segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 13/01/2025

ANO C


Mc 1,14-20

Comentário do Evangelho

Conversão é fé no Evangelho

No início do ministério público de Jesus, segundo Marcos, há um apelo: "convertei-vos e crede na Boa-Nova (o evangelho)". A conversão é necessária para acolher e reconhecer o Reino de Deus que, em Jesus, se fez próximo de nossa humanidade. A conversão não se confunde com um sentimento; ela é fé no evangelho, confiança na Boa-Nova que Jesus anuncia por gestos e palavras; confiança na própria pessoa de Jesus, que é a Boa-Notícia de Deus para todos.
O relato do chamado dos quatro primeiros discípulos apresenta a participação destes na missão de Jesus. Se o chamado, iniciativa de Jesus, é feito no presente, "segui-me", a missão é dita para o futuro: "... farei de vós pescadores de homens". Entre um e outro há o discipulado, tempo do aprendizado, da escuta, do exercício da liberdade interior, pois é preciso desapego para seguir o Senhor; é preciso deixar os laços afetivos e com as demais coisas ("deixaram as redes e o seguiram"; "deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, puseram-se a seguir Jesus").
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me solícito em atender o convite à conversão, proclamado por Jesus. Que eu não perca a chance que me é dada de aderir, com sinceridade, ao teu Reino.
Fonte: Paulinas em 14/01/2013

Comentário do Evangelho

Jesus é a Boa-Notícia do Pai para toda a humanidade

Em continuidade com a pregação de João Batista, o início do ministério de Jesus se dá por um apelo à conversão. A conversão se relaciona com a pessoa de Jesus: converter-se é crer no Evangelho, isto é, crer na mensagem de Jesus e na sua pessoa. Jesus é a Boa-Notícia do Pai para toda a humanidade. Sem confiança no Senhor e na sua palavra, não é possível receber e experimentar a graça de que a sua pessoa e a sua palavra são portadoras, nem segui-lo. Depois da breve notícia do início do seu ministério, Jesus chama ao seu seguimento os quatro primeiros discípulos. Esse relato típico de vocação tem como modelo 1Rs 19,19-21. O que antecede a palavra-convite é o olhar de Jesus sobre as duas duplas de irmãos. Trata-se de um olhar que ultrapassa as aparências e penetra no fundo do coração do ser humano; um olhar que vê por dentro. Assim é o olhar de Deus sobre cada um de nós, olhar de quem conhece profundamente cada pessoa. Considerado na sua unidade, o chamado sucessivo feito aos irmãos apresenta as exigências para o seguimento de Jesus: desapego dos laços afetivos e das coisas.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, torna-me solícito em atender o convite à conversão, proclamado por Jesus. Que eu não perca a chance que me é dada de aderir, com sinceridade, ao teu Reino.
Fonte: Paulinas em 12/01/2015

Vivendo a Palavra

Simão, André, Tiago, João... Assim como os primeiros, também os nossos nomes podem ser incluídos neste chamado. O Mestre lança o desafio de deixarmos as nossas redes – os nossos interesses menores – e nos transformarmos em pescadores de homens, anunciadores do Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/01/2013

VIVENDO A PALAVRA

Simão, André, Tiago, João… Assim como os primeiros, também os nossos nomes podem ser incluídos neste chamado. O Mestre lança o desafio de deixarmos as nossas redes (os interesses menores…) para que Ele nos transforme em pescadores de homens, anunciadores entusiasmados do Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/01/2019

VIVENDO A PALAVRA

O tempo já se cumpriu: ontem foram os Apóstolos e Discípulos, hoje somos nós – a Igreja de Jesus. O caminho está traçado: basta seguir o Mestre. A nossa missão será: pelo testemunho de vida, sermos pescadores de homens e andarmos com eles pelas estradas do Reino do Pai – este mesmo encantado Planetinha azul em que moramos…
Fonte: Arquidiocese BH em 11/01/2021

