segunda-feira, 25 de março de 2024

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 24/03/2024

ANO B


DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR

Ano B - São Marcos - Vermelho

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2024

Tema: “Fraternidade e Amizade Social”
Lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Cf. Mt 23,8)

“Bendito o que vem em nome do Senhor!”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Damos início a Semana Santa e, com ela, adentramos o Mistério Pascal de Cristo. Em procissão, seguiremos os passos de Jesus, fazendo memória de sua entrada em Jerusalém. Renovamos nossa adesão ao seu projeto e, com ramos nas mãos, o aclamamos Senhor da Vida e da História.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Meus irmãos e minhas irmãs: durante as cinco semanas da Quaresma preparamos o nosso coração pela penitência e obras de caridade. Hoje aqui nos reunimos e iniciamos, com toda a Igreja, a celebração do mistério pascal de nosso Senhor, sua morte e ressurreição. Para consumá-lo, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Por isso, celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Damos início a Semana Santa e, com ela, adentramos o Mistério Pascal de Cristo. Hoje, seguiremos os passos de Jesus, fazendo memória de sua entrada em Jerusalém. Renovamos nossa adesão ao seu projeto e, com ramos, o aclamamos Senhor da Vida e da História. Alegres, abramos nosso coração e acolhamos o Deus bendito.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Meus irmãos e minhas irmãs: durante as cinco semanas da Quaresma preparamos os nossos corações pela oração, pela penitência e pela caridade. Hoje aqui nos reunimos e vamos iniciar, com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Iniciamos hoje a Semana Santa e, com ela, queremos adentrar o Mistério Pascal de Cristo. Em procissão, seguimos os passos de Jesus, fazendo a memória de sua entrada em Jerusalém. Renovando nossa adesão ao seu projeto e, com nossos ramos nas mãos o aclamamos Senhor da Vida e da História. Escutando e participando do mistério de seu despojamento na Paixão, entramos em comunhão com o mistério de sua glorificação e aceitamos que a Páscoa se realize em nossa vida.
Fonte: NPD Brasil em 28/03/2021

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Damos início a Semana Santa e, com ela, adentramos o Mistério Pascal de Cristo. Em procissão, seguiremos os passos de Jesus, fazendo memória de sua entrada em Jerusalém. Renovamos nossa adesão ao seu projeto e, com ramos nas mãos, o aclamamos Senhor da Vida e da História. Alegres, abramos nosso coração e acolhamos o Deus bendito, Senhor que nos conduz ao Eterno Pai!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Meus irmãos e minhas irmãs: durante as cinco semanas da Quaresma preparamos os nossos corações pela oração, pela penitência e pela caridade. Hoje aqui nos reunimos e vamos iniciar, com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Iniciamos hoje a Semana Santa e, com ela, queremos adentrar o Mistério Pascal de Cristo. Em procissão, seguimos os passos de Jesus, fazendo a memória de sua entrada em Jerusalém. Renovando nossa adesão ao seu projeto e, com nossos ramos nas mãos o aclamamos Senhor da Vida e da História. Escutando e participando do mistério de seu despojamento na Paixão, entramos em comunhão com o mistério de sua glorificação e aceitamos que a Páscoa se realize em nossa vida.
Fonte: NPD Brasil em 25/03/2018

VIVAMOS A SEMANA SANTA

Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a “semana maior” da Liturgia da Igreja, recordando os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Portanto, com este Domingo, já iniciamos a celebração da Páscoa deste ano. Hoje recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para celebrar a sua páscoa. Vamos repetir um rito que o povo da antiga aliança costumava realizar durante a chamada “festa das tendas”, levando ramos nas mãos, significando a esperança da chegada do Messias. Hoje somos nós que também erguemos nossos ramos em procissão, reconhecendo que o Messias tão esperado está no meio de nós e, olhando para Jesus, aclamaremos: “Hosana, ao Filho de Davi”. Vale lembrar que o “Domingo de Ramos” é também é “Domingo da Paixão”. O mesmo Jesus aclamado festivamente na entrada de Jerusalém será também levado aos tribunais, condenado e crucificado, experimentando a humilhação do Servo do Senhor em vista de nossa salvação.
Segunda, Terça e Quarta-feira Santas serão dias para acompanharmos a narrativa dos acontecimentos que antecedem a Paixão, Morte e ressurreição de Jesus. Na Segunda-feira Santa, recordaremos o gesto da mulher que unge os pés de Jesus e seca os com seus cabelos, prefigurando a unção do Corpo do Senhor na sepultura. A Terça-feira Santa será o dia em que, com grande tristeza, Jesus anunciará a sua morte e também a traição, indicando Judas como sendo o seu traidor. Já na Quarta-feira Santa, recordaremos o dia em que Judas decide trair Jesus, vendendo-o por trinta moedas. Seria bom aproveitar esses dias para uma boa confissão, quem ainda não a fez!
Na quinta-feira santa, ainda pela manhã, a Igreja, numa solene celebração eucarística presidida pelo seu bispo, reunir-se-á para celebrar a memória da instituição do ministério sacerdotal. Nesta celebração ficará visível o rosto da Igreja que, presidida pelo seu bispo tendo ao seu redor o seus padres e diáconos, com todo povo santo de Deus, celebra a Eucaristia. Também nessa ocasião, os padres renovarão suas promessas sacerdotais de servir a Deus e ao seu povo.
Ainda na quinta feira (à tarde ou noite), a Igreja se reunirá mais uma vez, agora para abrir solenemente o Tríduo Pascal, com a celebração da Ceia do Senhor, memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. Na ocasião, recordaremos o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos indicando-lhes o mandamento do amor. A celebração se concluirá com a trasladação do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição. A partir deste momento a Igreja permanecerá em vigília de oração, pois o Senhor, após a Ceia celebrada com os discípulos, será entregue aos que irão condená-lo. Sexta-feira Santa, dia de jejum e de abstinência de carne, a Igreja permanecerá em profundo silêncio orante, e é com esse silêncio que começará a celebração da Paixão e Morte do Senhor. A Igreja reunida ouvirá atenta o relato da Paixão, fará a adoração ao Santo Madeiro da Cruz e, como povo sacerdotal, rezará pelas intenções universais da Igreja. Recordo que, na Sexta-feira Santa, todos somos convidados a fazer um gesto de solidariedade concreta para com os cristãos que vivem na Terra Santa (Israel, Palestina, Síria, Egito, Turquia...), onde nasceu a nossa fé; lá os cristãos são poucos e passam por privações e precisam de nossa ajuda. Façamos nossa oferta generosa na coleta para os “lugares santos”.
O Sábado Santo, pela manhã, prolongará o silêncio do dia anterior. A Igreja, em oração diante da sepultura do Senhor, contemplará o mistério de sua morte. Por ela, o Senhor desce à “mansão dos mortos” para resgatá-los. Chegada a noite, a Igreja, cheia de alegria e júbilo, reúne-se para o grande anúncio da Ressurreição do Senhor. Com uma rica e longa celebração, ouviremos as leituras que farão o grande resumo de toda história da salvação, acompanharemos os que se prepararam para receber os sacramentos da iniciação, renovaremos nossa fé batismal e finalmente cantaremos alegres o Aleluia que anuncia a vitória de Jesus sobre a morte.
Domingo de Páscoa será o grande dia e a mais importante celebração de nossa fé. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, cantaremos com o salmista e assim proclamaremos que a Páscoa de Cristo se faz viva e atual na vida de cada um de nós, de cada família, de toda Igreja, e da criação inteira. Que nenhum católico se dispense facilmente de celebrar em sua comunidade este dia!
Feliz e santa Páscoa do Senhor para todos, com a bênção de Deus!
Folheto Povo de Deus

