Visita do Papa a Assis
Papa Francisco. Foto: Grupo ACI
VATICANO, 04 Out. 13 / 11:51 am (ACI/EWTN Noticias).- Ao celebrar a Missa durante a sua visita a Assis, a terra de
São Francisco, em uma praça lotada de fiéis e peregrinos, o Papa Francisco
assinalou que o testemunho deste santo mostra que "quem segue Jesus,
recebe a verdadeira paz, aquela que só Ele, e não o mundo, pode nos dar".
O Santo Padre criticou que "São Francisco é associado por
muitos à paz, e é justo, mas poucos seguem em profundidade. Qual é a paz que
Francisco acolheu e viveu e nos transmite? Aquela de Cristo, passada através do
amor maior, aquela da Cruz. É a paz que Jesus Ressuscitado deu aos discípulos
quando apareceu em meio a eles".
"A paz franciscana –continuou– não é um sentimento
"piegas". Por favor: este São Francisco não existe! E nem é uma
espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmo… Também isto não é
franciscano! Também isto não é franciscano, mas é uma ideia que alguns
construíram!".
O Papa destacou que "a paz de São Francisco é aquela de
Cristo, e a encontra quem ‘toma sobre si o seu jugo’, isso é, o seu mandamento:
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.? E este jugo não se pode levar com
arrogância, com presunção, com soberba, mas somente se pode levar com mansidão
e humildade de coração".
Depois de saudar os presentes, o Santo Padre indicou que
"como tantos peregrinos, também eu vim aqui para bendizer o Pai por tudo
aquilo que quis revelar a cada um destes ‘pequenos’ de que fala o Evangelho:
Francisco, filho de um rico comerciante de Assis.".
O Papa indicou que o encontro com Jesus levou São Francisco
"a despojar-se de uma vida confortável e despreocupada para
casar-se com a ‘Mãe Pobreza’ e viver como verdadeiro filho do Pai que está nos
céus".
"Esta escolha, por parte de São Francisco, representava um
modo radical de imitar Cristo, de revestir-se Daquele que, rico que era, fez-se
pobre para enriquecer-nos por meio da sua pobreza. Em toda a vida de Francisco,
o amor pelos pobres e a imitação de Cristo pobre são dois elementos unidos de
modo indissociável, as duas faces de uma mesma moeda".
Depois de perguntar-se "o que testemunha São Francisco a nós,
hoje? O que nos diz, não com as palavras – isto é fácil – mas com a
vida?", o Santo Padre assinalou que "a primeira coisa que nos diz, a
realidade fundamental que nos testemunha é esta: ser cristãos é uma relação
vital com a Pessoa de Jesus, é revestir-se Dele, é assimilação a Ele".
"De onde parte o caminho de Francisco rumo a Cristo? Parte do
olhar de Jesus na cruz. Deixar-se olhar por Ele no momento em que doa a vida
por nós e nos atrai para Ele".
O Santo Padre recordou que São Francisco experimentou isto
"de modo particular na pequena Igreja de São Damião, rezando diante do
crucifixo, que também eu pude venerar hoje".
"Naquele crucifixo, Jesus não aparece morto, mas vivo! O
sangue escorre das feridas das mãos, dos pés e dos lados, mas aquele sangue
exprime vida. Jesus não tem os olhos fechados, mas abertos, grandes: um olhar
que fala ao coração".
O Papa indicou que "o crucifixo não nos fala de derrota, de
fracasso; paradoxalmente nos fala de uma morte que é vida, que gera vida,
porque fala de amor, porque é Amor de Deus encarnado, e o Amor não morre,
antes, vence o mal e a morte".
"Quem se deixa olhar por Jesus crucificado é re-criado,
transforma-se uma ‘nova criatura’. Daqui parte tudo: é a experiência da Graça
que transforma, o ser amado sem mérito, mesmo sendo pecadores".
O Papa pediu a São Francisco que "nos ensine a permanecer
diante do Crucifixo, a deixar-nos guiar por Ele, a deixar-nos perdoar, recriar
pelo seu amor".
"Dirigimo-nos a ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a
sermos ‘instrumentos da paz’, da paz que tem a sua origem em Deus, a paz que nos
trouxe o Senhor Jesus".
O Papa Francisco assinalou também que "o Santo de Assis
testemunha o respeito por tudo aquilo que Deus criou e como Ele o criou, sem
experimentar sobre a criação para destruí-la; ajudá-la a crescer, a ser mais
bela e mais similar àquilo que Deus criou".
"E, sobretudo, São Francisco testemunha o respeito por tudo,
testemunha que o homem é chamado a proteger o homem, que o homem esteja no
centro da criação, no lugar onde Deus – o Criador – o quis. Não instrumento dos
ídolos que nós criamos!".
"Desta Cidade da Paz, repito com a força e a mansidão do
amor: respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição!".
O Papa pediu que "respeitemos cada ser humano: cessem os
conflitos armados que ensanguentam a terra, silenciem-se as armas e então o
ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união. Ouçamos o
grito daqueles que choram, sofrem e morrem por causa da violência, do
terrorismo ou da guerra, na Terra Santa, tão amada por São Francisco, na Síria,
no Oriente Médio, em todo o mundo".
"Dirigimo-nos a ti, Francisco, e te pedimos: alcançai-nos de
Deus o dom que neste nosso mundo nos seja harmonia, paz e respeito pela
Criação!".
O Santo Padre pediu também rezar pela nação italiana que celebra
hoje a São Francisco como seu padroeiro.
"Faço minha a oração de São Francisco por Assis, pela
Itália, pelo mundo: ‘Peço-te então, ó Senhor Jesus Cristo, pai das
misericórdias, de não querer olhar à nossa ingratidão, mas de recordar-te
sempre da superabundante piedade que [nesta cidade] mostraste, a fim de que
seja sempre o lugar e a casa daqueles que verdadeiramente te conhecem e
glorificam o teu nome bendito e gloriosíssimo nos séculos dos séculos.
Amém’", concluiu.
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