Reflexão

A pregação inicial de Jesus é um grande convite à mudança, e esta mudança tem como consequência o discipulado, o seguimento de Jesus. De fato, quem se converte verdadeiramente faz com que Jesus se torne o centro da sua própria vida e a razão da sua existência, e o discipulado é a grande manifestação dessa centralidade de Jesus, que pode acontecer tanto por meio das vocações de especial consagração, como a sacerdotal ou religiosa, como através da vocação laical, que leva o cristão a testemunhar a presença de Jesus em todos os meios em que vive e a ser fermento, sal e luz no meio da sociedade.
Fonte: CNBB em 14/01/2013 12/01/2015

Reflexão

Consciente de sua missão e livre para movimentar-se, João Batista preparou, com total dedicação, a chegada do Messias. Lançado na prisão, sai de cena: “É preciso que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Jesus irrompe na vida pública, pronto para fazer a vontade do Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo 4,34). Afirma que o Reino de Deus já se encontra presente, ao alcance de todos e propõe mudança radical: converter-se e acreditar no Evangelho. Ciente de que a tarefa é árdua, Jesus lança mão de colaboradores e os busca onde vivem e trabalham. E os convida a deixar o serviço e a família. Há, doravante, uma nova família a formar, a família de Deus. Para isso se requer a entrega total da própria vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 14/01/2019

Reflexão

Consciente de sua missão e livre para movimentar-se, João Batista preparou, com total dedicação, a chegada do Messias. Lançado na prisão, sai de cena: “É preciso que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Jesus irrompe na vida pública, pronto para fazer a vontade do Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo 4,34). Afirma que o Reino de Deus já se encontra presente, ao alcance de todos, e propõe mudança radical: converter-se e acreditar no Evangelho. Ciente de que a tarefa é árdua, Jesus lança mão de colaboradores e os busca onde vivem e trabalham. E os convida a deixar o serviço e a família. Há, doravante, uma nova família a formar, a família de Deus. Para isso se requer a entrega total da própria vida.
ORAÇÃO
Ó Jesus, pregador do “Evangelho de Deus”, percorres a Galileia anunciando a chegada do teu Reino. Ao buscares colaboradores, desinstalas duas famílias e chamas os irmãos Pedro e André e os fi lhos de Zebedeu, Tiago e João. Eles deixam a segurança do trabalho e da casa e partem contigo. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus e11/01/2021

Meditando o evangelho

COMPLETOU-SE O TEMPO!

A irrupção de Jesus, na nossa história, pôs fim ao anseio de salvação, longamente acalentado pela humanidade pecadora. Ao proclamar ter-se completado o tempo, afirmava ter chegado a libertação, e, com ela, a possibilidade de se criar um mundo novo, onde o império do pecado e do egoísmo seria desarticulado, para dar lugar ao amor. Em outras palavras, um mundo regido pela vontade de Deus.
Na língua grega, este tempo é chamado de kairós, distinto do tempo cronológico, mensurável. O kairós é um tempo especial, irrepetível. É aquele momento exato, em que nos defrontamos com a possibilidade única de fazer algo de grandioso, ou em que alguma coisa importante está acontecendo em nossa vida. O Mestre situa-se, exatamente, neste tempo oportuno, dando-lhe uma consistência especial.
Neste contexto de kairós, a admoestação de Jesus assume maior gravidade: "Mudem de mentalidade e se convertam ao Evangelho!". É o ser humano confrontado com a exigência de romper as amarras do egoísmo a fim de voltar-se, decidido, para o projeto de Reino querido pelo Pai.
Sendo um apelo irrepetível, urge acolhê-lo, decididamente, com sua exigência de ruptura com o passado, para abraçar a novidade oferecida por Deus. É pura insensatez adiar o momento da conversão. A prudência aconselha a não perder esta oportunidade singular.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, torna-me solícito em atender o convite à conversão, proclamado por Jesus. Que eu não perca a chance que me é dada de aderir, com sinceridade, ao teu Reino.
Fonte: Dom Total em 12/01/201514/01/2019 11/01/2021

Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 12/01/2015

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Na ínfima Galiléia começa algo novo para a humanidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Longe dos Palácios dos Poderosos do Império Romano, e do sistema religioso, centralizado no Templo de Jerusalém, sem nenhuma comunicação prévia aos Escribas, Doutores da Lei e outros homens importantes da Comunidade Judaica, lá na desprezível Galiléia dos pagãos algo de totalmente novo começa a acontecer depois que João foi preso... Quanta ingenuidade dos poderosos achando que prendendo João Batista iriam calar a voz de Deus...
Sai de cena alguém que era somente uma voz do deserto, para entrar na vida pública aquele que é o próprio Verbo Encarnado, não foram os homens que interromperam a chegada do Reino de Deus anunciado por João, mas foi a vontade de Deus que fez chegar o tempo oportuno que havia se completado, de agora em diante Deus não mandará avisos, Ele próprio vai falar e tornar-se caminheiro junto ao seu povo...
Um projeto grandioso como esse, o único, verdadeiro e mais importante para toda humanidade, começa na Galiléia, Deus não se alia aos poderosos para fazer o Reino acontecer, mas busca os mais fracos e desprezíveis, que esperam por algo novo e guardam no coração a esperança de uma mudança para melhor, mas que só dependa de Deus, seu desígnio e sua iniciativa.
A Igreja de Cristo não pode querer construir o reino fazendo parceria com Instituições poderosas, pois o Reino não depende de nenhum poder humano, nem de algum sistema econômico ou ideologia política partidária, mesmo porque, no sistema conhecido como Padroado, Igreja e estado caminhavam juntos no poder, dentro de um imperialismo que só atrasou a Missão da Igreja de Evangelizar.
É essa a verdadeira e sincera conversão, romper com todo e qualquer sistema que queira manipular o homem e ser o Dono da Vida, o Homem é Filho de Deus e a Vida um dom que pertence unicamente a ele. Conversão é mudança de mentalidade e de atitude, uma volta e uma busca permanente de Deus a única Fonte de Vida. Os primeiros seguidores de Jesus eram simples pescadores, considerados impuros diante do sistema religioso juntamente com outras categorias marginalizadas e desprezadas.
Eles conhecem Jesus, ouvem suas palavras e a sua proposta de darem uma "guinada de 90 graus" em suas vidas e aceitam com sinceridade de coração. Não foram arrebatados dentro do templo, não entraram em êxtase em uma espécie de encantamento, mas Jesus de Nazaré os procurou em seu ambiente de trabalho, na labuta diária, com as mãos cheirando peixe.
Impactados pelo anúncio de Jesus, não pediram um tempo para pensarem n o assunto, afinal, deixar para trás trabalho e família, não é coisa que se possa fazer da noite para o dia... Mas o nosso evangelho, que não é uma reportagem jornalística, apenas quer nos mostrar a urgência que devemos ter ao responder o Senhor que nos chama para algo novo.
Em nossa labuta diária, através de pessoas e acontecimentos Jesus continua a nos chamar, Ele poderia, de maneira violenta nos arrebatar e invadir a nossa vida, mas com a humildade de sempre, m manifestada na sua encarnação, vida, paixão e morte na cruz, nos faz uma proposta e um convite...
Afinemos bem os nossos ouvidos e o nosso coração, e não percamos mais tempo, vamos responder com generosidade a este chamado, como fizeram aqueles primeiros discípulos, que deixando tudo para trás, o seguiram...

