ANO A
Lc 6,6-11
Comentário do Evangelho
A Lei de Deus deve proteger o dom da vida e da liberdade.
A prática do descanso sabático, com a sua respectiva interpretação, distancia, entre outras questões ligadas à prática e à interpretação da Lei, Jesus de seus adversários, mais especificamente dos escribas e dos fariseus. É e será sempre oportuno lembrar que o dom da vida (criação) e da liberdade (saída do Egito) precedeu a Lei. Este dado é fundamental, pois a Lei de Deus deve proteger o dom da vida e da liberdade. Este é o princípio através do qual Jesus interpreta e pratica a Lei. Daí a pertinência da pergunta de Jesus aos escribas e fariseus: “Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?” (v. 9). A pergunta de Jesus desvela o equívoco na prática legalista e rigorista do descanso sabático. Ademais, a prescrição deuteronômica do descanso sabático não diz que Deus descansa: “Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava… Recorda que foste escravo na terra do Egito, e que o Senhor te tirou de lá com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te ordenou guardar o sábado” (Dt 5,14-15). A memória da saída do Egito devia tornar presente ao povo a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, levar todo o povo a proceder assim em relação aos semelhantes.
No evangelho segundo João, na cura junto à piscina de Bezata, num dia de sábado, quando contestado por violar o sábado, Jesus diz: “Meu pai trabalha sempre, e eu também trabalho” (Jo 5,17).
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 09/09/2013
Vivendo a Palavra
Em um tempo em que os doentes eram desprezados como pecadores – o seu mal era considerado um castigo de Deus – Jesus, antes de curar aquele homem que tinha a mão seca, liberta–o do preconceito que sofria, valorizando sua presença e o chamando para o centro da sala.
Fonte: Arquidiocese de BH em 09/09/2013 e 09/09/2019
Reflexão
Duas perguntas podem ser feitas a partir do Evangelho de hoje: a primeira é sobre o motivo da existência da lei, e a segunda é sobre a nossa atitude em relação ao modo de agir das outras pessoas. No primeiro caso, a lei pode existir tanto para garantir direitos como para ser instrumento de opressão e de dominação. Os fariseus e os mestres da Lei fizerem da Lei de Deus não um meio para garantir o bem, mas um meio de estabelecerem relações de poder e dominação. No segundo caso, quando uma pessoa faz algo que nos surpreende, nós podemos condená-la e excluí-la porque não segue os padrões da normalidade ou podemos buscar os seus motivos, e talvez aprendamos novas formas de amar.
Fonte: CNBB em 09/09/2013
Reflexão
Volta a questão da observância do sábado. Desta vez, na sinagoga, enquanto Jesus ensina. Doutores da Lei e fariseus o observam “para terem motivo de acusá-lo”. O benefício redunda em favor de um homem com a mão paralisada. Antes de curá-lo, Jesus deixa mudos os adversários, dirigindo-lhes a pergunta: No sábado, deve-se ou não se deve fazer o bem, salvar uma vida ou destruí-la? Com certeza, o povo simples, a quem o Pai revela seus segredos (cf. Lc 10,21) sabia responder: tudo o que é bom glorifica a Deus. Mas os doutores da Lei e fariseus “se encheram de raiva”. Buscam, na verdade, motivos para eliminar Jesus. Ao curar esse enfermo, Jesus reafirma sua posição tomada anteriormente: a salvação de uma vida diminuída está acima das disposições negativas da lei do sábado.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 09/09/2019
Reflexão
Volta a questão da observância do sábado. Desta vez, na sinagoga, enquanto Jesus ensina. Doutores da Lei e fariseus o observam “para terem motivo de acusá-lo”. O benefício redunda em favor de um homem com a mão paralisada. Antes de curá-lo, Jesus deixa mudos os adversários, dirigindo-lhes a pergunta: “No sábado, é permitido fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou destruí-la?”. Com certeza, o povo simples, a quem o Pai revela seus segredos (cf. Lc 10,21) sabia responder: tudo o que é bom glorifica a Deus. Mas os doutores da Lei e fariseus “se encheram de raiva”. Buscam, na verdade, motivos para eliminar Jesus. Ao curar esse enfermo, Jesus reafirma sua posição tomada anteriormente: a salvação de uma vida diminuída está acima das disposições negativas da lei do sábado.
