terça-feira, 12 de setembro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 10/09/2023

ANO A


23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano A - Verde

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” Mt 18,20

Mt 18,15-20

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Neste domingo, a Palavra de Deus chamará a atenção para a correção fraterna. Corrigir, antes de qualquer coisa, significa ajudar o outro a reorientar atitudes e modo de pensar. Abramos o coração e deixemo-nos transformar pela graça divina.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, eis que aqui chegamos e, reunidos, vamos celebrar o Dia do Senhor. O Senhor que prometeu que estaria presente onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome, está aqui agora, no meio de nós. Vamos bendizer o Senhor, reconhecê-lo presente em nossa assembleia santa e, com Ele, glorificar ao Pai, na força do Espírito. Nesta Eucaristia, renovemos em nós o desejo de realizar a vontade do Senhor, vivendo o mandamento do amor ao próximo.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Iniciamos o mês de setembro, mês da Bíblia. Neste domingo, a Palavra de Deus chamará a atenção para a correção fraterna. Corrigir, antes de qualquer coisa, significa ajudar o outro a reorientar atitudes e modo de pensar. Abramos o coração e deixemo-nos transformar pela graça divina.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, eis que aqui chegamos e, reunidos, vamos celebrar o Dia do Senhor. O Senhor que prometeu que estaria presente onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome, está aqui agora, no meio de nós. Vamos bendizer o Senhor, reconhecê-lo presente em nossa assembleia santa e, com Ele, glorificar ao Pai, na força do Espírito. Nesta Eucaristia, renovemos em nós o desejo de realizar a vontade do Senhor, vivendo o mandamento do amor ao próximo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O trecho do evangelho de hoje segue imediatamente a narrativa da parábola da ovelha desgarrada, da qual se torna uma aplicação concreta. Se um irmão cometeu uma falta, deve fazer-se em primeiro lugar a correção pessoal; se não escuta, é necessário chamar em auxílio algumas testemunhas; em terceira instância, convém referir à comunidade; e se não houve nem esta, deve-se, só então, considerá-lo como um pagão ou publicano, isto é, como um ex-comungado. O contexto de todo o trecho é o do convite à misericórdia e ao perdão. Não se trata tanto de uma "ex-comunhão", mas da constatação de que, apesar do recurso a todos os meios possíveis para a reconciliação e o diálogo fraterno, não há no irmão a vontade eficaz de comunhão e conversão. E, no entanto, convém lembrar que a Igreja conserva o direito de pronunciar-se contra os pecadores contumazes, para não prejudicar a comunidade, e, com o fim de fazer o pecador entrar em si e converter-se.
Fonte: NPD Brasil em 06/09/2020

A CORREÇÃO FRATERNA

O Evangelho escrito por São Mateus traz diversos traços das primeiras comunidades cristãs revelando suas virtudes e defeitos. Ao tratar da correção fraterna, o evangelista reproduz um ensinamento de Jesus dando direção segura por ocasião do erro de um irmão, visto que a comunidade, em vez de ser um lugar de acolhimento, estava se transformando em espaço de condenação. Tal perigo não ficou sepultado no passado, mas começa a ganhar força nos dias atuais. Por isso faz bem relembrar o conselho de Jesus quando um irmão comete algum erro.
“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo”. A primeira atitude diante do irmão que falhou é não fazer alarde, mas ir pessoalmente, de modo discreto, silencioso e sem ruídos. Quem falhou pode estar ferido, e não convém a um irmão aumentar a dor daquele que pode estar sofrendo. A finalidade última é ganhar, salvar um irmão.
Pode ser que apesar das boas intenções, a primeira intervenção falhe. Caso isso aconteça, não desista “toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda questão seja resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas”. Mas Jesus vai mais longe: as duas testemunhas devem agir com sensibilidade e sabedoria, de tal modo que aquele que desviou do caminho perceba que são seus amigos e querem o seu bem.
Havendo recusa em ouvir os irmãos que cuidadosamente o procuraram, o passo seguinte é tratar do assunto com a Igreja para que seu amor pelos irmãos o estimule a reagir positivamente, pois é sempre necessário um amor maior para recuperar um irmão.
Todo caminho pedagógico feito pelos irmãos e pela comunidade pode ter sido insuficiente para ganhar aquele que falhou. Se isso acontecer, o último passo é que seja tratado como um pagão ou um pecador público reconduzindo o irmão para as mãos de Deus, pois só o Pai poderá demonstrar um amor maior do que o amor de todos os irmãos juntos. Lembremos que o próprio Jesus se fez companheiro de viagem e sentou-se à mesa em diversas ocasiões com pagãos ou pecadores públicos: as portas continuam abertas.
Nossas comunidades não são feitas por pessoas perfeitas, todas estão sujeitos a cometer falhas, por isso, vez ou outra, necessitados do perdão, correção e compreensão dos irmãos e irmãs. “Por isso, corrigir é obra de amor; nunca é extinguir energias e entusiasmos. Juntamente com a correção fraterna, o cristão faz largo uso do encorajamento. O encorajamento, como a correção, é uma das muitas facetas da caridade” (Missal Romano).
O profeta Ezequiel nos remete a imagem da sentinela que ficava atenta, observando se os inimigos se aproximavam da cidade. Enquanto o povo dormia, as sentinelas estavam bem acordados como guardas cuidadores dos irmãos, bem diferente de Caim que matou seu irmão Abel.
Por fim, vale lembrar a recomendação de Paulo que diz: “Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei”; e Santo Agostinho que ensina: “Ama e faze o que queres. Seja que cales, cala por amor; seja que fales, fala por amor; seja que corrijas, corrija por amor; seja que perdoes, perdoe por amor. Esteja em ti a raiz do amor, porque desta raiz não pode nascer outra coisa a não ser o bem”.
Dom José Benedito Cardoso
Bispo Auxiliar de São Paulo