A SEMANA SANTA

Convido a todos para a celebração intensa da Semana Santa. Ela é a ocasião para um grande retiro espiritual, feito em cada comunidade de fé e acompanhando os passos da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Domingo de Ramos e da Paixão marca o início da “semana maior” na Liturgia da Igreja, recordando os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Portanto, com este Domingo, já iniciamos a celebração da Páscoa. Recordamos a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém para celebrar a sua páscoa. Vamos repetir um rito que o povo da antiga aliança costumava realizar durante a chamada “festa das tendas, levando ramos nas mãos, significando a esperança da chegada do Messias. Hoje somos nós que também erguemos nossos ramos em procissão reconhecendo que o Messias tão esperado já está no meio de nós e, olhando para Jesus, aclamaremos: “Hosana, ao Filho de Davi”. Mas o Domingo de Ramos é também da Paixão. O mesmo Jesus aclamado festivamente na entrada de Jerusalém foi também levado aos tribunais, condenado e crucificado. Experimentou a humilhação do Servo do Senhor, em vista de nossa salvação.
Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa acompanhamos os acontecimentos que antecedem a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Na segunda-feira recordaremos a unção de Betânia e a indignação de Judas pelo gesto da mulher que unge os pés de Jesus e os enxuga com seus cabelos, prefigurando a unção do corpo do Senhor na sepultura. A terça-feira santa é o dia em que, com grande tristeza, Jesus anuncia a sua morte e também a traição de Judas. Já na quarta-feira santa, Judas realiza a traição de Jesus, vendendo-o por trinta moedas. Nesses dias que antecedem e preparam o início da Paixão do Senhor, aproveitemos para uma boa revisão de vida e a confissão pascal.
Na quinta-feira santa, ainda pela manhã, numa solene celebração eucarística presidida pelo bispo, a Igreja reúne-se para fazer a memória da instituição do ministério sacerdotal. Nesta celebração fica visível o rosto da Igreja, presidida pelo seu bispo e tendo ao seu redor padres e diáconos, com o povo santo de Deus. Nesta ocasião, os padres renovam suas promessas sacerdotais de servir a Deus e ao seu povo com a mesma disposição sacerdotal de Jesus Cristo.
Ainda na quinta feira (à tarde ou noite), a Igreja reúne-se mais uma vez, abrindo solenemente o Tríduo Pascal com a celebração da Missa “da Ceia do Senhor”, memorial permanente do sacrifício de Cristo na Cruz. Na ocasião, recorda-se o gesto de Jesus, que lavou os pés dos discípulos e lhes recomendou o mandamento do amor e o serviço fraterno. A celebração se conclui com a trasladação do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição. A partir deste momento a Igreja entra em vigília de oração, pois o Senhor, após a Ceia celebrada com os discípulos, foi entregue aos que o prenderam, condenaram e levaram à morte.
Sexta-feira santa, dia de jejum e de abstinência de carne. A Igreja permanece em profundo silêncio orante, fazendo a memória da paixão e morte do Senhor. Lê-se o relato da Paixão de Cristo segundo São João e faz-se profunda veneração do Santo Madeiro da Cruz. Como povo sacerdotal, a Igreja invoca os méritos da Paixão de Cristo em favor das grandes intenções e necessidades da humanidade.
Recordo que, na celebração da Sexta-feira Santa, todos somos convidados a fazer a coleta para os Lugares Santos, um gesto de solidariedade concreta para com os cristãos que vivem na “Terra Santa” (Israel, Palestina, Síria, Egito, Turquia...), onde nasceu a nossa fé e onde os cristãos hoje são poucos e passam por privações e sofrimentos. Eles precisam de nossa ajuda. Façamos nossa oferta generosa na coleta.
Sábado Santo, pela manhã, prolonga o silêncio do dia anterior. A Igreja, em oração, faz mística vigília junto à sepultura do Senhor. Mediante o mistério de sua morte, o Senhor Jesus desceu “à mansão dos mortos”, para resgatá-los da morte e lhes dar a vida.
Chegada a noite, a Igreja reúne-se com júbilo para o grande anúncio da ressurreição do Senhor. Na longa e rica vigília pascal, as leituras bíblicas e os salmos apresentam um grande resumo de toda história da salvação, que culmina com o alegre canto do Aleluia, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte. Como sinal de nossa participação na Páscoa de Cristo, renovamos as promessas do Batismo e nossa profissão da fé cristã, juntamente com os que se prepararam para receber o Batismo e os demais Sacramentos da iniciação cristã.
Domingo da Páscoa é o dia mais importante do ano litúrgico: “este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” A Páscoa de Cristo envolve a vida de cada um de nós, de cada família, de toda Igreja e da criação inteira. Que todos os católicos celebrem com a Igreja e na Igreja este dia santo!
Desejo feliz e santa Páscoa do Senhor para todos, com a bênção de Deus!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Procissão - Mc 11,1-10

HOMILIA DIÁRIA

Acolhamos Jesus na pessoa do próximo

“Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!’” (Marcos 11,9-10)

Estamos, com a graça de Deus, iniciando a semana da graça, a Semana Santa, Semana Maior, semana da Paixão, da Morte e da Ressurreição gloriosa de Jesus.
O nosso ponto de chegada é a Ressurreição, é ela que ilumina e traz toda a luz para as dores, para as paixões e para a grande paixão da vida que é o sofrimento de Cristo. E, Ele, com certeza, se manifesta nos sofrimentos, nas dores e na vida de cada um de nós. Por isso, esse domingo não é só o Domingo de Ramos, é também o domingo da Paixão de Jesus.
Se Jesus entra glorioso em Jerusalém, reconhecido e aclamado por alguns, os mesmos ou alguns dos que O aclamam vão também gritar em meio ao engano, a ilusão, a massa de manobra que promove um grupo de judeus, vão gritar pela sua crucifixão.
Vamos contemplar o Cristo que é aclamado como o Rei de Israel, o bendito que vem em nome do Senhor, mas vamos contemplar o Jesus que é traído, que é gritado para ser crucificado. É o drama das contradições humanas, é o drama das nossas próprias contradições.