Oração
Senhor Jesus, o ser humano é mesmo estranho! Como podem os fariseus ficar com raiva porque, em dia de sábado, fizeste o bem, curando a mão paralisada de um homem? Concede-nos, ó Mestre, sabedoria e abertura de coração para compreender teus ensinamentos e praticá-los. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 06/09/2021
Reflexão
Volta a questão da observância do SÁBADO. Desta vez, na sinagoga, enquanto Jesus ensina, doutores da Lei e fariseus o observam “para assim terem motivo de acusá-lo”. O benefício redunda em favor de um homem com a mão paralisada. Antes de curá-lo, Jesus deixa mudos os adversários, dirigindo-lhes a pergunta: No SÁBADO, deve-se ou não se deve fazer o bem, salvar uma vida ou destruí-la? Com certeza, o povo simples, a quem o Pai revela seus segredos (cf. Lc 10,21), sabia responder: tudo o que é bom glorifica a Deus. Mas os doutores da Lei e fariseus “se encheram de raiva”. Buscam, na verdade, motivos para eliminar Jesus. Ao curar esse enfermo, Jesus reafirma sua posição tomada anteriormente: a salvação de uma vida diminuída está acima das disposições negativas da lei do SÁBADO.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão»
P. Julio César RAMOS González SDB
(Mendoza, Argentina)
Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade, a de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.
O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.
Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «El proyecto de Dios va más allá de la capacidad de conocer y comprender del hombre, mientras que, por el contrario, sólo Él conoce nuestros pensamientos, nuestras acciones e incluso nuestro futuro» (San Juan Damasceno)
- TRADUÇÃO DA FRASE ACIMA - “O projeto de Deus vai além da capacidade de conhecimento e compreensão do homem, mas, pelo contrário, só Ele conhece os nossos pensamentos, as nossas ações e até o nosso futuro” (São João Damasceno)
- «Sem a ideia do Redentor, não se pode suportar a verdade da própria culpa e recorre-se à primeira falsidade: a cegueira dessa culpa, da qual nascem todas as outras falsidades e, finalmente, a incapacidade geral de enfrentar a verdade» (Bento XVI)
- «(…)Cheio de compaixão, Cristo autoriza-Se, em dia de sábado, a fazer o bem em vez do mal, a salvar uma vida antes que perdê-la (87). O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus (88). ‘O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado’ (Mc 2,28)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.173)
Reflexão
Sem Jesus-Redentor é inevitável “endurecer o coração”
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, todos —judeus e não judeus devemos tomar uma determinação: "morrer a nós mesmos" e reconhecer Jesus-Redentor. Sem Deus o homem não se explica a si mesmo e cai nas mais absurdas contradições. É inevitável "endurecer o coração", rejeitando o conhecimento próprio e negando a própria culpa, se não há "Alguém" que suporte essa culpa, a "elabore" e a perdoe.
Acontece aqui uma reciprocidade: sem a ideia do Redentor —que não dissimula a culpa, mas a padece em si— não se pode suportar a verdade da própria culpa e se recorre à primeira falsidade: a obcecação ante essa culpa, da que nascem todas as outras falsidades, e, finalmente, a incapacidade geral ante a verdade. E, ao contrario: não é possível conhecer ao Redentor e crer Nele sem ter o valor de ser honesto consigo mesmo.
—Senhor, te peço a graça da "confissão" para reconhecer a verdade: a tua (preciso de ti!) e a minha (não sou "deus", e sim um ser débil!).
Meditação
É fácil deixar que cada um viva sua vida sem ficar controlando o que os outros fazem ou deixam de fazer? - Percebe em sua comunidade irmãos que ficam excluídos do convívio fraterno? - Podem fazer algo de positivo para eles? - Jesus se preocupa com a vida dos pobres, dos abandonados, dos oprimidos. O Papa Francisco insiste muito nas “periferias do mundo!” E sua comunidade como age? Dê alguns testemunhos.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 09/09/2013
Meditação
“O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” Muitos fariseus e doutores da Lei tinham sua interpretação rigorista da Lei, e queriam impor essa interpretação como sendo a vontade do próprio Deus. Especialmente rigorosa era a interpretação da lei do descanso no sábado. Tornavam assim a Lei de Deus um peso que sufocava. Para Jesus, a Lei deve ser libertação e vida. Ainda hoje corremos o grande risco de se esquecer dessa verdade e sermos rigorosos em nossas atitudes.
Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus cura um doente no sábado; os escribas e fariseus querem acusá-lo
Hoje nos surpreendemos ao ver gente procurando con que acusar Jesus. Acusar Deus! Não acha ridiculo? Pois aconteceu há 21 séculos e acontece atualmente. Que mania de pôr Deus entre as cordas!
—Sabes que ocorre aos praticantes deste “esporte”? «Se ofuscaram, e deliberavam entre sí o que fariam a Jesus». Ficam cegos e ao final não sabem o que fazer com Deus! Lamentavelmente!
Meditando o evangelho
FAZER O BEM É SEMPRE PERMITIDO
A mão direita simbolizava, nas culturas antigas, o poder de fazer o bem; a mão esquerda, pelo contrário, o poder de fazer o mal. Ter a mão direita seca era uma experiência terrível. Significava que o indivíduo estava impossibilitado de realizar o bem. Só podendo agir com a mão esquerda, as obras de suas mãos não eram bem vistas.
Por isso, quando Jesus se defrontou, na sinagoga, com um homem cuja mão direita estava seca, antecipou-se e se propôs a curá-lo antes que lhe fosse feito o pedido. Assim como conhecia o pensamento de seus adversários, Jesus conhecia também o drama pessoal daquele homem. Sem dúvida, sua limitação física era humilhante e o identificava como portador de maus augúrios. É bem possível que as pessoas o evitassem.
Embora fosse sábado, Jesus sentiu-se na obrigação de curar aquele homem. E o fez, contrariando os mestres da Lei e os fariseus, para os quais o repouso sabático era uma exigência absoluta. Jesus não pensava assim. Quando se tratava de fazer o bem, não se importava com nada, nem mesmo com o fato de violar a lei do sábado. O amor era a exigência absoluta de sua vida, não as tradições religiosas. Este princípio de vida norteava sua ação, mesmo sabendo que se tornaria objeto do ódio de seus adversários.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu deixe de fazer o bem, por estar apegado a costumes e a preconceitos que não correspondem à tua vontade.
Fonte: Dom Total em 09/09/2019 e 06/09/2021
Liturgia comentada
Meu rochedo... (Sl 62 [61])
Entre as imagens bíblicas mais expressivas, surge a figura do rochedo: a rocha sólida na qual se encontra apoio definitivo. Em hebraico, o verbo “aman” [de que deriva “emunah”, a fé] encerra a ideia de fixar raízes, consolidar-se na rocha. Não admira que daí provenha o AMÉM que a comunidade brada para expressar sua confirmação: sim, é sólido, merece confiança!
Assim é nosso Deus: um rochedo que nos oferece sua solidez, de modo que as tempestades deste século não nos arrastem para a ruína. No Apocalipse, lemos: “Assim fala o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Príncipe da criação de Deus”. (Ap 3,14) Uma nota da Bíblia Tradução Ecumênica – TOB ensina: “Palavra hebraica, cuja raiz significa a solidez, a certeza, utilizada nas liturgias judaica e, depois, cristã como expressão da resposta de fé à Palavra de Deus. Em todos estes sentidos, Cristo é o Amém”. Escrevendo aos coríntios, Paulo o confirma: “E todas as promessas de Deus encontraram seu SIM na pessoa dele [Cristo]. É também por ele que nós dizemos AMÉM”. (2Cor 1,20)
É pena que tenha sido adotada a tradução “assim seja”, que soa aos nossos ouvidos como uma espécie de aceitação, conformada e conformista, em lugar de um brado de aclamação geral que nos compromete com a própria vida. Para Rey-Mermet, “a palavra evoca a imagem de um edifício de alicerces inabaláveis; melhor ainda, a da rocha sobre a qual está construído”. E diz mais: “Deus é esse Amém (Is 65,16). Ele não engana, não decepciona. Deus de Verdade, de Fidelidade; Deus de Palavra”.
O Deuteronômio traz um cântico ao Rochedo de Israel: “Reconhecei a grandeza de nosso Deus. Ele, o Rochedo, sua ação é perfeita, todos os seus caminhos são justos; ele é o Deus fiel, não há nele injustiça”. (Dt 32,3-4)
Como se isto não bastasse, é do Rochedo que mana a água da vida: “Eis que estarei ali diante de ti, sobre o rochedo do Monte Horeb: ferirás o rochedo e a água jorrará dele; assim o povo poderá beber”. (Ex 17,6) Os Padres da Igreja primitiva identificaram esse rochedo-fonte com a pessoa do Crucificado: “Naqueles dias, jorrará uma fonte para a casa de Deus e para os habitantes de Jerusalém, que apagará seus pecados e suas impurezas”. (Zc 13,1)
Naturalmente, o primeiro Israel jamais teria imaginado que do Rochedo jorraria sangue, ao golpe da lança do centurião romano. O sangue de Cristo que nos resgatou e nos confirmou na salvação de Deus. O mesmo sangue que se atualiza em cada Eucaristia, nosso alimento de eternidade.
Orai sem cessar: “Não há rocha firme como nosso Deus!” (1Sm 2,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 09/09/2013
REFLEXÕES DE HOJE
SEGUNDA
Fonte: Liturgia Diária Comentada em 09/09/2013
HOMILIA DIÁRIA
Descubra que a sua vida tem sentido
Levemos a vida onde ela está sendo ameaçada, levemos o sentido da vida para aqueles que perderam o sabor, a alegria de viver.
Jesus disse: “O que é permitido fazer no sábado: o bem ou mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” (cf. Lc 6,9)
Os judeus estavam incomodados, sobretudo os mestres da lei e os fariseus, porque era dia de sábado e um homem de mão seca se aproximou do Senhor para ser curado.
Jesus pediu para que ele ficasse de pé. Eles se opuseram à ação do Senhor, pois não queriam, de modo nenhum, que Ele fizesse isso, porque o sábado para os judeus é um dia sagrado, quando não se trabalha, não se faz milagres, não se faz nada em favor do outro. É um dia totalmente voltado para Deus, e nenhuma atividade é permitida nesse dia.
Jesus tem misericórdia da dor, do sofrimento daquele homem que, a pedido do Senhor, estende suas mãos e é curado.
É permitido fazer o bem ou fazer o mal; salvar a vida ou deixar que ela se perca? Não existe dia, não existe momento, condição para que se faça o bem e para que se salve uma vida. Jesus veio para que todos tenham vida e para que a tenham em plenitude.
Não existe lei religiosa, humana, civil que possa ser contra a vida ou que possa nos impedir de salvá-la. Aqueles que se põem ao lado do Senhor, opõem-se a tudo o que é contrário à vida.
Na vida tem acontecido de vermos tanta gente sofrendo, desanimada, tantas situações que as levam à morte… Nós não podemos simplesmente nos silenciar, não podemos deixar de fazer a nossa parte.
Levemos a vida onde ela está sendo ameaçada, levemos o sentido da vida para aqueles que perderam o sabor, a alegria de viver. Salvemos as pessoas, operemos a graça de Deus e não conheçamos nem tempo nem lugar para sermos testemunhas de Deus para elas.
Às vezes, nossas obrigações nos prendem, mas se nosso irmão está ao nosso lado, sofrendo, precisando de nós, tenhamos a coragem de sair das situações cômodas e levemos a vida e a esperança àqueles que precisam encontrar um sentido para sua existência.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/09/2013
HOMILIA DIÁRIA
O amor é mais importante do que qualquer coisa
“Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.” (Lucas 6,11)
O que deixou os mestres da lei e fariseus com muita raiva foi o fato de serem contrariados. Percebemos que não gostamos de ser contrariados nem contraditados por Deus, por Jesus nem por ninguém.
Não queremos, muitas vezes, pensar como Deus, mas queremos que Ele pense como nós. Não queremos, muitas vezes, fazer a vontade de Deus, queremos que Ele faça a nossa vontade. Não estamos buscando a sabedoria de Deus para conduzir os nossos passos, mas buscando que Ele esteja nos nossos passos fazendo aquilo que queremos.
Muitas pessoas gostam de ouvir o padre quando ele diz aquilo que queriam escutar, mas quando o padre fala algo que é duro, que mexe com aquela pessoa, que vai contra todos os princípios dela, ela começa a ter raiva, fica magoada, fica emburrada. “Eu nem quero ver mais essa pessoa”.
Queremos ser agradados, queremos que o mundo gire em torno de nós, queremos ser a verdade do mundo e queremos que a verdade seja aquilo que pensamos e acreditamos. Por isso que para sermos de Deus, precisamos ser desmontados em nossas convicções, em nossas crendices e naquilo que achamos que é verdade.
A verdade é só Jesus, a verdade está n’Ele. A verdade é nos submetermos a Jesus para que Ele dirija os nossos passos. A verdade não são letras prontas e enunciados já ditos. A verdade é algo muito mais profundo. Antes da verdade vem o amor, e a verdade vem do amor, porque Deus é amor.
O amor é mais importante do que qualquer coisa, por isso Jesus se torna causa de escândalo
Antes da Lei que manda guardar o sábado e o domingo, vem o amor à pessoa humana. Assim como nós, os doutores da Lei e fariseus estavam mais apegados às convicções, àquilo que acreditavam, por isso era menos importante aquele homem que estava renegado, sendo deixado de lado com aquilo que sofria com a sua mão seca.
Para Jesus o amor é mais importante do que qualquer coisa, por isso Ele se torna causa de escândalo para aqueles que querem ter as suas próprias convicções. Sem medo e sem receio, Ele colocou aquele homem de mão seca no meio, porque estava sendo deixado de lado.
No mundo de hoje, colocarmos os pobres, doentes, enfermos, esquecidos e marginalizados no meio do nosso amor, do nosso pensamento, do nosso sentimento é um escândalo, porque cada um quer colocar, no centro, somente a sua própria vida e as suas próprias preocupações.
Eu sei que cada um deve cuidar bem da sua vida, mas ficamos chateados porque não temos o lucro que queríamos, não temos a casa dos sonhos, não ganhamos aquele brinquedo, aquele carro e aquele sonho, enquanto milhões de pessoas não podem sonhar. Não nos preocupamos nem nos inquietamos com a dor e o sofrimento do outro, porque o problema é dele, não nosso.
Com Jesus não é assim. O problema do outro é nosso, por isso precisamos trazer seu sofrimento e sua dor para o nosso meio. Isso incomoda, doí, por isso preferiram eliminar Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/09/2019
HOMILIA DIÁRIA
Deus cura a secura do nosso coração
“Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: ‘Levanta-te e fica aqui no meio’. Ele se levantou e ficou de pé.” (Lucas 6,8)
Jesus está novamente na sinagoga e começou a ensinar a Palavra de Deus. Mas que interessante: quem ensina deve praticar o que ensina, porque o ensino evangélico não é um ensino apenas teórico, mas é um ensino de vida, é uma escola de vida, onde a própria vida é o principal ensino. Por isso, aquilo que Jesus fala, Ele também prática.
Isso O diferencia dos fariseus, dos mestres da Lei que eram homens que conheciam a Lei, sobretudo os doutores da Lei, mas, na hora da prática, não era o que se observava. Eles estavam observando para ver se Jesus iria curar no dia de sábado. E Jesus — sem receio algum, conhecendo os pensamentos obscuros e maldosos do coração deles—, simplesmente viu que ali estava um homem de mão seca. Você sabe que o homem acometido por esse mal, vivia afastado porque não se sabia o que, de fato, o levava a ter a mão direita daquela forma.
O fato é que aquela mão ressecada o mantinha distante dos outros, ele não era uma pessoa normal, infelizmente, a sociedade de ontem, de hoje — espero que a de amanhã seja menos — é sempre movida por conceitos equivocados, e todos os conceitos equivocados geram preconceitos.
Tão importante quanto curar a mão seca daquele homem, é curar a secura do nosso coração
Aquele homem estava afastado; e, por isso, Jesus o chamou e disse: “Vem para o meio”. Ele se levantou, ficou no meio e Jesus o tocou, o curou; e a sua mão ficou restabelecida e curada.
É verdade que os fariseus ficaram com muita raiva. E por que ficaram com muita raiva? Porque Jesus fez o bem, porque Ele realizou o bem, porque Ele deu amor, atenção e cuidado para aquele que ninguém cuidava.
Cuidado para que a nossa religião não se torne uma religião farisaica, de leis, preceitos, falas, e não uma religião da vida, onde nós trazemos para o meio, para o centro do nosso coração, das nossas preocupações os que estão sofrendo as opressões da vida, os que estão marginalizados, estão descartados muitas vezes.
Cuidado porque nós vivemos uma religião onde o centro é sempre as nossas coisas, é uma religião egocêntrica, onde estamos sempre focados em nós, nas nossas coisas, na nossa vida e não percebemos quem está sofrendo, quem está marginalizado, quem não está sendo amado, quem não está sendo cuidado, quem está sendo descartado e não está sendo lembrado pelo nosso amor e pela nossa misericórdia.
Tão importante quanto curar a mão seca daquele homem, é curar a secura do nosso coração, é curar esse coração que, muitas vezes, se preenche das coisas que satisfazem o ego e não é curado para amar e cuidar de quem precisa do nosso amor e do nosso cuidado.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 06/09/2021
Oração Final
Pai Santo, dá à tua Igreja a capacidade de acolher com amor fraterno todos os homens e mulheres da terra. Livra-nos de toda espécie de preconceito e nos faze lembrar que Tu habitas bem no íntimo de cada um de teus filhos, de onde esperas ser manifestado. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/09/2013 e 09/09/2019
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