foto Rodrigo Balladares Muñoz (CC BY-NC-SA
2.0)
VATICANO, 04 Out. 13 / 12:50 am (ACI/EWTN Noticias).- Na homilia da Missa que presidiu ontem na Casa Santa Marta
onde reside, o Papa Francisco afirmou que a Missa não é um evento social, mas
uma festa em que se faz presente Deus e não pode ser "domesticada"
pelo hábito.
O Papa afirmou que "toda semana vamos à igreja,
ou quando alguém morre vamos ao funeral… e essa memória, muitas vezes, nos
aborrece porque não é próxima. É triste, mas a Missa muitas vezes se transforma
em um evento social e não estamos próximos da memória da Igreja, que é a
presença do Senhor diante de nós".
O Papa Francisco se inspirou na passagem do Livro do Neemias, na
primeira leitura de ontem, para centrar sua homilia no tema da memória. O Povo
de Deus, observou, "tinha a memória da Lei, mas era uma memória
distante", aquele dia, por outro lado, "a memória se fez próxima"
e "isto toca o coração". Choravam "de alegria, não de dor",
disse o Santo Padre, "porque tinham a experiência da proximidade da
salvação":
"E isso é importante não somente nos grandes momentos
históricos, mas nos momentos da nossa vida:
todos temos a memória da salvação, todos. Mas, pergunto-me: esta memória está
perto de nós, ou é uma memória um pouco distante, um pouco difusa, um pouco
arcaica, um pouco de museu? Pode ir longe… E quando a memória não está próxima,
quando não temos esta experiência de proximidade da memória, esta entra em um
processo de transformação, e a memória se transforma em uma simples
recordação".
Quando a memória se torna distante, acrescentou o Papa,
"transforma-se em lembrança; mas quando se faz próxima, transforma-se em
alegria e esta é a alegria do povo". Isto, disse também, constitui
"um princípio da nossa vida cristã". Quando a memória se faz próxima,
reafirmou, "faz duas coisas: aquece o coração e dá alegria".
"E esta alegria é nossa força. A alegria da memória próxima.
Por outro lado, a memória domesticada, que se afasta e se converte em uma
simples lembrança, não aquece o coração, não nos dá alegria e não nos dá força.
Este encontro com a memória é um evento de salvação, é um encontro com o amor
de Deus que fez historia conosco e nos salvou; é um encontro de salvação. E é
tão bom ser salvos, que é preciso festejar".
O Pontífice ressaltou que "quando Deus vem e se aproxima
sempre há festa". E "muitas vezes –constatou– nós os cristãos temos
medo de festejar: esta festa simples e fraterna que é um dom da proximidade do
Senhor".
A vida, acrescentou, "nos leva a afastar esta proximidade, e
a manter somente a lembrança da salvação, não a memória que está viva". A
Igreja, destacou, tem a "sua memória" que é a "memória da Paixão
do Senhor". "Também conosco, advertiu o Papa, acontece que afastamos
esta memória e a transformamos em uma lembrança, em um evento habitual".
Para concluir o Papa Francisco alentou a pedir ao Senhor "a
graça de ter sempre a sua memória perto de nós, uma memória próxima e não
domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e distanciada numa simples
lembrança".
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