quarta-feira, 15 de junho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 15/06/2022

ANO C


Mt 6,1-6.16-18

Comentário do Evangelho

Renuncia da hipocrisia e da cultura da aparência.

Já tivemos a oportunidade de comentar este trecho do evangelho, quando da Quarta-Feira de Cinzas. Trata-se, aqui, de renunciar à hipocrisia e à cultura da aparência que esconde o verdadeiro sentido de todas as coisas, inclusive da prática religiosa. Esses três atos de piedade, esmola, jejum e oração eram aspectos importantes da vida religiosa dos judeus do tempo de Jesus. Não são os atos de piedade que Jesus critica, mas o modo como eles são praticados, isto é, são feitos em benefício da pessoa que os pratica: os fazem “para serem vistos pelos homens”, para terem a aprovação dos outros. Daí que, no nível em que os hipócritas se situam, eles já obtiveram a recompensa esperada, a saber, a aprovação dos homens. A vida cristã requer discrição; as obras de piedade devem ser realizadas em segredo. Não se trata de ação secreta, mas designa toda ação, mesmo pública, que se faz diante de Deus, por Deus em favor dos semelhantes. O que conta é a intenção profunda, e a recompensa se situa no nível do dom e não do merecimento. O bem não toca trombeta!
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Fonte: Paulinas em 18/06/2014

Vivendo a Palavra

Esmola, oração e jejum – assim como na quaresma, também hoje, nós nos lembramos desses meios de santificação: generosidade perante os irmãos, humildade e confiança junto ao Senhor e sobriedade nos nossos desejos e apetites. Sigamos o Mestre!
Fonte: Arquidiocese BH em 18/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

O jeito novo ensinado por Jesus: dar esmolas é relacionar-se com o irmão, respeitando sua dignidade e não assumindo posição arrogante; orar é um ato de intimidade com o Pai e não um espetáculo para ser exibido; jejuar é ocupar-se em tal intensidade com os tesouros do Reino, que os bens efêmeros – aqueles que enferrujam e as traças roem – ficam esquecidos.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2020

Reflexão

O verdadeiro espírito de conversão é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte: CNBB em 18/06/2014

Reflexão

Nós, cristãos e cristãs, estamos a serviço de quem? A quem queremos agradar? A Deus ou aos seres humanos? Se praticamos boas obras só para sermos vistos e aplaudidos pelos outros, corremos duplo perigo. Antes de tudo, porque as pessoas podem ignorar nossos feitos. Então, ficamos frustrados e aborrecidos. Depois, mesmo admirando nossas boas obras, as pessoas são incapazes de valorizar-nos suficientemente ou recompensar-nos à altura do que fazemos. Nesse caso, a decepção é profunda. Melhor seguir a estrada indicada por Jesus: pensar e agir, não para receber elogios humanos, mas para oferecer tudo ao Pai, que vê também o que está oculto e conhece as intenções do coração de cada pessoa. Só Deus tem o poder de nos recompensar devidamente.
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, explicas por que nos convém praticar as boas obras, de modo discreto, sem chamar a atenção do público. Ensina-nos, Senhor, a proceder com humildade, para agradar ao Pai celeste, que conhece o nosso íntimo e pode nos recompensar como lhe aprouver. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 17/06/2020

Reflexão

Jesus continua seu ensinamento no contexto do sermão da montanha, apresentando três práticas importantes para os judeus e também para os cristãos: a caridade, a oração e o jejum. Práticas que os judeus começaram a viver no tempo do exílio babilônico, quando não tinham mais o templo para se reunir e realizar sacrifícios. Essas práticas são válidas também para nós nos dias de hoje. Jesus não as condena, mas condena a maneira errada de vivê-las. Não são para nos exibir diante dos outros e ser aplaudidos, como fazem as pessoas hipócritas ou falsas. A esmola ou a caridade é nossa preocupação para com os outros, principalmente aqueles que mais necessitam. A oração nos coloca em comunhão com Deus para aprender dele a conduzir nossa vida. O jejum nos leva a separar aquilo que é fundamental em nossa vida daquilo que é secundário, dispensável.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Se alguém é injusto para conosco, conseguimos manter nosso coração inalterado? - E o perdão? Rezamos “perdoai-nos assim como nós perdoamos”? - Encontro momentos especiais para contemplar, escutar, abrir meu coração a Deus que me fala? - Pode-se praticar a caridade sem pensar em dinheiro. Em que sentido? Cite alguns exemplos de verdadeira caridade para com o próximo. - Há situações nas quais não sabemos o que rezar? Fiquemos em silêncio e Deus nos falará ao coração!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/06/2014