2. Completou-se o tempo, o Reino de Deus está perto
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Estamos hoje iniciando a primeira parte do Tempo Comum. O Evangelho proclamado nos dias de semana será sempre o de São Marcos, a não ser que haja alguma festa. Nos treze primeiros versículos, Marcos dá ao seu pequeno livro o título de “Evangelho de Jesus Cristo”. Em seguida, introduz João Batista e Jesus, que é batizado e tentado por Satanás no deserto. O evangelista passa então a descrever o ministério de Jesus na Galileia. João é preso e sai de cena. O espaço, porém, não fica vazio. Jesus entra em cena e faz sua a missão de João. Ele anuncia o Evangelho de Deus, dizendo: “Completou-se o tempo, o Reino de Deus está perto. Convertam-se e acreditem no Evangelho”. Caminhando à beira do lago, Jesus vê Simão e André, Tiago e João. Ele os chama. Eles deixam tudo e o seguem. Jesus os chama para serem pescadores de gente. Neste Evangelho há uma afirmação de Jesus: “O Tempo se completou e o Reino está próximo”. Há também um convite: “Convertam-se, mudem a direção da sua vida”. O convite se amplia: “Entrem no grupo dos seguidores de Jesus e tornem-se pescadores de gente”.
Fonte: NPD Brasil em 14/01/2019

