Dom Juan José Asenjo. Foto: Conferência
Episcopal da Espanha
SEVILHA, 27 Set. 13 / 11:07 am (ACI/Europa Press).- O Arcebispo de Sevilha
(Espanha), Dom Juan José Asenjo, mostrou-se convencido de que a Igreja não sofrerá um "giro
copernicano" com o trabalho de Francisco, assegurando que "quem
espera decisões radicais em matéria de dogma ou moral se sentirá
frustrado".
"É necessário ser moderados e prudentes, porque pode
acontecer que os que agora entoam os 'hosanas' do Domingo de Ramos daqui a uns meses gritem
crucifiquem-no e vamos pelo caminho da Sexta-feira Santa", ressalta.
Em uma entrevista concedida a Onda Zero, Asenjo assegurou que não
se trata de uma "questão de imagem, mas sim de fundo", de
"ressuscitar a Igreja diante do mundo, muito mais simples e próxima ao
povo e aos pobres, imitadora de Jesus Cristo que veio ao mundo para
servir".
"Algumas coisas do ouropel vão mudar", acrescenta,
depois de criticar as "elucubrações da imprensa com determinada
ideologia", assinala que as pessoas estão gostando das manifestações do
Papa e que na Espanha estão "expectantes", acrescentando que não se
conseguirá nunca fazer com que um bispo se distancie do pensamento do Papa
porque eles estão educados na obediência e sabem o que significa o sucessor de
Pedro.
Sobre as declarações de Francisco sobre o matrimônio,
o aborto e os
anticoncepcionais, entre outros, Dom Asenjo interpreta que as palavras do Santo
Padre se referiam à necessidade de pregar o Evangelho "íntegro",
enquanto que "quem só insiste nestes aspectos abandona outras partes
nucleares do Evangelho".
"O Papa pede pregá-lo de forma íntegra sem centrar nesses
temas, que também são importantes como o respeito à vida",
insiste, assinalando que o aborto é uma "monstruosidade desde qualquer
perspectiva e não cabe esperar uma mudança de linha por parte da Igreja a
respeito".
Também, assegura que não acontecerão mudanças de linha quanto aos
homossexuais, alegando que são "homens e mulheres que merecem todo o
respeito, mas desde a moral cristã não se pode justificar a prática
homossexual".
Sem partidos
Sobre a inclinação política de esquerda ou de direita dos membros
da Igreja, Dom Asenjo opina que um Bispo ou um sacerdote deve ser "de
todos, somos de Jesus Cristo". Assim, não é partidário nem de direita nem
de esquerda.
"As palavras do Papa foram tiradas de contexto, já que eram
relativas ao golpe de estado da Argentina, dizendo que não estava com o
golpe", esclarece.
Além disso, manifestou que não vê "em um futuro
imediato" mulheres cardeais e
pede aos sacerdotes que "saiam às encruzilhadas dos caminhos, que se
molhem com o mar e se sujem com o barro, sem ficar somente nas sacristias e no
púlpito".
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