domingo, 29 de janeiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/01/2012

28 de Janeiro de 2012 

Marcos 4,35-41

Comentário do Evangelho

Os primeiros discípulos

No evangelho de Marcos, o início do ministério de Jesus na Galileia se dá a partir do mar. Os primeiros discípulos são chamados de junto do mar e é aí a base deste ministério. "Passemos para a outra margem" indica a abertura para a missão entre os gentios das regiões vizinhas. As diversas viagens de barco são recursos literários, utilizados por Marcos, para organizar a sua narrativa, alternando o ministério na Galileia com o ministério entre os gentios, tendo também importante conteúdo simbólico. Os discípulos, no barco batido pelas ondas, exprimem as comunidades com suas dificuldades, no cumprimento de sua missão transformadora da sociedade. Porém, se até o vento e o mar obedecem à palavra de Jesus, por que, enchendo-nos de fé, não iremos nós também obedecer-lhe, empenhados na construção do mundo novo possível, onde vigorem a justiça, a fraternidade, a alegria e a paz? 

José Raimundo Oliva




Vivendo a Palavra

O Mestre continua perguntando: Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé? A nossa resposta só pode ser com um jeito renovado de viver o seguimento de Jesus: enfrentando os obstáculos com alegria e confiança, livres de medos e cheios de generosidade para os companheiros de viagem.

http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php


Reflexão 
Existem muitas coisas na nossa existência que nos deixam com medo, desde coisas simples, 
como o medo de insetos inofensivos, até coisas verdadeiramente terríveis, que podem em questão de
 segundos aniquilar a nossa vida, como é o caso de terremotos ou guerras nucleares. Além disso, 
temos os nossos fantasmas que criamos e que nos metem medo, como por exemplo o medo de escuro 
ou de almas do outro mundo. Mas existem pessoas que possuem também um medo muito 
grande do próprio Deus, e isso acontece porque não foram capazes de descobri-lo como amor e de 
buscarem um relacionamento amoroso com ele, fazendo do próprio Deus um fantasma a mais nas 
suas próprias vidas.



Com Jesus não há motivo para o cristão ter medo


Postado por: homilia


janeiro 28th, 2012

Muitas vezes, costumamos usar frases como “estou passando por uma tempestade” para falar que estamos passando por uma situação difícil. E quantas vezes também dizemos que nossa comunidade está navegando em “águas tranquilas” ou de “vento em popa”. Com isso, queremos dizer que no momento não há dificuldades, que tudo vai bem, as pessoas se entendem e de fora não há maiores ameaças que possam destruir o espírito comunitário.
Mas, é assim que sentimos normalmente a comunidade? Ou existem outras figuras que explicam melhor o que se passa? Por exemplo: parece que “o barco está afundando” ou uma “tempestade” atingiu nossa comunidade, ou ainda, tem muita “onda brava” querendo nos arrasar. Que significa isso? Significa que o “mar” da nossa sociedade está tão cheio de perigos e de ameaças que a gente não consegue mais se defender. Ou que os “ventos” do espírito de egoísmo e consumismo invadem tudo.
E nós? Ficamos com medo ou resistimos com confiança e coragem? Como sentimos a presença de Jesus que acalma a tempestade?
São Marcos usa essa mesma linguagem para mostrar como a comunidade cristã estava 37 anos após a Morte e Ressurreição de Jesus. Explico-me melhor:
Quando surgiu o Evangelho de Marcos, por volta do ano 70 d.C., a comunidade cristã estava sendo perseguida pelo Império Romano. A situação de medo, pavor e intranquilidade fez com que Marcos comparasse essa comunidade com um barquinho perdido no mar da vida, açoitado por ventos fortes e impedido de chegar ao porto.
Para os judeus o mar era o lugar da morada dos monstros e dos poderes da morte, onde a frágil vida do homem estava em constante perigo. Para os cristãos daquela época Jesus parece estar dormindo, pois não aparece nenhum poder divino para salvá-los das perseguições. É em vista desta situação de desespero que Marcos, na hora de escrever o seu Evangelho, como resposta positiva para as comunidades se animarem, recolhe vários episódios da vida que revelam qual o Jesus presente no meio da comunidade cristã.
Com esse episódio, Marcos procura abrir os olhos dos cristãos para mostrar-lhes que o contrário da fé não é a incredulidade, mas sim o medo. E que o medo impede de compreender Jesus como o Senhor da vida, que triunfa sobre a morte. Jesus é vencedor! Não há motivo para os cristãos terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada.
Foi um dia pesado, de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas, Jesus diz: “Vamos para o outro lado!”. Do outro lado do mar da Galileia ficava uma região de gente “pagã”, que não pertencia ao povo israelita. Os discípulos sentiam medo de entrar em contato com essa gente. Do jeito que Jesus estava, eles O levam no barco, de onde tinha feito o discurso das parábolas. De tão cansado, Cristo deita e dorme. Esse é o quadro inicial que o evangelista pinta. Quadro bonito, bem humano.
O mar era um lugar que dava medo. O povo daquele tempo pensava que no mar moravam grandes monstros e onde o demônio andava solto. Quem mandava no mar eram os demônios. Por isso, na Bíblia, muitas vezes, mar não tem só o sentido de grande extensão de água, mas também símbolo de perigo e das forças do mal.
Só que muita gente não sabe que o “mar” da Galileia, na verdade, não passava de um grande lago cercado por altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas provocando as inúmeras interpretações, como as que já vimos.
Vento forte, mar agitado, ondas… São também símbolos de agitação, ligados ao mar. Quando a primeira comunidade cristã refletia sobre essa passagem do Evangelho, lembrava-se das dificuldades e ameaças de destruição que enfrentava.
Os discípulos eram pescadores experientes. Se eles acham que vão afundar, então a situação é perigosa mesmo! A barca era um instrumento para navegar. Mas era também um símbolo da comunidade dos primeiros cristãos. Eles sentiam a sua caminhada como um barco navegando pelo mar.
Jesus nem sequer acorda e continua dormindo. Este sono profundo não é só sinal do grande cansaço, é também expressão da confiança tranquila que Ele tem em Deus. O contraste entre a atitude de Cristo e a dos discípulos é grande!
Os primeiros cristãos, muitas vezes, achavam que as dificuldades e perseguições eram maiores do que as suas forças. Jesus, que tinha prometido estar sempre junto deles, parecia estar dormindo.
Jesus Nazareno acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Primeiro, Ele se dirige ao mar e diz: “Fique quieto! Cale-se! Acalme-se!” E logo o mar se acalma. Não se trata de uma ordem do Senhor que tem efeitos mágicos. Marcos não quer mostrar que Jesus pode mudar as leis da natureza, quer mostrar que Ele é uma presença que vence os poderes do mal e traz de novo coragem e confiança para os seguidores que estão assustados com as dificuldades e perseguições.
Em seguida, se dirige, aos discípulos e diz: “Por que vocês têm medo? Ainda não têm fé?” A impressão que se tem é que não é preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega a uma casa e o cachorro, ao lado do dono, late muito. Aí não precisa ter medo, pois o dono está lá e controla a situação. O episódio evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (cf. Ex 14,22). Evoca o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Jesus refaz o êxodo e realiza a profecia anunciada pelo Salmo 107 (106).
E acalma o mar e diz: “Então, vocês não têm fé?” Os discípulos não sabem o que responder e se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Jesus parece um estranho para eles! Apesar da longa convivência, não sabem direito quem Ele é.
“Quem é este homem?” Com esta pergunta na cabeça, a comunidade cristã daquela época continuava sua leitura. E até hoje, é esta mesma pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho. É o desejo de conhecer sempre melhor o significado de Jesus para nossas vidas.

Padre Bantu Mendonça



Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, 
rezando com todos os internautas: 

Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: 
ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre e 
compreenda o seu Evangelho. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
tem piedade de nós 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente o texto na Bíblia: 
Mc 4,35-41,
 e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 

Quando e onde aconteceu o milagre?
 O texto diz "de tardinha", no lago. Jesus e os discípulos subiram no barco. E começou a soprar um vento muito forte e as ondas arrebentavam com muita força no barco. Jesus dormia na parte detrás do barco. Os discípulos se apavoram. Então, o acordaram e disseram: Mestre! Nós vamos morrer! O senhor não se importa com isso? 
Então, ele se levantou, falou com autoridade ao vento e disse ao lago: Silêncio! Fique quieto! O vento parou, e tudo ficou calmo. Aí, ele chamou a atenção dos discípulos: Por que é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé? 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Este texto me convida a avaliar a minha fé. A tempestade do texto lido lembra as nossas tempestades. Dizemos que temos fé, que seguimos Jesus, que ele está conosco, mas nos momentos difíceis nos apavoramos como os discípulos. Achamos que Jesus está dormindo no nosso barco. Pense nas muitas situações de vida das famílias, da sociedade, do seu trabalho em que, às vezes, parece que você tem que acordar Jesus. 

Os bispos, em Aparecida, lembraram os muitos desafios que temos que enfrentar: "O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas todo o amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo. Esta prioridade fundamental é a que tem presidido todos os nossos trabalhos que oferecemos a Deus, à nossa Igreja, a nosso povo, a cada um dos latino-americanos, enquanto elevamos ao Espírito Santo nossa súplica para que redescubramos a beleza e a alegria de ser cristãos. Aqui está o desafio fundamental que contrapomos: mostrar a capacidade da Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências." (DAp 14). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo, espontaneamente e concluo com o Pai Nosso. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é de fé. Em casa, na rua, no trabalho, onde estiver, em alguma situação ameaçadora ou difícil, vou aumentar minha confiança no Senhor, na certeza de que ele está comigo. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.
 Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 

- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Sugestões: 

Irmã Patrícia Silva, fsp 







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