Comentário do Evangelho

OBRAS DE PIEDADE

A religião judaica dava grande importância à esmola, à oração e ao jejum como práticas de piedade, embora não fossem expressamente prescritas pela Lei.
Os discípulos de Jesus, enquanto herdeiros da tradição judaica, tinham consciência do valor destas práticas como forma de expressar uma relação profunda com o próximo (esmola), com Deus (oração) e consigo mesmo (jejum). O cuidado de Jesus visava orientá-los sobre a maneira correta de praticá-las. A preocupação do Mestre ia além dessas três práticas tradicionais de piedade. Ele queria ensinar os seus discípulos como ser piedoso.
Existe uma maneira de ser piedoso com a preocupação de ser visto e louvado pelos outros. Era a preocupação própria dos hipócritas e exibidos. Mas existe também, outro modo de ser piedoso, que consiste em colocar-se em profunda comunhão com o Pai, que vê as coisas ocultas, e reconhece a sinceridade de coração de quem pretende ser-lhe agradável.
"Agir em segredo" não é o mesmo que fazer "ações secretas". Mesmo quando age em público, o coração do discípulo está centrado no Pai, e só ele procura agradar. Eventuais recompensas humanas são irrelevantes para ele, comparadas com as que o Pai lhe reserva.
Oração
Espírito de piedade, ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 18/06/2014

