quarta-feira, 15 de junho de 2022

Mesmo na pandemia, católicos mantêm tradição de tapetes de Corpus Christi no Brasil

Tapete de Corpus Christi /
Foto: Facebook Paróquia Nossa Senhora d'Ajuda
Igreja Matriz São João Batista

REDAÇÃO CENTRAL, 04 jun. 21 / 02:44 pm (ACI).- A confecção do tapete de Corpus Christi é uma tradição no Brasil, enfeitando as ruas das cidades. Neste ano, mesmo com as limitações impostas pela pandemia de covid-19, os católicos no país não abriram mão de render esta homenagem ao Santíssimo Sacramento e preparam seus tapetes nas igrejas ou até mesmo em casa.
Seguindo as determinações dos governos, em muitas cidades do Brasil, a celebração de Corpus Christi contou com a presença reduzida de fiéis nas igrejas, transmissão ao vivo por meio da internet e em muitas cidades não foi realizada a tradicional procissão nas ruas, a fim de evitar aglomerações.
A celebração da solenidade consta de uma Missa, procissão e Adoração ao Santíssimo Sacramento. No Brasil, uma tradição que se espalhou pelas cidades é a confecção de tapetes para a passagem da procissão. Os desenhos dão ênfase aos temas sobre a Eucaristia, mas a criatividade das comunidades dá um toque especial, com o uso dos mais diversos materiais, como serragem e pedras coloridas, borra de café, flores, areia, entre outros.


Neste ano, para se adaptar às limitações da pandemia, comunidades optarem por confeccionar os tapetes dentro ou na entrada dos templos. Em Campo Grande (MS), fiéis da paróquia Sagrado Coração Eucarístico de Jesus adotaram esta alternativa e também arrecadaram alimentos para doar às famílias assistidas pela igreja. “É um tapete menor, mas é para manter a tradição e a fé”, disse o pároco, padre Alex Messias, ao site Campo Grande News.
A Missa na paróquia Sagrado Coração Eucarístico de Jesus foi presidida pelo arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa. Em sua homilia, afirmou que “a Eucaristia é o centro da vida da Igreja” e que Corpus Christi é “uma festa também de manifestação pública de nossa fé na presença real de Jesus”.


“Este é o significado principal dos próprios tapetes que organizamos e inclusive do grande tapete que organizamos lá na 14 [Rua 14 de Julho, onde foram confeccionados tapetes nos anos anteriores] tradicionalmente reunindo todas as paróquias aqui do município de Campo Grande. Uma demonstração pública de fé na presença real de Jesus na Eucaristia”, disse.
Em seguida, o arcebispo afirmou que, “embora hoje essa manifestação pública para fora não aconteça” por causa da pandemia, “queremos mesmo assim reafirmar do fundo do coração que cremos e sabemos que Jesus está no meio de nós presente na hóstia consagrada de maneira altíssima e misteriosa, mas tão perfeita e integralmente como está nos céus”.
A tradição dos tapetes de Corpus Chriti também faz parte dos costumes das cidades, como ocorre em alguns municípios de Minas Gerais. Em Sabará, por exemplo, onde esta tradição atrai não só fiéis, mas também muitos turistas, uma forma de manter a prática foi adaptá-la ao formato drive thru. Os tapetes foram confeccionados por um grupo religioso e, das 8h às 16h, as pessoas puderam apreciá-los de dentro de seus carros.

“A tradição de Corpus Christi tem a ver com a nossa identidade, nossa história, nossa fé. É um marco que manifesta a certeza da presença de Cristo em nossa vida. Celebramos o corpo de Cristo, aquele que se dá por alimento, especialmente nesse tempo de pandemia. Precisamos resgatar a certeza de que não estamos sozinhos”, disse ao G1 padre Eribaldo Santos, pároco na paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Sabará.
Outra adaptação realizada para poder levar o Santíssimo Sacramento até as pessoas foram as carreatas ou procissão motorizada. Bispos, padres conduziram Jesus Eucarístico pelas cidades em carros. Pelo caminho, fiéis se preparam para recebê-lo com altares ou tapetes montados em frente às casas.



Houve também quem optasse por meios aéreos. O arcebispo emérito de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rubert, sobrevoou a cidade de helicóptero com o Santíssimo Sacramento. “Aqui em Santa Maria é a primeira vez que faço uma benção dos céus. Vamos dar a benção sobre a Base Aérea e a nossa querida Santa Maria, também sobre nossas as paróquias, hospitais, casas, população”, disse ao Diário de Santa Maria, antes de embarcar.


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