CORRIGIR UM IRMÃO

As leituras bíblicas da Missa deste domingo falam sobre o tema da caridade fraterna na comunidade dos fiéis, a qual tem sua fonte na comunhão da Trindade. O apóstolo Paulo afirma que toda a Lei de Deus encontra a sua plenitude no amor, de modo que, também os nossos relacionamentos com os outros, os dez mandamentos e qualquer que seja o preceito se resumem nisto: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Rm 13, 8-10).
O texto do Evangelho tirado do capítulo 18 de Mateus, dedicado à vida da comunidade cristã, nos diz que o amor fraterno comporta também um sentido de responsabilidade recíproca, pela qual, se o meu irmão comete uma culpa contra mim, eu devo usar de caridade em relação a ele, a antes de tudo, falar- -lhe pessoalmente, fazendo-lhe meditar que aquilo que disse ou fez não é bom. Este modo de agir se chama correção fraterna: essa não é uma reação à ofensa imediata, mas é movida pelo amor ao irmão. Comenta Santo Agostinho: Aquele que te ofendeu, ofendendo-te, provocou em si mesmo uma grave ferida, e você não cuidará da ferida do seu irmão? Você deve esquecer a ofensa que recebeu, não a ferida do teu irmão (Discursos, 82;7)
E se o irmão não me escuta? Jesus no Evangelho indica um percurso: antes de voltar a falar- -lhe chame outras duas ou três pessoas, para ajudá-lo melhor a se dar conta daquilo que fez; se, apesar disso, ele rejeitar a observação, haverá a necessidade de levar a questão à comunidade; e se não escuta nem mesmo a comunidade, é necessário leva-lo a perceber a separação que ele mesmo provocou, separando-se da comunhão da Igreja. Tudo isto indica que existe uma corresponsabilidade no caminho da vida cristã: cada um, consciente dos próprios limites e defeitos, é chamado a acolher a correção fraterna e a ajudar os outros com este serviço particular.
Um outro fruto da caridade na comunidade é a oração em comum. Diz Jesus: "Se dois de vocês na terra se colocarem de acordo para pedir qualquer coisa, o meu Pai que está nos céus a concederá. Porque onde estão dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt 18,19-20)
A oração pessoal é certamente importante e mais, indispensável, mas o Senhor assegura a sua presença na comunidade que, mesmo sendo pequena, é unida e unânime, porque esta reflete a própria realidade de Deus Uno e Trino, perfeita comunhão de amor. Orígenes diz que "devemos exercitar-nos nesta sinfonia" (Comentário sobre o Evangelho de Mateus 14,1), isto é, nesta concórdia no interior da comunidade cristã. Devemos exercitar- -nos seja na correção fraterna, que requer muita humildade e simplicidade do coração, seja na oração, a fim que suba a Deus, uma comunidade verdadeiramente unida em Cristo.
Papa Emérito Bento XVI
(Angelus, 17/09/2011)

Comentário do Evangelho

A missão do profeta.

O profeta Ezequiel é contemporâneo do profeta Jeremias. Ao contrário de Jeremias que, durante o exílio na Babilônia, ficou em Judá, Ezequiel foi para a Babilônia com os deportados. Sua missão tinha um duplo aspecto: ajudar o povo exilado a não se esquecer de que, ao contrário do que eles pensavam, Deus não os havia abandonado, mas estava com eles, e manter viva a esperança do retorno à terra dos seus antepassados. O texto autobiográfico que, hoje, lemos, apresenta Ezequiel como sentinela da casa de Israel (cf. Ez 33,1-7). Enquanto tal, ele deve alertar contra o inimigo que ameaça o povo. A missão do profeta é prevenir o povo contra tudo o que possa ameaçar a esperança e a fidelidade ao Deus de Israel. Ele compreende que sua missão, enquanto sentinela da casa de Israel, é também de despertar no povo o desejo de conversão.
O evangelho de hoje é parte do discurso sobre a Igreja, em que Jesus instrui os seus discípulos acerca dos aspectos essenciais da vida comunitária cristã. A comunidade cristã é uma comunidade de reconciliados, por isso, o perdão deve ser uma das marcas de sua existência. No trecho anterior ao apresentado pela liturgia deste domingo, duas características da comunidade eclesial foram ressaltadas: a comunidade cristã deve ser caracterizada pelo serviço e pelo cuidado de uns para com os outros, de modo especial pelos “pequeninos”, isto é, por aqueles que se sentem, por algum motivo, desprezados e não valorizados, e que correm, por isso, o risco de abandonar a comunidade. Nosso texto de hoje é, por assim dizer, a aplicação prática do desejo de Deus de que nenhum membro da comunidade se perca (v. 14). A atitude exigida para realizar o desejo de Deus é a iniciativa que cada um deve tomar no que diz respeito à reconciliação, tendo presente que a comunidade cristã é uma comunidade de irmãos (v. 15). O pecado divide a comunidade. Se acontecer a alguém ser vítima do pecado de outro membro da comunidade, trata-se, aqui, de tomar a iniciativa de ajudar o pecador no seu processo de conversão, desde que ele aceite livremente. É Deus quem toma a iniciativa de vir em socorro de nossa humanidade e é ele quem oferece, gratuitamente, o seu perdão. A comunidade cristã é chamada a ser reflexo da misericórdia divina (Mt 5,48; Lc 6,36; 15). Assim como Deus não desiste de nós, também não devemos desistir de nossos irmãos. O único limite para o perdão e a reconciliação é o fechamento do outro (v. 17). O amor fraterno e, consequentemente, a comunidade cristã são construídos através desse esforço permanente de reconciliação.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a presença de teu Filho ressuscitado na comunidade cristã seja um incentivo para que nós busquemos pautar nossa ação pela tua santa vontade.
Fonte: Paulinas em 07/09/2014

Vivendo a Palavra

Existe diferença fundamental entre julgamento e correção fraterna: quem corrige o irmão é um amigo que oferece ajuda para caminharem juntos seguindo Jesus; quem julga se coloca em posição superior para condenar seu próximo. Um segue a lei do amor e cria fraternidade; outro mostra seu orgulho e exclui o irmão.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus de Nazaré não só legitima a correção entre irmãos como a aconselha e nos ensina seu jeito carinhoso e eficaz de fazê-la. Nosso Mestre nos adverte para os cuidados de que a correção fraterna deve se revestir: ser honesta, justa, discreta, delicada e, sobretudo, visar à conquista do irmão para o Caminho do Reino.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/09/2020

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

Em todas as leituras de hoje, a palavra de Deus vem insistir que somos responsáveis uns pelos outros e devemos ser um suporte para os fracos, indecisos, tíbios, apáticos na fé e no seguimento de Jesus.
Pouquíssimas pessoas têm coragem de advertir alguém que está errado. É mais fácil condenar, humilhar, fofocar ou ser indiferente. Mas a Bíblia afirma e reafirma a responsabilidade de uns para com os outros. Deus nos pedirá contas da vida de nossos irmãos e irmãs. Por isso, hoje, quando ouvirmos a sua voz, não endureçamos nosso coração.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 18,15-20): Se ele te ouvir, terás ganho teu irmão

O texto do evangelho de hoje situa-se no contexto do “sermão sobre a comunidade”, cujos textos são direcionados especificamente para orientar a vida na Igreja. E um tema muito precioso para o Evangelho de Mateus é a correção fraterna, essencial para o crescimento pessoal do cristão na comunidade.
O evangelho nos orienta no delicado passo da correção fraterna. Primeiramente devemos tomar consciência de que o ato de corrigir o irmão é nossa responsabilidade. O texto é claro: “Vai!” É um imperativo que nos interpela. A não realização desse mandato significa erro grave, pois nos omitimos diante do erro do outro, deixando que um membro do corpo de Cristo permaneça no engano.
O texto nos apresenta a preocupação com o retorno à comunidade de quem se desligou pelo pecado. Por isso são empregados todos os recursos para a volta do irmão. É uma correção feita com respeito e amor. São oferecidas várias oportunidades para a conscientização sobre o erro. Primeiramente a exortação pessoal, para preservá-lo de constrangimento diante da comunidade. Depois, a exortação diante de algumas testemunhas; por fim, diante da comunidade, para que o irmão obstinado em sua má conduta reconheça, perante a autoridade da Igreja, a situação em que ele mesmo se colocou.
Todo esse procedimento nos ajuda a perceber o papel mediador da Igreja para ajudar um membro a sair do erro. Isso porque não caminhamos sozinhos, mas fazemos parte de um corpo, necessitamos uns dos outros para viver nossa fé.
Se levarmos a sério nossa responsabilidade para com nosso irmão, nossa ação de exortá-lo, de encaminhá-lo para o rumo certo, proporcionar-nos-á ganhar um irmão na caminhada de fé. Nossa maior preocupação deverá ser não apontar os erros dos nossos irmãos na comunidade, mas conduzi-los de volta à comunhão com Deus expressa na comunidade crente. Se fizermos isso, certamente a Igreja desempenhará bem seu papel de mediação da boa-nova de Jesus Cristo.