Meditando o evangelho

A PIEDADE DISCRETA

A piedade judaica valorizava, de maneira especial, três práticas: a esmola, a oração e o jejum. Cada uma apontava para um tipo diferente de relação. A esmola indicava a relação de misericórdia com o próximo, cujas necessidades se tentava remediar. A oração expressava a relação amorosa com Deus, com quem se procurava estar em contínuo diálogo. O jejum se colocava no nível da relação do indivíduo consigo mesmo e consistia na busca do domínio dos instintos e das paixões, de modo a preparar para uma relação cada vez mais correta com Deus e com o próximo.
O discípulo de Jesus não estava dispensado destas práticas tradicionais de piedade. Elas se mantinham válidas quando sua finalidade era garantida. Entretanto, havia no tempo de Jesus quem desvirtuasse seu sentido e se servisse delas para alimentar seu espírito de vanglória. Jesus tentou precaver seus discípulos desta deturpação da piedade, ensinado-lhes a discrição. Mostrar-se piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, era inútil e revelava uma motivação hipócrita. A inutilidade resultava da obtenção de louvores por parte dos admiradores, dispensando assim a recompensa divina. A piedade, neste caso, não atingia seu objetivo. Pelo contrário, quando praticada no escondimento e de maneira discreta, a piedade era observada apenas pelo Pai, de quem proviria a verdadeira recompensa.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, livra-me de praticar a piedade buscando fazer-me admirado pelas pessoas e ensina-me a praticá-la de maneira discreta, para obter a recompensa do Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ser íntimo diante de Deus é não usar nenhuma máscara
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tenho um amigo muito fiel á nossa Igreja e dia desses ele m e disse que no seu ambiente de trabalho, no início da jornada de manhã e a tarde, abre a Bíblia que sempre carrega e faz a sua oração e meditação. Ele afirma que os funcionários que trabalham com ele naquela repartição, o respeitam muito e mesmo um e outro que não são da nossa igreja, nunca o criticaram e até o elogiam dizendo que ele é um bom cristão.
Não querendo julga-lo, confesso que pensei nele ao meditar esse evangelho, por uma razão muito simples, talvez nem o faça por mal, mas ele faz questão de mostrar aos outros que é Católico e dos praticantes e em sua compreensão isso é um testemunho que precisa ser dado no mundo de hoje. Quando alguém exibe suas qualidades cristãs para os outros, sejam elas quais forem, oração, jejum ou esmola, o maior perigo e tornar-se um moralista e começar a medir as pessoas a partir da nossa “Régua”.
Moralismo é coisa muito perigosa porque, como dizia meu professor de moral, se revirarem bem revirado a vida de uma pessoa considerada a mais santa, vão achar pecado de tudo quanto é tipo, também na minha vida e na vida de cada um de nós, não tem este nem aquele, leigo ou religioso, ninguém escapa. Somos todos carentes do amor e da misericórdia do Pai, então a única referência para o homem é Jesus Cristo, Fiel, Santo, Perfeito, justo e bom. Só Ele e mais ninguém.
Jesus Cristo, ao orientar os seus discípulos sobre esse procedimento discreto nas orações, jejuns e esmolas, quer também poupa-los das “cobranças”, não que não devamos então ser autênticos e coerentes como cristãos, mas que não sintamos a necessidade de vender uma imagem de pessoas virtuosas, orantes, piedosos, porque lá um dia ou outro, podemos cometer algum deslize e daí todos nos olharão com estranheza e indignação. De fato, meu amigo que mencionei no início, recentemente teve problemas com um Filho usuário de drogas, e os amigos e colegas de serviço o questionaram a esse respeito.
Quem se exibe diante dos irmãos e irmãs, vai também se exibir diante de Deus e ai está o outro grande perigo: achar que eu me basto, porque sou esforçado e sempre busco as coisas de Deus, e para eu atingir a Santidade em sua plenitude só falta eu morrer e todos vão reconhecer que sou uma referência e um exemplo a ser seguido.
O problema é que, diante dos irmãos até dá para posar de “bonzinho”, mas diante de Deus isso é impossível, porque nos vê exatamente como somos. Então, o melhor mesmo é seguir as orientações de Jesus, mostre-se diante de Deus como você realmente é. Não tenha medo ou vergonha, seja íntimo de Deus, descubra-se totalmente diante dele. A intimidade com o Pai, recomendada nesse evangelho é isso. Quem reza, faz jejuns e pratica a caridade, não é um super-homem ou supermulher, mas é alguém humano e fragilizado, sujeito a quedas e infidelidades, e que, apesar disso, é íntimo com Deus e o chama de “Paizinho”, sem medo de discurso moralista.

2. Não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados - Mt 6,1-6.16-18
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

É bom aparecer diante de Deus. Diante dos homens, nem sempre. Paulo escreveu aos tessalonicenses sobre o tempo em que esteve com eles e disse: “Não foi inútil a nossa estada entre vós”, porque “não me apresentei com adulações, nem com secreta ganância. Tampouco procuramos o elogio dos homens, quer vosso, quer de outrem”. Que a mão direita não saiba o que faz a esquerda. Faça sempre o bem, sem querer ser visto, a não ser por Deus, que tudo vê.
Fonte: NPD Brasil em 17/06/2020

HOMILIA

CUIDADO COM A HIPOCRISIA

No Evangelho, Jesus pede a pratica da esmola, o jejum e a oração longe de toda hipocrisia: «Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa». Os hipócritas, energicamente denunciados por Jesus Cristo, se caracterizam pela falsidade de seu coração. Mas, Jesus adverte hoje não só da hipocrisia subjetiva senão também da objetiva: cumprir, inclusive de boa fé, tudo o que manda a Lei de Deus e a Escritura Santa, mas fazendo de maneira que fique na mera prática exterior, sem a correspondente conversão interior.
Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus». A justiça da que Jesus nos fala consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».
A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia: «Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita». Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de Deus e elogio por parte dos homens.
Então, a esmola reduzida à “gorjeta” deixa de ser um ato fraternal e se reduz a um gesto tranqüilizador que não muda a maneira de ver o irmão, nem faz sentir a caridade de prestar-lhe a atenção que ele merece. O jejum, por outro lado, fica limitado ao cumprimento formal, que já não lembra em nenhum momento a necessidade de moderar nosso consumismo compulsivo, nem a necessidade que temos de ser curados da “bulimia espiritual”. Finalmente, a oração reduzida a estéril monólogo não chega a ser autêntica abertura espiritual, colóquio íntimo com o Pai e escuta atenta do Evangelho do Filho.
A religião dos hipócritas é una religião triste, legalista, moralista, de uma grande pobreza de espírito. “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens, para serdes vistos por eles como fazem os hipócritas...” No dicionário do Aurélio, hipocrisia é afetação duma virtude, de um sentimento louvável que não se tem. É impostura, fingimento, simulação, falsidade. Os hipócritas enganam (ou pensam enganar) as pessoas que os vêem por sua aparência. Fingem ser uma coisa que não são. Por quanto tempo dura uma hipocrisia? Pois nada há de oculto que não seja um dia revelado. Que passageira recompensa recebem os hipócritas, não é mesmo? Recebem os louvores e reconhecimentos momentâneos. Até a hora em que são descobertos. Daí, então, a máscara cai e se revela a verdade do que são. Como não construíram sobre a rocha, a verdade, é grande sua ruína (cf. Mt 7,27).
Por que, então, cair neste pecado da hipocrisia? Se pensarmos bem, mesmo sem levar em conta o lado espiritual, não vale a pena. Seja no ambiente de trabalho, seja na sociedade ou na família, a hipocrisia é um grande contra-senso. Reflita e medite sobre isso em sua vida. Dirija-se ao Senhor pedindo perdão pelas vezes em que fingiu ou simulou algo apenas para ser visto pelos homens. Peça hoje uma graça de coerência e fidelidade ao chamado último de todos os homens: a santidade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Comentada2 em 18/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A oração feita no silêncio do nosso coração agrada a Deus!

A única pessoa que precisa saber da sua oração é Deus! A oração que agrada ao Senhor Nosso Deus é aquela que é feita no silêncio do coração!

Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles” (Mateus 6-1).

A Palavra de Deus vem hoje ao nosso encontro para nos ajudar a purificar as nossas intenções e as nossas atitudes em tudo aquilo que realizamos, a começar pelas nossas orações. Há pessoas que gostam de se aparecer quando estão rezando, elas conversam com você com o terço na mão, e falam para todo o mundo ver que elas estão rezando. Não, a oração que agrada a Deus não é essa, feita pela quantidade e pela demonstração que você reza.
A única Pessoa que precisa saber da sua oração é Deus, por isso a oração deve ser feita no quarto interior, no silêncio do recolhimento, onde comigo mesmo vou ao encontro d’Aquele que é o único e eterno, o Senhor Nosso Deus.
Não faça nada para ser visto, não precisa rezar em voz alta para incomodar os outros, fazer barulho para que todo mundo veja que você está rezando. A oração que agrada ao Senhor Nosso Deus é aquela que é feita no silêncio do coração! Claro que você pode falar algo, mas ninguém deve orar para chamar atenção ou para o outro dizer: “Como ele é piedoso! Como ele anda com um terço na mão e como ele reza!”.  A oração que agrada o coração do nosso Deus é outra.
Da mesma forma, a nossa caridade precisa ser exemplar, deve ser uma caridade inflamada, mas não deve ser feita para colocar uma placa sobre nós: “Olha como eu sou caridoso! Olha como eu gosto de dar esmola e como ajudo os outros!”. Não deve ser assim. Como nos ensina Jesus, que a sua mão direita não saiba o que fez a sua esquerda (cf. Mt 6,1-4).
Ajude o seu próximo, atenda o necessitado e socorra a quem está precisando. E pode ter certeza de que lá onde só Deus está vendo, Ele mesmo vai recompensar aquela caridade que você faz de forma silenciosa. Não faça nada na vida esperando receber retorno, troco; não faça nada na vida esperando receber “muito obrigado”, agradecimento, nem para quem você exerceu a sua caridade. A caridade precisa ser, mais do que qualquer coisa, exercida de forma gratuita, nunca esperando agradecimento, quanto menos reconhecimento!
Nós precisamos de sacrifício interior, precisamos, muitas vezes, nos penitenciar, precisamos fazer jejum, precisamos nos sacrificar disso e daquilo. Só não precisamos fazer propaganda, só não precisamos andar com a cara amarrada, só não precisamos andar com o espírito abatido para que os outros se compadeçam de nós.
Tudo que é feito com gratuidade, para que o coração de Deus entenda, produz frutos, os quais duram por toda a eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A oração é fundamental para a nossa relação com Deus

“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus” (Mateus 6,1).

O nosso Pai que está nos Céus está no meio de nós para nos abençoar em tudo aquilo que realizarmos diante da Sua presença. É importante tomarmos consciência de que o que fazemos para Deus é para Ele e  não para ser visto, reconhecido, aplaudido ou recebermos méritos e curtidas dos homens. O que fazemos para Deus é para Ele.
Quando vivemos uma comunhão com Deus fazemos as coisas da forma mais íntima e discreta possível, de modo que isso é oferecido diretamente a Ele. É a gratuidade da alma e do coração. Vivemos no mundo onde as pessoas, em tudo, esperam retribuição, reconhecimento, e ficam até chateadas quando fazem uma coisa e as pessoas não reconhecem.
O nosso reconhecimento vem de Deus, por isso, não busquemos os aplausos dos homens, os méritos humanos, mas que tudo que façamos seja para a glória de Deus para que cresçamos na nossa comunhão e na nossa espiritualidade com Ele.
Esses três elementos fundamentais da relação do homem com Deus devem ser praticados sempre, em todo tempo e lugar. Não é uma receita somente para o tempo da Quaresma, mas é para toda a nossa vida cristã.

Nada substitui a nossa oração pessoal, singular, direta e única entre Deus e nós

Primeiro, o exercício da caridade, cuidar do outro, fazer caridade para os mais necessitados sem precisar fazer propaganda: “Eu ajudo tantas pessoas”. “Distribuo cestas básicas”. Faça, você pode até testemunhar o seu empenho, mas jamais querer receber recompensa.
Não deixe jamais de praticar a caridade, sobretudo em cuidar dos mais pobres e necessitados, de repartir o que você tem com os outros, sem precisar chamar a atenção sobre isso.
A nossa oração é fundamental para a nossa relação com Deus, mas não faça orações para chamar a atenção, para as pessoas verem que você está rezando; não precisa fazer oração e ela ser gritada, alta ou andar o tempo inteiro com o terço na mão para que as pessoas vejam que você está rezando.
A oração que agrada o Pai é aquela que é vivida na intimidade, quando entro no meu quarto, no meu interior e vou ali me recolher para me colocar na presença de Deus.
Temos orações comunitárias, temos a oração sagrada da Santa Missa e tantos momentos que vivemos juntos, mas nada substitui a nossa oração pessoal, singular, direta e única entre Deus e nós.
E, por fim, a penitência. Não podemos abrir mão de nos penitenciarmos porque é a maneira de nos arrependermos, nos purificarmos, nos renovarmos e nos lavarmos dos nossos pecados. Portanto, façamos penitências, jejuns e outras formas penitenciais essenciais para a nossa relação com Deus, mas não precisa ninguém saber que as fazemos, nem colocar placas ou propagandas quando as realizamos.
Faço na intimidade, a fim de que, eu e Deus vivamos uma espiritualidade mística, concreta e de renovação interior. Quanto mais discretos somos, mais vivemos uma relação íntima e verdadeira com Deus.
Procuremos crescer na discrição e na intimidade com o Senhor Nosso Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/06/2020

Oração Final
Pai Santo, prepara o nosso coração para celebrarmos com alegria e gratidão o grande Dom do teu Filho Unigênito, que quis ficar conosco sob as espécies do Pão e Vinho consagrados. Dá-nos especial veneração pelos Sagrados Mistérios do Teu Amor, nós te pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, dá-nos o dom da unidade pessoal. Que estejamos sempre inteiros nas relações com os irmãos, com a natureza, contigo – amado Pai – e diante dos nossos limites pessoais. Que não nos movam os desejos subalternos de sermos vistos, reconhecidos como bons, ou de receber recompensas. Ensina-nos a tua gratuidade! Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2020

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