sexta-feira, 8 de junho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 09/06/2012

9 de Junho de 2012 


Marcos 12,38-44

Comentário do Evangelho

Denúncia dos sistemas desumanos

Jesus, em Jerusalém, encerra seu ministério com duras palavras contra o sistema do Templo. Ensinando no próprio Templo, adverte o povo contra a sua exploração por parte dos escribas, que "devoram as casas das viúvas". Estes ostentam poder e piedade para humilhar o povo simples e mantê-lo sob seu domínio. 
Jesus senta-se em frente ao Tesouro, anexo ao Templo. Observava como a multidão depositava dinheiro nos cofres. Os ricos, interessados em fortalecer o sistema do Templo, do qual se beneficiavam, colocavam grandes quantias. Uma pobre viúva vem e deposita duas moedinhas. Jesus fala que a pobre viúva deu mais do que todos, pois deu tudo o que possuía. A piedade tradicional interpreta a fala de Jesus como sendo a apresentação de um modelo a ser seguido. Na realidade, em continuidade à denúncia dos escribas que "devoravam a casa das viúvas", segue esta denúncia do sistema desumano do Templo que, claramente, explora os pequenos, humildes e pobres, como aquela viúva.

José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

A nova contabilidade do Reino, ensinada por Jesus: nós só possuímos aquilo que repartimos. O óbolo da viúva levava consigo a generosidade. Os ‘muitos dinheiros’ depositados pelos ricos vinham carregados de orgulho, de desejos de que o Senhor lhes retribuísse com abundância. Ainda hoje, muitos pensam assim...
Reflexão
Entre as inúmeras motivações que encontramos nos dias de hoje para o seguimento de Jesus, uma delas é a busca de privilégios. Isso não é uma coisa nova. Basta, para nós, a memória dos filhos de Zebedeu, que queriam sentar-se à direita e à esquerda de Jesus na sua glória. De fato, a religião pode tornar-se fonte de privilégios para muitas pessoas, principalmente numa sociedade religiosa e hierarquizada como a nossa. Não é essa a vontade de Jesus para os seus seguidores, pois Jesus não quis privilégios nem mesmo para si próprio. Ele quer de nós a disponibilidade e a entrega de vida, a exemplo da viúva que, com a única moeda que não seria valorizada por ninguém, deu o maior exemplo de total entrega.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “As moedinhas insignificantes que valiam uma fortuna...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção: vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito de rasgação de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.

De repente, no meio de tantos talentos grandiosos de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembleia. Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.

Certamente os que ofertavam grandes quantias eram os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que se tomassem decisões sem consultá-los previamente.

Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade? Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos acostumados a pensar que pessoas simplezinhas dessa maneira, só atrapalham porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o que pensam...

Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em que fez os agradecimentos, mandou levantar –se uma mulher humilde que estava ali na assembleia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso reparto com ela esse título que vocês me concedem”.

E nesse momento a mesa das autoridades e toda a assembleia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que sentiu-se valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser para trabalhar na cozinha...

Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de si naquilo que fazem...

2. Denúncia dos sistemas desumanos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Senhor Jesus, dá-me pureza de coração, para que todas as minhas ações sejam marcadas pela sinceridade e por um amor verdadeiro ao Pai.

3. A GENEROSIDADE LOUVADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O contraste entre a oferta dos ricos e a da pobre viúva foi sublinhado, de propósito, por Jesus. Dois gestos, materialmente idênticos, escondiam diferenças significativas. A oferta do rico, maior em quantidade, não tinha a qualidade da oferta da viúva: a primeira provinha do supérfluo, a segunda da penúria e significava abrir mão do próprio sustento. A generosidade do rico revelou exibição, enquanto a da viúva tinha a consistência de um gesto feito de coração.

A observação de Jesus deixava transparecer sua simpatia e predileção pelos pobres. A humildade e simplicidade destes tornavam-nos abertos para Deus, a ponto de se esquecerem de si mesmos e de suas necessidades materiais. A total confiança na misericórdia divina levava-os a se mostrarem desapegados mesmo daquilo que lhes era necessário para sobreviver.

Desta maneira, os pobres mostravam-se mais predispostos a acolher o Reino de Deus. Por não estarem apegados aos bens materiais, deixavam espaço aberto para Deus se tornar Senhor de suas vidas. Jesus dava-se conta de como a pobreza gerava liberdade, possibilitando a ação do Reino.

Louvando o gesto daquela pobre viúva, Jesus denunciava o daqueles que acreditavam poder comprar a benevolência divina com esmolas generosas.

Oração
Espírito de generosidade, liberta meu coração de todo apego aos bens deste mundo, tornando-me capaz de partilhar até mesmo do meu pouco.

A oferta sincera agrada o coração de Deus


Postado por: homilia

junho 9th, 2012


O Evangelho de São Marcos nos diz que os escribas e fariseus faziam ostentação de sua suposta bondade. Davam esmolas, tocavam a campainha, rezam em frente ao templo e em tom de grandiosidade ocupavam os primeiros lugares, etc.
“Acautelai-vos dos escribas. Eles gostam de passear com longas vestes e de receber cumprimentos nas praças. Querem os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes” (Mc 12,38-39).
Logo a seguir, a Palavra nos conta a história da viúva que, dando a menor das moedas, dava tudo o que tinha. Foi uma atitude que Jesus apreciou e dela fez o elogio aos seus discípulos. A esmola da viúva, modesta no seu valor, foi a de maior significado. A misericórdia é uma virtude moral pela qual uma pessoa se dedica à outra com compaixão, dando ajuda espiritual e material à medida de suas posses.
O mérito não está na grandeza ou na pequenez da nossa oferta a Deus, mas sim em como  a fazemos.
Os mestres da Lei, por exemplo, prevalecendo-se da estima que gozavam do povo, tornavam-se vaidosos e inescrupulosos. Sentiam prazer em ser reconhecidos como pessoas altamente consideradas. Sendo assim, abusavam da boa fé e da hospitalidade das pobres viúvas, passando longas horas de oração na casa delas, só para comer do bom e do melhor. Com prazer, jogavam consideráveis esmolas no tesouro do templo para serem vistos e louvados pelos presentes. Tal esmola, porém, embora valiosa em termos monetários, não tinham valor para Deus.
Bem diferente era o destino e a situação da pobre viúva que, tendo oferecido apenas algumas moedinhas, fez um gesto altamente agradável ao Senhor, marcado pela simplicidade e pela discrição. Talvez, só Jesus a tenha observado. A viúva não ofereceu do seu supérfluo. Antes, abriu mão do que lhe era necessário para fazer um gesto agradável ao Senhor. Por isso, seu pouco se tornou muito aos olhos de Jesus, porque Deus vê o coração, sabe a sua dor, as suas aflições e necessidades.
Jesus sabe daquilo que eu e você podemos doar. Ele acredita no meu e no seu potencial e preparou muitas coisas que somente nós podemos resolver. Mas nós ainda não demos tudo o que podíamos e, por isso, continuamos amarrados e infelizes. Não sejamos egoístas, mas generosos. Diga o seu ‘sim’ e dê tudo aquilo que você pode e deve dar. Siga o exemplo da viúva e veja como ela agradou a Deus. Se assim fizer, também a sua oferta será agradável a Ele.
Padre Bantu Mendonça

Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura rezando, 
com todas as pessoas que navegam na internet: 

Jesus Mestre, vós dissestes que a vida eterna consiste em conhecer a vós e ao Pai. 
Derramai sobre nós os dons do Espírito Santo! 
Que ele nos ilumine, 
e fortaleça no vosso seguimento, 
porque sois o único caminho para o Pai. 
Fazei-nos crescer no vosso amor, 
para que sejamos, como São Paulo, 
testemunhas vivas do vosso Evangelho. 
Com Maria,mãe, mestra e rainha dos apóstolos, 
guardaremos a vossa Palavra, meditado-a em nosso coração. Amém. 

1. Leitura (Verdade)
 
O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto do dia: 
Mc 12,38-44, 
e observo pessoas, palavras, atitudes. 
Jesus exalta a generosidade da mulher viúva e sua confiança em Deus. Deus é tudo para ela. Nesta certeza, ela sabe que nada lhe faltará. 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Posso me questionar se as boas obras que faço têm o objetivo de buscar reconhecimento, vaidade... ou vêm de um desejo sincero do coração, desejo de justiça, porque diante de Deus somos iguais em direitos?

 Tudo nos vem de Deus. 
Os bispos, em Aparecida afirmaram: 

"Também o encontramos (Jesus) de um modo especial nos pobres, aflitos e enfermos (cf. Mt 25,37-40), que exigem nosso compromisso e nos dão testemunho de fé, paciência no sofrimento e constante luta para continuar vivendo. Quantas vezes os pobres e os que sofrem realmente nos evangelizam! No reconhecimento desta presença e proximidade e na defesa dos direitos dos excluídos encontra-se a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo" 
(DAp 257). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo, espontaneamente, e concluo com a 
oração do Pai Nosso. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Como vou vivê-lo na missão? 

Meu novo olhar me leva a encontrar a presença de Jesus Cristo nos mais pobres e sofredores. 
"O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo. Da contemplação do rosto sofredor de Cristo neles e do encontro com Ele nos aflitos e marginalizados, cuja imensa dignidade Ele mesmo nos revela, surge nossa opção por eles. A mesma união a Jesus Cristo é a que nos faz amigos dos pobres e solidários com seu destino." 
(DAp 257). 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, infunde em nós a generosidade. Abre os nossos olhos para enxergar os irmãos, especialmente os mais pobres, os enjeitados pela sociedade, os discriminados. Que os vejamos – a todos! – como irmãos nossos e também de Jesus, o Cristo, teu Filho Unigênito, que contigo reina unidade do Espírito Santo.

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