padecia de cisão interna. Em sua humanidade, resplandecia sua condição de Filho de Deus.
Oração
Senhor Jesus, que eu possa contemplar a divindade que resplandece em tua humanidade.
FONTE: dom total


31 de Dezembro de 2015

Jo 1,1-18

Comentário do Evangelho

O prólogo de João

O prólogo do evangelho de João é uma das páginas mais belas do Novo Testamento, onde são antecipados os temas fundamentais desenvolvidos ao longo dos vinte e um capítulos do quarto evangelho. É semelhante a um hino e o tema principal é o “Logos”. O prólogo começa com a mesma palavra do Gênesis (1,1). Em João encontramos a afirmação de uma existência que precede o começo enunciado em Gênesis. Antes desse começo, existia o “Logos”. A melhor tradução para logos é “Palavra”, entendida como a comunicação que Deus faz de si mesmo (cf. Hb 1,1-4). O logos e Deus são, ao mesmo tempo, dois e um. Os dois estão em comunhão, embora sejam distintos. O Logos era Deus, mas o prólogo não diz que Deus era o Logos. Segundo a tradição bíblica, uma pessoa pode comunicar, realmente, o que lhe é próprio (cf. Sb 7,25-26). O que se afirma no prólogo é a continuidade entre o primeiro e o segundo início, e a anterioridade do Logos e a sua comunhão e diferença em relação ao Pai. O Logos não assume simplesmente uma aparência humana, ele se torna homem sem, contudo, deixar de ser plenamente Logos. O Logos assume a existência humana para fazer com que o ser humano participe do seu próprio ser.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
FONTE: PAULINAS

Comentário do Evangelho

NÓS VIMOS SUA GLÓRIA

Pouco a pouco, a comunidade cristã foi compreendendo a verdadeira identidade de Jesus. Até então, na história da salvação, ninguém havia se apresentado como Messias Filho de Deus. Na verdade, os reis de Israel eram considerados filhos de Deus. Entretanto, jamais alguém havia manifestado tal proximidade com Deus, no falar e no agir, como acontecia com Jesus. Ninguém havia chamado Deus de Pai, servindo-se de um termo familiar, Abba, usado pelas crianças para se referirem a seus genitores. Ninguém se apresentara com o poder de perdoar pecados, restituir a vida aos mortos e enfermos, libertar as pessoas da opressão do demônio. Ninguém, como Jesus, mostrava-se livre diante da Lei e das tradições religiosas.
Na raiz da ação de Jesus, estava sua condição divina. Esta conferia-lhe a liberdade para não se submeter ao legalismo religioso da época, muitas vezes incapaz de levar as pessoas a uma real experiência de Deus; levava-o a desbaratar as forças do anti-Reino, por cuja ação os indivíduos se tornavam cativos do mal e do pecado; dava-lhe um coração misericordioso, como o de Deus, para amar os pecadores e abrir-lhes os caminhos da salvação; tornava-o sensível e solícito aos sofrimentos da humanidade.
Nestas ações humanas de Jesus, resplandecia sua glória de Filho de Deus.
Oração
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
FONTE: dom total


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