2. I leitura (Ez 33,7-9): Responsabilidade pelos outros

O profeta é não apenas o porta-voz de Deus, mas também uma sentinela para o povo. A sentinela era alguém que estava de prontidão, que permanecia acordado enquanto todos dormiam. Era alguém que percebia a aproximação de um inimigo ou de um viajante noturno aos portões da aldeia. Esse simbolismo nos ajuda a ver nossa responsabilidade perante as pessoas com as quais convivemos em casa, no trabalho, na vizinhança, nos círculos de amizade, na Igreja. Devemos estar atentos aos outros: perceber se estão em perigo, se correm algum risco de pôr a si mesmos ou outras pessoas em perigo.
A expressão bíblica “exigir o preço do sangue” significa ser responsável pelo outro. Deus exige que não sejamos omissos, que não deixemos as pessoas seguir para um precipício sem alertá-las (com bondade e compaixão, sem condenar nem humilhar) sobre a necessidade de mudança de atitude.
Em todo caso, deve-se respeitar o livre-arbítrio de quem é adulto e responsável pelos próprios atos, mas somente depois de ter sido tentado tudo o que é humanamente possível para o bem do próximo.

3. II leitura (Rm 13,8-10): Quem ama o próximo cumpriu toda a Lei

Os preceitos da Lei de Deus sobre as relações humanas culminam no amor mútuo. O “amor não pratica o mal contra o próximo” e também não quer o mal para os outros. O fato de alguém não fazer nenhum ato de maldade não significa que possa ficar confortável, dizendo a si mesmo: “Não roubei, não matei, logo sou bom para meu próximo”. Quem não pratica o mal, mas omite ou negligencia a responsabilidade pelo outro, não ama verdadeiramente o seu próximo. Responsáveis que somos por nossos semelhantes, não devemos ficar no comodismo, mas ajudá-los a ser alguém melhor.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO

É oportuno lembrar serem vários os motivos da omissão, os quais geralmente envolvem medo ou frieza de coração. Temos receio de advertir alguém e ser repelidos, perder a popularidade ou ser tachados de intransigentes. Por isso é mais fácil “lavar as mãos”, como fez Pilatos, e dizer: “Eu não tenho nada a ver com isso”. Não deixemos que nosso coração fique endurecido diante do clamor silencioso de quem está envolvido numa teia de erros e não consegue sair sozinho dessa armadilha. É mais fácil julgar-se superior, murmurar, fofocar, condenar quem caiu ou está em perigo de queda.
Neste mês da Bíblia formemos uma consciência de “povo de Deus”, todos unidos como irmãos e irmãs da mesma família, responsáveis uns pelos outros. Se alguém se desviou do caminho, vamos ao seu encontro e insistamos para que retorne. E, caso não queira nos ouvir, não desistamos: oremos para que Deus mesmo o reconduza. Somente não endureçamos nosso coração.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 07/09/2014

Reflexão

A CORREÇÃO FRATERNA

Num exercício pessoal de revisão de vida, pensemos quantas vezes, ao nos sentirmos ofendidos, tivemos a humildade de ir à pessoa que nos ofendeu para uma conversa aberta. Com exceções, geralmente guardamos a ofensa recebida e nos fechamos, ressentidos e com mágoa, impedindo um relacionamento verdadeiramente cristão e fraterno. Isso quando não sentimos a necessidade de publicar aos quatro ventos que estamos ofendidos, quase sempre julgando e expondo quem nos ofende.
O caminho proposto por Jesus, porém, traz como desafio “ganhar o irmão” que nos ofende, corrigindo-o fraternalmente, a sós, expondo-lhe as nossas razões para também ouvir as razões dele. No entendimento entre irmãos que dialogam, o ofendido terá ganho ou reconquistado o ofensor, trazendo-o de volta à dinâmica fraterna da comunidade dos seguidores de Jesus.
Se esta primeira tentativa não der certo – e ela é fundamental –, é preciso pedir ajuda a outras pessoas, que pelo testemunho procurarão reintegrar o pecador no seio da comunidade. E assim também na terceira tentativa, quando toda a comunidade fará de tudo para trazer de volta quem se recusa a ouvir e seguir os ensinamentos deixados pelo Mestre.
Deixar alguém de fora não foi a prática de Jesus. Ele sempre procurou as pessoas, sobretudo as consideradas pecadoras. Mas, no desejo de incluir, não é que a comunidade cristã deva aceitar tudo, tal como atitudes que trazem divisão e traem os valores essenciais do evangelho. O desafio, portanto, é rejeitar o pecado, sem se fechar ao pecador.
É no Senhor ressuscitado, vivo em nosso meio, que nos reunimos. É ele que alimenta nossa união, fortalece nossos passos e dá sentido à nossa oração. A comunidade é nosso lar de cristãos, lugar onde aprendemos a seguir o Mestre, onde superamos os erros, corrigindo os irmãos e nos deixando corrigir também. Pois, ao final, não se trata de ganhar “do” irmão, e sim ganhar “o” irmão, para a comunidade e para Deus.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
Fonte: Paulus em 07/09/2014

Reflexão

A ESCRITURA SAGRADA

A Bíblia – “livros”, em grego – não é um livro comum, mas uma coleção de livros muito diversos. Ela se compõe de narrações místicas, épicas ou históricas, de leis e genealogias, poemas, textos sapienciais, profecias, orações e exortações. Esses livros foram incansavelmente meditados, recopiados e depois, pouco a pouco, classificados ao longo dos séculos. Ela é o texto de referência dos judeus e dos cristãos.
No início da nossa era, os cristãos reconheceram na pessoa de Jesus de Nazaré o Filho de Deus. Eles escreveram também testemunhos sobre Jesus (os evangelhos) e sobre o nascimento das primeiras comunidades cristãs (os Atos dos Apóstolos), bem como cartas (epístolas) endereçadas às comunidades nascentes.
Visto que a Bíblia  contém a palavra de Deus, muitos pensam que ela tem de ser lida “ao pé da letra”. A Bíblia nos transmite o que é necessário para a salvação e o sentido das coisas narradas. Muitas vezes, fala-nos em linguagem simbólica e poética.
Mas, então, como ler a Bíblia? Na realidade, ela deve ser sem cessar acolhida e meditada como a palavra de Deus que nos é, hoje, pessoalmente e comunitariamente destinada. O que Deus na narração realizou, ele quer agora manifestar na sua ação salvadora em nosso momento existencial. A Palavra contida na Bíblia é rico instrumento de diálogo vivo e atual com Deus. Ele nos fala e nós escutamos!
Assim, aos poucos, podemos encontrar a Palavra que nos ajuda a entender as alegrias e as dores que atravessamos. Os salmos, especialmente, longas orações de súplica, louvor e agradecimento, por vezes fortes, por vezes suaves, permitem-nos fazer de toda a nossa vida uma oração. Sem mencionar, é claro, o Novo Testamento, que nos faz conhecer Jesus e seus apóstolos.
De modo muito especial neste mês, a Bíblia nos ajude a ser efetivamente discípulos missionários, alimentando nossa vida de oração para testemunharmos com atos a nossa fé.
“Que as palavras da Escritura estejam sempre em teus lábios, para que, meditando-as dia e noite, te esforces para realizar tudo aquilo que ensinam e terá sentido e valor a tua vida” (Js 1,8).
D. Orani João Tempesta, O.Cist.
Cardeal Arcebispo de São Sebastião do RJ
Fonte: Paulus em 07/09/2014