Jesus vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e sofredores, vem ao nosso encontro naqueles que nos opomos

Muitas vezes, amamos a Deus, temos Deus como tudo em nossa vida, mas também nos opomos a Ele. Se temos a graça de estarmos na Sua presença, muitas vezes, caímos na desgraça de nos corromper pelo pecado. Se temos a graça de amá-Lo na Eucaristia, caímos na infeliz desgraça de rejeitá-Lo na pessoa do próximo. Se O amamos com nossas palavras e atos, nós, muitas vezes, O rejeitamos na pessoa dos nossos irmãos, que é a presença d’Ele no meio de nós.
Vamos celebrar a nossa Semana Santa nos santificando pela Palavra, vamos celebrar acolhendo-O como nosso Senhor e Salvador. Ao mesmo tempo, vamos acompanhar a Sua Paixão, acompanhar todo o drama que envolve a Sua morte para não continuarmos crucificando Jesus com as nossas obras e atos, mas nos arrependermos, nos purificarmos, nos renovarmos, sermos de verdade do grupo dos Seus seguidores, aqueles que não abandonam seja qual for a situação da vida e do mundo onde passamos.
Que sejamos a verdadeira Igreja de Cristo que O ama sobre todas as coisas e que vive na comunhão com os seus irmãos. Sejamos a Igreja de Cristo que acolhe Jesus; e que saibamos acolher os outros como pessoas que simbolizam e representam Jesus para nós.
O Jesus que nós amamos vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e sofredores, vem ao nosso encontro naqueles que nos opomos, mas eles vêm de alguma forma trazer Jesus para nós. Acolhamos Jesus porque Ele está no meio de nós!
Uma boa e abençoada Semana Santa para todos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 28/03/2021

Mc 15, 1-39

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste


Lá fora se arma uma conspiração. Dentro, a traição está em andamento. Começam os últimos dias de Jesus. Procuram um meio para prendê-lo e matá-lo. Em Betânia, há uma refeição na casa de Simão, o leproso. Uma mulher, anônima, unge a cabeça de Jesus com um perfume muito caro. Outros evangelistas dizem que a mulher ungiu os pés de Jesus. Quem unge a cabeça são os sacerdotes e os profetas. Judas encaminha a sua traição.
No fim da tarde, celebra-se o primeiro dia da Páscoa judaica. No Cenáculo, Jesus celebra a primeira Missa e anuncia a traição de Judas. Tomou o pão e disse: “Isto é meu Corpo”. Tomou o cálice e disse: “Isto é o meu Sangue, o Sangue da Aliança”. Jesus anuncia a traição de Pedro. No jardim das Oliveiras, Jesus é o Cordeiro humilhado, que será levado ao matadouro. Judas chega com muita gente, com armas e paus.
Dá um beijo em Jesus. Jesus é preso e todos os seus discípulos o abandonam e fogem. Um jovem enrolado em um lençol é agarrado, mas foge também, nu. Acredita-se que este jovem seja Marcos, o evangelista. Não sobrou nada. O último dos discípulos escapou sem roupa. Durante a noite: Jesus é julgado pelos judeus, e os judeus zombam dele como profeta. Pedro, que seguiu Jesus de longe, diz que não o conhecia. De manhã: Jesus é julgado pelos romanos, e os romanos zombam dele como rei. Jesus é crucificado e sofre a zombaria da multidão como Messias. Ao meio-dia: a terra se cobre de trevas e o véu do Santuário se rasga. Zombam dele ainda duas vezes, invocando Elias, o precursor do Messias.
De tarde: um grito: “Por que me abandonastes?”. Outro grito, este forte, e a morte. O romano zombador reconhece: “Este é o Filho de Deus!”. Antes do cair da noite: José de Arimateia, do Sinédrio dos judeus, cuida do corpo e o sepulta. Por três vezes Jesus tinha anunciado a sua Paixão dolorosa, mas não foi compreendido pelos discípulos. Eles tiveram muita dificuldade em entender quem era Jesus. Pensavam estar seguindo um Messias poderoso como os poderosos deste mundo. Jesus, porém, já tinha dito: “Os chefes das nações as dominam e oprimem.
Entre vocês não será assim”. Jesus vence o poder demoníaco, que é o poder deste mundo, agindo como o servidor de todos, a partir do último lugar. Jesus não permanece na morte. Ele ressuscitará e começará tudo de novo, em um novo encontro com os discípulos na Galileia. O evangelista São Marcos vê Jesus em sua Paixão e Morte como um cordeiro manso e humilde, levado ao matadouro. É o Servo Sofredor que, abandonado, grita pelo Pai.
Cônego Celso Pedro da Silva,

Reflexão

Os dias de Jesus estão contados. Ele toma a iniciativa de entrar em Jerusalém, porém de modo totalmente fora do comum. Vejamos como. Nessa época, as ideias a respeito do Messias eram as mais variadas. Em geral o povo e parte dos dirigentes esperavam um Messias dominador, forte guerreiro, capaz de expulsar da Palestina os ocupantes estrangeiros. Seus próprios discípulos eram portadores de uma imagem triunfalista do Messias. Em contraste com essa expectativa, Jesus assume algumas atitudes que mostram o verdadeiro Messias-Rei. Lança mão de um jumentinho e monta sobre ele. As pessoas aí presentes logo se lembram da profecia de Zacarias: “Seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumentinho” (Zc 9,9). Sua marca é a justiça e a solidariedade com o povo.
Oração
Ó Jesus, nosso Rei e Senhor, tua entrada em Jerusalém deu-se na maior simplicidade. Montado num jumentinho, percorres aquelas ruas, enquanto os habitantes da cidade estendem no chão seus próprios mantos para te prestar homenagem: “Bendito o que vem em nome do Senhor. Bendito o Reino que vem”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 28/03/2021

Reflexão

A entrada de Jesus em Jerusalém parece traduzir fielmente a profecia de Zacarias a respeito do Messias: “Seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho filho de uma jumenta […] Ele anuncia a paz a todas as nações” (Zc 9,9-10). Com essa atitude humilde, Jesus começa a corrigir a mentalidade vigente de que o Messias seria um rei guerreiro. Não é. Se fosse, entraria na cidade montado em um cavalo e cercado por um exército fortemente armado. Ao contrário, os que o acompanham simplesmente empunham ramos para prestar-lhe homenagem. Ao estender seus mantos para Jesus passar sobre eles, o povo quer dizer que aceita o Messias pacífico e quer associar-se a ele. A Igreja, desde cedo, solenizou essa passagem do Evangelho, colocando-a como abertura da Semana Santa.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)

Meditação

Não há dúvida que os evangelhos querem apresentar essa entrada de Jesus como gloriosa, como um reconhecimento popular de sua missão salvadora: Bendito o que vem em nome do Senhor! Vamos, porém, prestar atenção mais na alegria e no entusiasmo das pessoas. Jesus é apresentado como aquele que vem cumprir as promessas antigas: Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Todos estão alegres e contentes com a presença de Jesus. Fazem festa, gritam, aclamam. Interessante como os evangelhos falam dessa alegria antes de falar da condenação e da morte de Jesus. Talvez queiram lembrar-nos que só podemos compreender o que vão contar se não perdemos de vista uma certeza: Jesus é o Filho de Deus, é o salvador, vencedor da morte.
Oração
DEUS ETERNO E TODO-PODEROSO, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e morresse na cruz. Concedei-nos aprender os ensinamentos de sua paixão e participar de sua ressurreição. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

Meditando o evangelho

A DIVINDADE ESCONDIDA

A paixão, tirada do conjunto dos eventos da vida de Jesus, é chocante. O evangelista não caiu na tentação de minimizar a tragicidade da experiência de Jesus nem, muito menos, esvaziá-la, apelando para a certeza da ressurreição.
No Getsemani, Jesus provou uma grande tristeza e ficou angustiado. Suspenso na cruz, fez a experiência do abandono por parte do Pai. Some-se a isto, a traição de Judas que, com um beijo, entregou-o a seus adversários. A tríplice negação de Pedro, incapaz de ser verdadeiro diante de uma empregada do sumo sacerdote. A fuga dos demais discípulos, atemorizados diante da sorte do Mestre. Toda uma trama armada para garantir uma sentença dada à revelia do acusado. A paixão, calcada na figura profética do Servo Sofredor, apresenta a figura de Jesus despida de qualquer dignidade, reduzida à condição de trapo humano.
Dois gestos, em relação a Jesus, são dignos de nota. A exclamação do militar romano, um pagão que fez uma leitura correta da paixão, reconhecendo ser Jesus, de fato, o Filho de Deus; e o gesto solidário de algumas mulheres que o seguiram até o fim.
Embora escondida, é necessário reportar-se à divindade para se compreender a paixão de Jesus. Caso contrário, sua morte teria sido um episódio irrelevante.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão.
Fonte: Dom Total em 25/03/2018 28/03/2021

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Paixão de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Lá fora se arma uma conspiração. Dentro, a traição está em andamento. Começam os últimos dias de Jesus. Procuram um meio para prendê-lo e matá-lo.
Em Betânia, há uma refeição na casa de Simão, o leproso. Uma mulher, anônima, unge a cabeça de Jesus com um perfume muito caro. Outros evangelistas dizem que a mulher ungiu os pés de Jesus. Quem unge a cabeça são os sacerdotes e os profetas. Judas encaminha a sua traição. No fim da tarde, celebra-se o primeiro dia da Páscoa judaica. No Cenáculo, Jesus celebra a primeira Missa e anuncia a traição de Judas. Tomou o pão e disse: “Isto é meu Corpo”. Tomou o cálice e disse: “Isto é o meu Sangue, o Sangue da Aliança”. Jesus anuncia a traição de Pedro.
No Jardim das Oliveiras, Jesus é o Cordeiro humilhado, que será levado ao matadouro. Judas chega com muita gente, com armas e paus. Dá um beijo em Jesus. Jesus é preso e todos os seus discípulos o abandonam e fogem. Um jovem enrolado num lençol é agarrado, mas foge também, nu. Acredita-se que este jovem seja Marcos, o evangelista. Não sobrou nada. O último dos discípulos escapou sem roupa.
Durante a noite: Jesus é julgado pelos judeus, e os judeus zombam dele como profeta. Pedro, que seguiu Jesus de longe, diz que não o conhecia. De manhã: Jesus é julgado pelos romanos, e os romanos zombam dele como rei. Jesus é crucificado e sofre a zombaria da multidão como Messias. Ao meio-dia: A terra se cobre de trevas e o véu do Santuário se rasga. Zombam dele ainda duas vezes, invocando Elias, o precursor do Messias. De tarde: um grito: “Por que me abandonastes?”. Outro grito, este forte, e a morte. O romano zombador reconhece: “Este é o filho de Deus!”. Antes do cair da noite: José de Arimateia, do Sinédrio dos judeus, cuida do corpo e o sepulta.
Por três vezes Jesus tinha anunciado a sua Paixão dolorosa, mas não foi compreendido pelos discípulos. Eles tiveram muita dificuldade em entender quem era Jesus. Pensavam estar seguindo um Messias poderoso como os poderosos deste mundo. Jesus, porém, já tinha dito: “Os chefes das nações as dominam e oprimem. Entre vocês não será assim”. Jesus vence o poder demoníaco, que é o poder deste mundo, agindo como o servidor de todos, a partir do último lugar. Jesus não permanece na morte. Ele ressuscitará e começará tudo de novo, num novo encontro com os discípulos na Galileia. O evangelista São Marcos vê Jesus em sua Paixão e Morte como um cordeiro manso e humilde, levado ao matadouro. É o Servo Sofredor que, abandonado, grita pelo Pai.
Fonte: NPD Brasil em 25/03/2018

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. ACOLHAMOS NOSSO REI!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Lembro-me quando Pedro Augusto Rangel elegeu-se primeiro prefeito da minha cidade de Votorantim recém emancipada,  e o povo se aglomerava no jardim "Bolacha", onde ele passou com um grupo numeroso, a gente ficava na calçada em meio a multidão e acenávamos com a mão, enquanto que ele nos retribuía com acenos e sorrisos. Eu me senti orgulhoso por estar lá, apesar de ser um menino, pois o fato do prefeito ter retribuído o aceno, dava-me a nítida impressão de que ele olhava para mim. Essa troca de olhares, sorrisos, acenos, tudo é um sinal exterior daquilo que interiormente estamos sentindo. Eu na verdade não sentia nada, mas percebi que meu pai estava emocionado e dizia todo radiante “Esse é dos nossos, é do povão”.
O povo simples, postado á beira do caminho que levava a Jerusalém, se identificavam com Jesus de Nazaré, havia em todos aqueles corações, marcados pela esperança, um sentimento de alegria, porque o esperado reino messiânico estava chegando naquele homem: Jesus de Nazaré, montado em um jumentinho, para por um fim no reino da pomposidade. O mesmo sentimento presente no coração do povo estava também no coração do Messias, porém, a salvação e libertação que ele trazia era em seu sentido mais amplo.
A procissão do Domingo de Ramos exterioriza esse acolhimento, essa aceitação de Jesus, no coração e na vida de quem crê, mas precisamos tomar muito cuidado, para que o nosso canto de Hosana, não fique no oba-oba do entusiasmo momentâneo, pois proclamá-lo nosso Rei e Senhor, significa um rompimento com qualquer mentalidade ou cultura da modernidade, é a experiência profunda da conversão sincera, é a prática de uma espiritualidade que ultrapassa a religiosidade ou o simples devocional, e que nos coloca na linha do discipulado.
A ruptura se faz necessária justamente porque as vozes contrárias ao Reino, dos Poderes do mundo, tentarão sempre abafar ou distorcer a palavra de Deus. Por isso, o servo sofredor, apresentado por Isaias na primeira leitura, é alguém “duro na queda”, inflexível, convicto da missão, e que nunca se deixa “engambelar”, porque tem a língua sempre afiada, não para cortar a vida do próximo, mas para proclamar as Verdades de Deus, reconfortando os tristes e abatidos, despertando esperança no coração de todos os que o ouvem. Ainda é esse mesmo Deus que lhe abre ou ouvidos para que escute como discípulo.
Escutar como discípulo requer a disposição interior em doar-se totalmente por esta causa, por isso este Servo sofredor, que a igreja aplicou a Jesus, coloca toda sua confiança no Deus que vem ao seu auxílio, e que jamais o irá desapontar. Há ainda nessa liturgia, uma atitude que não deve faltar na vida de quem se dispõe a acolher Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador, é o esvaziamento, em grego “kênose”, que encontramos na segunda leitura dessa liturgia, quem quiser encher-se como um pavão, e alimentar a vaidade da santidade, nunca poderá ser discípulo autêntico, pois o Cristo que hoje acolhemos é o Cristo da vergonha e humilhação, é o Cristo rebaixado á condição de servo, é o Cristo que morre nu, pendurado em uma cruz, em uma morte vergonhosa e extremamente humilhante.
Acolher e ovacionar Jesus neste domingo de ramos é bastante comprometedor, por isso que a procissão expõe a fé da nossa igreja publicamente, acenar com os ramos, cantar nossos hinos de louvores e de Hosana, significa a disposição, a coragem e a fidelidade, para percorrer esse mesmo caminho, na firmeza inabalável, ainda que o mundo nos apresente tantos atalhos sedutores, onde podemos ser cristãos adocicados, ou se preferirem, cristãos de “meia tigela”, sem sofrimento e sem nenhum compromisso com o ensinamento do evangelho, como dizia um compadre na porta da igreja, em tom de brincadeira “Ser cristão é coisa muito boa, o que atrapalha é a cruz”, assim pensa a maioria dos cristãos da modernidade, e o próprio Pedro – Chefe da Igreja – também pensava, pois negou o mestre por três vezes, hoje se nega muito mais.
O evangelho da paixão nos mostra o elemento fundamental na vida do cristão: a oração, mas não aquela em que choramingamos diante de Deus, pedindo para que ele mude a nossa sorte, nos favorecendo em tudo aquilo que queremos, mas oração igual à de Cristo em sua agonia.
E finalmente, em um momento tenebroso, Lucas descreve a prisão de Jesus, como uma vitória momentânea das trevas sobre a luz. Jesus hoje continua preso, querem abafar o seu ensinamento, distorcer a essência do seu evangelho, amenizar as exigências do ser cristão, transformando-o em um cristianismo mais “light”. É bom durante a procissão de ramos, fazermos um questionamento: De que lado nós estamos? Senão, esta Semana chamada de Santa, será apenas mais uma entre muitas, cheia de piedade e devoção, e sensibilidade capaz de arrancar lágrima dos olhos, nada que uma boa dramatização teatral, também não consiga fazê-lo...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
Fonte: NPD Brasil em 28/03/2021

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO DE RAMOS

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 25/03/2018

REFLEXÕES DE HOJE

FESTA DE DOMINGO DE RAMOS

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 28/03/2021

HOMILIA DIÁRIA

Só experimentamos a glória quando abraçamos a Cruz

A glória verdadeira só vem quando sabemos abraçar a Cruz e os crucificados que estão ao nosso lado

“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens.” (Fl 2,6-7)

Hoje, celebramos o Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos acostumados a lembrar da Paixão do Senhor na Sexta-feira da Paixão de Cristo, mas, neste domingo a Igreja já celebra o Cristo que sofre a Sua Paixão, para entendermos que Ele entra glorioso em Israel.
Entenda que esse “glorioso” é porque o povo em Jerusalém exclamava: “Hosana! Bendito Aquele que vem em nome do Senhor!”. Essa foi a única vez que Cristo permitiu ser exaltado e glorificado pelos homens. Por que Ele permitiu? Porque o Cristo exaltado é o Cristo Crucificado, é o Cristo humilhado, pisoteado, julgado e condenado. Cristo que eleva-se na Cruz como nosso Salvador.
Quem está sendo exaltado é o servo sofredor, é o triunfo do servo de Deus que experimenta a rejeição e o sofrimento. Estamos exaltando o sofrimento? Não! Estamos transformando o sofrimento e a rejeição que os homens impõem a Deus em salvação para nós. Por isso, o Cristo Crucificado é nosso Deus amado, glorificado e exaltado. Colocamo-nos ao lado de Cristo Crucificado e não O rejeitamos e nem O abandonamos.
Exaltamos o Senhor quando Ele entra glorioso em Jerusalém, dessa forma, fiquemos junto com Ele na Sua morte, na Sua redenção, porque Cristo não se usurpou da Sua condição divina. Pelo contrário, Deus se fez homem e, à medida que, era reconhecido como homem, Ele humilhava-se mais ainda. Tornou-se escravo e obediente até a morte de Cruz. O Cristo que celebramos hoje, é o Cristo que vamos celebrar glorioso e ressuscitado para sempre.
Não chegamos à glória sem abraçarmos a Cruz, os sofrimentos, as dores da vida. O Cristo que celebramos está conosco em nossas vitórias, nos êxitos que temos na vida. É o Cristo que está presente quando uma criança nasce; é o Cristo que está nas vitórias que cada um experimenta na vida, porém, é também, o mesmo Cristo que está conosco nas doenças, nas enfermidades, nos sofrimentos, na morte. O mesmo Cristo que encontramos numa vida nascente, é o mesmo Cristo que está com o doente, enfrentando uma enfermidade longa.
(…) O Cristo que está em cima do jumentinho é o mesmo Cristo que está de braços abertos na Cruz.
Amamos o Cristo que nasceu em Belém como menino, a quem beijamos; amamos o Cristo que foi pregado na Cruz como o pior dos homens, por isso, a vida não é feita só de glória. A glória verdadeira só vem quando sabemos abraçar a Cruz e os crucificados que estão ao nosso lado.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 25/03/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos crianças encantadas e agradecidas diante do mistério do Cristo encarnado em Jesus de Nazaré, que viveu, amou, morreu, ressuscitou e permanece eternamente conosco. Não permitas, Pai querido, que nos acostumemos com a Verdade, mas que sigamos pela Vida afora o Caminho de Jesus, nosso Irmão que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/03/2018

OU

Mc 14,1-15.47

Comentário do Evangelho

Testemunho do amor que gera a vida.

Pelo grande destaque dado às memórias da Paixão, nos quatro evangelhos, pode-se pensar que elas teriam se constituído nas primeiras tradições veiculadas sobre Jesus, surgidas entre as primitivas comunidades cristãs. Percebe-se nelas a influência da tradicional celebração da Páscoa do Primeiro Testamento, com a imolação do cordeiro, de acordo com a prática sacrifical, templária e sacerdotal, projetada na tardia narrativa do Êxodo, aplicada à morte de Jesus.
O caráter sacrifical atribuído à morte de Jesus na cruz está na raiz da tradição e da espiritualidade que consideram o sofrimento como meritório e redentor. Na realidade a morte de Jesus foi um imenso crime praticado por aqueles que, usufruindo do poder, procuram destruir qualquer empenho de luta pela justiça, libertação e promoção da vida. A vida de Jesus é um testemunho do amor que tudo transforma e gera a vida que permanece para sempre.
O evangelho de Marcos, bem como o de Mateus e o de João, introduz as narrativas da Paixão com duas narrativas de ceias. Uma primeira ceia na qual Jesus é ungido por uma mulher e, outra, a última ceia, com os discípulos. A imagem da refeição, do banquete, é tradicional como representativa da comunhão do povo com Deus. O início do ministério de Jesus, no evangelho de João, se faz em uma festa de núpcias, onde se come e se bebe. Várias são as parábolas em que Jesus compara o Reino de Deus a um banquete celestial.
Na ceia em Betânia, o bálsamo perfumado com o qual Jesus é ungido por uma mulher é a expressão do amor que vivifica. É este amor que deve ser dirigido aos pobres, com os quais Jesus se identifica. "A mim não tereis sempre, pobres tendes sempre convosco". A Boa-Nova caracteriza-se pela prática do amor solidário aos pobres, excluídos e ameaçados em sua vida. O que a mulher fez deve ser perpetuado: "em qualquer parte do mundo em que se proclamar esta Boa-Nova, se recordará em sua honra o que ela fez".
Em sua última ceia com os discípulos, Jesus celebra a vida e o amor, na partilha. A proximidade da Paixão não significa o fim do projeto de Deus, mas o início de uma nova etapa, com o ministério e o testemunho dos discípulos de Jesus. O dom da comunicação e do amor supera as sombras da morte. A alegria de viver, de servir, de partilhar, de solidarizar-se com os irmãos alimenta a chama da vida e tem o sabor de eternidade.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão.
Fonte: Paulinas em 01/04/2012

Vivendo a Palavra

Era necessário que o vaso de alabastro se partisse para exalar o perfume e o nardo puríssimo invadisse a casa inteira. A metáfora prefigura o grande mistério da nossa fé: Jesus morreria em breve, mas o seu corpo sofrido, descido ao sepulcro, ressuscitaria glorioso para permanecer para sempre entre nós como sinal e perfume do Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2012 e 25/03/2018

VIVENDO A PALAVRA

No limiar da Semana Maior da nossa Fé, deixemo-nos guiar pela Carta aos Filipenses: ‘Ele tinha a condição divina, mas não Se apegou à sua igualdade com Deus.’ E, dobrando nossos joelhos, confessemos que o Cristo Jesus é o Senhor, para a glória de Deus, Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/03/2021

Reflexão

«Na verdade, este homem era Filho de Deus»

Rev. D. Fidel CATALÁN i Catalán
(Terrassa, Barcelona, Espanha)

Hoje, na Liturgia da Palavra lemos a Paixão do Senhor segundo São Marcos e escutamos um testemunho que nos deixa impressionados: «Na verdade, este homem era Filho de Deus!» (Mc 15,39). O evangelista tem muito cuidado em colocar estas palavras nos lábios de um centurião romano, que tinha assistido atónito a mais uma execução entre tantas que deveria presenciar devido à sua permanência num país estrangeiro e ocupado.
Não deve ser fácil perguntar-se o que viu naquele rosto - tão desfigurado - para proferir semelhante declaração. De qualquer modo deve ter descoberto um rosto inocente; alguém abandonado e talvez atraiçoado, à mercê de interesses particulares; ou talvez alguém que era objeto de uma injustiça no meio de uma sociedade não muito justa; alguém que cala, suporta e até aceita misteriosamente tudo o que lhe está a cair em cima. Talvez até se tenha sentido colaborar numa injustiça diante da qual não move nem um dedo para a impedir, como tantos que lavam as mãos diante dos problemas dos outros.
A imagem daquele centurião romano é a imagem da Humanidade que contempla. É, ao mesmo tempo, a profissão de fé de um pagão. Jesus morre só, inocente, ferido, abandonado e ao mesmo tempo confiante, com um profundo sentido da sua missão, com os "restos de amor” que os golpes deixaram no seu corpo.
Mas, antes - na sua entrada em Jerusalém – tinham-no aclamado como Aquele que vem em nome do Senhor (cf. Mc 11,9). Agora a nossa aclamação não é de expectativa, entusiasmada e desconhecedora, como a daqueles habitantes de Jerusalém. A nossa aclamação dirige-se Àquele que já passou pela entrega total e que saiu vitorioso. Finalmente, «deveríamos prostrar-nos aos pés de Cristo, não pondo sob os seus pés as nossas túnicas ou ramos inertes, que muito rapidamente perderiam o seu vigor, o seu fruto e o seu aspecto agradável, mas antes revestindo-nos da sua graça» (Santo André de Creta).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«O Meu Filho unigénito, enamorado pela minha Vontade, quis ser verdadeira e totalmente obediente e entregou-se, com toda a prontidão, à morte vergonhosa da cruz e, por esta morte santíssima, deu-vos a vida, não pela força da sua natureza humana, mas pelo poder da sua divindade» (Santa Catarina de Siena)

- «O poder de Deus neste mundo é um poder silencioso. A causa de Deus parece estar sempre em agonia. A Sua glória revelou-se uma aparência. Mas a glória de Cristo, a glória humilde e voluntariosa do sofrimento, a glória do seu amor, não desapareceu e não desaparecerá» (Bento XVI)

- «A entrada de Jesus em Jerusalém manifesta a vinda do Reino que o Rei-Messias vai realizar pela Páscoa da sua morte e da sua ressurreição. É com a sua celebração, no Domingo de Ramos, que a Liturgia da Igreja começa a Semana Santa» (Catecismo da Igreja Católica, nº 560)

Reflexão

Foi Jesus um revolucionário político? (controvérsia sobre o “zelotismo” de Jesus)

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, lendo a Paixão, negamos o “zelotismo” ao qual as “teologias da revolução” tem pretendido adscrever a Jesus Cristo (os “zelotes” eram partidários de defender “ciumentamente” a Lei, inclusive pela força). De fato, São João —narrando a expulsão dos vendedores do Templo— afirma que os discípulos, ao ver o “zelo” de Jesus, lembraram-se do que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”.
Mas Jesus tem transformado o “zelo” de “servir a Deus através da violência” em um “zelo da Cruz", tem estabelecido o verdadeiro zelo: o do amor que se entrega. A violência não serve à humanidade, mas bem à desumanidade; a violência em nome de Deus não se corresponde com seu modo de ser: seu zelo pelo Reino de Deus foi completamente diferente.
—Só o poder sob o critério e o juízo de Deus pode ser um poder para o bem. Jesus tem este poder quando ressuscita. Quer dizer: este poder pressupõe a Cruz, pressupõe sua morte.

Comentário sobre o Evangelho

Começa a Semana Santa: Jesus é aclamado como o rei de Israel


Hoje vivemos uma síntese da Semana Santa: A missa começa com o relato da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e, na proclamação do Evangelho, escutamos a Paixão do Senhor segundo são Marcos. Jesus entra na Cidade Santa sendo louvado pela multidão e sairá do mundo recebendo insultos. Que contraste!
—O triunfo de Deus se consuma na Cruz: Deus triunfa sobre o mal “devolvendo bem por mal”. Assim reina Jesus!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Na verdade, este homem era Filho de Deus - Mc 14,1-15,47
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

“Na verdade, este homem é o Filho de Deus”. “Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu a inteligência para conhecermos o Verdadeiro. E nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida Eterna”, escreve São João na sua primeira carta. Começamos a Semana Santa. Procure vivê-la silenciosamente e de forma diferente das demais semanas do ano. Cristo entra glorioso em Jerusalém para sentar-se no trono da cruz, que permanece firme enquanto o mundo gira.
Fonte: NPD Brasil em 28/03/2021

HOMILIA

Pe. José Luiz Gonzaga do Prado

A VITÓRIA PELA HUMILDADE E RESISTÊNCIA

I. INTRODUÇÃO GERAL

A história da Paixão de Jesus segundo Marcos, lida no domingo de Ramos este ano, inspira-se visivelmente nos cânticos do Servo de Javé. Esses quatro poemas, situados em diferentes lugares do Segundo Isaías (Is 42,1-7; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12), falam de um justo sofredor que vence pela coerência, que resiste a todo tipo de insulto, tortura e perseguição.
Se é contrário à violência, ele não pratica nenhum tipo de violência, mesmo sendo massacrado por ela. Se é contrário à opressão, “não quebra o ramo já machucado nem apaga o pavio fraco de chama”. Sua coerência e resistência acabam vencendo. O quarto cântico traz em seus versos a voz de Javé, que diz ser este o seu plano, o seu caminho, e faz também os opressores reconhecerem que estavam errados e que eles é que mereceriam tudo o que sofreu o Servo.
O texto da primeira leitura de hoje é bem característico. O Servo está atento à palavra de Deus dia a dia e sabe que não será derrotado. É o aparentemente fracassado que vence.
A leitura de Filipenses faz-lhe eco. Atento à palavra do Senhor, Jesus se mantém coerente até a morte, e morte de cruz, considerada pelo judeu (Dt 21,23) uma maldição.

II.COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Is 50,4-7)

Os quatro cânticos do Servo de Javé são da época do exílio, cerca de 400 anos antes de Cristo. Leem-se, na missa da Paixão do domingo de Ramos, alguns versículos do terceiro cântico, que vão bem ao cerne da questão. Falam de alguém que vence a violência, dela sendo vítima e resistindo, sem praticar violência e sem se sentir derrotado.
Em quem estaria pensando o autor dos poemas quando os escreveu? Tentaram identificar, mas não convenceram. Seria um personagem coletivo, figura dos exilados ou dos mais fiéis e mais pobres deles? Seria Jeremias, que, como o Servo, também se diz chamado por Deus desde o ventre da mãe?
Para quem foi feita a roupa não se sabe, o que se sabe é que ela ficou muito grande e não há quem a possa ocupar inteiramente. Já no tempo de Jesus havia expectativa de um Messias que correspondesse ao que dizem esses cânticos, um Messias sofredor. Para os evangelistas, a começar de Marcos, a roupa grande demais serviu bem para Jesus, ele realizou o Messias sofredor.
No trecho de hoje, o Servo é obediente, entendendo-se obediência como estar atento aos fatos para aí descobrir os apelos de Deus. Toda manhã ou todo dia, ele se põe como o mais atento discípulo para saber resistir e dar forças aos que são tentados a desanimar. Atento, ele se faz obediente até a morte, e morte de cruz, vai dizer Paulo.
Consciente de que esse é o caminho de Deus e de que Deus o defenderá, ele resiste a todo tipo de insultos e humilhações. O que é dito aqui brevemente se explicita nos outros cânticos, especialmente no último (Is 52,13-53,12).
As agressões e, do outro lado, o silêncio e a resistência que vão fazer os agressores reconhecerem seu erro e a vitória do Servo tornam-se inspiração para Marcos narrar a paixão de Jesus.

2. II leitura (Fl 2,6-11)

São Jerônimo, ao traduzir esse texto, sofreu influência dos debates de seu tempo sobre a divindade de Cristo. Onde o texto grego diz que Jesus não pensou que fosse usurpação “aquele ser igual a Deus” (to einai isa Theo), Jerônimo traduziu “ser ele igual a Deus” (se esse aequalem Deo). A igualdade com Deus seria a que Jesus já possuía. Isso complicou tremendamente as modernas traduções desse texto.
“Aquele ser igual a Deus” é o ser igual a Deus sugerido pela serpente aos primeiros pais. Paulo compara Jesus ao Adão primitivo, segundo os conceitos de seu tempo. Conforme escritos judaicos da época, o Adão primitivo era andrógino, tinha cem côvados (cerca de 50 metros) de altura e era a imagem ou forma de Deus. Pretendeu, porém, usurpar a igualdade plena com Deus, comendo a fruta do conhecimento do bem e do mal. Com esse pecado, deixou de ser a imagem ou forma de Deus.
Para Paulo, então, Jesus é o novo Adão, começo da nova humanidade. É forma ou imagem de Deus como o Adão primitivo, mas, ao contrário daquele, não pretendeu fazer da igualdade com Deus uma usurpação, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de escravo, apresentando-se como um ser humano comum.
Nas orientações à comunidade de Filipos (Fl 2,1-4), Paulo dizia que o que faltava para completar a sua alegria era que cada um se considerasse o último de todos e que não pensasse no seu interesse, mas apenas no dos outros. Pouca coisa, mas quem é capaz de se esquecer totalmente de si e assumir o último lugar? A resposta é Jesus, o novo Adão, começo da nova humanidade.
Aqui estamos no texto de hoje. A tradução do Lecionário, como a esmagadora maioria das outras, não deixa entrever que se trata de um paralelo entre Jesus e Adão.
Ao contrário do Adão primitivo, que pretendeu adquirir a igualdade com Deus raptando o fruto proibido, Jesus assumiu ser o último de todos (a morte de cruz era o pior que poderia acontecer a um judeu – cf. Dt 21,23) e sacrificou a própria vida pela humanidade. Só assim ele reverte a lei do pecado, ou seja, cada qual pretender ser igual a Deus, absoluto e senhor de tudo.
Obedecer tem que ver com ouvir, estar atento aos fatos. Obedecer é estar atento ao livro da vida e responder a ele coerentemente, mesmo que isso pareça ir contra o livro da Escritura que diz que um crucificado é alguém maldito por Deus.

3. Evangelho (Mc 14,1-15,47)

O Evangelho de Marcos foi escrito muito próximo da chamada Guerra Judaica. Geograficamente próximo, na hipótese cada vez mais aceita de o evangelho refletir a vida dos cristãos da Galileia, de onde saíram os “bandidos”. Cronologicamente próximo, porque foi escrito exatamente entre a tomada de Jerusalém pelos “bandidos” e a destruição da cidade pelo exército romano.
Pequenos proprietários rurais da Galileia, que haviam perdido suas terras por causa dos altos impostos, da baixa fertilidade, do ano sabático (um ano sem plantar) e, especialmente, dos juros extorsivos cobrados pelos judeus ricos que lhes emprestavam dinheiro, passaram a viver de assaltos e a formar grupos de assaltantes. Refugiavam-se em grutas e gozavam da simpatia do povo, porque repartiam nas aldeias os alimentos tomados, por exemplo, de uma caravana romana que assaltavam. Eram chamados de “bandidos”.
No ano 66, eles se uniram e tomaram Jerusalém, onde estavam arquivados os documentos de suas dívidas e onde morava a maioria dos seus credores, os anciãos, membros do Sinédrio. Queimaram os documentos e mataram os anciãos e os sumos sacerdotes, colocando outros no lugar.
Jesus é preterido em favor de Barrabás e é morto entre dois bandidos, como se fosse mais um deles.
O evangelista tem também no pensamento os quatro poemas do livro de Isaías, os cânticos do Servo do Senhor, que falam de um justo e inocente que sofre e é massacrado exatamente por ser justo. Ele, porém, resiste, fica firme, até que os perseguidores reconheçam o próprio erro. Ele vence pela firmeza e coerência diante das violências sofridas.
A morte de Jesus já estava decidida pelas autoridades. A intenção era apenas pegá-lo quando menos se esperasse. Por isso mesmo, Jesus só ficava em Jerusalém durante o dia, à noite ia dormir fora da cidade. Havia um traidor entre os doze. Na preparação para a Ceia, Marcos deixa bem visível o aspecto clandestino da ida de Jesus à noite a uma casa da cidade para celebrar a Páscoa.
Ele é preso num lugar chamado Getsêmani, que significa espremedor de azeitonas. “Sem ordem de prisão e sem sentença ele foi detido, e quem se preocupou com a vida dele?” (Is 53,8).
O misterioso jovem, vestido apenas com um lençol sobre o corpo nu, que deixa o lençol nas mãos dos que prendiam Jesus e foge nu, parece significar aquele que tenta seguir Jesus coberto apenas com uma capa de discípulo, mas, à primeira ameaça, foge nu e desarmado, como falava Amós em 2,16.
“Como cordeiro levado ao matadouro ou ovelha diante do tosquiador, ele ficou calado, sem abrir a boca” (Is 53,7). “Apresentei as costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos que me queriam arrancar a barba nem desviei o rosto dos insultos e dos escarros. O Senhor Deus é o meu aliado, por isso jamais ficarei derrotado” (Is 50,6-7).
O Salmo 22(21), oração de um doente que, curado, agradece a Deus, também inspira o evangelista. Jesus recita na cruz: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?” Lucas e João, para evitar mal-entendidos, não colocam nos lábios de Jesus essas primeiras palavras do salmo.
O salmo, porém, já aponta para a ressurreição: “Quanto a mim, para ele viverei, a ele servirá a minha descendência. Do Senhor se falará à geração futura; anunciarão sua justiça” (Sl 22,30-32).

III. DICAS PARA REFLEXÃO

– A repetição anual, para não dizer semanal ou até diária, da celebração da Paixão do Senhor é necessária e indispensável para nos fazer entender o que significa a vitória do derrotado, o sucesso do fracassado, a glória da humilhação, a vida que nasce da morte. Nada melhor do que isso para derrotar a lei que impera sobre nós, a qual dá força a quem é forte, promete vitória ao mais poderoso, exclui como sentimentalismo tolo qualquer preocupação com as dificuldades do outro. Nessa mentalidade, os considerados incompetentes que se danem, ai dos vencidos!
– Acreditar em Jesus como salvação da humanidade é acreditar na vitória do vencido. Aquele que sacrifica tudo em favor dos outros e se coloca em último lugar é o maior fracassado no mundo governado pelos que se consideram “competentes” e poderosos. No entanto, é ele que vence e dá novo rumo à história.
Fonte: Paulus em em 01/04/2012

HOMILIA DIÁRIA

Bendito o que vem em nome do Senhor!

Postado por: homilia
abril 1st, 2012

Desde o princípio da Quaresma preparamo-nos com obras de penitência e caridade. Neste Domingo de Ramos, a Igreja recorda a entrada de Nosso Senhor Cristo, em Jerusalém, para consumar o Seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas essa entrada do Senhor na Cidade Santa é comemorada, tanto com a procissão como com a entrada solene antes da Celebração Eucarística principal ou com a entrada simples antes das outras Missas.
Foi para realizar esse mistério da Sua Morte e Ressurreição que Jesus Cristo entrou na Cidade Santa. Por isso, recordando com fé e devoção essa entrada triunfal nesse local sagrado, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora da Sua cruz, mereçamos um dia ter parte na Sua Ressurreição.
A leitura atenta da Paixão de Cristo suscita uma inevitável pergunta: quem foram os responsáveis pela morte de Jesus, os judeus ou os romanos?
Na Morte de Jesus misturaram-se motivos políticos e religiosos, embora a responsabilidade mais direta caia – de acordo com a narração evangélica – sobre as autoridades judaicas daquele tempo e não sobre todo o povo.
Porém, a leitura do Evangelho, com um olhar de fé, acaba por descobrir outros responsáveis pela Morte de Cristo, ou seja, todos nós.
Ele foi abatido pelas nossas iniquidades (cf. Is 53,3). Todos nós podemos ouvir, dirigidas a cada um de nós pessoalmente, as palavras que o profeta Natã dirigiu a Davi quando este lhe perguntou quem foi o malvado que matou a única ovelha do pobrezinho. Ele responde:“Esse homem és tu!” (II Rs 12,7).
Sim, foi você. Fui eu. Fomos todos nós. Cada homem é responsável pela Morte de Cristo. Não estão sozinhos Judas que O atraiçoou, Pedro que O negou, Pilatos que lavou as mãos e a multidão que repetiu: “Crucifica-O!”, os soldados que repartem entre si as vestes do Condenado, os ladrões criminosos. Estamos todos nessa situação de responsabilidade.
Mas não podemos ficar aqui. Sabemos não só que Jesus morreu verdadeiramente e foi sepultado. Sabemos também que ressuscitou ao terceiro dia, subiu e está sentado à direita do Pai. Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação.
Desde hoje temos de olhar já para o Domingo de Páscoa. Mas para que este olhar não seja um sentimento vazio, precisamos levá-lo verdadeiramente a sério, isto é, morrer, por intermédio do arrependimento e da confissão dos nossos pecados – sobretudo os pecados mortais – e assim ressuscitar para a vida da Graça.
“Bendito seja o que vem em nome do Senhor!” A liturgia do Domingo de Ramos é como que um pórtico de ingresso solene na Semana Santa.
Esta liturgia associa dois momentos entre si contrastantes: o acolhimento de Jesus em Jerusalém e o drama da Paixão; o “Hosana!” de festa e o grito repetido várias vezes: “Crucifica-O!”; a entrada triunfal e a derrota aparente da morte na Cruz. Assim, antecipa o “momento” em que o Messias deverá sofrer muito, será morto e ressuscitará no terceiro dia (cf. Mt 16,21), e prepara-nos para viver em plenitude o mistério pascal.
Portanto, “Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti” (Zc 9,9). Jerusalém, a cidade em que vive a memória de Davi rejubila ao receber Jesus. A cidade dos profetas, muitos dos quais nela sofreram o martírio por causa da Verdade. A cidade da paz, que ao longo dos séculos conheceu a violência, a guerra e a deportação.
De certa forma, Jerusalém pode ser considerada a “cidade-símbolo” da humanidade, sobretudo no dramático tempo em que vivemos neste Terceiro Milênio. Por isso, os ritos do Domingo de Ramos adquirem uma particular eloquência. Ressoam confortadoras as palavras de Zacarias: “Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado num jumento. O arco de guerra será quebrado. Proclamará a paz para as nações” (Zc 9,9-10). Hoje estamos em festa, porque Jesus – o Rei da Paz – entra em Jerusalém.
“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” Ouvimos de novo a clara profissão de fé, pronunciada pelo centurião, que “O viu expirar daquela maneira”. Daquilo que viu, surge o testemunho surpreendente do soldado romano, o primeiro que proclamou que aquele Homem crucificado “era o Filho de Deus”.
Senhor Jesus, também nós vimos como sofreste e como morreste por nós. Fiel até ao extremo, Tu nos libertaste da morte com a Tua morte. Senhor Jesus, como o oficial romano, confessamos a Tua condição de Filho de Deus crucificado. Que nós compreendamos o verdadeiro sentido de Tua paixão e possamos professar: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS!
Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hosana nas alturas!
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 01/04/2012

Oração Final
Pai Santo, diante do mistério do Cristo – encarnado em Jesus de Nazaré, que viveu, amou apaixonadamente, morreu, ressuscitou e permanece eternamente conosco – faze-nos crianças encantadas e agradecidas. Não permitas, Pai querido, que nos acostumemos com a Verdade, mas que sigamos o Caminho de Jesus, nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/04/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, envia-nos a tua Luz para vivermos, cheios de Esperança, a Semana Santa que iniciamos. Permite, amado Pai, que todas as vezes que nos dedicarmos a contemplar a Paixão de Jesus, nós voltemos a ser crianças do teu Reino e acolhamos o Sacrifício da Cruz encantados e sentindo o sabor e a frescura da novidade. Não deixes, Pai Querido, que nos tornemos seres acostumados, pesados, incapazes de perceber o Novo que tu colocas em cada gesto amoroso. Por Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/03/2021

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