ANO B
Jo 6,16-21
Comentário do Evangelho
Jesus traz paz
Após a partilha dos pães, Jesus retirou-se sozinho para a montanha. Ele o faz para evitar a euforia do povo que queria fazê-lo rei. Ao anoitecer, os discípulos, por sua vez, descem para a beira-mar. Entram no barco e vão para a direção de Cafarnaum, atravessando de novo o mar. A barca com os discípulos, no escuro e no mar agitado pelo vento, simboliza a insegurança deles em face da ausência de Jesus. Estão de volta às trevas e à agitação do sistema opressor do qual Jesus procura libertá-los. Até então "Jesus não tinha vindo a eles". Mas Jesus não os abandona no perigo. Andando sobre as águas, aproxima-se. Jesus vem como o Espírito de Deus que pairava sobre as águas, na criação. Os discípulos, sem entender, temem diante da visão. A identificação de Jesus lhes traz paz. "Sou eu. Não tenhais medo!" Agora, confiantes, querem receber Jesus no barco. Mas, com a simples aproximação de Jesus, eles estão libertados da agitação e do medo, pois o barco atinge a terra firme.
Esta narrativa, em sua simbologia, revela-nos Jesus como aquele que traz a paz e a segurança na comunidade e na missão.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, em meio às tempestades, faze-me compreender que o Ressuscitado caminha comigo, incentivando-me a não temer e a permanecer firme no rumo traçado por ele.
Fonte: Paulinas em 21/04/2012
Comentário do Evangelho
Manifestação da divindade de Jesus
Com algumas variantes, o relato também é comum aos evangelhos sinóticos (Mt 14,22-34; Mc 6,45-51; Lc 8,22-25). À exceção de Lucas, nos outros dois sinóticos, como em João, o episódio de Jesus caminhando sobre o mar também segue o relato da multiplicação dos pães. Os elementos simbólicos presentes no texto são o meio de transmitir a mensagem. No universo simbólico, mar e noite apontam para a realidade da morte. O mar, na verdade um lago duzentos metros abaixo do nível do mar, era agitado pelo vento, que formava ondas. Jesus ainda não estava com eles; Jesus é visto por eles caminhando sobre as águas. Em Jó 9,8, nós lemos: “... ele sozinho estende o céu e caminha sobre o dorso das águas”. Jesus manifesta seu poder divino caminhando sobre as águas. Ele, que é a luz do mundo (Jo 8,12), ilumina a vida dos discípulos, para arrancá-los do medo que imobiliza e distorce a visão: “Sou eu. Não tenhais medo” (6,20). A afirmação de Jesus nos remete ao livro do Êxodo 3,14: “Assim dirás aos israelitas: ‘Eu sou’ me enviou a vós”. O relato pode ser caracterizado como sendo uma epifania em que é revelada a divindade de Jesus.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, em meio às tempestades, faze-me compreender que o Ressuscitado caminha comigo, incentivando-me a não temer e a permanecer firme no rumo traçado por ele.
Fonte: Paulinas em 13/04/2013
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Sou eu, não temais
Jesus estava no outro lado do mar da Galileia, quando multiplicou os pães. No fim do dia, ficou recolhido no monte enquanto os discípulos voltaram de barco para Cafarnaum. Durante a travessia, os discípulos veem Jesus se aproximar, andando sobre as águas. Não deu tempo de recolher Jesus no barco, porque chegaram logo à margem do lago. Jesus andou sobre as águas talvez para mostrar que ele controla toda a natureza.
Quando os Evangelhos foram escritos, os cristãos já conheciam a história de Jesus andando sobre as águas. O importante, porém, é o que Jesus diz aos discípulos, que enfrentavam o mar agitado e estavam com medo: “Sou eu. Não tenham medo!”. Fiquemos com esta palavra no meio das tempestades da vida ou quando não sabemos explicar o que estamos vendo: “Sou eu. Não tenham medo!”.
O Cristo ressuscitado está vivo entre nós. Sua presença nem sempre é clara, mas é real. Ele encontrou um meio de permanecer sempre conosco, um meio sensível, que é a Eucaristia. Sua presença na Eucaristia nem sempre é clara, mas é real. O capítulo sexto de São João, que estamos lendo, é todo ele eucarístico. O pão que vem do céu é o próprio Jesus que, ao entregar seu Corpo e seu Sangue, nos diz: “Sou eu. Não tenham medo!”.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/sou-eu-nao-temais-2/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/sou-eu-nao-temais-13042024
Vivendo a Palavra
No mar da nossa vida de comunidade existem situações em que chegamos a pensar, como os apóstolos, que o Senhor está ausente da nossa barca. Não tenhamos medo: Ele vela sempre por nós e vem – ainda que seja andando pelas águas! – ao nosso socorro e nos conduzirá seguros ao Reino do Pai.
Fonte: Paulinas em 21/04/2012
Vivendo a Palavra
O Mestre mostra a seus discípulos que as águas agitadas do mar não conseguem impedir que Ele esteja junto deles. Assim nós podemos compreender este sinal: Jesus, como prometeu, estará sempre presente junto à sua Igreja, que segue, entre as turbulências da vida, para a morada definitiva no Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/04/2013 e 04/05/2019
VIVENDO A PALAVRA
A visão sublime do Mestre andando sobre as águas causava medo nos discípulos. Também nós, não poucas vezes, trememos diante de um deus que pensamos ser juiz. Não tenhamos medo: Jesus de Nazaré nos oferece seu Deus que é Pai e é misericordioso. Nós somos filhos e somos livres. Sejamos também agradecidos.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/04/2018
Reflexão
Nós podemos nos encontrar com Jesus nas situações e nos momentos em que menos esperamos que isso possa acontecer e, quando isso acontece, podemos nos assustar e até mesmo nos sentir assombrados, com muito medo. Mas a nossa postura deve ser justamente o contrário disso tudo. Quando encontramos Jesus, ele sempre nos mostra algo de concreto para as nossas vidas e para onde devemos chegar, nos revela alguma coisa que nos ajuda na superação das dificuldades que encontramos, ele nos mostra que o seu amor e a sua presença não são algo abstrato nas nossas vidas, mas que a sua presença é sempre amor concreto de Deus, força de superação e conquista do novo que nos revela o Reino definitivo.