HOMILIA DIÁRIA

Também somos chamados a um outro tipo de pesca

Postado por: homilia
janeiro 14th, 2013

João Batista foi preso por Herodes que, como os chefes religiosos de Israel, temia a popularidade de João e a contestação que fazia do sistema opressor sob o qual o povo vivia. Após a prisão, Jesus retorna à Galileia, que é um território predominantemente gentílico. Ali, Jesus desenvolve seu ministério com o mesmo anúncio de João Batista: a proximidade do Reino e da conversão à justiça.
Marcos, bem como Mateus e Lucas, narram o chamado dos primeiros discípulos às margens do Mar da Galileia. O Evangelho de João narra este chamado já na ocasião do Batismo de Jesus, quando alguns discípulos de João Batista se dispõem a seguir Cristo. O chamado, narrado em estilo sumário, na realidade se fez num clima de diálogo e conhecimento mútuo. Assim como Jesus abandonou sua rotina de vida em Nazaré, também seus discípulos abandonam seu antigo sistema de vida, não para fugirem do mundo, mas para iniciarem uma nova prática social alternativa de justiça e paz.
Segundo a narração de Marcos (1,16-29) e de Mateus (4,18-22), o cenário da vocação dos primeiros Apóstolos é o lago da Galileia. Jesus acabara de iniciar a pregação do Reino de Deus, quando o seu olhar pousou sobre dois pares de irmãos: Simão e André, Tiago e João. São pescadores, empenhados no seu trabalho cotidiano. Lançam as redes, consertam-nas. Mas outra pesca os aguarda.
Jesus chama-os com decisão e eles seguem-no imediatamente: agora serão “pescadores de homens” (cf. Mc 1,17; Mt 4,19). Lucas, ainda que siga a mesma tradição, faz uma narração mais elaborada (5,1-11). Ele mostra o caminho de fé dos primeiros discípulos, esclarecendo que o convite para o seguimento lhes chega depois de terem ouvido a primeira pregação de Jesus e experimentam os primeiros sinais prodigiosos por Ele realizados. Em particular, a pesca milagrosa constitui o contexto imediato e oferece o símbolo da missão de pescadores de homens, que lhes foi confiada. O destino destes “chamados”, de agora em diante, estará intimamente ligado ao de Jesus. O apóstolo é um enviado mas, ainda antes, um “perito” em Jesus.
Precisamente este é o aspecto realçado pelo evangelista João desde o primeiro encontro de Jesus com os futuros Apóstolos. Aqui o cenário é diferente. A presença dos futuros discípulos, provenientes também eles, como Jesus da Galileia para viver a experiência do batismo administrado por João, esclarece o seu mundo espiritual. Eram homens na expectativa do Reino de Deus, desejosos de conhecer o Messias, cuja vinda estava anunciada como iminente.
Para eles, é suficiente a orientação de João Batista que indica em Jesus o Cordeiro de Deus (cf. Jo 1,36), para que surja neles o desejo de um encontro pessoal com o Mestre. As frases do diálogo de Jesus com os primeiros dois futuros Apóstolos são muito expressivas. À pergunta: “Que procurais?”, eles respondem com outra pergunta: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”. A resposta de Jesus é um convite: “Vinde e vede” (cf. Jo 1,38-39).
Vinde para poder ver. A aventura dos Apóstolos começa assim, como um encontro de pessoas que se abrem reciprocamente. Começa para os discípulos um conhecimento direto do Mestre. Veem onde Ele mora e começam a conhecê-Lo. De fato, eles não deverão ser “anunciadores de uma ideia”, mas “testemunhas de uma Pessoa”. Antes de serem enviados a evangelizar, deverão “estar” com Jesus (cf. Mc 3,14), estabelecendo com Ele um relacionamento pessoal. Sobre esta base, a evangelização não será mais do que um anúncio daquilo que foi experimentado e um convite a entrar no mistério da comunhão com Cristo (cf. 1 Jo 13).
A quem serão enviados os Apóstolos? No Evangelho parece que Jesus limita a sua missão unicamente a Israel: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15,24). De modo análogo parece que Ele circunscreve a missão confiada aos Doze: “Jesus enviou estes Doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: ‘Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel’” (Mt 10, 5s.).
Uma certa crítica moderna de inspiração racionalista tinha visto nestas expressões a falta de uma consciência universalista do Nazareno. Na realidade, elas devem ser compreendidas à luz da sua relação especial com Israel, comunidade da Aliança, em continuidade com a história da Salvação. Segundo a expectativa messiânica as promessas divinas, imediatamente dirigidas a Israel, ter-se-iam concretizado quando o próprio Deus, através do seu Eleito, reunisse o seu povo, como faz um pastor com o rebanho: “Eu virei em socorro das minhas ovelhas, para que elas não mais sejam saqueadas… Estabelecerei sobre elas um único pastor, que as apascentará, o meu servo Davi; será ele que as levará a pastar e lhes servirá de pastor. Eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será um príncipe no meio delas” (Ez 34,22-24).
Jesus é o pastor escatológico, que reúne as ovelhas perdidas da casa de Israel e vai à procura delas, porque as conhece e ama (cf. Lc 15, 4-7 e Mt 18,12-14; cf. também a figura do Bom Pastor em Jo 10,11ss.). Através desta “reunião” o Reino de Deus é anunciado a todas as nações: “Manifestarei a minha glória entre as nações, e todas me verão executar a minha justiça e aplicar a minha mão sobre eles” (Ez 39, 21). E Jesus segue precisamente por este caminho profético.
O primeiro passo é a “reunião” do povo de Israel, para que assim todas as nações, chamadas a reunirem-se na comunhão com o Senhor, possam ver e crer.
Assim os Doze, chamados a participar na mesma missão de Jesus, cooperam com o Pastor dos últimos tempos, indo também eles, em primeiro lugar, até às ovelhas perdidas da casa de Israel, isto é, dirigindo-se ao povo da promessa, cuja reunião é o sinal de salvação para todos os povos, o início da universalização da Aliança. Longe de contradizer a abertura universalista da ação messiânica do Nazareno, a inicial limitação a Israel da sua missão – e da dos Doze – torna-se assim o seu sinal profético mais eficaz.
Depois da Paixão e da Ressurreição de Cristo, este sinal será esclarecido: o caráter universal da missão dos Apóstolos tornar-se-á mais explícito. Cristo enviará os Apóstolos “a todo o mundo” (Mc 16,15), a “todas as nações” (Mt 28,19; Lc 24,47), “até aos extremos confins da terra” (At 1,8). E esta missão continua. Continua sempre o mandato do Senhor de reunir os povos na unidade do seu amor. Esta é a nossa esperança e este é também o nosso mandato: contribuir para esta universalidade, para esta verdadeira unidade na riqueza das culturas, em comunhão com o nosso verdadeiro Senhor Jesus Cristo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 14/01/2013

HOMILIA DIÁRIA

É preciso deixar a escravidão do pecado para seguir Jesus

Que hoje nós tenhamos a coragem de deixar aquilo que nos mantém presos e escravos do pecado para que possamos ouvir a voz de Jesus: “Segue-me!”

“Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos, e crede no Evangelho!’.” (Marcos 1, 15)

A missão de Jesus, após o Seu batismo, é levar o Reino de Deus para o nosso meio, é instaurar o Reino de Deus no meio de nós, por isso Ele anuncia e prega o Reino de Deus.
Você pode perguntar: “O que é preciso fazer para entrar nesse Reino? O que é preciso para fazer parte do Reino de Deus, esse novo tempo, essa nova graça que Deus traz para o nosso meio?” É preciso da nossa parte abertura e adesão.
Primeiro: abertura de coraçãoAbertura para a conversão, abertura para acolher a novidade, que é o Evangelho de Jesus, abertura para deixar Deus realizar uma obra nova dentro de nós. Converter-se significa mudar a mentalidade, o modo de pensar, de agir e de ver.
Não podemos nos fechar no que pensamos, no que acreditamos, nem em nossas convicções, por melhores que elas sejam. Precisamos nos abrir para o novo! É preciso a coragem de querer nos rever, rever as atitudes, as disposições, as posturas que temos.
É óbvio que, muitas vezes, nós temos hábitos que não condizem, não edificam e não testemunham a presença de Deus no meio de nós. O desejo de nos convertermos e abrir o coração à conversão abrem-nos as portas do Reino dos Céus.
O segundo passo é a adesãoAderir àquilo em que acreditamos, aderir àquilo ao qual nos abrimos, aderir àquilo no qual acreditamos e nos convertemos. A adesão é, acima de tudo, crer no Evangelho, acreditar que ele é o poder transformador em nossa vida, e que só Jesus, o Evangelho Vivo, pode nos salvar, nos libertar e nos restaurar!
Crer em Jesus significa dizer “sim” à Sua Palavra; crer em Jesus significa aderir a tudo aquilo que Ele trouxe para restaurar e renovar os nossos corações.
O Reino de Deus está aí, está no meio de nós, ele está onde abrimos o nosso coração para acolher os ensinamentos e a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Que hoje nós tenhamos a coragem de deixar aquilo que nos mantém presos e escravos do pecado para que possamos ouvir a voz de Jesus: “Segue-me!”. E que possamos segui-Lo abrindo o nosso coração para nos convertermos e crermos no Evangelho.
Deus abençoe você!

HOMILIA DIÁRIA

Deixemo-nos converter por Deus

Deixar-se converter é deixar-se convencer por Deus, pela graça d’Ele, pelo Evangelho

“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” (Marcos 1,15)

A missão de Jesus acontece com o anúncio o Reino de Deus, o qual nos diz quais são os ingredientes necessários para que a nossa vida seja introduzida à vida do Senhor.
Primeiro, é preciso converter-se. Não precisamos esperar que aconteça alguma coisa, que vivamos o tempo da Quaresma para nos convertermos. A conversão é agora, ela não pode ser depois, não podemos esperar e dizer: “Lá na frente eu vou me converter”, pois essa hora não chega. A conversão acontece com a mudança da mentalidade e do coração.
Muitas vezes, estamos vivendo uma vida em Deus, mas não nos deixamos converter. Deixar-se converter é deixar-se convencer por Deus, pela graça d’Ele, pelo Evangelho, e por isso Ele está dizendo: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Crer no Evangelho, na Palavra do Senhor, é acreditar que nenhuma outra palavra pode nos transformar e nos renovar, a não ser a Palavra de Deus. Por isso, creiamos n’Ele e levemos a vida em nome de Jesus, em nome desse Evangelho.
A conversão começa na cabeça, porque é a cabeça que manda em cada um de nós, é a cabeça que nos direciona e nos dá os pensamentos que devemos ter a cada dia. É na cabeça que está a nossa mentalidade. Se temos uma mentalidade mundana e pagã, se temos uma mentalidade que foi, muitas vezes, nutrida com os elementos deste mundo, precisamos mudar essa mentalidade, a forma de pensar, de agir, de conversar.
Quando olhamos para a nossa vida, logo percebemos que existem coisas essenciais para as quais precisamos mesmo nos converter, mas se não nos deixamos convencer por Deus, não somos um convertido, e Deus e a graça d’Ele não nos convertem.
A cada dia, coloco-me de pé para ouvir o Evangelho, para deixar que Deus fale ao meu coração, para que Ele traga a luz para as situações mais sombrias da minha alma e do meu ser, para que Ele me convença que preciso me converter, que preciso ter atitudes novas, pensamentos e sentimentos novos. Se ontem eu pensava assim, a graça do Evangelho me permite pensar diferente. Jesus converte o meu coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 14/01/2019

