VATICANO, 27 Set. 13 / 03:53 pm (ACI/EWTN Noticias).- A prova para compreender
se um cristão é um cristão realmente está na "capacidade de suportar com
alegria e paciência as humilhações". Assim o indicou o Papa Francisco
nesta manhã na homilia da Missa que
presidiu na Casa Santa Marta onde reside.
O Papa voltou novamente a advertir sobre o perigo das
"tentações do bem-estar espiritual", que impedem de amar a Cristo com
todo o coração. Sim, "mas até um certo ponto." O perigo da tibieza,
de uma fé feita de cálculos e de passos contidos, sempre está à espreita. E o
Papa Francisco desenvolveu o seu pensamento, de um modo que não deixa lugar a
desculpas. O ponto de partida é o Evangelho de Lucas, na passagem onde Jesus
pergunta primeiro aos seus discípulos o que as pessoas falam Dele e depois o que
eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: "O Cristo de Deus".
"Esta pergunta é dirigida também a nós", diz o Papa, que
enumera imediatamente depois uma série de respostas das quais se filtra a
essência de uma fé amadurecida pela metade. "Para ti, quem sou eu? O
proprietário desta empresa, um bom profeta, um bom professor, alguém que faz
que o seu coração se sinta bem?". Sou "alguém que caminha contigo na vida,
que te ajuda a seguir adiante, a ser um pouco 'bom?" Sim, é verdade, mas a
coisa não acaba aí.
"Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer
quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério, né? Quem pode
explicá-lo?... Mas ele o disse! Se cada um de nós, na oração,
olhando para o tabernáculo, disser ao Senhor: ‘Tu es Cristo, o Filho de Deus
vivo", primeiro não o pode dizer por si mesmo, tem que ser o Espírito
Santo quem o diga nele. E, segundo, prepara-te, porque Ele responderá: "É
verdade".
"Jesus pede a Pedro que não revele a sua resposta a ninguém e
anuncia a sua Paixão, morte e Ressurreição". E aqui, o Papa Francisco
recorda a reação do chefe dos Apóstolos, como se descreve no Evangelho de São
Mateus, que declara: "Isto não acontecerá jamais". "Pedro se
assusta, se escandaliza", nem mais nem menos que outros cristãos que
dizem: "isso nunca vai acontecer! Vou seguir-te até aqui". Este é o
modo para "seguir Jesus para conhecê-lo até um certo ponto".
"E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo:
temos a Igreja,
temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem
Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons,
todos. Porque pelo menos temos que pensar isto. Porque se pensarmos o contrário
é pecado! Mas não basta. Com o bem-estar espiritual até um certo ponto".
"Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até
um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão
realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até a morte,
a morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade
cristã: Eu sou um cristão de cultura e bem-estar? Ou eu sou um cristão que
acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as
humilhações".
O escândalo da cruz, no entanto, continua a bloquear muitos
cristãos. Todos, diz o Papa, querem ressurgir, mas "nem todos"
pretendem fazê-lo pelo caminho da cruz. E, ainda mais, se queixam das
injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se contrariamente ao que Jesus fez
e pede para imitar.
"A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua
capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é
algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem
humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: ser cristão do
bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou ser o cristão que está
próximo a Jesus, pelo caminho de Jesus".
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