Fonte: CNBB em 21/04/2012 e 13/04/2013
Reflexão
A narrativa apresenta a divindade de Jesus que, ao andar sobre a água, exerce seu domínio sobre a natureza. Não dá ordem para que o mar se acalme, mas acalma os temores dos discípulos, mediante a expressão que imediatamente o identifica: “Sou eu” (cf. Ex 3,14). E acrescenta o complemento já familiar aos discípulos: “Não tenham medo”. Pode acontecer que a comunidade cristã fique desorientada pelas adversidades da vida, falta de bom exemplo, fuga de pessoas engajadas e até perseguições de dentro e de fora. Então surge a tentação de desistir da luta. É hora de relembrar que Jesus, em quem cremos e a quem servimos, é o Senhor da história e está presente em nossas comunidades e em nossa vida, para reavivar-nos a fé e a esperança.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 14/04/2018
Reflexão
O breve texto bíblico nos mostra que as primeiras comunidades cristãs tiveram dificuldades para reconhecer Jesus ressuscitado. O mar agitado indica as tribulações que os missionários enfrentam. Para aumentar o medo e a insegurança dos discípulos, vem a noite, que representa a ausência do Mestre. Jesus não os abandona; deixa-os sozinhos durante quase todo o trajeto, para exercitá-los na fé. Jesus vai até eles caminhando sobre o mar. Só Deus pode fazer isso. Jesus é senhor da natureza. Aqui se manifesta a divindade de Jesus. Ao dizer “Sou eu”, Jesus se identifica com o Deus libertador, que nunca abandonou o povo de Israel. Sem a presença de Jesus e sem a sólida fé dos missionários, qualquer missão está fadada a fracassar.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 04/05/2019
Reflexão
Quando nos encontramos com Jesus, logo encontramos nosso destino. Houve, digamos dessa forma, entre Jesus e seus discípulos um desencontro; estes decidem, ao entardecer, atravessar o mar para encontrar o Mestre. Os discípulos estão envolvidos pelas trevas, pois é noite, e o vento forte agita o mar. As condições são adversas e eles acabam sendo expostos a uma situação de perigo iminente. Muitas vezes, numa situação de desespero ou impaciência, tomamos decisões que não são as mais acertadas, pois nos expõem a uma série de perigos que poderiam ser evitados. No caso dos discípulos, essa situação de penúria é abrandada pelo próprio Jesus, que, caminhando sobre o mar, vai ao encontro dos seus. Jesus é a luz que dissipa toda e qualquer treva, e proporciona a segurança necessária para que cheguemos com segurança ao porto que é nosso destino. Com a chegada de Jesus, todo medo se dissipa, pois ele é nossa segurança.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 30/04/2022
Reflexão
A narrativa apresenta a divindade de Jesus, que, ao andar sobre a água, exerce seu domínio sobre a natureza. Não dá ordem para que o mar se acalme, mas acalma os temores dos discípulos, mediante a expressão que imediatamente o identifica: “Sou eu” (cf. Ex 3,14). E acrescenta o complemento já familiar aos discípulos: “Não tenham medo”. Pode acontecer que a comunidade cristã fique desorientada pelas adversidades da vida, falta de bom exemplo, fuga de pessoas engajadas e até perseguições de dentro e de fora. Então, surge a tentação de desistir da luta. É hora de relembrar que Jesus, em quem cremos e a quem servimos, é o Senhor da história e está presente em nossas comunidades e em nossa vida, para reavivar-nos a fé e a esperança.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Reflexão
«Seja compassivo, como seu Pai é compassivo»
Fr. Zacharias MATTAM SDB
(Bangalore, India)
Hoje, como um cristão deve agir ante seus irmãos e irmãs? Pois mostrando-lhes a mesma misericórdia e amabilidade do Padre celestial: «Sejam compassivos, como seu Pai é compassivo» (Lc 6,36). Jesus disse, «Eu não vim julgar ao mundo, eu vim salvar o mundo» (Jn 12,47). Jesus Cristo nem sequer julgou os seus próprios carrascos. Ao contrário, Ele pensou bem sobre eles perdoando e rezando por eles: «Pai, perdoa-os porque eles não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Como seus discípulos, estamos convidados a ser como o Mestre.
Jesus disse no Evangelho de Mateus: «No julguem para não serem julgados. Por que Você nota o cisco no olho do seu irmão, e não nota a trave no seu? (Mt 7,1.3). O raio é o "não-amor", o "orgulho" e o "ressentimento" em nossos corações. Esses vícios são como uma viga que nos impede de considerar a culpa de nosso irmão a partir de sua própria perspectiva, que é mais grave do que a própria culpa (afinal, um cisco!), e, portanto, essas atitudes devem ser removidas primeiro. Só com amor podemos corrigir realmente o outro, tendo em conta que "o amor tudo perdoa" (1Cor 13,7).
Quando Cristo diz "não julgue", não está proibindo o exercício de nossa capacidade de discernimento, nem está dizendo que devemos aprovar tudo o que nosso irmão faz. O que Ele proíbe é atribuir uma má intenção à pessoa que age dessa maneira. Só Deus sabe o que está no coração de uma pessoa. "O homem olha às aparências, o Senhor vê o coração" (1Sm 16:7). Portanto, julgar é uma prerrogativa de Deus, uma prerrogativa que usurpamos quando julgamos nosso irmão.
O importante no Cristianismo é o amor: "Assim como eu vos amei, amem-se uns aos outros" (Jo 13,34). Este amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5,5). Na Eucaristia, Cristo nos dá o Seu Coração como dom e assim podemos amar cada um com o Seu Coração e ser misericordiosos como o Pai Celestial é misericordioso.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Jesus preferiu proclamar-se e manifestar-se como Cristo com suas ações, e não com suas palavras» (Origens)
- «Entre a multiplicação dos pães e o discurso eucarístico na Sinagoga de Cafarnaum, decorre a cena de Jesus Cristo caminhando sobre as águas. Um evento oportuno para introduzir a comparação entre Moisés e Jesus. O primeiro — pelo poder de Deus — dividiu as águas do mar para atravessá-lo pisando em terra; Jesus simplesmente caminha sobre eles. Ele é o “Eu sou”» (Bento XVI)
- «Orar é sempre possível: O tempo do cristão é o de Cristo Ressuscitado, que está «conosco todos os dias» (Mt 28, 20), sejam quais forem as tempestades (31). O nosso tempo está na mão de Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.743)
Reflexão
«Sou eu. Não tenhais medo!»
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje, Jesus nos desconcerta. Acostumávamos-nos a um Redentor que, disposto a atender todo tipo de indigência humana, não duvidava em recorrer ao seu poder divino. De fato, a ação transcorre justo após a multiplicação dos pães e peixes, a favor da multidão faminta. Agora, ao contrário, nos perturba um milagre —o fato de andar sobre as águas— que parece, à primeira vista, uma ação de cara à galeria. Mas não!, Jesus já descartara fazer uso do seu poder divino para buscar sobressair ou o benefício próprio quando, ao inicio da sua missão, rejeitou as tentações do Maligno.
Ao andar sobre as águas, Jesus Cristo está mostrando seu senhorio sobre as coisas criadas. Mas também podemos ver uma encenação do seu domínio sobre o Maligno, representado por um mar embravecido na escuridão.
«Não tenhais medo» (Jo 6,20), dizia-lhes Jesus naquela ocasião. «Mas tende coragem! eu venci o mundo» (Jo 16,33), lhes dirá depois, no Cenáculo. Finalmente, é Jesus quem diz às mulheres na manhã da Páscoa, depois de se levantar do sepulcro: «Não tenhais medo». Nós, pelo testemunho dos Apóstolos, sabemos de sua vitória sobre os inimigos do homem, o pecado e a morte. Por isso, hoje, suas palavras ressoam em nossos corações com força especial, porque são as palavras de Alguém que está vivo.
As mesmas palavras que Jesus dirigia a Pedro e aos Apóstolos, as repetia João Paulo II, sucessor de Pedro, ao início do seu pontificado: «Não tenhais medo». Era um chamado para abrir o coração, a própria existência, ao Redentor, para que, com Ele, não temamos diante dos embates dos inimigos de Cristo.
Diante à própria fragilidade para levar a bom porto as missões que o Senhor nos pede (uma vocação, um projeto apostólico, um serviço...), nos consola saber que Maria também —criatura como nós— ouviu as mesmas palavras de parte do anjo, antes de enfrentar a missão que o Senhor tinha-lhe encomendado. Aprendamos dela, acolher o convite de Jesus a cada dia, em cada circunstância.
Reflexão
João 6: contexto geral (a comparação entre Moisés e Jesus)
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, entre a multiplicação dos pães e o discurso eucarístico na Sinagoga de Cafarnaum, há lugar a cena de Jesus Cristo caminhando sobre as águas. Um acontecimento oportuno para introduzir o contexto fundamental do capítulo 6 de São João: a comparação entre Moisés e Jesus. O primeiro —pelo poder de Deus— dividiu as águas do mar para atravessá-lo pisando terra; Jesus, simplesmente, caminha sobre as mesmas. Ele e o "Eu sou".
Cristo é o Moisés definitivo e maior, o "profeta" que Moisés anunciou às portas da terra santa. Tendo, pois, a Moisés como exemplo, aparecem os requisitos que devia ter Jesus: enquanto que Moisés fez brotar água da roca, Jesus é a fonte de água viva; enquanto que Moisés havia presenteado o maná —o pão do céu—, Jesus é O mesmo o Pão Vivo vindo do céu.
—Moisés falou com Deus «como um homem fala com seu amigo» (Ex 33,11), mesmo que somente lhe viu as "costas"... Só quem é Deus, vê Deus: Jesus.
Reflexão
Deus, autor e senhor da natureza
P. Luis PERALTA Hidalgo SDB
(Lisboa, Portugal)
Hoje, depois de compartilhar os pães com a multidão, vemos Jesus retirar-se à montanha. Ao anoitecer, os discípulos descem à beira do mar e sobem a um barco de volta a Cafarnaum. A navegação, na escuridão, enfrentando o mar agitado, simboliza a insegurança dos homens na ausência de Deus. Andando sobre as águas, se aproxima a nós e nos traz a paz.
Com este e outros signos (acalmou uma tempestade mandando ao mar que se "calasse"), Jesus Cristo nos deixou sinais inequívocos de sua divindade e de seu senhorio diante da natureza. Ele é o Filho eterno de Deus, por quem tudo foi feito, e nós somos parte da natureza criada. Graças ao dom da liberdade, participamos de um modo privilegiado (a cultura) da criatividade divina. Devemos reconhecer nossa dívida diante de Deus por termos o privilegiado com uma natureza tão perfeita.
— Pai, no meio das tempestades, faz-me compreender que o Ressuscitado caminha comigo, motivando-me a permanecer firme no caminho traçado por Ele.
Meditação
“Sou eu. Não tenhais medo.” Possivelmente, Jesus não aparecia e resolveram embarcar sem Ele. Logo enfrentaram forte vento contrário e avançavam lentamente. Apavorados, viram aproximar-se um vulto sobre as águas. Quando o reconheceram, eles recolheram Jesus no barco. E tudo mudou e ficou mais fácil. Em pouco tempo, chegaram com segurança à margem para onde iam. Será que Jesus quis provar os discípulos na fé e na perseverança nas horas de dificuldades?
Oração
SENHOR, afastai a sentença escrita pela lei do pecado, que anulastes no mistério pascal pela ressurreição do vosso Filho Jesus Cristo. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Ou:
Ó DEUS, pelos mistérios pascais quisestes abrir para vossos fiéis a porta da misericórdia. Olhai para nós e tende compaixão para que, com vossa graça, possamos seguir o caminho da vossa vontade, sem jamais nos desviar nas veredas da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus caminha sobre o mar: «Sou eu. Não tenhais medo!»
Hoje, comprovamos uma vez mais que Jesus é Deus, o Criador da natureza: os discípulos veem-no a caminhar sobre o mar. Só Deus pode fazer isto. Os discípulos assustam-se…
- Não devemos temer Deus nem a sua grandeza como Criador. Ele diz-nos «Sou eu. Não temais».
Meditando o evangelho
COM JESUS NAS TEMPESTADES
A adesão ao Ressuscitado comporta tremendos desafios para os que escolhem o caminho do discipulado cristão. Engana-se quem pretende transformá-lo num oásis de paz e de tranquilidade, livre de tribulações. A cena evangélica indica-nos como enfrentar as tempestades da vida.
Os discípulos põem-se a atravessar o mar da Galileia, numa pequena barca, rumo a Cafarnaum. Dois detalhes: já era noite e não estava com eles o Senhor. A forte ventania e a agitação do mar fazia-os correr o risco de afundar.
Tudo mudou quando se deram conta de não estarem sozinhos. Com eles estava o Senhor, exortando-os a não entregar os pontos. A meta devia ser alcançada!
Os discípulos de todos os tempos fazem semelhante experiência. O testemunho de sua fé no Ressuscitado coloca-os muitas vezes em situações aparentemente sem solução. São tempestades das mais variadas formas: perseguição, martírio, indiferença, marginalização, expulsão, calúnias etc. É como se entrassem numa pavorosa escuridão, com o risco de desviar-se do rumo estabelecido pelo Senhor.
Nestas circunstâncias, mais do que nunca, é preciso dar-se conta da presença do Ressuscitado a incentivá-los a continuar, sem esmorecer. Ele é um companheiro fiel!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, em meio às tempestades, faze-me compreender que o Ressuscitado caminha comigo, incentivando-me a não temer e a permanecer firme no rumo traçado por ele.
Fonte: Dom Total em 04/05/2019
Meditando o evangelho
RECONHECENDO O SENHOR
O processo de reconhecimento de Jesus Ressuscitado foi acontecendo em meio a fadigas e dificuldades que a comunidade encontrava em seu caminho de fé. Ao professar a fé no Ressuscitado, os cristãos viam-se questionados de várias formas. O fato mesmo de fazer a salvação depender de quem fora crucificado deixara-os em crise.
Segundo a mentalidade da época, quem morria na cruz, era tido como um amaldiçoado por Deus. Com Jesus teria sido diferente? Ou será que, de fato, Deus o resgatara da morte, restituindo-lhe a vida, de modo a estar sempre junto dos seus? Essas e outras dúvidas persistiam na comunidade de fé, exigindo uma resposta.
A experiência no lago, por ocasião de uma travessia, revela a situação da comunidade. A escuridão da noite, a força do vento e a agitação do mar impediam os discípulos de perceber Jesus se aproximando. Sua figura perdia-se na nebulosidade. Os discípulos tiveram certa dificuldade para superar a situação. Por sua vez, o Mestre os exortou a não temer, pois ele mesmo estava ali, junto deles. "Sou eu; não tenham medo!"- assegurou-lhes, chamando-os à realidade. A certeza desta presença descortinou-lhes um novo horizonte de segurança e de tranquilidade.
A comunidade de fé reconhece o Ressuscitado, em meio às adversidades da vida. Importa não se deixar abater, pois ele está no meio de nós.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de lucidez, dissipa as trevas que me impedem de reconhecer a presença do Ressuscitado, junto de mim e da comunidade.
Fonte: Dom Total em 14/04/2018 e 30/04/2022
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Anúncio e Testemunho pessoal...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Claro que a propaganda é a alma do negócio, o pessoal da área de marketing defende essa ideia de com unhas e dentes e não estão errados. Mas há também uma propaganda eficiente e que dizem ser tiro e queda, é aquela passada de boca em boca "Não comprei tal produto porque vi na TV, mas porque meu vizinho comprou e disse que é bom".
Jesus poderia fazer um grande estardalhaço em sua volta, aparecer no Palácio dos poderosos, aparecer no meio do Conselho do Sinédrio, para desafiá-los e convocar uma mega concentração em Jerusalém, para comunicar oficialmente que ele estava Vivo e que agora iria dar as cartas, humilhando os que conspiraram contra ele e tramaram sua morte. Os marqueteiros de plantão até lamentam "Ah se eu estivesse lá para preparar a volta de Jesus em grande estilo em Jerusalém!”
Não que Jesus e seu evangelho não precisem de divulgação, precisa sim, mas o cristianismo não pode ser feito de "oba-oba". Por isso Jesus descarta sua volta em uma Glória Messiânica, como os Judeus esperavam, e prefere a comunicação boca a boca, apareceu primeiro à Maria Madalena, diz o evangelho, que já tinha experimentado a sua Força Libertadora, esta mulher vai correndo anunciar aos irmãos da comunidade, que ainda estavam guardando o luto e chorando de tristeza, marcados pela aflição, mas eles não acreditaram no anúncio e no testemunho da mulher, talvez porque não podiam admitir a ideia de que Jesus não viesse direto a eles, mas primeiro aparecesse a uma mulher... Era inconcebível.
Mais tarde Jesus apareceu a dois discípulos que iam para Emaús e estes foram anunciá-lo aos demais, mas quem diz que os discípulos acreditaram, talvez estivessem excessivamente preocupados sobre que rumo iria tomar a comunidade, o que deveriam fazer, Jesus lhes havia dito apenas para propagarem o evangelho e batizar as pessoas, nada mais. Madalena e os dois discípulos, que haviam feito essa experiência estavam fazendo exatamente o que o Mestre havia mandado. Talvez estivessem fazendo alguma reunião de planejamento pastoral, às vezes fazemos uma reunião, para preparar outra reunião...
Os discípulos, tanto como os agentes pastorais de nossos tempos, queriam FAZER. Então durante uma refeição quando estavam é mesa Jesus apareceu aos onze e deu uma "dura" por não terem acreditado no anúncio e no Testemunho que haviam presenciado. E para que não houvesse mais dúvidas sobre a missão primária da Igreja, repetiu-lhes o que já lhes havia falado "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura".
Que a Igreja precisa ter uma organização em sua estrutura e nos trabalhos pastorais, isso não resta a menor dúvida, mas não podemos nos acomodar e deixar que tantos trabalhos e compromissos, acabem sendo mais importantes do que o anúncio e o testemunho pessoal, senão estaremos priorizando o que não é essencial, e o pior, os nossos trabalhos pastorais, tantos encontros e reuniões não passarão de um grande "oba-oba", que não terá nenhuma serventia... Muita propaganda sobre o que fazemos, quem somos na comunidade, a importância daquilo que fazemos. Quando a Jesus e seu evangelho, quando dá tempo a gente se lembra e até fala um pouco dele. "E com licença que agora tenho uma reunião importante…".
2. Jesus anda sobre as águas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Jesus estava no outro lado do mar da Galileia, quando multiplicou os pães. No fim do dia, ficou recolhido no monte enquanto os discípulos voltaram de barco para Cafarnaum. Durante a travessia, os discípulos veem Jesus se aproximar, andando sobre as águas. Não deu tempo de recolher Jesus no barco, porque chegaram logo à margem do lago. Jesus andou sobre as águas talvez para mostrar que ele controla toda a natureza. Quando os Evangelhos foram escritos, os cristãos já conheciam a história de Jesus andando sobre as águas. O importante, porém, é o que Jesus diz aos discípulos, que enfrentavam o mar agitado e estavam com medo: “Sou eu. Não tenham medo!”. Fiquemos com essa palavra no meio das tempestades da vida, ou quando não sabemos explicar o que estamos vendo: “Sou eu. Não tenham medo!”. O Cristo Ressuscitado está vivo entre nós. Sua presença nem sempre é clara, mas é real. Ele encontrou um meio de permanecer sempre conosco, um meio sensível, que é a Eucaristia. Sua presença na Eucaristia nem sempre é clara, mas é real. O capítulo sexto de São João, que estamos lendo, é todo ele eucarístico. O Pão que vem do Céu é o próprio Jesus que, ao entregar seu Corpo e seu Sangue, nos diz: “Sou eu. Não tenham medo!”.
Fonte: NPD Brasil em 14/04/2018
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Coragem, sou Eu.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O evangelho tem como contexto a situação das comunidades no primeiro século do cristianismo e que refletem também os primeiros tempos dos discípulos, após a ascensão do Senhor. O medo e a insegurança deles era por causa do acontecimento que desencadeou toda aquela caminhada, a vida de Jesus de Nazaré, seus ensinamentos, suas obras prodigiosas, mas que no final resultaram em fracasso com a morte na cruz. Se antes, caminhando com ele, a história acabou tão mal, agora o risco de um novo fracasso era ainda maior pois Jesus não estava mais com eles...
Os cristãos do primeiro século olhavam á sua volta e não viam nenhuma perspectiva de que o cristianismo fosse dar certo, de um lado o Império Romano, a cultura grega que exaltava o conhecimento, de outro o Judaísmo e suas raízes. Que futuro teria a comunidade dos seguidores de Jesus de Nazaré?
Hoje se sabe que o cristianismo está entre as maiores religiões do mundo, mas a sociedade não reflete essa realidade, ao contrário, parece que tudo contraria o evangelho e os cristãos veem as forças dom mal se fazerem presentes até nas comunidades. Divisões, discórdias, escândalos, cristãos que desistem de viver a Fé e fracassam em sua caminhada. A impressão é que as forças do mal imperam na humanidade e querem engolir a Igreja.
O que pode um frágil barquinho a mercê de ventos fortes e ondas gigantes? O que pode a Igreja de Cristo fazer para mudar os rumos da humanidade? O Evangelho terá poder e força suficiente para reverter esse quadro de tenebrosa escuridão que nossos olhos contemplam?
São inquietações que afligem o coração de todos os discípulos. Entretanto, quando parece que a barca vai a deriva, os homens e mulheres de Fé vislumbram, nos momentos mais críticos, algo que supera todo mal, Jesus acompanha a barca, e tem sob os pés as Forças do Mal, isso é, há bem lá na frente um porto seguro onde a Barca vai chegar. Quando pensamos nessa realidade nova, perceptível á luz da Fé, sentimos medo mais o Senhor nos tranquiliza "Coragem, sou eu, não temais".
Jesus é o Senhor da História, não é alguém que influenciou a história no passado e que agora deve ser sempre lembrado por seu exemplo, como fazemos com nossos homens ilustres, Jesus está vivo, está vivendo com a Igreja cada momento de sua história, está atento e atuante nas comunidades cristãs, aponta novos rumos e direção a ser seguido, para se chegar á outra margem....
E as comunidades de João, com sua Fé e testemunho de Vida, passaram incólumes pelas Forças Tenebrosas do Mal e chegaram até nós, com o mesmo evangelho, o mesmo anúncio. Essa é a prova inequívoca da presença de Jesus em nossa Igreja, são dois milênios de caminhada. O mar não é sereno, nem nunca será, mas as ondas revoltas e a ventania nada podem contra a Igreja, porque Jesus navega conosco...
2. O mar estava agitado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Os discípulos tinham saído do lugar onde estavam e se dirigiam para Cafarnaum. No meio do vento forte e do mar agitado, eles avistam Jesus, que se aproxima do barco andando sobre as águas. Algo extraordinário, nada normal para um corpo que tem peso e afunda na água pelas leis da gravidade. O corpo de Jesus está mais leve do que as águas? Pode flutuar? Ou a sua mente tem poder de fazê-lo levitar? Parece que não houve tempo de Jesus entrar no barco, porque logo chegaram à terra firme. Ouviram, porém, uma palavra de Jesus, que continua ressoando em nossos ouvidos: “Sou eu. Não tenham medo”. Não precisamos compreender tudo. Basta saber que é ele e que está por perto. O vento é forte, o mar está agitado? Não estamos sozinhos. Aquele que pode suspender as leis da natureza nos diz para não termos medo. Não precisamos ter medo de nada. Precisamos, isso sim,estar atentos, ser previdentes, usar dos recursos da inteligência. Sem superstições, não temos medo de nada que faz parte da natureza. Podemos ter medo das pessoas, porque são livres e inteligentes. Podem organizar o mal e seguir adiante, sem se preocupar com as suas vítimas. Matam o corpo, mas não tiram a vida, que está segura nas mãos de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 04/05/2019
HOMILIA DIÁRIA
Jesus é a nossa força no momento da fragilidade
Postado por: homilia
abril 21st, 2012
Jesus deixa Seus apóstolos sozinhos, à noite, no meio do mar. Por seu estado de turbulência, a tempestade parece uma representante do mal, dominada pelo maligno. A barca, como tudo o que representava o Reino, era, realmente, uma “pequena semente de mostarda”. Sem Jesus, o vento contrário a embarcação e a impede de chegar ao seu destino. Não adianta o esforço dos remos, porque a vela, com o vento contrário, não pode ser usada.
Aparentemente, os discípulos estavam sós. Mas, na realidade, Jesus estava ali, seguindo-os bem de perto. Para eles, o Senhor, como alguém saído das profundezas do mar, era um espírito que os atormentava e produzia o vento furioso que impedia seu avanço. Somente as Palavras amigas do Mestre acalmaram os nervos e infundiram a tranquilidade e o sossego necessários. Era Ele [Jesus] o amigo que traria a solução do problema que os afligia.
Pedro, uma vez mais, mostra-se impetuoso e mais confiante do que seus companheiros. Não só reconhece o Mestre como também quer participar desse poder de estar “acima do mal”, representado pelas águas turbulentas do mar. Ele sabe que o poder de Jesus não é unicamente pessoal, mas atinge igualmente Seus mais íntimos amigos. O Senhor reconhece, na prática, o que Pedro lhe diria mais tarde: “Em Ti unicamente eu confio, pois cremos e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”.
Porém, sempre existe a dúvida e a indecisão após tomar uma atitude valente e corajosa. O vento e o mar agitado abalam a fé e a confiança de Pedro. Só a resposta de Jesus, ante a súplica angustiada do apóstolo, restabelece a situação e salva o discípulo. A oração de Pedro é o grito que deverá salvar muitas vidas do fracasso total: “Senhor, salva-me!”. Nela encontramos a força que nos falta e a fé que procuramos.
O trecho de hoje está escrito precisamente para demonstrar que a transcendência e a independência de Jesus, manifestada com Suas palavras e Seu proceder diante das leis e costumes tradicionais e perante as leis físicas da natureza, revelam Seu domínio absoluto sobre as crenças e Seu senhorio total sobre os acontecimentos, de modo que a nossa resposta, de hoje, não pode ser outra senão daqueles homens que estavam no barco: “Verdadeiramente, Tu és Filho de Deus!”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 21/04/2012
HOMILIA DIÁRIA
Jesus, nosso amigo no momento da fragilidade
Postado por: homilia
abril 13th, 2013
Para interpretar com fidelidade a passagem de hoje, temos de usar o simbolismo, pois sem ele a narrativa parece ser um sucesso normal em que um homem se revela com poder especial sobre a natureza. Em primeiro lugar, Jesus deixa Seus apóstolos sozinhos, à noite, no meio do mar, o qual, por seu estado de turbulência, aparece como representante do mal, dominado pelo maligno. A barca, com tudo o que na hora representava o Reino, era, realmente, uma pequena semente de mostarda. Sem Jesus, o vento contrário a domina e a impede de chegar a seu destino. Não adianta o esforço dos remos, porque a vela, com o vento contrário, não pode ser usada. E esse vento não é humano.
Aparentemente, os discípulos estavam sós. Mas, na realidade, Jesus estava ali seguindo-os de muito próximo. Para eles, Jesus, como a visão do espectro, como alguém saído das profundezas do mar, era um espírito maligno que os atormentava e produzia o vento furioso que impedia seu avanço. Somente as palavras do Mestre amigo logram acalmar os nervos e aportam a tranquilidade e o sossego necessários. Era Ele o amigo mais do que o Mestre, o forte no momento da fragilidade; Ele, e unicamente Ele, traria a solução do problema que os afligia.
Pedro, uma vez mais, mostra-se impetuoso e mais confiante do que seus companheiros. Não só reconhece o Mestre, mas quer participar desse poder de estar acima do mal, representado pelas águas turbulentas do mar. Ele sabe que o poder de Jesus não é unicamente pessoal, mas atinge igualmente seus mais íntimos amigos e reconhece, na prática, o que ele [Pedro] dirá mais tarde: “Em Ti unicamente eu confio, pois cremos e reconhecemos que Tu és o Santo do Deus!”, que melhor podemos traduzir por o “Ungido de Deus”.
Porém, sempre existe a dúvida e a indecisão após tomar uma atitude valente e corajosa. O vento, o mar agitado, abalam a fé e a confiança de Pedro. E unicamente a resposta de Jesus, ante a súplica angustiada do apóstolo, restabelece a situação e salva o discípulo. A oração de Pedro é o grito que deverá salvar muitas vidas do fracasso total: “Senhor, salva-me!” Nela, encontramos a força que nos falta e a fé que procuramos.
O trecho de hoje está escrito precisamente para demonstrar que a transcendência e independência de Jesus, manifestada com Suas palavras e Seu proceder, diante das leis e costumes tradicionais e perante às leis físicas da natureza, revelam Seu domínio absoluto sobre as crenças e Seu senhorio total como de Criador e não de criatura sobre os acontecimentos, de modo que a nossa resposta de hoje não pode ser outra que a dos que estavam no barco: “Verdadeiramente, Tu és o Filho de Deus!”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/04/2013
HOMILIA DIÁRIA
Não tenhamos medo de nos encontrar com Jesus diante da escuridão
Jesus é a nossa de fonte de Luz e de Misericórdia, abra o seu coração
“Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. Mas Jesus disse: ‘ Sou Eu. Não tenhais medo’.” (Jo 6, 16-21)
Os discípulos estão em alto mar. Eles entraram na barca e iam voltar para Cafarnaum e precisavam passar para o outro lado do mar, mas já estava escuro, tudo obscuro, então, pense na escuridão que é o mar, mas não aquele mar que nos remete o oceano, e sim, num grande lago como era aquele lago de Genesare, e no meio daquela escuridão da noite, onde não se têm luzes naturais ou as próprias luzes criadas pelos homens.
Pense no medo que a escuridão provoca no coração das pessoas; no medo que ela provoca dentro de nós quando adentramos o nosso coração e tudo parece escuro e obscuro. Nós temos medo, inclusive, de entrar no nosso interior, porque encontraremos muitas coisas que não compreendemos, muitas luzes que foram apagadas, situações que não foram resolvidas e conflitos que dilaceram-se dentro do nosso interior.
Quantas coisas obscuras dentro de nós e preferimos ficar na borda da vida e na superficialidade dela, porque nela tem uma luz, ainda que artificial, mas tem. Uma vez que, a luz é artificial acaba que também, a nossa vida torna-se artificial, porque essa luz não é capaz de iluminar as coisas mais profundas da nossa vida.
Por isso é preciso escutar as palavras do Mestre: “Não tenhais medo. Sou Eu”. É o Mestre quem nos conduz para as ondas mais profundas da nossa vida e do nosso coração. Para ficarmos em conflitos? Não, ao contrário, é para vencermos os conflitos e para que seja iluminado o nosso interior; a nossa mente e tantas situações da nossa vida que estão na zona do medo.
Ele quer vencer o medo em nossa vida; Ele quer nos curar do medo e desses conflitos tortuosos que temos dentro de nós. Ele quer nos tirar das vísceras e da ansiedade que toma conta de nós por tantas coisas mal resolvidas, mal iluminadas e mal esclarecidas da nossa vida. Ele quer que vençamos o medo, por isso, Ele vem ao nosso encontro.
Nós temos tanto medo (até d’Ele) que Jesus parece um fantasma, mas Ele não é um fantasma. Ele é a Luz que a nossa alma e o nosso coração precisam, para saírem das obscuridades da nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 14/04/2018
HOMILIA DIÁRIA
O medo nos tira da presença do Senhor
“Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. Mas Jesus disse: ‘Sou eu. Não tenhais medo’.” (João 6,19-20)
Veja que os discípulos estavam naquela barca que caminhava em direção a Cafarnaum, mas, no meio do mar já escuro e Jesus não tinha vindo ao encontro deles, um vento forte soprava e agitava o mar.
O vento forte que sopra e agita o mar é também o vento que sopra sobre a nossa vida. Quantos ventos fortes nos trazem preocupações, problemas, dificuldades que nos agitam por dentro e por fora!
Uma pessoa agitada se torna néscia, e o caminho dela, muitas vezes, é perder a sobriedade da existência naquelas circunstâncias da vida, porque quando nos agitamos muito, perdemos a consciência do reto, do correto, porque estamos focados naquilo que está nos preocupando, aquilo que está causando medo e pavor dentro de nós.
Se o álcool, se as bebidas alcoólicas e as drogas tiram a serenidade da nossa vida, abstraem-nos a própria personalidade, não pense que os problemas são diferentes; sobretudo, se nos entregarmos a eles, se permitirmos que eles nos agitem e se, daí, decorre nosso medo, perdemos, de fato, a serenidade.
Quando estamos com medo, quando estamos mergulhados nas dificuldades da vida, saímos da presença de Deus
O medo é um fantasma, é assustador e nos conduz para as incertezas e para a penumbra da alma e do coração onde vamos penetrando na escuridão sem saber para onde vamos nem enxergamos quem está pela frente, quando, na verdade, quem está a nossa frente é Deus, é Jesus, que caminha conosco.
Como os discípulos estavam agitados pelo medo, eles não viram que era Jesus se aproximando, que era Jesus vindo em socorro, vindo ao encontro deles. Eles se apavoraram, mas essa é a resposta de Jesus para nós: “Sou eu. Não tenhais medo”.
Não entregue o seu coração ao medo, não entregue a sua alma para os pavores e temores que batem à porta, que querem nos deixar aflitos, temerosos, querem tornar a nossa vida deprimida e depressiva, querem nos tirar dos braços e da confiança que precisamos ter em Deus.
Não permitamos que os sopros fortes dos ventos da vida, que os vendavais que sacodem a nossa existência e agitam o nosso mar interior, nos tirem da presença do Senhor, porque nem conseguimos reconhecer onde está Deus.
Deus está no meio de nós. Por maior que sejam as aflições que você passe em sua vida, não tenha medo, mas sim a certeza de que Jesus está no meio de nós, Ele está entre nós. É verdade que o medo não tira Ele de nossa vida, mas tira a nossa vida da presença d’Ele.
Quando estamos com medo, quando estamos atribulados, mergulhados em meio às dificuldades da vida, apavoramo-nos e saímos da Sua presença, mas Ele continua de braços abertos para dizer: “Não tenhais medo”. Confiemos, Ele cuida de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 04/05/2019
HOMILIA DIÁRIA
Na barca da sua vida: confie em Jesus. Não tenha medo!
“Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. Soprava um vento forte e o mar estava agitado. Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. Mas Jesus disse: ‘Sou eu. Não tenhais medo’.” (João 6, 16-20)
É Jesus quem se aproxima da nossa barca e da nossa vida. O Ressuscitado está vivo no meio de nós. E, quando nós estamos em momentos assim, Ele quer, em todos os dias, se aproximar de nós.
Se nós perguntássemos para uma pessoa — que entende, por exemplo, dessa realidade: “Qual é a sensação de estar no mar agitado e remar à noite no mar agitado?”. Se nós perguntássemos para uma pessoa que passa por essa situação, nós teríamos, um pouco, da sensação daquilo que os discípulos experimentaram naquele momento. Mas, o que é isso na nossa vida? O que é isso na nossa história? Quando você também experimentou a sensação de se ver perdido, sem rumo, desencontrado, diante de uma tribulação ou duma situação que bateu à sua porta; diante dos desafios que você tem de enfrentar, talvez, você já experimentou esta sensação: a de perder o rumo na vida.
Jesus quer entrar na nossa vida nos momentos em que a “barca” estiver agitada
Muitos de nós já experienciamos isso. Porém, nesse momento, assim como eu disse, Jesus aparece. Ele aparece exatamente porque é o nosso contemporâneo; Ele está em todos os momentos da nossa vida, no aqui e no agora da nossa existência, Jesus está presente. A presença de Jesus acaba provocando o contrário, pois o que era para ser uma alegria, uma esperança, um alívio, tornou-se um espanto. Por que? Porque algo iria mudar. Os discípulos teriam de passar por uma experiência de acreditar naquela presença, de acolher aquela presença.
E nós vamos ter de acreditar em Jesus, quando Ele entrar na nossa vida nos momentos em que a “barca” da nossa vida também estiver agitada. E nós também poderemos experimentar o espanto. Por que? Porque nós teremos de confiar n’Ele; na palavra de Jesus, na certeza de que Ele está no meio da nossa tempestade. E isso nos desafia porque temos aquela velha mania de fazermos tudo da nossa cabeça, somos independentes, não queremos confiar.
Queremos sim a ajuda de Jesus, mas, quando Ele Se apresenta e aparece, nós confundimos tudo, imaginamos que Jesus venha para nos atrapalhar, que venha exigir de nós muita confiança; e nós vamos, muitas vezes, construindo Deus a nossa maneira, na nossa cabeça, no nosso jeito de pensar.
Às vezes, achamos que Deus é assim: tudo muito “quadradinho, montadinho” dentro dos nossos esquemas, da maneira que nós imaginamos. E, muitas vezes, temos de quebrar esses ídolos que construímos dentro de nós; temos de quebrar dentro de nós as falsas imagens, as falsas seguranças que nós vamos construindo. E a palavra de Jesus é certeira: “Não tenhais medo, sou Eu”.
E, hoje, é isto que Ele diz para mim e para você: “Não tenhais mais medo, sou Eu”. Hoje, é preciso que cada um de nós dê um passo de maturidade: aceitar uma presença, no meio das tribulações. Porém, não é qualquer presença, pois é a presença de Jesus, é a presença do Ressuscitado que joga fora todos os nossos medos, todas as nossas dúvidas e incertezas.
Confie. Não tenha medo!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Fonte: Canção Nova em 30/04/2022
Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que jamais nos esqueçamos daquelas palavras de teu Unigênito, tantas vezes repetidas: «Sou eu. Não tenham medo.» Faze-nos atentos, Pai amado, aos teus sinais mostrados nas coisas simples desta vida, como nos ensinou o mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/04/2012
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a firmeza que deste a Estêvão, para que nós, a tua Igreja, testemunhemos ao mundo, cheios de gratidão, a certeza que temos de tua Presença amorosa e protetora. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender que o Amor não convive com o medo. Dá-nos sabedoria para nos entregarmos em tuas mãos como criança que se abandona confiante nos braços do seu pai. E que anunciemos ao mundo a tua Presença carinhosa em nós, como filhos teus muito amados. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/04/2018
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a firmeza que deste a Estêvão, para que nós, a tua Igreja de hoje, testemunhemos ao mundo, cheios de gratidão e entusiasmo, a certeza que temos de tua Presença amorosa e protetora junto a nós, teus filhos muito amados. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/05/2019
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