HOMILIA DIÁRIA

A graça de Deus faz a diferença em nossa vida

“Jesus lhes disse: ‘Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens’.” (Marcos 1,17)

O Mestre Jesus está anunciando a nós o Reino dos Céus, pregando o Evangelho da Salvação e nos dizendo que o Reino de Deus está próximo. É preciso se converter a ele, é preciso acreditar no Evangelho.
Sabe, o Mestre também vai passando à beira mar e vai chamando os Seus seguidores; chamou Simão e André, chamou depois os filhos de Zebedeu, Tiago e João. Que memorável o Evangelho nos relembrar o dia do chamado desses homens tão importantes na missão do Evangelho, mas que importante foi para eles serem chamados pelo Senhor!
Tenho certeza que um dia também Jesus chamou você. Um dia ele me chamou para ser seu discípulo e seguidor. É claro, eu venho de uma família cristã e católica, mas há um momento na vida onde paramos e a graça de Deus faz uma diferença na nossa vida.
Tenho certeza que você teve o momento da graça, o momento em que você foi olhado por Jesus e olhou para Ele e disse: “Eu sou, vou ser e quero ser seguidor do Senhor”, se esse momento não aconteceu, deixe ele acontecer porque já faz tempo que o Senhor está andando no meio de nós e nos chamando para segui-Lo, para darmos a nossa vida pelo Reino.

Não se esqueça que essa graça precisa ser revitalizada, revigorada a cada dia na nossa vida

Uma vez que você decidiu, uma vez que já segue Jesus, faça memória do Seu seguimento, faça memória do dia que o Senhor te chamou, dos dias que Deus se manifestou na sua vida. Você conversava com Jesus e Ele com você e o amor d’Ele ardia no seu coração.
O homem que você se tornou, a mulher que você se tornou, foi pela graça de Deus, mas não se esqueça do primeiro amor, do primeiro chamado. Não se esqueça de que essa graça precisa ser revitalizada, revigorada a cada dia na nossa vida para que você não se perca no discipulado, no seguimento, para que não viva na vida sem se lembrar e se recordar a cada dia que o Senhor te chamou para ser pescador de homens.
Sei que temos os nossos trabalhos, você tem a sua missão na sua casa, na sua família, mas nos esquecemos que precisamos resgatar homens para levar até Jesus, como Ele um dia nos resgatou.
Como estamos vivendo a nossa missão, o nosso chamado, a nossa responsabilidade? Como estamos anunciando e jogando as redes para que homens e mulheres conheçam a graça de Deus?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 11/01/2021

Oração Final
Pai Santo, dá-nos discernimento para reconhecermos que os apelos do mundo – riquezas, poder, prazeres – são enganadores e passageiros. Inspira-nos a força e a ousadia para fazermos a opção radical de vida pelo seguimento do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/01/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos discernimento para reconhecer que os apelos do mundo – riquezas, poder e prazeres – são enganadores e passageiros. Inspira-nos força e ousadia para fazermos a opção radical de vida pelo seguimento do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/01/2019

ORAÇÃO FINAL
Simão, André, Tiago, João e cada um de nós… Pai querido, feliz quem espera em Ti! Sabemos que incluíste nossos nomes entre os teus escolhidos. Dá-nos força e ousadia para seguir a Jesus com alegria e gratidão pelos caminhos desta vida – milagre do teu infinito Amor e campo da nossa missão de apóstolos. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/01/2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário