quarta-feira, 8 de novembro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 08/11/2023

ANO A


Lc 14,25-33

Comentário do Evangelho

O caminho da cruz

Dentre as multidões que acompanham Jesus, muitos se inclinam a ser seus discípulos. Jesus apresenta as exigências desse discipulado. O desapego da família, em vista da ampla solidariedade com os pobres e excluídos, conforme a vontade de Deus, reaparece algumas vezes nos evangelhos sinóticos. Carregar a cruz e caminhar após Jesus, expressão usada pelos evangelistas depois da morte de Jesus na cruz, significa estar disposto a enfrentar as dificuldades e a repressão a partir dos que rejeitam a proposta libertadora de Deus. Duas parábolas sugerem que cada um deve avaliar suas disposições em seguir Jesus. A proposta é a renúncia a tudo o que se tem, isto é, confiar em Deus e fixar sua vontade nele.
José Raimundo Oliva
Fonte: Paulinas em 07/11/2012

Comentário do Evangelho

A opção por Jesus é uma atitude radical

Quais são as condições exigidas para seguir Jesus? Para seguir Jesus é preciso uma atitude radical: “... renunciar a tudo o que tem” (v. 32) – esta é a condição para ser discípulo de Cristo.
Entre os vv. 25 e 33 há uma inclusão, isto é, o tema que será desenvolvido entre estes dois versículos através das duas parábolas (vv. 28-30; 31-32). Nas parábolas, trata-se de prever, de medir forças, de saber calcular os riscos. Trata-se, noutras palavras, de sabedoria, de adequar as ambições aos meios de que se dispõe.
Para seguir Jesus é preciso fazer uma escolha. Em primeiro lugar, estar disposto ao desapego. Sem desprezar a quem se ama, os familiares, é preciso não permitir que eles se constituam em obstáculo para o seguimento de Cristo. Se assim fosse, não seria amor verdadeiro, mas possessão.
Mas o desapego tem de ser, em primeiro lugar, da própria vida. Em segundo lugar é preciso aceitar o risco do seguimento de Cristo, a saber, a perseguição, o sofrimento. É exatamente isto que significa “carregar a cruz” (v. 27). Em terceiro lugar, é preciso renunciar aos bens. Trata-se, então, de renunciar às seguranças afetivas e materiais, como exigência do seguimento de Jesus Cristo.
A quem se dispõe a seguir Jesus, desde o início, é exigido renunciar a tudo que possa ser um obstáculo para se colocar livremente a serviço do Reino de Deus. A segurança do discípulo é, antes de tudo, seu Senhor.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, reforça minha disposição a ser discípulo de teu Reino, afastando tudo quanto possa abalar a solidez de minha adesão a ti e a teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 06/11/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

CONDIÇÕES PARA SER DISCÍPULO DE JESUS


Jesus continua seu itinerário, em subida para Jerusalém. Ele marcha decididamente para a morte na cruz. Essa é a sua subida, sua ascensão. Nela, estão contidas a morte e a glória.
Multidões o seguem, mesmo sem muita consciência do que isso signifique. Jesus, então, passa a refletir sobre o amor e a generosidade da entrega, mas, ao mesmo tempo, sobre a prudência e o cálculo das reais condições de segui-lo. O critério fundamental do seguimento continua sendo a cruz.
Aos que querem segui-lo, Jesus exige mais amor a ele do que aos familiares, aos bens materiais e até à própria vida. De fato, ele pronuncia três vezes a expressão: “Não pode ser meu discípulo”. Diante da cruz, sou convidado a fazer as contas. Tenho condição de subir com Jesus a Jerusalém, de segui-lo, entregando-lhe toda a minha existência, sem reservas?
Em resposta, Jesus conta as duas parábolas: o construtor de uma torre e o rei que quer partir para a guerra com menos soldados. É preciso calcular e ponderar se há condições reais de iniciar e concluir o empreendimento. Generosidade e prudência: eis a síntese.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

Não se trata de amar menos os parentes, mas de assumir de tal maneira o Amor de Jesus, que toda a Criação estará incluída nele – também os parentes – e ainda de forma muito mais perfeita, sem escolhas e sem discriminações. Nós estaremos vivendo o Amor Evangélico, Amor Universal inspirado pelo Espírito.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/11/2013

VIVENDO A PALAVRA

Seguir Cristo é deixar de ter pai, para ser filho; de ter filhos, para ser pai ou ser mãe; de ter esposa, para ser marido; de ter marido, para ser esposa. É substituir o verbo ter – do egoísta – pelo verbo ser – dos que aprendem com Jesus de Nazaré, que viveu entre nós e ensinou que o Reino do Céu é dos que são capazes de dar aos irmãos tudo, até a vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/11/2017

VIVENDO A PALAVRA

Não se trata de amar menos os parentes, mas de assumir em tal profundidade o Amor do Cristo, que toda a Criação estará incluída nele – também os nossos parentes! – e ainda de forma muito mais perfeita, sem escolhas e sem discriminações. Nós estaremos sobrepondo às afinidades humanas, o Amor Evangélico. Ele é universal, pleno e inclusivo, fruto do Espírito em nós!

Reflexão

O nome de cristão é motivo de orgulho para muita gente e muitos usam esse nome e fazem propaganda do fato de serem cristãos. Mas muitos são cristãos de apenas de nome e de conversa, porque quando surgem as exigências da vivência coerente com o evangelho, são os primeiros a recuarem e a ficarem teorizando formas de religião que justifiquem a sua incoerência evangélica e outros valores nada cristãos que marcam as suas vidas. A exigência de Jesus é clara: renunciar a todos os valores que são contrários ao evangelho e fazer do seu seguimento o centro da própria vida. O resto e conversa fiada de quem quer usar do discurso para legitimar os próprios erros.
Fonte: CNBB em 07/11/2012

Reflexão

Jesus exige disponibilidade total de quem quer segui-lo. Não se trata de passar algumas horas com o Mestre para ouvir dele uma palestra interessante; tampouco consiste em assistir a uma sessão de curas espetaculares, capazes de despertar a admiração dos espectadores ou deixá-los boquiabertos. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada não raro à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para segui-lo até a morte por causa da justiça. Em nenhum momento, Jesus diz que essa escolha é fácil. Por isso, ele recomenda, mediante as duas parábolas, que se façam os cálculos corretos antes de tomar a decisão de segui-lo.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 06/11/2019

Reflexão

Jesus exige disponibilidade total de quem quer segui-lo. Não se trata de passar algumas horas com o Mestre para ouvir dele uma palestra interessante; tampouco consiste em assistir a uma sessão de curas espetaculares, capazes de despertar a admiração dos espectadores ou deixá-los boquiabertos. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada não raro à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para segui-lo até a morte por causa da justiça. Em nenhum momento, Jesus diz que essa escolha é fácil. Por isso, ele recomenda, mediante as duas parábolas, que se façam os cálculos corretos antes de tomar a decisão de segui-lo.
Oração
Divino Mestre, tua mensagem se dirige à multidão, e não apenas a um grupo especial. Quer dizer que as exigências do Reino de Deus valem para todos. Concede-nos, Senhor, sabedoria e disposição para nos colocarmos inteiramente a serviço do teu Reino de justiça, amor e solidariedade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 03/11/2021

Reflexão

Jesus exige disponibilidade total de quem quer segui-lo. Não se trata de passar algumas horas com o Mestre para ouvir dele uma palestra interessante; tampouco consiste em assistir a uma sessão de curas espetaculares, capazes de despertar a admiração dos espectadores ou deixá-los boquiabertos. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada não raro à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para segui-lo até a morte por causa da justiça. Em nenhum momento, Jesus diz que essa escolha é fácil. Por isso, ele recomenda, mediante as duas parábolas, que se façam os cálculos corretos antes de tomar a decisão de segui-lo.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo»

Rev. D. Joan GUITERAS i Vilanova
(Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos Jesus no caminho até Jerusalém. Ai entregará a sua vida para a salvação do mundo. Grandes multidões acompanhavam Jesus (Lc 14,25): Os discípulos, ao andar com Jesus que os precede, devem aprender a ser homens novos. É esta a finalidade das instruções que o Senhor expõe e propõe aos que o seguem na sua ascensão à Cidade da paz.
Discípulo significa seguidor. Seguir as pisadas do Mestre, ser como Ele, pensar como Ele, viver como Ele... O discípulo convive com o Mestre e o acompanha. O Senhor ensina com atos e com palavras. Viram claramente a atitude de Cristo entre o Absoluto e o relativo. Ouviram muitas vezes da sua boca que Deus é o primeiro valor da existência. Admiraram a relação entre Jesus e o Pai celestial. Viram a dignidade e a confiança com que orava ao pai. Admiraram a sua pobreza radical.
Hoje o Senhor fala-nos com termos claros. O autêntico discípulo há de amar com todo o seu coração e toda a sua alma a nosso Senhor Jesus Cristo, por cima de todo o vínculo, inclusive do mais íntimo: Se alguém vem a mim, mas não me prefere... até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14,26-17). Ele ocupa o primeiro lugar na vida do seguidor. Diz Santo Agostinho: Respondamos ao pai e à mãe: Eu vos amo em Cristo, não no lugar de Cristo. O seguimento precede inclusive ao amor pela própria vida. Seguir Jesus, ao fim e ao cabo, implica abraçar a cruz. Sem cruz não há discípulo.
O chamamento evangélico exorta à prudência, quer dizer, à virtude que dirige a atuação adequada. Quem quer construir uma torre deve calcular se a poderá terminar. O rei que tem que combater decide se vai à guerra ou pede a paz depois de considerar o número de soldados de que dispõe. Quem quer ser discípulo do Senhor tem que renunciar a todos os seus bens. A renúncia será a melhor aposta!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «O nosso nascimento espiritual é o resultado de uma escolha livre e, de certa forma, somos os nossos próprios pais, criando-nos como queremos ser e formando-nos pela nossa vontade segundo o modelo que escolhemos» (S. Gregório de Nissa)

- «Para os cristãos, carregar a cruz não é algo opcional, mas uma missão a ser abraçada por amor. No nosso mundo de hoje, Cristo não deixa de a todos nos propor o seu claro convite: quem quiser ser meu discípulo, renuncie ao seu egoísmo e carregue a sua cruz comigo» (Bento XVI)

- «Jesus impõe aos seus discípulos que O prefiram a tudo e a todos e propõe-lhes que `renunciem a todos os seus bens´ (Lc 14,33) por causa d'Ele e do Evangelho. Pouco antes da sua paixão, deu-lhes o exemplo da pobre viúva de Jerusalém que, da sua penúria, deu tudo o que tinha para viver. O preceito do desapego das riquezas é obrigatório para entrar no Reino dos céus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.544)

Reflexão

A responsabilidade moral na atividade econômica

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, somos confrontados com o apelo de Cristo à prudência ("sentar-se primeiro a calcular"), situando-o no contexto da atividade económica, cujas crises globais não são alheias ao "deficit" generalizado de prudência («a ganância é um dos principais perigos», afirmou João Paulo II).
A essência da atividade-ação económica é algo muito simples: precisamos de alocar os nossos recursos (limitados) a finalidades alternativas (não podemos fazer tudo). Este "exercício de alocação" realizamo-lo todos, todos os dias, em todas as nossas atividades (tempo, estudos, compras, escolhemos cônjuge!, etc.). Esta "racionalidade económica" é profundamente ética: onde haja escolha de finalidades, aí há responsabilidade moral (elegemos as finalidades de acordo com a visão que temos do homem).
— A História mostra que este processo de alocação de recursos a finalidades alternativas costuma ser "inconsistente", incoerente: começamos "casas" que não poderemos terminar, ou, simplesmente, tentamos fazer coisas impossíveis e/ou inúteis. E isto a nível pessoal, familiar, empresarial e institucional. O apelo à prudência e à sobriedade é uma exigência ética e de racionalidade econômica.

Recadinho

Procuro viver desapegado das coisas deste mundo? - Assumo as cruzes de cada dia com espírito de fé, buscando forças em Deus? - Em meio às cruzes da vida, que lugar ocupa Nossa Senhora em meu coração? - Encontro meios de me fazer presente ajudando meu próximo a enfrentar as cruzes da vida? - Tenho pelo menos um crucifixo em minha casa? Onde fica?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 06/11/2013

Meditação

Jesus não conta com nosso entusiasmo fácil, nem nos quer tomar de surpresa. Faz uma proposta, deixa-nos tempo para pensar, espera uma decisão séria e madura. Pois se trata de uma escolha que envolve todo o sentido de nossa vida, no tempo e na eternidade. Se fiz minha opção por Ele e pelo caminho que me apresentou, é preciso que eu seja coerente. É o que devo pedir sempre a Deus.
Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

O cristão viaja com Jesus: a Cruz faz parte da bagagem


Hoje descobrimos que a vida cristã é uma viagem com Jesus. E em seu “carro” cabemos todos: familiares, amigos… Mesmo que muitos queiram ser cristãos, na realidade, não viajam com Jesus: Ficam no ponto de partida, ou abandonam logo, ou fazem outra viagem com outros companheiros… Isso? Problemas de bagagem!
—Pois…, a bagagem é a Cruz! Vale a pena se for para ir com Jesus!

Meditando o evangelho

O DISCIPULADO É COISA SÉRIA

Os discípulos foram advertidos a respeito de várias atitudes incompatíveis com a sua opção. Deviam estar atentos, se não quisessem ver fracassar seu projeto de adesão a Jesus.
Era preciso precaver-se contra o perigo de colocar os interesses familiares acima das solicitações do Reino, a ponto de perder a liberdade de ação e não estar onde o Reino exigisse. Isto vale também para os projetos pessoais. Quem não for capaz de abrir mão deles e assumir plenamente o projeto de Deus, não está em condições de fazer-se discípulo.
Também o medo e a insegurança são incompatíveis com o Reino. Por isso, o discípulo deve estar disposto a abrir mão da própria vida, e enfrentar o martírio, se as circunstâncias o exigirem. O apego exagerado à segurança pessoal pode inviabilizar o discipulado, e bloquear o discípulo em situações importantes em que deve dar testemunho de sua fé.
Outra atitude condenável é a leviandade, que dá ocasião para uma opção superficial pelo Reino e leva o discípulo a abandoná-la na primeira dificuldade que encontra. A superficialidade discípulo não lhe permite avaliar corretamente as dimensões do passo que deve dar. Por isso, sua dinâmica vocacional tem pouco fôlego. Ele não irá longe!
Jesus recomendou aos discípulos renunciar a tudo, se quisessem segui-lo. Só pode ser discípulo quem, de fato, está totalmente ancorado em Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, reforça minha disposição a ser discípulo de teu Reino, afastando tudo quanto possa abalar a solidez de minha adesão a ti e a teu Filho Jesus.
Fonte: Dom Total em 08/11/201706/11/2019 03/11/2021

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. DECIDIR-SE COM PONDERAÇÃO

A decisão de seguir Jesus, por ser muito exigente, deve ser feita com muita ponderação. É indigno do discípulo ficar pelo caminho, sem atingir a meta fixada pelo Senhor. De sua parte, Jesus jamais pretendeu enganar seus seguidores, induzindo-os a assumir um projeto de vida, sem conhecer-lhe o teor. Ele falou claro, para evitar frustrações.
O discípulo de Jesus deveria estar disposto a colocar o Reino acima de tudo. Mesmo as relações familiares ocupariam um lugar secundário, quando confrontadas com as exigências do Reino. Caso contrário, seria impossível fazer-se discípulo. Por outro lado, a decisão pelo Reino comportaria perseguições, incompreensões e ódio para os discípulos. É a cruz inevitável do discipulado. Só quem está preparado para defrontá-la, poderá pôr-se no seguimento de Jesus.
Duas parábolas ilustram esta situação do discípulo. Ficará sujeito ao ridículo quem se puser a construir uma torre, sem verificar se tem condições para concluí-la. Está fadado à derrota quem vai lutar contra um exército mais forte, sem ter uma ideia exata do seu próprio potencial. Igualmente, quem pretende fazer-se discípulo de Jesus sem avaliar se está em condições de levar adiante este projeto, acabará por abandoná-lo na primeira dificuldade.
Oração
Senhor Jesus, reforça o que em mim é fraco, para eu perseverar no discipulado, sem me render diante das dificuldades.

2. QUEM SE SALVARÁ?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

As exigências do Reino apresentadas por Jesus levou os discípulos a se perguntarem pelo número dos que seriam salvos. Imaginavam serem poucas as pessoas predispostas e fiéis ao projeto apregoado pelo Mestre. A dinâmica do Reino, como Jesus a entendia, rompia com os esquemas mundanos e só podia ser vivida por quem, de fato, se predispunha a enfrentar a cruz, como caminho necessário para a glória.
A questão levantada pelos discípulos pareceu ser irrelevante para Jesus. Era inútil saber se os salvos seriam poucos ou muitos. Importava, sim, empenhar-se continuamente para, com a graça de Deus, entrar no Reino, através da porta estreita. Portanto, era tempo de refletir e tomar uma decisão sábia, para evitar o risco de ser deixado do lado de fora.
A exclusão do Reino poderá ser uma experiência trágica. O choro e ranger de dentes expressam o desespero de quem desperdiçou a chance que lhe fora oferecida. A segurança fundada em elementos inconsistentes frustrar-se-á quando o cristão comparecer diante do Senhor. Ter comido e bebido na presença de Jesus e tê-lo visto ensinar nas praças não será suficiente para garantir a salvação. Jesus só reconhecerá como discípulo e salvará quem, como ele, tiver sido capaz de colocar-se a serviço do próximo, sem medo de perder tudo por causa do Reino.
Oração
Senhor Jesus, que eu me esforce sempre para entrar no Reino pela porta estreita do serviço ao próximo e da disposição de perder tudo por causa de ti.
Fonte: NPD Brasil em 07/11/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Opção Fundamental
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quem durante a infância ou adolescência, não brincou em uma casa inacabada? Na minha rua tinha uma que nos abrigava após as malandragens, só tinha uma parte do telhado e buracos disformes em lugar das portas e janelas. Invadida pelo matagal tornara-se um depósito de lixo, virando ainda esconderijo de casais mal intencionados e de bandidos de outras plagas que ali pernoitavam. É para isso que serve uma casa inacabada, para ser usada para o mal.
Poderia ser uma bela casa e abrigar uma família de bem, mas acabou ficando daquele jeito, escura, triste, feia e abandonada, e tudo por falta de planejamento do seu construtor, que não teve o bom senso e a prudência de sentar-se para elaborar o orçamento, planejando o início e o término da obra, que desta forma tornou-se um testemunho vergonhoso contra ele.
Na outra parábola, Jesus é ainda mais claro, qual o rei que antes de sair para o combate, primeiro não se senta para avaliar se valerá a pena marchar contra o inimigo que vem com um exército numericamente superior, e depois envia mensageiros para negociar a paz?
Em qualquer empreendimento humano é necessário um planejamento para atingirmos a meta. Em nossos trabalhos pastorais e, sobretudo na missão fundamental de evangelizar, pecamos muito por falta de planejamento, esse também é o pecado de algumas pastorais e movimentos, pois nem sempre nossos planos pastorais são levados a sério e daí, é claro que os resultados nem sempre serão os esperados.
Em resumo o evangelho quer nos ensinar que antes de tomar uma decisão importante, é preciso pensar e refletir porque depois da decisão tomada, haverá consequências às quais temos que assumir. Um exemplo claro disso é o casamento, onde os casais recebem o sacramento, mas não têm consciência sobre o que estão assumindo e daí não perseveram na vida a dois e o casamento se transforma em uma casa velha, inacabada, que só trará desgosto e aborrecimento.
Pode assim entender por que as palavras de Jesus parecem ser tão duras e exigentes neste evangelho! No meio da multidão dos seus seguidores, e também nas comunidades de Lucas, havia muitas pessoas que ainda não tinham entendido o que é ser cristão, pois Jesus e seu evangelho não é apenas uma opção a mais, mas é a única e verdadeira opção para quem quer ser discípulo.
Ser cristão não é poder escolher em uma vitrine, algumas virtudes, ideologias ou tendências que mais nos agradem. Infelizmente há muitos que agem desta forma e por isso acabam fragmentando o evangelho e os ensinamentos cristãos, idealizando a imagem de um Jesus Cristo mais "Light", esquecendo-se que Cristo não é apenas a parede da casa, mas o alicerce sobre o qual construímos a nossa existência e tudo se fundamenta nele: nossa relação com os outros, tudo o que somos e temos, absolutamente nada deve ficar fora do ideal cristão!
É isso que Jesus quer dizer com a palavra desapego e renúncia, que não significa abrir mão de tudo que se tem, mas sim colocar o reino de Deus acima de todas essas coisas, até mesmo das relações afetivas com os familiares, simplesmente porque tudo o que temos e somos nesta vida é transitório e efêmero diante do Reino.
Há cristãos que planejam mal a sua vida de fé, muitas vezes almejam a glória da ressurreição tentando cortar por atalhos o caminho do calvário, esquivando-se da cruz que nos pertence, mas que o Senhor carregou por todos nós. Este é na verdade o grande perigo desse cristianismo da modernidade, ser discípulo de um Cristo sem cruz, onde não se precise fazer renúncias e nem desapegos, onde não seja necessário tomar decisão radical a favor do evangelho e nem se precise ser tão exigente conosco, no campo da ética e da moral.
As renúncias devem estar presentes em nosso dia a dia, como consequência natural de quem fez uma opção fundamental por Jesus, trata-se de uma escolha que se iniciou no dia do nosso batismo, quando pais e padrinhos falando em nosso nome, confiantes no efeito da graça de Deus em nossa vida, prometem solenemente naquele dia RENUNCIAR todas as forças do mal, contrárias ao reino que Jesus inaugurou.

2. Carrega sua cruz, e seja meu discípulo - Lc 14,25-33
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Este é o início da quarta etapa da subida de Jesus a Jerusalém, marcada pelas palavras: “Grandes multidões acompanhavam Jesus”. Aos que querem segui-lo de verdade, Jesus lhes diz: “Para ser meu discípulo é preciso não colocar nada acima de mim. Nem o pai, nem a mãe, nem ninguém. Precisa vir atrás de mim, carregando a própria cruz. Quem quiser ser meu discípulo, tem que renunciar a tudo o que tem. Calculem então se são capazes, se estão preparados”. Jesus está falando às multidões que o acompanham e não apenas a alguns que seriam religiosos professos ou sacerdotes ordenados. As exigências são iguais para todos. Imagine a força de uma comunidade cristã na qual todos dão uma resposta firme e decidida ao chamado!
Fonte: NPD Brasil em 06/11/2019

Liturgia comentada

A sua cruz... (Lc 14,25-33)
Sim, Jesus não fala de uma cruz qualquer. Fala daquela cruz que cabe a cada um de nós. “Quem não carrega a SUA cruz, não pode ser meu discípulo.” E é muito estranho que esta verdade possa espantar alguém. Afinal, se o Mestre e Senhor morreu crucificado, abraçado à SUA cruz, por que motivo nós iríamos segui-lo com as mãos abanando? Seria possível imaginar um cristianismo sem cruz?
Creio que estamos diante de um véu íntimo, uma cegueira interior que nos impede de olhar de frente a cruz. Muitas vezes, fiz a seguinte experiência: falando a um grupo de católicos, pergunto o que é que Santa Teresinha do Menino Jesus tem nas mãos, em suas imagens. Um coral uníssono responde: rosas! De fato, lá estão as rosas... Mas por que será que nunca me respondem: a cruz? Pois lá está, bem visível, a figura do Crucificado, pregado à sua cruz...
Parece que nossos olhos não querem ver a evidência: nosso Fundador “perdeu”. Morreu crucificado, após terríveis sofrimentos físicos e morais. Seus apóstolos foram todos martirizados. Ainda hoje, por este mundo afora, os fiéis sofrem perseguições e prejuízos de toda ordem. O sistema dominante, centrado no lucro e no poder, tem gana do cristão.
Quantas queixas eu tenho ouvido dos que se dizem seguidores de Jesus! “Vejam só o que fizeram comigo! Ninguém me valoriza nesta comunidade... Fiz tanto por aquela paróquia e, agora, me substituíram! Tantos anos de trabalho e me trocaram por alguém mais jovem (ou mais letrado... ou mais influente...).”
Fica evidente que esses “fiéis” não estavam lá por amor a Deus. Não prestaram aquele serviço como quem servia amorosamente a Jesus Cristo. Queriam aplausos e reconhecimento. Esperavam uma contrapartida das pessoas. No fundo, não queriam a cruz...
Madre Teresa de Calcutá, mergulhada no mundo dos pobres, assim nos ensina: “O sofrimento jamais desaparecerá completamente de nossa vida. Portanto, não tenham medo. O sofrimento é grande veículo de amor se o desfrutarem e, sobretudo, se o oferecerem pela paz do mundo. O sofrimento em si é inútil, mas o sofrimento partilhado com a paixão de Cristo é dom maravilhoso e sinal de amor.”
Afinal, quando abraçaremos a nossa cruz?
Orai sem cessar: “Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo.” (Cl 1,24)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 06/11/2013

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 06/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

O discipulado se faz num caminho de entrega total a Cristo.

Postado por: homilia
novembro 7th, 2012

O tema de hoje está precedido por uma introdução, na qual vemos grandes multidões acompanhando Jesus. À vista disso, Ele terá de determinar quais são as verdadeiras características dos que querem realmente se tornar Seus discípulos. Temos, pois, duas exigências essenciais para formar parte do discipulado de Cristo, junto com duas parábolas ou exemplos, finalizando com uma conclusão que determina toda a matéria, unificando coerentemente a lógica dos argumentos precedentes.
Jesus está no lugar do próprio Deus, o qual pede o máximo como criador do homem. Sua figura como Salvador e Redentor O coloca no plano divino do absoluto e transcendente. Cristão e discípulo de Cristo são sinônimos de uma radicalização da vida que oferece uma nova visão do mundo e dos problemas humanos sob a luz da redenção do Senhor. A Ele pertencemos como novas criaturas, resgatadas pelo preço de sangue único e incomparável.
Com a referência às grandes multidões que acompanhavam Jesus, Lucas muda de tema. Ele passa das narrativas anteriores, em torno do tema do banquete, para as narrativas em torno do seguimento a Cristo. Com algumas sentenças, são apresentadas as condições para este seguimento.
A primeira condição é a liberdade plena em relação às tradições vinculadas aos laços de parentesco e à própria realização pessoal na escala de status deste mundo. No ambiente do Antigo Testamento, essa desvinculação em relação à família significa uma ruptura com a tradição hereditária e consanguínea, segregativa e elitista de “povo eleito”.
A opção do discípulo deve ser radical por Jesus com Sua proposta do Reino, na qual é priorizada a vida plena para todos sem discriminações ou privilégios. A segunda condição – o “carregar Sua cruz” – tomou forma nas primeiras comunidades, as quais viam, na cruz de Jesus, o modelo do dom total. O carregar a cruz foi o auge da repressão sofrida por Ele e imposta pelos poderosos da teocracia sediada em Jerusalém. Assim, o discípulo deve estar disposto a enfrentar a repressão ao exercer o serviço da Palavra e sua ação salvífica, sem medo da morte.
A seguir, temos duas curtas parábolas que mostram a necessidade de se tomar consciência das consequências ao decidir-se pelo seguimento a Cristo, para não vacilar, depois, diante das dificuldades que virão. O discípulo é chamado a uma renúncia total. Os que aceitam as condições são os que, pela sabedoria, conhecem o projeto de Deus.
Antes de iniciar uma guerra, que pode ser um desastre total, é preciso pensar seriamente se com o exército disponível podemos vencer um inimigo superior. Caso contrário, é melhor optar por uma paz, embora seja menos honrosa. São comparações que podem ser entendidas do ponto de vista puramente natural pelo homem “psychikós” que diria Paulo, levado unicamente por sua razão e sentimentos.
O discipulado de Cristo é um chamado a todos. Mas unicamente serão verdadeiros discípulos os que estejam dispostos a uma renúncia total – a começar por si mesmos – que é notada externamente pela pobreza de uma opção aparentemente irracional. Discípulo de um Mestre que teve uma cruz como fim e uma vida na qual o sofrimento era parte essencial, especialmente o sofrimento da incompreensão e da perseguição.
A cruz não é unicamente um símbolo de Quem sofreu por nós, mas uma opção necessária que deve dirigir nossas vidas de discípulos de Cristo. Não existe um Cristianismo “light” em que a humilhação, o escárnio e o sofrimento possam ser referidos unicamente ao Senhor. Os discípulos devem, como Jesus pediu aos filhos do Zebedeu, optar por beber o cálice amargo de Sua Paixão.
Seguir Jesus é continuar o projeto do Pai, experimentando um clima novo em relação às pessoas, às coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e responsabilidade a condição humana sem superficialismos, conveniências ou egoísmos. Decidir-se por uma humanidade que Jesus adotou como modelo, em que a renúncia a si mesmo é a base da entrega a Deus e ao próximo.
Ambas as parábolas explicam as dificuldades e inconvenientes que levarão muitos a abandonar o caminho empreendido. Por isso, devemos enfrentar o nosso discipulado com a intenção de total e absoluta renúncia a tudo o que possuímos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 07/11/2012

HOMILIA DIÁRIA

O amor deve ser o compromisso principal da nossa vida

O amor deve ser o compromisso principal da nossa vida, deve ser o empenho que move as forças do nosso coração e da nossa alma.

“Irmãos, não ficais devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo – pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei.” (Rm 13,8)

Queridos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos convida a duas realidades. A primeira é a realidade do amor; a segunda, do desapego para ser livre para o Reino de Deus. É possível vivermos as duas coisas? É possível e precisamos vivê-las intensamente. Não podemos negar nem dever nosso amor a ninguém; aliás, é uma dívida que nós sempre teremos uns para com os outros, porque se nós amamos, ainda não amamos o bastante. Precisamos amar com mais intensidade o nosso próximo.
Essa deve ser a nossa única dívida, a qual devemos, a cada dia, nos empenharmos em saldá-la. Saldar aquelas dívidas que nós temos de atenção para com o outro – alguém que precisamos visitar, que precisamos perdoar, nos fazer presente na vida dessa outra pessoa. Como precisamos viver com intensidade esse amor ao próximo, esse amor ao irmão!
O amor deve ser o compromisso principal da nossa vida, deve ser o empenho que move as forças do nosso coração e da nossa alma. Mas para que possamos viver a intensidade desse amor, devemos amar a Deus acima de todas as coisas. Se alguém quer amar o Senhor, mas ama seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos e até a sua própria vida mais do que ama a Deus, não pode se tornar discípulo do Senhor.
Nós perguntamos assim: Precisamos deixar de amar os nossos? Não. É o contrário. Nós temos é que aprender amar os nossos com amores que vem do coração de Deus. Então, precisamos, primeiro, renunciar esse amor pegajoso, o qual, muitas vezes, nos mantêm dependentes demais uns dos outros e não nos permite crescer. Temos de nos encher do amor de Deus, porque quando amamos o próximo – nosso pai, nossa mãe, amamos aqueles que Deus colocou em nossa vida. Com esse amor que vem do Senhor, amamos com mais intensidade, com mais verdade, com mais caridade. Esse amor não será tão doentio, não nos deixará escravos, não nos deixará tão dependente.
É verdade que precisamos nos dedicar para cuidar dos nossos. A mulher tem que amar intensamente o seu marido e vice-versa, os pais têm que amar seus filhos e estes amar seus pais, e nós temos de nos amar uns aos outros, cada um na sua medida e proporção. A mulher não pode nunca deixar de cuidar da sua casa, do seu marido; e o marido não pode trocar nenhum outro amor pelo amor da sua esposa, pois este amor é sacramentado em Deus.
Pai, mãe, vocês amarão melhor, terão forças para amar o seu companheiro ou a sua companheira com esse amor que vem do coração de Deus, porque o amor humano é muito limitado, se machuca com muita facilidade, rompe-se com certa banalidade. Mas quando nos enchemos, nos preenchemos com o amor que vem do coração de Deus, o nosso amor se torna mais intenso, mais vivo e mais autêntico.
Que nós hoje nos enchamos do amor de Deus para nos amarmos uns aos outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos carregar nossa cruz a cada dia

Quando vamos ao encontro de Jesus, tomamos consciência da cruz que temos de carregar a cada dia

“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14,27)

Estando diante de uma multidão que seguia Jesus, Ele dizia às pessoas que, para ser discípulo d’Ele, para segui-Lo de verdade, não era fácil. É preciso empenho para ir atrás de Cristo. Eu não tenho dúvidas de que todos nós queremos ser discípulos do Senhor, queremos fazer parte da Sua escola e estar em Sua companhia. E o Mestre não só nos chama, mas nos aponta as condições para que este seguimento aconteça, para que façamos parte da Sua escola. As primeiras coisas necessárias são o desprendimento e o desapego.
É bom lembrar que desprendimento e desapego não querem dizer falta de amor; pelo contrário, querem dizer amar os nossos com amor evangélico, na medida certa, porque o apego, em demasia, a qualquer coisa ou pessoa, faz de nós pessoas descontroladas, emocional e espiritualmente; e não conseguimos amar a Deus como precisamos.
Quem quer segui-Lo precisa, primeiro, ser uma pessoa desapegada, que ama muito os seus, mas que sabe viver o desapego.
A segunda opção para seguir Jesus é carregar a cruz de cada dia. Segui-Lo não é procurar ter facilidades, uma vida sem problemas e dificuldades, não é deixar de lado os compromissos e as responsabilidades: “Agora eu sou só de Jesus. Agora eu vou só rezar”. Não é isso! Nem mesmo nossos irmãos monges vivem assim. Vivem no mosteiro dedicados à oração, com exclusividade, mas carregando a cruz de cada dia, a cruz da vida fraterna, da convivência humana, a aceitação da própria natureza, das doenças e enfermidades.
Seguir Jesus é carregar a cruz aqui, acolá, no mundo, na escola, no trabalho, na faculdade, nos seminários, numa comunidade, seja onde for. Não podemos seguir Jesus para correr da cruz. Quando vamos ao encontro d’Ele, tomamos consciência da cruz que temos de carregar a cada dia.
A terceira coisa é sermos prudentes. A prudência é muito necessária, porque, por falta dela, muitos cometem decisões erradas em nome de Cristo. “Em nome de Jesus, vou fazer isso. Vou fazer só aquilo”. Temos de calcular, pensar, colocar as coisas na ponta do lápis e discernir: “Isso é mesmo de Deus, é a minha vontade ou inspiração humana? Isso é mesmo de Deus ou eu que estou seguindo as modas do momento, as inspirações que alguns trazem da própria carne?”.
Sem discernimento, sem prudência, podemos querer muito acertar, fazendo a vontade de Deus, mas vamos “quebrar a cara” e, muitas vezes,  fazer aquilo que não é a vontade d’Ele, mas imaginávamos ser.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 08/11/2017

HOMILIA DIÁRIA

Somente Deus pode ocupar o primeiro lugar em nosso coração

“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14,26)

Jesus está se dirigindo para o nosso coração de discípulos e seguidores d’Ele. E ser discípulo de Jesus não é muito fácil, porque a nossa mentalidade mundana nos impede, muitas vezes, de segui-Lo de todo o coração.
Três verbos são essenciais para o seguimento de Jesus, e todos eles são muito duros, mas necessários para moldar, cuidar, cultivar e formar o verdadeiro coração do seguidor de Jesus Cristo.
O primeiro deles é o verbo “desapegar”. Quem quiser seguir a Jesus tem de ser uma pessoa desapegada. Quem vive um apego demasiado à sua família não consegue seguir a Jesus, porque o tempo inteiro está com a cabeça, o coração, a mente e o sono preso naquela situação.
Desapegar não quer dizer largar, não quer dizer fazer pouco-caso; desapegar quer dizer amar com profundidade, e não de forma doentia, porque todo apego exagerado é uma forma doentia de se viver. Por isso, aquele que é desapegado, confia; é aquele que se entrega para Deus; é aquele que entrega e vive pelos seus, deixando que Deus ensine a cuidar, e não toma para si todas as coisas. Há aquela pessoa da família que quer resolver tudo, tomar conta de tudo, inclusive, nem permite a família amadurecer, em Deus, pelo excesso de apego que tem.

Aquele bem que possuímos e cuidamos é importante para nós, mas não pode ocupar o primeiro lugar no nosso coração

O outro verbo é “renunciar”: “Se vós não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo”. Para ser um discípulo não se pode ser apegado ao outro, não pode ser preso aos bens e as circunstâncias materiais. Tudo o que temos é para promover o bem, fazer o bem, vivermos bem.
Renunciar quer dizer colocar cada coisa no seu lugar. Ou seja, aquele bem que possuímos e cuidamos é importante para nós, mas não pode ocupar o primeiro lugar no nosso coração.
O terceiro verbo tão importante para seguir Jesus é “carregar” a sua cruz, isto é, ter a cruz não somente no peito, e sim como marca da vida. Carregar a cruz é carregar a sua própria vida com as circunstâncias que ela tem; com todas as coisas boas e com as dificuldades; com os problemas; com os desafios; com as necessidades e superações que nós temos; com as doenças, enfermidades e contrariedades. É saber que seguir a Jesus não é deixar de termos isso, mas é assumirmos todas essas coisas com o coração de um discípulo de Jesus.
Que o bom Mestre nos ensine a sermos desapegados, ensine-nos a viver a renúncia para segui-Lo de todo o coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/11/2019

HOMILIA DIÁRIA

O amor de Deus direciona todos os outros amores

“Portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (Lucas 14,33)

A Palavra de Deus, hoje, nos apresenta algumas condições para o discipulado, para o seguimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Veja que não é fácil seguir Jesus, não é fácil porque, primeiro, nós somos muito apegados às coisas, às pessoas, ao que temos e ao que possuímos. Quem tem muito é apegado ao muito que tem; quem tem pouco faz do seu pouco muito, se agarra ao que tem e não vive sem aquilo que tem.
A questão do “sermos apegados” é que o apegado nos torna presos e reféns, até as pessoas nos tornam reféns delas. Veja que é diferente uma coisa da outra, uma coisa é nós amarmos e o amor nós nunca podemos renunciar, ninguém pode renunciar ao amor do seu pai e da sua mãe, o marido não pode renunciar o amor da sua mulher, a mulher não pode renunciar o amor do seu marido, os pais dos seus filhos e assim por diante. É o vínculo de amor belo, profundo, divino e sagrado que nos une, agora o que estraga é o apego, é aquela forma, muitas vezes, cega que nós vivemos as relações humanas; criamos uma dependência que, muitas vezes, endeusamos aquelas pessoas ou aquelas coisas que nós temos.

É o amor divino que direciona todo e qualquer amor humano

Aprenda que todo apego é doentinho e todo desapego é um desprendimento, é uma libertação e nos torna pessoas saudáveis, livres para amarmos e seguirmos a Jesus. Sim, nos tornamos livres para amar e, muitas vezes, o apego doentio não nos permite amar, mas nos aprisionar e aprisionarmos as pessoas ou as coisas a nós.
Uma mãe e um pai não criam filhos para si, o amor faz você criar seus filhos para que eles sigam a vida, para que eles, assim como você formou uma família, também possam formar a família deles. Muitas vezes, a mãe prende o filho, prende a sua filha e cria aquela situação de uma dependência doentia, onde a pessoa não pode nem seguir o trajeto e o rumo da sua vida. Do mesmo jeito, às vezes, o filho ou a filha criam uma dependência do seu pai e da sua mãe que não amadurecem, não conseguem andar com as suas próprias pernas.
Temos sempre que cuidar dos nossos, mas não com apego, e sim como muito amor; e para que o amor seja autêntico é preciso o desapego, é preciso saber caminhar com as próprias pernas, inclusive para amar Jesus sobre todas as coisas.
Se alguém vive amarrado a qualquer situação, não consegue mesmo olhar para Ele ou ser todo d’Ele. Talvez, você me pergunte assim: “Jesus está me mandando largar os meus?”. Não! Jesus está mandando você cuidar melhor dos seus. E como é que nós cuidamos melhor dos nossos? Amando a Deus sobre todas as coisas porque o amor divino é que direciona todo e qualquer amor humano.
Como é que vamos cuidar das coisas que nós temos? Amando a Deus sobre todas as coisas, pois não nos prenderemos a nada deste mundo, porque é para isso que caminhamos. Achamos que o ciclo da vida é juntar, acumular e ter tudo; o ciclo da vida é passarmos e até termos as coisas, mas depois não temos nada, não ficamos com nada e não levamos nada a não ser o amor que nutrimos uns pelos outros; e o amor profundo que dedicamos a Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/11/2021

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a aceitação alegre da nossa própria cruz, e também força e sabedoria para ajudar os companheiros a carregar seus fardos, tornando-nos para eles fontes de Esperança – que é a certeza de que tu não apenas nos esperas no fim da jornada, mas caminhas conosco. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/11/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a enxergar o mundo e as pessoas que nos cercam não como objetos de nossa propriedade, mas como obras de tua criação que nos ofereces para serem cuidadas com zelo e carinho, com generosidade e desprendimento. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/11/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a aceitação alegre da nossa própria cruz e nos dá força e sabedoria para ajudar os companheiros a carregar os seus fardos. Que nos tornemos para eles fontes de Esperança – que vem da certeza de que Tu não apenas esperas por nós no fim da jornada, mas desde agora caminhas ao nosso lado. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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