Reflexão

O texto litúrgico faz parte do capítulo que trata do “discurso comunitário”, ou seja, das orientações do Mestre sobre as relações entre seus discípulos. Jesus convida os seus à moderação no uso de certas normas disciplinares dentro da comunidade. A perícope de hoje fala do cuidado que a comunidade deve ter na condenação de algum membro. Diz o evangelho que só pode ser excluída dela a pessoa que perseverar no erro e recusar qualquer correção. Esse texto mostra como as comunidades cristãs excluem pessoas com muita facilidade. O esforço da comunidade deve caminhar sempre no sentido de salvar e recuperar a pessoa. A comunidade tem poder para tomar a decisão final, mas isso não pode ser feito à base do autoritarismo, e sim com compreensão e respeito. Em geral é mais fácil excluir que incluir. A proposta da “correção fraterna” é válida para a comunidade cristã, para as famílias e para qualquer grupo de convivência e, por ser evangélica, exclui qualquer desejo de vingança e abertura à intolerância.
Oração
Ó Jesus, mestre em relações humanas, tu nos ensinas que a correção fraterna deve ser gradual, a fim de corrigir a pessoa que errou. Que tudo passe pelo crivo da compreensão e do diálogo. E se resolva em clima de oração comunitária, guiada por ti, que conheces o íntimo das pessoas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 06/09/2020

Reflexão

A comunidade cristã é convidada à correção fraterna. Não se trata de vasculhar a vida do irmão com o fim de julgá-lo e condená-lo. A correção passa pelo crivo da misericórdia, uma vez que todos nós estamos sujeitos a cometer erros. Por isso, a correção ao irmão que erra se faz por etapas e se reveste de grande dose de tolerância e compreensão. Do diálogo interpessoal, passa-se ao apelo de duas ou três testemunhas; em último caso, não havendo conversão, pede-se a ajuda da comunidade. Tudo se faça em clima de oração comunitária, da qual participa o próprio Jesus ressuscitado: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Nossas comunidades têm longo caminho a percorrer quando se trata do exercício da correção fraterna, pois corrigir é obra do amor.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós!»

Prof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL
(Roma, Italia)

Hoje, o Evangelho propõe-nos que consideremos algumas recomendações de Jesus aos seus discípulos de então e de sempre. Na comunidade dos primeiros cristãos também havia faltas e comportamentos contrários à vontade de Deus.
O versículo final oferece-nos a chave para resolver os problemas que se apresentam na Igreja ao longo da história: «Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles» (Mt, 18,20). Jesus está presente em todos os períodos da vida da sua Igreja, seu “Corpo místico” animado pela ação incessante do Espírito Santo. Somos sempre irmãos, quer a comunidade seja grande, quer seja pequena.
«Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão» (Mt, 18,15). Que bonita e leal é a relação de fraternidade que Jesus nos ensina! Perante uma falta contra mim, ou contra outro, hei-de pedir ao Senhor a sua graça para perdoar, para compreender e, finalmente, para tratar de corrigir o meu irmão.
Hoje não é tão fácil como quando a Igreja era menos numerosa. Mas, se pensamos as coisas em diálogo com o nosso Pai Deus, Ele nos iluminará para encontrar o tempo, o lugar e as palavras oportunas para cumprir o nosso dever de ajudar. É importante purificar o nosso coração. São Paulo anima-nos a corrigir o próximo com retidão de intenção: «Irmãos, no caso de alguém ser surpreendido numa falta, vós que sois espirituais, corrigi esse tal, em espírito de mansidão, mas não descuides de ti mesmo, para não seres surpreendido, tu também, pela tentação» (Gal 6,1).
O afeto profundo e a humildade nos levarão a procurar a suavidade. «Fazei-o com mãos maternais, com a infinita delicadeza das nossas mães, quando nos curavam as feridas, grandes ou pequenas, provocadas pelas nossas brincadeiras e pelas nossas quedas da infância» (São Josemaria). Assim nos corrige a Mãe de Jesus e nossa Mãe com inspirações para amar mais a Deus e aos irmãos.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Nos casos mais graves, é melhor rezar a Deus com humildade do que lançar uma torrente de palavras, porque elas ofendem quem as ouve, sem servir para nada aos culpados» (S. João Bosco)

- « É preciso, antes de mais, evitar o clamor da crónica e os mexerico na comunidade. Esta é a primeira coisa a ser evitada, evitando palavras que podem ferir e matar o irmão» (Francisco)

- «As palavras ligar e desligar significam: aquele que vós excluirdes da vossa comunhão, ficará também excluído da comunhão com Deus; aquele que de novo receberdes na vossa comunhão, também Deus o acolherá na sua. A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.445)

Reflexão

A "potestade das chaves"

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, o Evangelho destaca a estreita relação entre Jesus e o “nós” da nova família que Ele reúne através da sua mensagem e atuação. Deus não quis salvar o homem isoladamente, senão formando uma comunidade. Um “nós” que é concebido como universal: Não está baseado na estirpe, senão na comunhão com Jesus.
Este “nós” da nova família não é algo “informe” Jesus chama um núcleo de íntimos particularmente escolhidos por Ele, que continuam sua missão e dão ordem e forma a essa família. Em vista à missão de serviço à que Jesus os chamou, também lhes transmitiu a chamada “potestade das chaves” (a Pedro, especialmente). A escolha dos discípulos e um acontecimento de oração; eles são, engendrados na oração, na familiaridade com o Pai.
—Jesus, tu escolheste aos que quiseste para que estivessem contigo e, depois nos enviar-los. Pedimos-te mais pastores para tua foice.

Reflexão

Ganhaste o teu irmão

O evangelho deste domingo faz parte do Sermão Eclesiástico, no qual Nosso Senhor ensina à futura Igreja o caminho da humildade, da correção fraterna e do perdão. O trecho deste domingo fala mais especificamente da correção fraterna, que tem por finalidade “ganhar o irmão”. Oferecemos como grande “comentário” a esta passagem evangélica uma carta circular de São João Bosco, na qual o santo ensina aos seus salesianos as atitudes interiores e exteriores com as quais devem corrigir os jovens.
Fonte: Reflexões Franciscanas em 07/09/2014

Reflexão


SE TEU IRMÃO TE OUVIR, GANHARÁS O TEU IRMÃO.

Primeira Leitura: Ezequiel 33,7-9;
Salmo 94(95), 1-2.6-7.8-9;
Segunda Leitura: Romanos 13,8-10;
Evangelho: Mateus 18,15-20.

