Antônio Oriente. Foto: Facebook pessoal
ROMA, 27 Set. 13 / 04:22 pm (ACI/EWTN Noticias).- A história da conversão
de Antônio Oriente, atual vice-presidente da Associação Italiana de
Ginecologistas e Obstetras Católicos (AIGOC) comove aqueles que a conhecem. Faz
uns dias, teve a oportunidade de cumprimentar rapidamente o Papa Francisco e
lhe entregou os instrumentos cirúrgicos que usou por anos para praticar
abortos.
Em declarações ao Grupo ACI, o
médico narrou a sua história. Por vários anos Oriente praticou abortos por
dinheiro. Provinha de uma família pobre e para ele, o êxito era
"avançar" em sua carreira e subir de classe social.
Sua história começou a mudar depois do seu casamento com Maria
Carmela, uma pediatra que amava as crianças.
Passaram os anos e não podiam conceber um filho, enquanto Oriente continuava
-como ele diz- "matando os filhos dos outros".
Todos os dias quando voltava para casa, o médico encontrava a sua
esposa chorando. Uma noite decidiu ficar até tarde no seu consultório porque
"estava destruído, e não podia voltar assim para a minha casa".
Naquela madrugada, um casal de esposos bateu na porta do
consultório pensando que o médico estava passando por algum problema.
O casal escutou a sua história de dor e o convidou para participar
de um encontro de oração para conseguir um pouco de paz.
"Depois disso –afirma Oriente-, comecei a conhecer um Deus
diferente ao que eu conhecia, porque antes o cristianismo parecia para mim uma
obrigação e eu o odiava. Este Deus era misericordioso e me dizia: ‘abre-te a
mim, abandona todo o teu sofrimento’".
"Um dia sentado diante do crucifixo escrevi uma carta ao
Senhor, o que eu chamo de um testamento espiritual: Nunca mais a morte até a
morte. Que classe de filho sou eu que assassino os filhos dos outros? Abandono
a cultura da morte e abraço a vida".
Antônio e a sua esposa começaram a levar uma vida de católicos
comprometidos e pouco tempo depois, depois de vários anos de tentativas
frustradas, Maria Carmela ficou grávida.
"Com esta gravidez milagrosa, o doente deixou de ser para mim
um pedaço de carne e converteu-se em um pedaço da carne do Cristo ao que tinha
o privilégio de tocar com minhas mãos, e desde esse dia, dediquei totalmente a
minha vida a Cristo e à luta da vida", adicionou.
No dia 20 de setembro deste ano, Oriente pôde estar perto do Papa
Francisco na audiência privada que o Pontífice concedeu aos participantes da
Conferência Internacional Mater Care que se celebrou em Roma.
Antônio não fazia parte da delegação de ginecologistas que
cumprimentaria o Santo Padre. Sem audiência reservada nem inscrição feita,
Oriente decidiu viajar a Roma para participar da Conferência.
Horas antes de tomar o seu voo, passou pelo seu consultório e
"como um robô", conforme explica, dirigiu-se à cadeira dos pacientes
para olhar debaixo dela. Encontrou aí uma imagem de 1999 da Virgem de Luján, a
padroeira da Argentina, país natal do
Papa Francisco.
Nesse instante, Oriente compreendeu que devia levar a imagem
consigo e voar com mais decisão que nunca até Roma.
"Ao chegar à Sé de Pedro –conta-, encontrei-me com um Bispo,
disse-lhe que percorri 800 quilômetros até chegar ali e que trazia comigo as
ferramentas do aborto para
deixa-las diante do Papa. A Virgem esteve comigo".
O médico atribui a imagem da Virgem de Luján a uma paciente
argentina que faz muitos anos deve ter deixado lá. A mulher pedia um aborto,
mas ele a dissuadiu e hoje em dia "é profundamente feliz com o seu
filho".
No seu rápido encontro com o Papa lhe disse: "Santo Padre eu
já não faço mais abortos, estou a favor da vida, queria uma bênção para os
médicos que querem fazer uma equipe de saúde a favor da vida".
O ginecologista lhe entregou nesse instante uma bolsa com o
material cirúrgico, ao que o Papa respondeu –conforme relata Oriente-:
"Esta noite farei uma oração. Isto, tenho que levar comigo para o meu
quarto na Santa Marta". Depois, lhe impôs as suas mãos e lhe disse:
"Você está abençoado e lute pela vida".
Oriente explica que com este gesto, "os instrumentos da morte
foram abandonados aos pés do sucessor de Pedro na Terra, tal e como a morte
fica aos pés de Jesus a favor da vida".
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