sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bem-aventurada Ana Maria Taigi - 9 de junho

Ana Maria Taigi
Bem-aventurada
1769-1837

Ana Maria Antonia Gesualda nasceu na bela cidade toscana de Siena, em 29 de maio de 1769, na Itália. Era filha única de um conceituado farmacêutico de Siena. A família foi obrigada a emigrar para Roma em busca de melhores condições de vida, quando os negócios pioraram. Ali, viveram na pobreza, com Ana Maria abandonando seus estudos para trabalhar e ajudar no sustento da casa. 
Mas a vida mundana de luxo fácil que a cidade eterna proporcionava chegou a tentar esta jovem que sonhou com tudo isto. Conseguiu passar ilesa porque se casou, aos vinte e um anos, com Domingos Taigi, servidor do palácio Chigi. Ele era um homem piedoso, mas de caráter difícil e grosseiro, que nunca compreendeu exatamente os dons especiais da esposa. Vivendo no ambiente da corte, o casal acabou buscando a felicidade fútil das festas, vaidades, diversões e fortuna. Depois de três anos ela viu o vazio de sua vida familiar e o quanto estava necessitada de Jesus. 
Foi à uma igreja e fez uma confissão profunda com um sacerdote que se tornou seu orientador espiritual. Foi nesse instante que ocorreu sua conversão. A partir de então iniciou uma nova vida, dedicada aos deveres cristãos, e a procura da santificação. Ana Maria quis entregar-se a duras penitências, mas o padre a fez compreender que seu sacrifício consistia no amor e fidelidade ao sacramento do casamento e no papel de mãe. 
A sua família foi crescendo com a chegada dos sete filhos, três dos quais morreram ainda pequenos, e dos seus velhos pais. Mas encontrava tempo para ajudar nas despesas da casa costurando sob encomenda. O pouco que tinha era sempre dividido com os pobres e doentes, que nunca deixou de ajudar. Mais tarde, quando a filha Sofia ficou viúva com seis filhos, foi Ana Maria que os acolheu e criou, dando-lhes a formação reta no seguimento de Jesus e na devoção a Maria. 
Em 1808, recebeu autorização e ingressou na Ordem Terceira secular da Santíssima Trindade. Favorecida com dons especiais da profecia, tornou-se conhecida por seus conselhos no meio do clero. Ana Maria tornou-se muito respeitada durante todos os quarenta e sete anos em que "um sol luminoso aparecia diante dos olhos, onde via os acontecimentos do mundo, os pensamentos e as almas das pessoas", como ela mesma descrevia. Foi conselheira espiritual de vários sacerdotes, hoje todos santos, como Vincente Pallotti, Gaspar Del Búfalo, Vicente Maria Strambi, de nobres e outras personalidades eclesiásticas ilustres. 
Ela faleceu em 9 de junho de 1837. O papa Bento XV beatificou-a em 1920, designou sua celebração para o dia de sua morte e declarou-a padroeira das mães de família. O corpo da bem-aventurada Ana Maria Taigi, que prodigiosamente se conservou incorrupto, está guardado na igreja de São Crisógono, em Roma, numa capela a ela dedicada.


Beata Ana Maria Taigi 

Comemoração Litúrgica:  09 de junho. 

 Também nesta data: Bem-Aventurado José de Anchieta; santos:  Ricardo e Diana

                                             Talvez não houve em toda Roma,  durante o século dezenove, uma mulher mais notável que Ana Maria Taigi, a abnegada e trabalhadora esposa de um criado e mãe exemplar de muitos filhos, que foi honrada com a particular estima de três sucessivos Pontífices e cuja pobre casa foi o centro de reunião para muitos altos personagens da Igreja e do Estado que buscavam sua intercessão, seu conselho e  sua opinião, nas coisas de Deus. 
                                             Ana Maria Antonia Gesualda, nasceu em 29 de maio de 1769, em Siena, onde seu pai era boticário. A família perdeu seus bens e reduzida à pobreza, emigrou a Roma, onde os pais de Ana trabalharam no serviço doméstico nas casas particulares, enquanto que a jovem se internava em uma instituição que se encarregava de educar as crianças sem recursos. À idade de treze anos, Ana começou a  ganhar o pão de seu trabalho. Durante algum tempo esteve empregada em uma fábrica de tecidos de seda e depois entrou ao serviço de uma nobre dama em seu palácio.  
                                             Ao converter-se em mulher, experimentou uma forte inclinação por vestidos ostentosos e o desejo de ser admirada, o que em ocasiões a pôs na orla do mal e se não caiu nos abismos do pecado, foi por seus bons princípios. Além disso, em 1790, quando tinha vinte e um anos, salvou-se das tentações ao casar-se com Domenico Taigi, um servidor do palácio Chigi. Ainda então continuavam atraindo-lhe as  coisas do mundo, porém, pouco a pouco, a graça ia apossando-se de seu coração e sentiu remorsos de consciência que a impulsionaram a fazer uma confissão geral.  
                                             Seu primeiro intento de abrir o coração diante de um sacerdote, chocou-se com uma aridez negativa; porém, pela segunda tentativa, teve êxito. Encontrou o guia espiritual que necessitava em um frade servita, o padre Ângelo, que haveria de ser seu confessor durante muitos anos. O sacerdote se deu conta desde o início que estava tratando com uma alma eleita e ela, por sua parte, sempre considerou o momento em que conheceu o padre Ângelo como a hora da sua conversão.  Desde aquele dia renunciou a todas as vaidades do mundo e  contentou-se em vestir as roupas mais simples.  Não voltou a tomar parte em diversões mundanas, a menos que seu esposo especialmente pedisse. Seu maior consolo e alegria encontrou na oração, e seu generoso desejo de submeter-se a mortificações externas,  teve que ser moderado por seu confessor  que adaptou-a aos limites em que não se afetasse os deveres de sua vida diária como ama da casa.  Seu marido era um bom homem, porém de escassas luzes e muito impertinente;  se bem que apreciasse as  evidentes qualidades da esposa, nunca pode compreender os heróicos esforços de Ana por adquirir a santidade nem seus dons especiais. Ela sempre cumpria seus deveres cotidianos da casa com extraordinária entrega.  
                                             A família que Ana devia cuidar estava formada por seus sete filhos,  dois dos quais morreram quando eram pequenos,  seu marido e seus pais, que viviam com ela. Cada manhã, os reunia a todos para rezar;  aos que podiam.  Os levava para ouvir a missa e pela noite voltavam a reunir-se todos para escutar leituras espirituais e fazer as orações. Ana se preocupava, sobretudo, de vigiar a conduta das crianças. 
                                             Se diria que um trabalho doméstico tão excessivo tivesse monopolizado as energias de qualquer mulher;  sem embargo, as obrigações familiares não a privavam de entregar-se a experiências místicas de grande altura. Para se ter uma idéia sobre isto, recorremos às memórias sobre a beata, escritas depois de sua morte pelo cardeal Pedicino, a quem conheceu por intermédio de seu confessor e com quem compartilhou, durante trinta anos a  direção espiritual daquela alma eleita. Mui possivelmente, através do cardeal se deram a conhecer as excelsas virtudes e dons sobrenaturais da beata. Desde o momento de sua conversão, Deus a gratificou com maravilhosas intuições sobre seus desígnios com respeito aos perigos que ameaçavam a Igreja, sobre acontecimentos futuros e sobre os mistérios da fé. Estas coisas se revelaram a Ana em um "sol místico" que reverberava diante de seus olhos e em que viu também as iniqüidades que os homens cometiam continuamente contra Deus. Naquelas ocasiões sentia que era seu dever dar satisfações ao Senhor por aqueles agravos e oferecer-se como vítima. Por isso sofria Ana verdadeiramente agonias físicas e mentais quando se entregava à oração pela conversão de algum pecador endurecido. Com freqüência lia os pensamentos e adivinhava os motivos entre as pessoas que a visitavam e em conseqüência, podia ajudá-las de uma maneira que parecia sobrenatural. Entre as personalidades que estiveram relacionadas com ela, devem mencionar-se a São Vicente Strambi, a quem ela prognosticou a data exata de sua morte. 
                                             Nos primeiros anos depois de sua conversão, Ana Maria teve abundantes consolos espirituais e arroubamentos, porém, mais tarde, especialmente durante os últimos anos de sua vida, sofreu extensamente pelos ataques de Satanás. Estas provas, todavia, aos quebrantos de sua saúde e às murmurações e calúnias, lhe deram ocasião para mostrar resignação e suportou-as alegremente.  Em 9 de junho de 1837 morreu, ao cabo de nove meses de agudos sofrimentos com a idade de sessenta anos.                                       
   Foi beatificada em 1920 e seu sepulcro se encontra em Roma, na Igreja de São Crisógono, dos padres Trinitários, em cuja ordem a beata era terceira. Seu corpo jaz em ataúde de cristal para que se possa contemplar seu corpo incorrupto.
ORAÇÃO(Ditada pela Virgem durante um êxtase)
Prostrada a vossos pés, grande Rainha do céu, eu os venero com o mais profundo respeito e confesso que sois Filha de Deus Pai, Mãe do Verbo Divino, Esposa do Espírito Santo. Sois a tesoureira e a distribuidora das divinas misericórdias. Por isso os chamamos de Mãe da Divina Piedade. Eu me encontro em aflição e angústia. Dignai-vos mostrar-me que me amais de verdade. Os peço igualmente que rogueis com fervor à Santíssima Trindade para que nos conceda a graça de vencer sempre ao demônio, ao mundo e as más paixões;  graça eficaz que santifica aos justos, converte aos pecadores, destruí as heresias, ilumina aos infiéis e  conduz os judeus à verdadeira fé.  Obtenha-nos que o mundo inteiro forme um só povo e uma só Igreja.  Amém!





Tríduo a Bem-Aventurada Ana Maria Taigi 

Ó Bem-aventurada Ana Maria Taigi, que no humilde estado de esposa e de mãe, confiado a vós pela Providência, respondestes generosamente às inspirações da graça com a qual Deus vos convidava a adquirir a perfeição evangélica, e, na fidelidade constante ao esposo e na educação cristã dos filhos, soubestes entrelaçar a coroa da vossa santidade: nós admiramos aquele espírito de fé com o qual transformastes a vossa casa num santuário onde rezáveis e ensináveis a rezar aos vossos filhos; aquele amor ao recolhimento que vos manteve sempre unida a Deus; aquela heróica mortificação cristã através da qual vos imolastes pela conversão dos pecadores, pela exaltação da Santa Igreja e do Papa, pela humilhação de seus inimigos e pela salvação de Roma; e, enfim, aquele ardente desejo de honrar a Santíssima Trindade que vos impulsionou a abraçar a Terceira Ordem Trinitária e, como Terciária, na fervorosa e fiel observância dos votos de castidade e de obediência segundo o vosso estado, oferecer ao trono do Deus Uno e Trino um sacrifício vivo de louvor e de glória.
 OU:
Ó Bem-aventurada Ana Maria, enquanto louvamos e bendizemos a Deus por todas as graças, os dons extraordinários e os carismas celestiais com os quais quis enriquecer-vos, suplicamos confiantemente a vossa intercessão pelas nossas necessidades espirituais e temporais. Suplicai para nós ao Senhor, sobretudo, a graça de santificar-nos no próprio estado e trabalharcom zelo para a glória de Deus e a salvação das almas, a fim de que, depois de ter vivido a serviço do Senhor, possamos contemplá-lo eternamente no paraíso. Amém.

   Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

V. Rogai por nós Bem-aventurada Ana Maria Taigi.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: 
Ó Deus, grandeza dos humildes, que na Bem-aventurada Ana Maria Taigi deixastes às mães de família um sublime exemplo de caridade e paciência, fazei que, pelos seus méritos e sua intercessão levemos com alegria nossa cruz e, seguindo os seus exemplos e as suas virtudes, possamos sempre amar-vos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

***

V. Ora pro nobis, beata Anna Maria Taigi.
R. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi.

Oremus: 
Fideles tuos, quaésumus Dómine, pio favore proséquere: ut, quibus in beata Anna Maria ómnium domesticárum virtútum exémplum ostendísti; eósdem, ipsíus vestígiis inhaeréntes, júgiter in sanctis opéribus confirmare dignéris. Per Christum Dóminum nostrum. Amen.

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