Situando-nos

Já avançamos muito no caminho espiritual do Tempo Comum, chegando ao seu 23º domingo. Este é um tempo propício para encontrarmo-nos com o Ressuscitado no cotidiano da vida, no dia a dia, nos conflitos diários, e aí testemunhá-lo. A referência  para o nosso agir e pensar no mundo é o próprio Jesus de Nazaré em seu mistério salvífico proclamado e vivido em nossas celebrações.
Renunciar a si mesmo para seguir a Jesus Cristo foi a exigência do Senhor para todos nós cristãos no domingo passado. Esta exigência cristã tem suas conseqüências concretas em nossas relações humanas experimentadas na comunidade de fé, principalmente no cuidado e na facilitação da participação da salvação do irmão e da irmã.
Estamos ouvindo ao quarto dos cinco discursos de Jesus no Evangelho de Mateus (cap.18). Jesus está em diálogo com seus discípulos são as diversas pessoas, homens e mulheres, que decidiram segui-lo. No contexto do Evangelho de Mateus é a própria comunidade cristã, a Igreja, que se torna a destinatária do ensinamento do mestre.
Para Mateus a Igreja – ecclesia – é chamada a ser sinal do reino de Deus na história, até que esta chegue à sua plenitude. Isso exige dos membros da Igreja atitudes  concretas e diferenciadas no cuidado do irmão e da irmã pela prática da Lei maior: a vivência do mandamento do amor a si e ao próximo.

Recordando a Palavra

Na comunidade cristã, somos responsáveis uns pelos outros. Até mesmo quando um irmão ou uma irmã se perde e erra. O ensinamento de Jesus, portanto, propõe uma pedagogia para corrigir este irmão ou esta irmã. Esta pedagogia prevê três atitudes ou etapas a serem seguidas.
A primeira atitude é ir ao encontro do irmão e corrigi-lo em particular (v. 15). Se ele conseguir retornar ao caminho cristão, cumpriremos a nossa missão de recuperá-lo. Caso contrário, teremos ainda uma segunda atitude: chamar mais uma ou duas pessoas da comunidade para ajudá-lo (v. 16). Se ele ainda não conseguiu retomar o caminho cristão, arrependendo-se do erro, temos ainda a terceira atitude: dizer à Igreja (v. 17).
Os demais versículos do discurso são a justificativa de Jesus para que a comunidade eclesial assuma e seja suporte ao irmão que errou e de afastou dela. VV.18-20), pois a Igreja deve ser lugar de laços de unidade.

Atualizando a Palavra

Jesus é muito exigente quando se trata do seguimento a ele e do acolhimento de sua Palavra. Em um mundo onde tem reinado a exclusão do outro, nos últimos anos, tendo como ícone os chamados Reality shows, período de meses do ano quando muitos ficam fixos na televisão e chegam a contribuir com altas somas, somente para “eliminar” alguém da “casa”, num desejo de condená-lo e destruí-lo, muitos não compreendem e, muitas vezes, vêem com dificuldade as exigências do Evangelho.
Por decorrência, deixando-nos guiar pelo “espírito do mundo”, quando um irmão ou uma irmã de nossa comunidade cristã erra, comete pecado ou se desvia dos mandamentos de Deus, renunciando a uma vida condizente com o seu nome de cristão, a atitude mais comum dentre nós pode ser aquela do julgamento ou até mesmo da exclusão da pessoa do grupo ou da comunidade. O desejo, muitas vezes, é o de querer “consertar o mundo”, “fazer justiça com as próprias mãos”, condenando quem errou.
Ora, não cabe a nós julgar e decretar a sentença final. Nossa missão é a de recuperar, reconquistar e conduzir o máximo possível de pessoas a Deus, tendo como modelo Jesus Cristo, pois “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17).
É justamente por isso mesmo que o cristão não se salva sozinho. Não podemos perder ninguém! Devemos buscar todos os meios para recuperar o irmão ou irmã, pois somos responsáveis por eles. De fato, a vida comunitária/eclesial e, por decorrência, social, é uma arte! O que devemos imperar, não para ser o crítico do outro, mas para reconquistá-lo para Deus.
Decorrentes dessa postura cristã interna em nossas comunidades, temos hoje o Grito dos Excluídos em todo o Brasil. Há precisamente 192 anos, no dia 7 de setembro de 1822, após 322 anos de submissão à Coroa Portuguesa, foi proclamada a Independência do Brasil, fato imortalizado pela tela de Pedro Américo. Para marcar este dia, também enquanto união entre liturgia e vida, a CNBB criou o Grito dos Excluídos. O evento nasceu na 2ª Semana Social Brasileira, nos anos de 1993 E 1994. Organizado pelas Pastorais Sociais da CNBB, o “Grito” tem como objetivos: denunciar a exclusão social, tornar público o rosto desfigurado dos excluídos e propor caminhos cristãos de saída para um modelo social, político e econômico mais justo.
O sistema sociopolítico e econômico implantado em nosso país ainda tem gerado uma grande quantidade de pessoas excluídas das mais básicas condições de vida. Nossa missão cristã exige denúncia dessas estruturas injustas, pois isso nos será cobrado. Deus nos pedirá conta da advertência ou não que fizermos, até mesmo ao “ímpio” (cf. Ez 33,7b).

Ligando a Palavra com a ação litúrgica

“O amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,10b), nos diz o Senhor neste dia, quando nos convida a uma atitude nova diante do irmão ou da irmã que erra. E ele é mais radical ainda quando diz: “Não fiqueis devendo nada a ninguém... a não ser o amor, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei” (Rm 13,8).
O amor cristão, portanto, se traduz no esforço constante de sermos os “vigias” da comunidade cristã, missão estabelecida pelo próprio Deus (cf. Ez 33,7). E vigiar não significa ser fiscal, controlador, mas sim, ter a atitude de velar sobre alguém, ser a sentinela do irmão ou da irmã, não “fechando o coração” (Sl 94,8) para eles, mas advertindo-os e orientando-os, para que não se percam. O ímpio pode se perder e morrer por culpa própria, mas, caso não o ajude, ele se perderá por minha culpa, pois seremos cobrados por sua vida, para que nossa, diante de Deus, não se perca (cf. Ez 33,9).
O nosso referencial é sempre Cristo Jesus, presente em nosso meio enquanto celebramos. É ele mesmo quem teve a atitude primeira de assumir a missão recebida do Pai: “esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia” (Jo 6,39). Não podemos perder ninguém!
Na celebração Eucarística, por excelência, pela invocação do Espírito Santo sobre a assembléia (epiclese) e, conseqüentemente, pela participação do único pão eucarístico, somos por Deus constituídos, formados um só corpo com Cristo. E a assembleia celebrante confirma aclamando: “Fazei de nós um só corpo e um só espírito”
Esta unidade sacramental deve ser traduzida no cotidiano da vida também pelo cuidado, pela vigilância e pelo amor mútuo que deve reinar entre os cristãos.

Sugestões para a celebração

· O Hinário Litúrgico da CNBB nos propõe dois preciosos salmos: um para o canto de entrada, com o refrão composto a partir da antífona de entrada do 23º DC, expressando a atitude misericordiosa de Deus para com seu servo (cf. fac. III, p. 126), e o outro para a comunhão, com o refrão apropriado a partir do Evangelho deste domingo (cf. fac. III, p. 256). As partituras estão disponíveis no site da CNBB.

· Para a bênção final pode ser usada a oração sobre o povo  contida no Missal Romano, p. 533, n. 20: “Deus vos abençoe com todas as bênçãos do céu e vos torne santos e puros diante dele; derrame sobre vós as riquezas da sua glória, instruindo-vos com suas palavras da verdade, formando-vos pelo Evangelho da salvação, e inflamando-vos de amor pelos irmãos e irmãs. Por Cristo, nosso Senhor”.

· Neste domingo somos chamados pela Igreja no Brasil a participar do grito dos Excluídos em nossas dioceses e também a fazer referência do mesmo em nossas celebrações.

Fonte: Novo povo construindo o Reino de Deus na justiça! - Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I - Junho/Agosto 2014 - Ano A – Edições CNBB
Fonte: Emanarp em 07/09/2014

Recadinho

Será que eu julgo os erros ou as pessoas que erram? - Não sou fácil para julgar e condenar as pessoas? - Deixo-me levar por antipatias ou simpatias apenas? - Será que às vezes não inverto os papéis buscando testemunhas para simplesmente condenar meu próximo de modo parcial? - Lembro-lhe de rezar por aqueles que erram, que falham na caminhada?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 – Santuário Nacional em 07/09/2014

Comentário sobre o Evangelho

Jesus nos ensina que todos somos irmãos e que devemos nos ajudar mutuamente


Hoje, Jesus fala-nos de fraternidade. Ninguém deve andar sozinho na vida, menos ainda um cristão. Por isso devemos ajudar-nos, ter até a valentia de corrigir suavemente o que se engana e/ou aceitando que nos corrijam.
- Dizem que “a união faz a força”. Então imagina se, além disso, «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu [Jesus] estarei no meio deles». Tendo-O a Ele na “equipe”, conseguiremos de seu Pai tudo o que pedirmos.

Meditando o evangelho

CORRIGIR COM DISCERNIMENTO

É preciso agir com extremo discernimento, quando se trata de afastar um membro da comunidade do convívio fraterno. Em geral, as lideranças da comunidade são tentadas a deixar-se levar por critérios irrelevantes, revelando-se injustos contra quem cometeu uma falta. Uma decisão deste porte não pode depender de preconceitos ou do que pensam os líderes. Importa somente fazer a vontade de Deus.
A comunidade cristã deve rezar e refletir muito, antes de excomungar alguém. Sua decisão deve corresponder ao pensamento de Jesus. Por isso, é necessário evitar que a reunião onde se toma uma tal decisão se assemelhe a um tribunal onde se submete a pessoa a um juízo inclemente. O melhor lugar para se decidir isso é a assembléia eucarística. A ela se refere a afirmação do Senhor: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estou ali, no meio deles". Neste caso, trata-se de uma reunião bem específica, na qual a comunidade põe-se de acordo para pedir a luz divina, antes de decidir sobre a sorte do membro que errou. Se a comunidade pede com sinceridade, poderá estar certa de ser atendida pelo Pai.
A decisão comunitária, se tomada seriamente, terá o aval de Deus. Ou seja, se o membro for desligado da comunidade terrestre, será também desligado da comunidade celeste. O Pai confirma o veredicto da comunidade que agiu com discernimento.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Espírito de seriedade, livra-nos da leviandade e, afastar da comunidade os membros que erraram. Pelo contrário, que o façamos após a devida ponderação diante do Senhor.
Fonte: Dom Total em 07/09/2014 e 06/09/2020

Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 07/09/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Se o teu irmão errar...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O evangelho deste  Domingo  deveria ser proclamado solenemente em todas as nossas reuniões pastorais, porque traz ensinamentos profundos para um desafio sempre presente, e que nunca sabemos  enfrentar: como administrar os conflitos surgidos dentro da comunidade...
Muitas vezes a gente prefere fazer “vista grossa” diante de certas “briguinhas” entre membros da comunidade, e quando nos  omitimos diante dessas  situações, que transformam a pastoral, o movimento, ou até a comunidade, em um barril de pólvora, pronto para ir aos ares, estamos fazendo como aquela faxineira desleixada, que empurra a sujeira em baixo do tapete, fazendo de conta que tudo está limpo. "Aqui em nossa comunidade as pessoas se amam e se querem bem", como se o ser humano já fosse em sua essência esse bem supremo. Nesse evangelho somos convidados a olhar a nossa relação com o próximo, marcada por tantos limites. No fundo o apelo é, para que nos reconheçamos assim, incapazes de uma relação perfeita, pois a plenitude do amor faz parte da nossa esperança escatológica, um dia nós seremos assim como imaginamos, aquela comunidade ideal sonhada por Lucas no Livro dos Atos, onde todos se amavam...
Até que chegue esse dia tão esperado, temos que ter muito presente em nossa vida de comunidade, os ensinamentos do evangelho, tendo uns pelos outros um amor co-responsável que quer ajudar o outro a crescer, pois assim é a correção fraterna. Se faltar-nos essa compreensão para com o outro, a nossa alegria nunca estará completa e este nosso pecado irá contaminar toda comunidade.
A conclusão do evangelho nos faz pensar seriamente nas relações conturbadas existentes no seio da comunidade, como é que duas pessoas que não se querem bem, vão orar  com toda assembléia, fazendo diante de Deus um só pedido, uma só prece?  Preces que brotam de corações tomados por ressentimentos, além de não serem ouvidas por Deus, comprometem a oração de toda assembléia. Que Pai ou Mãe, se alegra ao saber que um dos irmãos está brigado com o outro? Com Deus é a mesma coisa. Sem misericórdia, amor e compreensão, não há de se resolver nenhum conflito.
É nesse sentido que Jesus recomenda a correção fraterna, que só pode ser feita entre irmãos, entre os quais há uma total liberdade de expressão, é preciso ter humildade, tanto para fazer a correção como para aceitá-la. A Comunidade é como o circuito de um aparelho eletrônico, tem que estar bem unido, bem ligado um ao outro, senão a graça de Deus, conectada a nós pelo Santo Batismo, não fará seus efeitos. Como é que o amor de Deus vai passar de um irmão para o outro, se há na comunidade relações que foram rompidas?
As divergências de opiniões só nos ajudam a crescer, desde que o debate em nossas reuniões, não seja marcado por velhas mágoas, ciúmes ou inveja, afinal, a nossa unidade se torna mais consistente na adversidade e no pluralismo de valores, precisamos sim, de ter oposição, pessoas que pensem diferente, mas que sejam inteligentes e sempre direcionados ao bem comum e não ao bem particular ou pessoal.
Uma oposição assim, que não seja burra, enriquece a comunidade e a faz crescer nos valores do evangelho. Mas que nunca nos falte a consciência de que o Senhor está no meio de nós, que o Dono da Obra é Ele, somos apenas obreiros, cada um com seus carisma e suas possibilidades de realizar ações concretas, esse poder, enquanto possibilidade de fazer sempre o melhor para a comunidade, é sempre muito bem vindo.
Admoestação de Jesus: Se o teu irmão errar... O ato do erro não é uma exceção, não se trata de uma maçã podre no meio das outras que estão ótimas, pois o erro do outro é oportunidade para exercemos a caridade, a misericórdia e a compreensão, manifestando um amor que se sente responsável pelo outro, e só quer ajudá-lo a crescer, e não humilhá-lo em seu pecado.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotaccruz3051@gmail.com

2. Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles - Mt 18,15-20
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Dia 30 de setembro é a festa de São Jerônimo, o grande biblista que traduziu a Bíblia do grego e do hebraico para o latim e organizou os textos latinos existentes numa nova edição. Surgiu assim a Bíblia chamada Vulgata, Bíblia popular, porque escrita na língua que o povo falava, que era o latim.
Setembro passou a ser o mês da Bíblia por causa da festa de São Jerônimo. Na realidade, todos os dias são dias da Bíblia. Em nossa agenda podemos ler cada dia o Evangelho e iluminar com ele os caminhos da nossa vida. Há várias maneiras de entrar em contato com a Bíblia. A mais comum é a leitura litúrgica. Nós nos reunimos para a Missa e ouvimos as leituras do dia. Nos meses de setembro, outubro e novembro, ouviremos nos domingos a proclamação do Evangelho de Mateus, que é o evangelista do ano, e, durante a semana, teremos cada dia uma passagem do Evangelho de São Lucas. Nós nos reunimos, preparamos a Mesa da Palavra e ouvimos com atenção trechos selecionados de diversos livros da Sagrada Escritura, refletimos sobre o que ouvimos e procuramos pôr em prática o que aprendemos. Na liturgia da Palavra fazemos uma primeira leitura, cantamos um Salmo e proclamamos o Evangelho.
Nos domingos e nas festas depois do Salmo é feita uma segunda leitura do Novo Testamento. Outra maneira de ler a Bíblia é ir diretamente a ela. Abrir o livro e ler. Ler uma passagem, ler um livro inteiro ou ir lendo pouco a pouco, do começo ao fim, toda a Sagrada Escritura. Podemos ler em grupo, podemos ler sozinhos. O importante é que se leia. Uma leitura muito especial é a leitura meditada, que sempre foi feita pelos fiéis da Primeira e da Nova Aliança.
Hoje se fala muito da Lectio Divina, que é a leitura orante da Palavra de Deus, feita com mais tempo e num ambiente de recolhimento. Esta leitura bíblica nos coloca em estado de admiração e gratidão e ao mesmo tempo nos dá ensinamentos práticos. O texto que vai ser meditado deve ser lido e compreendido. O que ele está dizendo? O que ele está dizendo para mim? O que ele me faz dizer a Deus? Depois, faz-se silêncio, fica-se quieto, contemplando a Palavra encarnada. Segue-se avante, para a vida de cada dia, com a certeza de que Alguém caminha conosco.
O texto de Mateus que hoje proclamamos faz parte do Sermão Comunitário e fala da correção fraterna. Alguém cometeu uma falta, fez algo errado ou fez algo errado contra o outro. Trata-se de algo errado que precisa ser corrigido. A correção é um dever porque somos todos responsáveis uns pelos outros. É essencial fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para reconduzir o pecador ao caminho certo. Não podemos ser indiferentes diante de alguém que se afastou, afastou-se de mim, da comunidade, da Igreja, da fé e até de si mesmo.
Três passos são indicados pelo Evangelho: uma conversa reservada, uma conversa com duas testemunhas, uma conversa com toda a comunidade de fé. Vale destacar o aspecto reservado de todas as etapas para evitar a humilhação do irmão em falta e preservar-lhe a boa fama. Não se vai imediatamente ao público, à televisão, ao tribunal civil.
Não se trata de acobertar e deixar impune, e muito menos de vingança e retaliação. Trata-se de salvar, de levantar quem caiu e de fazer andar. Desculpas, satisfação, indenização, reparação fazem parte da demonstração de uma vontade séria de corrigir o mal cometido e retomar o caminho da justiça, sem, porém, desfazer a pessoa. Desfaça-se o mal. Salve-se a pessoa. Não se pode impedir o ser humano de progredir.
Fonte: NPD Brasil em 06/09/2020

Homilia do 23º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo



HOMILIA

A JUSTIÇA DE DEUS NÃO SE CANSA DE NÓS

Quero lembrar-te que o fato de sermos “irmãos”, não nos isenta da possibilidade de enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a irmandade não elimina a nossa individualidade: temos diferenças de criação, formação, visão, doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem desejarmos, colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos. Por isso, como o pastor que procura a ovelha perdida, a justiça do Reino não se cansa e tenta outra forma de aproximar quem errou: Se ele não lhe der ouvidos, tome consigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. À primeira vista, tem-se a impressão de que estaríamos fazendo um cerco em torno de quem errou. Mas essa atitude pode ser vista sob a ótica da justiça do Reino, que tem como princípio fazer de tudo para que o irmão não se perca. E se isso não der certo, toda a comunidade é chamada a se pronunciar: Caso não dê ouvidos, comunique à Igreja. E se, depois de esgotados todos os recursos, depois de ter dado a quem errou a oportunidade de ouvir o parecer de toda a comunidade é que a pessoa, por decisão de todos, é excluída: Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos. Mesmo nesse caso a comunidade deve manter-se em atitude prudente, dando uma chance em longo prazo a fim de que a pessoa se arrependa e volte a ela. Antes de condenar ou excluir alguém, é preciso aprender a justiça do Reino. E ter consciência de que os passos aconselhados por Jesus não são normas rígidas, e sim um modo de agir que tempera com justiça as relações entre pessoas. Em outras palavras, é preciso ser criativos no esforço de recuperar quem erra e se afasta da comunidade. E o espírito que anima essa tarefa não é o da exclusão, mas o da busca para reintegrar.
Tomar decisão de incluir ou excluir pessoas da comunidade não é tarefa fácil, como pretendiam e faziam os chefes de sinagoga daquele tempo. É necessário que tenhamos sempre em conta advertência de Jesus: Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no reino do céu. Para tanto, Ele dá algumas indicações, que passam pela necessidade de as pessoas se reunirem em nome dele, a fim de, mediante a oração, chegarem a um consenso: Se dois de vocês estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isto lhes será concedido por meu Pai que está no céu. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.
É urgente que a comunidade esteja sempre ligada à Cristo pelo fato de na comunidade existem tensões entre os diversos grupos e problemas de convivência: há irmãos que se julgam superiores aos outros e que querem ocupar os primeiros lugares; há irmãos que tomam atitudes prepotentes e que escandalizam os pobres e os débeis; há irmãos que magoam e ofendem outros membros da comunidade; há irmãos que têm dificuldade em perdoar as falhas e os erros dos outros. Somente estando em permanente sintonia com Jesus que nos convida à simplicidade e humildade, ao acolhimento dos pequenos, dos pobres e dos excluídos, ao perdão e ao amor que conseguiremos vencer. Alías, com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado. Só assim seremos uma comunidade verdadeiramente família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos pequenos e aos débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no amor do Filho, animada pelo Espírito Santo.
Ninguém pode viver a fé de qualquer modo ou abandoná-la quando passar po aflições. As primeiras Comunidades cristãs enfrentavam algumas dificuldades de correção fraterna, onde os mais humildes eram vítimas da falta de tolerância. E Jesus vem ensinar-nos o jeito de nos reconciliar com os outros e ajudá-los a se reconciliar. Esse é o caminho que todos nós e nossa Comunidade devemos percorrer. Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar como discípulos da comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo para que a vontade de Deus prevaleça sobre a vontade do homem; unidade para acordar a autoridade deve estar associada a uma espiritualidade que nos impulsiona a estabelecer parcerias de oração e acordos sobre dificuldades no relacionamento para as quais creremos sinceramente que o Pai seja capaz de sanar. Isto exite de nós a unidade para experimentar a presença de Jesus. Construído e vivenciado o acordo terapêutico pela oração Jesus assegura a Sua presença em nosso meio.
A experiência cristã evidencia que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre o que fazem conosco, mas temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi feito. Percorrer o caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da plenitude da presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da comunhão da Igreja que precisamos buscar diligentemente! Assim haverá harmonia e paz, concórdia e vida abundante entre nós.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 07/09/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 07/09/2014

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 06/09/2020

HOMILIA DIÁRIA

A correção fraterna ajuda-nos a crescer na vivência da fé

Precisamos corrigir uns aos outros para crescermos na vivência da fé, para não nos desviarmos do caminho reto e não perdermos a direção no caminho da vida.

“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!” (Mateus 18, 15)

No dia do Senhor, somos alimentados pela Palavra de Deus, que conduz nossos passos e ilumina a nossa vida. A correção fraterna é, muitas vezes, difícil de ser vivida e interpretada pela nossa fé, mas é uma necessidade para a vivência do Evangelho. Precisamos corrigir uns aos outros para crescermos na vivência da fé, para não nos desviarmos do caminho reto e não perdermos a direção no caminho da vida.
A correção fraterna é uma necessidade evangélica e para ser vivida precisa de alguns elementos, que nos são mostrados pela própria Palavra de Deus. Primeiro: a correção precisa ser feita no poder da autoridade [cristã]; não pode ser no espírito da raiva, da vingança, do medo, do receio, mas sim no espírito da caridade cristã: “Eu corrijo meu irmão porque o amo”.
Segundo: a correção fraterna precisa ser feita com a discrição necessária. Jesus nos chama à atenção sobre isso, ensinado-nos que a correção precisa ser a sós. Quando corrigimos alguém, precisamos fazer isso sozinhos, em particular, não na frente dos outros, sem expor a fraqueza da pessoa diante de alguém. Este é um aspecto muito particular da correção fraterna, porque, algumas vezes, nós sabemos coisas da vida de alguém que muitas pessoas sabem também, mas pode ser que ninguém o saiba, só você.
Há duas coisas importantes sobre isso. A primeira é que eu não vou, nunca, compartilhar com os outros o que eu sei da vida do meu irmão. Não caia naquela falsa armadilha do “vou partilhar”, quando, na verdade, você vai fofocar da vida do seu irmão. Imbuído do espírito evangélico, vá até o seu irmão, ganhe-o para Jesus e não o perca para o maligno; converse com ele em particular sobre a situação em questão.
A segunda coisa: seu irmão não quis ouvi-lo e desprezou o que você lhe falou? Então procure a autoridade da Igreja, procure um sacerdote; fale daquilo que você sabe, do que está machucando o seu coração, da preocupação que você tem. Mas, por favor, procure a autoridade da Igreja, não procure uma pessoa que possa espalhar a situação ou que não tenha maturidade para ouvir o que você tem a partilhar e poderá tornar a situação ainda mais grave.
Por fim, tenha a maturidade de Jesus, a maturidade humana, a maturidade no Espírito, para saber corrigir e, ao mesmo tempo, aceitar ser corrigido.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

Ganhemos o irmão no espírito da caridade

“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.” (Mateus 18,15)

Permita-me começar pela consideração final: precisamos ganhar o irmão. Não podemos perder o irmão, porque, muitas vezes, quando vemos o outro errar, pecar e falhar, deixamos ele se perder de duas maneiras. A primeira, com certeza, é quando não o corrigimos, quando o ignoramos e deixamos cair e se afundar. Essa é a maneira triste quando falta amor e caridade. A outra maneira é quando vamos corrigir o irmão, mas não o fazemos de forma fraterna; muitas vezes, estamos corrigindo de forma mundana.
Primeiro, para corrigirmos alguém precisamos nos permitir ser corrigidos por Deus. Ninguém pode corrigir ninguém no espírito da raiva, da ira, do rancor, do ressentimento ou com aquele espírito justiceiro de querer acusar e jogar as coisas na cara do irmão. A outra coisa é que, muitas vezes, corrigimos espalhando o erro dos outros, comentamos, vamos divulgando para os outros.
Não temos o direito de levar o erro de ninguém para outra pessoa. Quando cometemos o grave pecado contra a caridade, de espalhar em redes sociais, nos boatinhos, naquelas conversas de ouvido ou usando o telefone, estamos fazendo uma maledicência, estamos fofocando e espalhando o mal do outro.

Não podemos perder o irmão, não importa o que ele tenha feito

Se o que o outro cometeu é algo grave, que dentro de você o fere e machuca, procure a Igreja como diz a Palavra. Procure a orientação da Igreja, o sacerdote, o diretor espiritual, mas no Espírito Santo; não vá procurar no espírito da fofoca, no espírito mundano e perverso, vá procurar ajuda para ter a sabedoria de como agir.
A Palavra não pode ser ignorada: “Se teu irmão pecar contra ti, corrija-o em particular, a sós contigo…”. Se não deu certo conversar com ele, vamos novamente, como disse, procurar a orientação e a sabedoria da Igreja. É isso que a Palavra de Deus está nos dizendo, que não podemos perder o irmão, não importa o que ele tenha feito. Não é para ignorá-lo, porque o irmão, como eu e você, precisa de correção. Vamos ganhar o irmão no espírito da caridade, isso é fundamental!
Jesus nos diz que onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome, é no meio de nós que Ele estará. Como precisamos nos reunir em nome do Senhor!
Hoje, estamos reunidos em nossas Igrejas para celebrar a Eucaristia. É graça, é o momento por excelência da presença do Senhor. Por favor, reúna-se mais em família, entre amigos, em nome do Senhor. Não faça reuniões e encontros para promover fofocas, para falar da vida dos outros, não promova reuniões e fofocas para agitar os espíritos malignos no meio. Reúna-se em nome do Senhor para que Ele esteja sempre mais no meio de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/09/2020

Oração Final
Pai Santo, dá-nos plena consciência da Presença do Teu Espírito em nós e entre nós todas as vezes que nos reunimos em Teu Nome. Nossas vozes poderão, assim, agradecer-te e louvar-te pelos dons que nos ofereces, especialmente a Vida, a Fé e a fraternidade. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/09/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai que és misericordioso, dá-nos a consciência de que somos todos irmãos – somos a Igreja de Jesus! – e desde agora desejamos que todos vivamos em teu Reino de Amor. Assim, nossa oração, mesmo feita na solidão da morada interior, torna-se parte do louvor e da gratidão do teu povo. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/09/2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário