Santa
Filomena
Século IV
"Filomena era filha
dos reis de um pequeno Estado da Grécia. Ela nasceu após seus pais
converterem-se ao cristianismo, no dia 10 de janeiro. Foi uma bênção de Jesus,
pois a rainha era estéril. No batismo, recebeu o nome de Filomena, que
significa "filha da luz da fé". Aos doze anos, fez os votos de
virgindade e tornou-se esposa de Jesus.
Tinha treze anos quando o imperador romano
Diocleciano declarou guerra a seu pai. O rei decidiu viajar para Roma, com a
esposa e a filha, e suplicar ao imperador pelo seu povo. O imperador
encantou-se com a beleza da jovem e prometeu desistir da guerra se o rei lhe
desse a linda filha em casamento. Os reis, com alegria, logo aceitaram, mas
Filomena contestou, porque já tinha compromisso com Jesus, seu divino esposo. E
ninguém conseguiu convencê-la do contrário. O imperador, humilhado, mandou
prendê-la e torturá-la com chicotadas durante trinta e sete dias. Nossa Senhora
apareceu-lhe na prisão e revelou que dentro de três dias voltaria com seu amado
Filho e a levariam para o céu. O imperador, cada vez mais cego pelo ódio,
mandou flechá-la, mas as flechas voltaram e mataram os arqueiros; então ele
mandou jogá-la no rio Tibre com uma âncora no pescoço, mas veio um anjo e
cortou a corda. Diante disso, o tirano ordenou que ela fosse decapitada. E
assim sua alma voou gloriosamente para o céu, no dia 10 de agosto, numa
sexta-feira, às três horas da tarde, como seu divino esposo Jesus." Esse
relato está no livro "Revelações", de madre Maria Luiza de Jesus,
fundadora da Ordem Religiosa das Irmãs da Imaculada e de Santa Filomena.
Entretanto o corpo de santa Filomena só foi
encontrado nas escavações das catacumbas de Priscila, em Roma, no dia 25 de
maio de 1802. A sepultura estava intacta, fato realmente raríssimo, e foi
aberta na presença de autoridades civis, religiosos da Igreja e peritos leigos.
Durante as escavações, ainda encontraram: três placas de terracota, com as
seguintes inscrições: "Paz te Cum Fi Lumena", ou seja "A paz
esteja contigo, Filomena". O caixão tinha os entalhes de uma palma, três
flechas, uma âncora, um chicote e um lírio, indicando a forma de seu martírio e
morte. Dentro dele estavam as relíquias do corpo de uma jovem e um pequeno
frasco com um líquido vermelho ressequido. Os peritos verificaram que o corpo
era de uma jovem com cerca de treze anos, que tinha o crânio fraturado e que
teria vivido no século IV. Assim, finalmente, foram encontradas as relíquias da
jovem mártir santa Filomena, que ficaram sob os cuidados da Igreja Católica.
Essas relíquias foram transferidas para a igreja
de Nossa Senhora das Graças, em Nápoles, onde muitas graças e milagres foram
alcançados por intercessão da santa, bem como ocorreram em muitas outras partes
do mundo cristão.O seu santuário tornou-se um centro de intensa e freqüente peregrinação.
O dominicano monsenhor Mastai Ferretti, que se
tornou o papa Pio IX em 1849, foi ao santuário de Santa Filomena, em Nápoles, e
celebrou uma missa na igreja em agradecimento à graça e intercessão da santa,
que o curou de uma doença grave. Outros pontífices declararam-se fiéis devotos
de santa Filomena, entre eles o papa Leão XII, que a proclamou "a grande
milagrosa do século XIX". Foi o papa Gregório XVI que a nomeou
"Padroeira do Rosário Vivente" e escolheu o dia 11 de agosto para a
sua festa.
Entretanto as seqüências dos estudos e descobertas
posteriores mostraram que a sepultura de santa Filomena havia sido utilizada,
ao longo dos séculos, para abrigar outros mártires. Diante de tal conclusão, a
Igreja, durante a reforma universal dos ritos litúrgicos, em 1961, suprimiu-a
do calendário. Mas os reconhecimentos oficiais dos milagres por intercessão de
santa Filomena, a legião de fiéis e peregrinos, a própria devoção particular de
papas e muitos santos continuam dando vida a esta celebração como marca da
grande e intensa manifestação de fé que o povo tem pelo Redentor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário