terça-feira, 21 de dezembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 21/12/2021

ANO C


Lc 1,39-45

Comentário do Evangelho

Duas anunciações

O relato da visita de Maria à sua prima Isabel é a conclusão dos relatos das duas anunciações (Lc 1,5-25.26-38). Assim como a gravidez de Isabel é objeto de revelação a Maria (vv. 36-37), do mesmo modo a de Maria é objeto de revelação a Isabel. A revelação de Isabel vem do fato de a criança pular em seu ventre: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e ela ficou repleta do Espírito Santo” (v. 41). A Isabel, pela graça do Espírito Santo, é dado conhecer não somente que Maria está grávida, mas que o menino é o Messias: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (v. 43). Pulando de alegria no ventre de Isabel (v. 44), João começa a realizar sua missão de precursor (cf. vv. 15-17). A cada uma das mães Lucas atribui um cântico. A Isabel, o do v. 42: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. A Maria, o Magnificat (vv. 46-55), um hino de louvor a Deus, composto com um mosaico de referências bíblicas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.
Fonte: Paulinas em 21/12/2013

Vivendo a Palavra

Maria, logo que soube da gravidez de Isabel, partiu para ajudá-la. E partiu às pressas! Ela se fez, assim, modelo para nós, que queremos ser Igreja servidora. Reconheçamos os dons que o Pai nos emprestou; aceitemos com alegria e gratidão esses dons – não para guardá-los, mas para colocá-los a serviço dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

A presença discreta de Maria e a doçura da prima Isabel vão preparando o nosso coração para torná-lo uma nova manjedoura que acolha o Deus que no Menino Jesus chega a nós e anuncia a Boa Notícia: o Reino do Pai não precisa mais de fulgurantes sinais exteriores, porque ele já mora dentro de nós!
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2017

VIVENDO A PALAVRA

A presença discreta de Maria e a doçura da prima Isabel vão preparando o nosso coração para torná-lo uma nova manjedoura que acolha o Deus que no Menino Jesus chega a nós e anuncia a Boa Notícia: o Reino do Céu não precisa mais de radiantes sinais exteriores, porque ele já mora dentro de nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2020

Reflexão

Vemos no evangelho de hoje o encontro de duas mulheres que estão grávidas sem que isso fosse possível. De um lado, Isabel, idosa e estéril, e de outro Maria, virgem. A idosa representando o Antigo Testamento, pois será a mãe do último profeta da Antiga Aliança. A virgem representando o Novo Testamento, pois será a mãe daquele que no seu sangue selará a Nova e Eterna Aliança entre Deus e os homens. Vemos a complementariedade entre as duas Alianças e vemos também em Maria a essência da missão evangelizadora: levar Jesus a todas as pessoas para que possam reconhecê-lo e acolhê-lo.
Fonte: CNBB em 21/12/2013

Reflexão

Tendo concebido pelo Espírito Santo, Maria sente-se impelida a visitar Isabel, para lhe comunicar a grande experiência. Isabel, por sua vez, também anseia por cantar as maravilhas que o Senhor está realizando em sua vida. Apesar de ser idosa e estéril, ela está gestando um filho, que será chamado João. O Espírito Santo é o grande protagonista desses acontecimentos. De fato, Maria concebe pelo Espírito Santo. “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o bebê pulou de alegria em seu ventre. Isabel ficou plena do Espírito Santo”. E João, conforme o anúncio do anjo: “estará cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe” (Lc 1,15b). Isabel e Maria, duas mulheres grávidas pelo poder do Senhor, se unem na celebração da grandiosa obra salvadora de Deus.
Oração
Ó Jesus, tua zelosa mãe, apressadamente e por caminhos montanhosos, foi visitar e auxiliar a prima Isabel, que estava grávida. O encontro das duas mães e dos dois bebês causou indizível alegria. Revigora, Senhor, nossa disposição para sermos solidários com o próximo em suas necessidades. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 21/12/2020

Reflexão

Duas mulheres grávidas se encontram: a jovem Maria se dirige apressadamente para visitar e auxiliar a anciã Isabel. O caminho percorrido por Maria é o mesmo percorrido pela arca da aliança, quando Davi resolve introduzi-la no templo de Jerusalém. A arca é símbolo da presença de Deus; Maria é a arca da nova aliança, carregando em seu seio o Filho de Deus. O encontro dessas duas mulheres provoca grande alegria, contagiando até os frutos que carregam em seu ventre. Isabel exulta e proclama Maria bendita entre as mulheres. É a alegria do encontro de mulheres benditas que se auxiliam e partilham felicidades e ajuda mútua. Todo aquele que se deixa engravidar pelo Espírito de Deus caminha de coração alegre e de ânimo aberto, mesmo quando os caminhos não são muito favoráveis.
Oração
Ó Jesus, tua zelosa Mãe, apressadamente e por caminhos montanhosos, foi visitar e auxiliar a prima Isabel, que estava grávida. O encontro das duas mães e dos dois bebês causou indizível alegria. Revigora, Senhor, nossa disposição para sermos solidários com o próximo em suas necessidades. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

Maria é acolhida em casa de Zacarias, onde sente-se segura e fortalecida diante de sua grande nova missão! Diante de situações novas e difíceis, você busca apoio? Onde? Com que meios? - O Anjo, em nome de Deus, visita Maria, levando-lhe a paz de Deus e uma grande missão. Sei com minha presença levar sempre paz e, se consigo, incentivo para a caminhada a meus irmãos? Maria visita Isabel. Sua presença é alegria, partilha, amor. Esforço-me para que minha vida leve sempre alegria e segurança a todos? Maria e Isabel partilham dons e vida. Ambas partilham a Graça de Deus, apoiando-se mutuamente. Tenho espírito de partilha ou vivo fechado em meus problemas e contextos de vida? - Em tempo de Natal, vamos nos unir a elas para melhor acolhermos o Salvador, que nos fala ao coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/12/2013

Meditando o evangelho

BENDITA ENTRE AS MULHERES

A visita de Maria a Isabel revelou traços importantes da personalidade da mãe do Messias Jesus. Ao levantar-se e ir às pressas até a Judéia, para servir a uma parenta necessitada de sua ajuda, Maria demonstrou sua disponibilidade para servir, sem interpor nenhum obstáculo: viagem longa, caminho perigoso, sua gravidez. Muito menos, julgou que a condição de mãe do Messias a colocava numa situação de superioridade. Com toda simplicidade, ela se pôs a caminho, para servir.
A saudação de Isabel sublinhou o quanto Maria era querida por Deus. Era uma mulher abençoada e trazia, no ventre, um ser igualmente abençoado. Por conseguinte, portadora e penhor de bênçãos. Donde a alegria de João Batista, ainda no ventre materno, quando do encontro com a mãe de Jesus. Esta era bem-aventurada, sobretudo por ser mulher de fé, capaz de acreditar no cumprimento de tudo o que lhe fora dito da parte do Senhor.
As palavras de Isabel foram inspiradas. Explicitaram, perfeitamente bem, o que se passava com Maria. Talvez, a própria mãe de Jesus não compreendesse as reais dimensões de sua relação com Deus. Sua simplicidade a impedia de se ter em grande conta. Sua condição de mãe do Senhor não mudou a idéia que fazia de si mesma. A servidora de Deus estava ali para servir à parenta necessitada. Uma coisa implicava a outra.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender a bem-aventurança aplicada a Maria, que se fez servidora de Deus e dos irmãos.
Fonte: Dom Total em 21/12/2020

Meditando o evangelho

AS DUAS MÃES

O encontro de Maria com Isabel evoca a experiência de Deus que elas fizeram. Experiências coincidentes e divergentes, em muitos pontos.
Ambas conceberam num contexto de teofania - manifestação de Deus -. Ele se comunicou por meio de seu anjo. Tanto Isabel quanto Maria apresentaram dificuldades para uma possível concepção. A primeira era anciã e estéril; há tempo perdera a esperança de conceber. Para a segunda, a dificuldade consistia em não conhecer varão. Distinguiam-se num ponto: enquanto Isabel queria ser mãe, para superar a vergonha de ser estéril, Maria parecia dar pouca importância a isto. O filho de Isabel recebera a missão de preparar um povo para Deus; o filho de Maria seria a presença de Deus, na história humana, trilhando os caminhos preparados pelo Batista.
Entretanto, Maria possuía algo de especial. Por isso, Isabel ficou cheia do Espírito Santo, assim que ouviu a saudação de sua parenta. Maria era repleta do Espírito, "cheia de graça". O filho que trazia no ventre era superior àquele de Isabel, porque era o próprio Filho de Deus, causa de alegria para o Batista, ainda no ventre materno. A própria Isabel sublinha a particularidade de Maria, ao proclamá-la "Bendita entre as mulheres" e "Bendito aquele que trazia no ventre". Duas mães, dois exemplos de como Deus age no coração humano.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de disponibilidade para Deus, faze-me, como Maria e Isabel, disponível para deixar a graça divina agir no meu coração, plenificando-o com o seu amor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. BEM AVENTURADA ÉS TU QUE CRESTES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este evangelho nos apresenta duas figuras de mulher que devem ser uma prefiguração das nossas comunidades. Em Maria vemos a pressa de se doar, de sair de si mesma e de caminhar ao encontro daqueles quer têm necessidades. O que impulsiona Maria é o espírito santo em sua plenitude, é esse espírito santo que impulsiona nossas comunidades a servirem os irmãos e irmãs. Entretanto há algo ainda mais profundo e que nos encanta, as comunidades cristãs, fecundadas pelo Espírito Santo, tornam-se também geradoras de Jesus.
Em Maria não celebramos simplesmente algo do passado, mas enquanto igreja celebramos a encarnação no presente, as pias Batismais mais antigas têm a forma ovalada semelhante a um útero, no ventre da igreja mãe nascem os Filhos e as Filhas de Deus, e já que somos templos do Espírito Santo, em nós é gerado também o Verbo Divino, não em seu sentido biológico como foi em Maria, mas nos sentido espiritual.Em Isabel o Espírito Santo ajuda a perceber em Maria, o mistério de Deus acontecendo, mas em uma visão de conjunto de um lado vemos como o agir de Deus é diferente do homem, o Messias que estava por nascer e que iria mudar a sorte de toda humanidade, buscou acolhimento não nos poderosos, nas lideranças religiosas, nos suntuosos palácios ou no templo sagrado, mas sim na casa dos humildes e pequenos como Isabel e Maria.
Ambas inauguram um tempo novo em que para fazer grandes mudanças e construir um mundo melhor a partir do reino de Deus, já não será mais preciso esperar a decisão dos grandes, dos que mandam,, as mudanças verdadeiras que ocorreram na humanidade sempre foram aquelas que nasceram das aspirações,dos sonhos e da luta do povo.
O Messianismo de Jesus está dentro desse contexto, Maria se sentiu pequena diante do mistério de Deus que estava para envolvê-la mas o Senhor a engrandeceu e a capacitou para a missão que estava lhe reservada. Da mesma forma nossas comunidades, grandes ou pequenas, nas grandes metrópoles ou nas periferias e zonas rurais, devem sempre ter presente que estão envolvidas no mistério de Deus que as chama e as capacita para serem portadoras do Cristo para o mundo, do mesmo modo como fez com Maria, ressalvando-se que Maria foi preservada de todo pecado, enquanto que nossas comunidades, embora contenha em seu ventre a semente de um Deus Santo e Perfeito, está sujeita ao pecado. Um dia Jesus teve uma conversa com Nicodemos e afirmou que é preciso que o homem nasça de novo, quem aceita ser membro da comunidade Cristã, está sendo gerado para um novo nascimento, cuja vida embrionária já recebeu pelo Batismo, esse útero não é muito bonito, mas como o ventre materno oferece toda segurança de que precisamos, para desenvolver em nós essa semente de eternidade da Vida Nova que há de acontecer um dia.
Nesse sentido precisamos sair e ter pressa para levar ao mundo este anúncio, romper com a religião do formalismo religioso, deixar de ser a Igreja fechada em si mesma para doar-se aos irmãos e irmãs que ainda não ouviram o anúncio. Como Maria, certamente iremos ficar admirados quando percebermos o modo como Deus age, sempre diferente da nossa lógica, ás vezes até de um jeito que não entendemos. Maria sentiu toda essa alegria incontida em sua alma ao sentir-se totalmente de Deus, aponto de dizer “O Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o seu nome, a minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Não é o ritualismo religioso que agrada a Deus, mas sim a nossa disposição para uma entrega total, fazendo assim a vontade de Deus, é o próprio Cristo que nos dirá na carta de Paulo aos hebreus; Eis que venho para fazer a vossa vontade. Quando o amor chega a esse ponto, o sacrifício ritualista torna-se secundário diante do verdadeiro e autêntico sacrifício agradável a Deus: dar a vida pelos irmãos e irmãs.

2. Feliz aquela que acreditou!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Nestes dias de Advento, vivemos a alegria da casa de Isabel e Zacarias, pulamos com o Batista, cantamos com Maria, contemplamos tudo em silêncio com José. É um momento em que não precisamos fazer propósitos nem tirar conclusões práticas. Não precisamos fazer nada. Basta entrar no ócio da contemplação e participar da alegria da presença de Jesus em Maria. Podemos rezar os mistérios gozosos do terço e repetir com o Anjo: “Ave, cheia de graça”. E com Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Maria, grávida de seu Filho Jesus, foi às pressas até Ein Karem, nas montanhas de Judá, ao lado de Jerusalém, para estar com sua prima Isabel, também ela grávida de seu filho João, que será chamado de Batista. Há uma grande alegria nessa visita. Isabel fica cheia do Espírito Santo e o menino pula no seu ventre. Isabel está diante de Maria, a Arca da Aliança que contém o Salvador, por isso exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Bem-aventurada a que acreditou porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Bem antes dos Concílios, Isabel reconhece que Maria, que a visita, é a Mãe do Senhor.
Fonte: NPD Brasil em 21/12/2017

Liturgia comentada

Saltou de alegria... (Lc 1,39-45)
São Lucas registra que a simples aproximação de Maria, já portadora do Filho de Deus em seu ventre sagrado, foi suficiente para que João Batista, ainda em sua vida pré-natal, reagisse com alegria. Estamos diante de uma verdade que parece esquecida: a experiência cristã é fonte de profunda alegria.
Ao relatar a descoberta de Deus e sua conversão ao cristianismo, o escritor inglês C. S. Lewis intitulou seu livro “Surprised by Joy”, (surpreendido pela alegria). No livro dos Atos dos Apóstolos, logo após Pentecostes, São Lucas registra: “Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza.” (At 4,46.) Anotou também o efeito da pregação de Filipe em Samaria: “Por este motivo, naquela cidade reinava grande alegria.” (At 8,8.)
Ora, pode ser que nossas reuniões, celebrações, e mesmo o “clima” geral de nossa vida como cristãos não estejam irradiando a mesma alegria. De fora, o pagão pode ter a impressão de que somos um povo triste, sem ânimo e vibração. E assim, afastamos as pessoas de Jesus, que tinha intenção completamente diferente: “A vossa tristeza há de se transformar em alegria”. (Jo 16,20b.) “E o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria”. (Jo 16,22.) “Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.” (Jo 16,24.)
É clássico o refrão: “Um santo triste é um triste santo.” Na verdade, quem conviveu com pessoas santas, sabe que elas são alegres, irradiantes, mesmo que sua alegria não lembre a alacridade das maritacas, mas seja antes uma espécie de letícia, a alegria serena, mas profunda, de quem vive mergulhado na paz de Deus, mesmo entalado em um mundo de problemas.
Na verdade, a alegria é fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5,22), ao lado da paz, da paciência e da brandura. Quem se volta para Deus e busca seu perdão, vê-se livre de sentimentos negativos que já pareciam constituir na pessoa uma segunda natureza. Ao contrário, a vida vivida “na carne” leva à tristeza, à depressão e a impulsos de autodestruição, como obscura colheita do pecado.
Marthe Robin, a fundadora dos “Foyers de Charité”, mesmo imobilizada em um pequeno divã por mais de 50 anos, alimentada exclusivamente por uma comunhão semanal, notabilizou-se por uma alegria infantil que contagiava a todos que faziam contato com ela. Mais ainda: Marthe assumia em sua oração a tristeza e as cruzes de seus visitantes, que dali saíam libertos e transfigurados.
Que tipo de cristão queremos ser?
Orai sem cessar: “Transformaste meu luto em dança!” (Sl 39,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
sanini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 21/12/2013

HOMILIA

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES

Continuamos meditando os relatos do nascimento do evangelho de Lucas, e o faremos ainda até o Natal. Hoje nos é apresentada a cena que chamamos comumente de “visitação” de Maria à sua prima Isabel. A Virgem vai até as montanhas da Judéia onde vivia sua prima. O encontro das duas mulheres foi imortalizado, como muitissima outras páginas da Bíblia, nas obras dos artistas cristãos.
No entanto o que mais conta são as palavras com que Isabel saúda a Maria, cheia – diz o evangelista – do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre!”, palavras que milhões e milhões de cristãos repetimos em todas as línguas do mundo para saudar diariamente a mãe de nosso Senhor. Bendita não por seus próprios méritos, mas pela graça e pelo favor divino, porque soube acolher a Palavra de Deus até a ponto de gerá-la em seu seio, porque se pôs inteiramente à disposição de Deus que fazia dela instrumento precioso de sua obra de salvação. Isabel é consciente da desproporção da visita: “Quem sou eu para que a mãe de meu Senhor me visite?”, pergunta. A mesma humildade com que seu filho, João Batista, dirá mais tarde que não é digno nem de desatar as sandálias do Messias. E proclama ditosa, bem-aventurada, bem-amada a Maria porque nela se cumprirá o que lhe disse o Senhor por meio do anjo. Mesmo que a leitura de hoje se interrompa neste ponto, sabemos que Maria prorrompeu, em resposta às palavras de Isabel, num cântico de ação de graças, o “Magnificat” que já sabemos de memória.
Deveríamos fazer nossos os sentimentos e as palavras de Isabel, bendizer e felicitar a Maria pelas maravilhas que Deus realizou nela. Mas deveríamos, sobretudo, assumir as atitudes destas mulheres que são submissas e se põem à disposição dos planos salvíficos de Deus. Compete a nós levar o Messias para visitar os nossos irmãos que sofrem e choram, para que se alegrem como Isabel e louvem ao Deus que os salva e liberta.
A celebração do nascimento de Jesus nos leva a recordar a condição de mulher e a fé de Maria. O episódio que chamamos de visitação nos relata o encontro de duas mulheres mães. Maria, a galiléia, vai a Judá, região onde o filho que carrega dentro de si será um dia rechaçado e condenado à morte (Lc 1,39). No momento da saudação da jovem, o menino que Isabel está para dar à luz “salta de alegria” (vv. 41 e 44). A mãe alude pouco depois ao que sente dentro de si; trata-se da alegria do menino – o futuro João Batista – ao redor de quem haviam girado até agora os acontecimentos narrados neste primeiro capítulo de Lucas. João cede agora a vez para Jesus. A alegria é a primeira resposta à vinda do Messias. Experimentar alegria porque nos sentimos amados por Deus é preparar-nos para o Natal.
Isabel pronuncia então uma dupla bênção. Como ocorre sempre em manifestações importantes, Lucas evidencia que ela fala “cheia do Espírito Santo. Maria é declarada “Bendita entre as mulheres”; sua condição de mulher é colocada em destaque; como tal ela é amada e privilegiada por Deus. Isto é ratificado pelo segundo motivo do elogio: “Bendito é o fruto do teu ventre”. Este fruto é Jesus, mas o texto sublinha o fato de que, por enquanto, está no corpo de uma mulher, em suas entranhas, tecido de seu tecido. O corpo de Maria passa a ser então a arca santa onde se abriga o Espírito e manifesta a grandeza de sua condição feminina. Em sua visitante Isabel reconhece a “Mãe do Senhor”, aquela que dará à luz o que deve libertar o seu povo, segundo o que foi anunciado pelo profeta Miquéias (5, 2-5).
Bendizer significa falar bem, elogiar, glorificar. Antes do nascimento de Jesus aparecem nos Evangelhos bênçãos por parte de Zacarias, Simeão, Isabel e Maria. Todos bendizem a Deus por aquilo que Ele realiza. Porém, ao mesmo tempo, Jesus abençoa as crianças, os enfermos, os discípulos, ao Pai. Toda bênção é dirigida a Deus. A oração de bênção é, sobretudo, louvor de ação de graças. Deste modo celebramos a Eucaristia. Mas também a bênção se estende a todas as criaturas, inclusive as inanimadas: ramos, cinza, pão e vinho. São bem-aventurados os santos e especialmente “bendita” é Maria, a mãe de Jesus.
O Espírito Santo ajuda Isabel a pronunciar sua louvação: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” A partir de então, milhões de vezes os cristãos têm repetido esta louvação na Ave Maria. São benditos, bem-aventurados os que acreditam em Deus, os que praticam a Palavra, os que dão frutos, os pobres, com os quais Jesus se identifica.
“Bendita és tu entre as mulheres”. Maria é bendita porque acreditou! Esta foi sua grandeza e o fundamento de sua fidelidade: sua fé! Maria se converte em Mestra da fé, aceitando tudo quanto se anunciava da parte de Deus, mesmo que não sabendo explicar como tudo aconteceria. Toda vida de Maria se fundamenta em sua fé, na adesão que fez desde o primeiro momento à revelação que chegou até ela.
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência e então dia a pois dia poder dizer também o meu sim ao vosso projeto de amor.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 21/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Não há desculpas para não exercemos a caridade

Não há desculpas para não exercemos a caridade, não há desculpas para não cuidarmos uns dos outros.

”Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’‘ (Lc 1-,42)

Nós, hoje, acompanhamos Maria, que ficou grávida por obra e pela ação do Espírito Santo, sendo movida por este mesmo Espírito a não pensar só em si, a não se inflamar de orgulho por causa daquilo que recebera de privilégio do Céu. Afinal de contas, a nenhuma outra mulher da terra o Senhor conferiu a graça e o dom de ser a Mãe de Jesus. É um dom único conferido a Virgem Maria! Por isso, sua prima Isabel, cheia do Espírito Santo, exclama que ela é bendita entre todas as mulheres que há sobre a terra. E, da mesma forma, bendito é o Fruto que está no ventre dela.
Primeira coisa, uma vez que Nossa Senhora não se fechou em si mesma, ela foi ao encontro da sua parenta, que muito precisava da sua ajuda, porque afinal de contas ela também estava grávida. Maria foi apressadamente a Judeia, não foi para ser exaltada por Isabel, foi para cuidar dela, foi para prestar-lhe solicitude e solidariedade; ser uma presença fraterna e amiga. O próximo, muitas vezes, não é aquele que vem apenas ao nosso encontro, mas aqueles que colocamos na frente, como meta, e vamos ao encontro de suas necessidades, dos seus sofrimentos e das suas aflições. Foi isso que Maria fez, ela colocou Isabel como meta, colocou-a como objeto da sua solicitude amiga, fraterna, por isso foi ao encontro da sua prima. Por isso ela foi apressadamente ao encontro daquela que precisava dela.
Mesmo tendo seus limites, a Santíssima Virgem Maria também ficou grávida [como a prima], não podendo se vangloriar – “Eu já sou a Mãe de Jesus!” Não! Não há desculpas para não exercemos a caridade, não há desculpas para não cuidarmos uns dos outros. Nós não podemos inventar este ou aquele compromisso ou outra coisa qualquer para não exercermos a caridade.
Este mesmo Espírito de Deus, que nos prepara para irmos ao encontro do Senhor, quer nos “desinstalar” da vida que nós levamos, essa vida é muito corrida, temos muita coisa para fazer; mas geralmente são “nossas” coisas. Geralmente nós fazemos as coisas girarem só em torno de nossas necessidades. Existe alguém, existem muitas pessoas, existem muitas necessidades e sofrimentos; existem doentes, grávidas, idosos, crianças abandonadas, existe o pobre sofredor. Mas tamém há nossos irmãos de nossa comunidade, pessoas que estão realmente vivendo a solidão, o abandono, pessoas que ninguém liga para elas.
Este tempo nos convida a sairmos de nós mesmos e a termos a atitude de Maria, que não ficou contemplando apenas Jesus no seu ventre. Não tem Natal mais pobre do que ficar olhando apenas para um presépio, com imagens que recordam o passado e não ir contemplar o sofrimento de Jesus, que nasce em todas as pessoas, que representam Deus no meio de nós.
Que saiamos de onde estamos, parados, instalados e possamos ir ao encontro do próximo, que tanto precisam da nossa presença fraterna!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Deus quer que sejamos benditos

Na escola de Maria temos lições muito importantes para que, também, sejamos benditos na vida em que levamos

“Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o Fruto do Teu ventre!’ Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lucas 1,41-43).

Hoje, contemplamos Maria como o lugar da morada de Deus. Contemplamos A Mãe de todas as mães. Bendito é o Fruto; O Fruto é Aquele que nasce de Maria, que está dentro d’Ela, é o Bendito para sempre, o Filho de Deus. O Filho Bendito e Eterno de Deus, fez morada no ventre e no seio de Maria; Ele tornou Maria bendita, porque, o Fruto que nasceu d’Ela é abençoado.
Que bênção contemplarmos a Virgem Maria, que maravilha contemplarmos Aquela que “se fez” morada de Deus. Que bênção contemplarmos Aquela que é Bendita, que trouxe a Bênção e o Bendito Fruto para o meio de nós.
Celebrar o Natal é permitir que a nossa casa, o nosso lar, e cada um de nós, nos tornemos morada de Deus, lugar onde Ele vive, habita, nasce, e faz a graça de Deus acontecer.
Maria foi a primeira e por excelência- a “Bendita entre todas as mulheres”. Nem antes e nem depois d’Ela haverá uma mulher tão bendita e abençoada, e não é pelos méritos d’Ela, e sim, pelos méritos que estão n’Ela, d’Aquele que Ela gerou.
Foi Jesus quem tornou Maria abençoada e bendita. Deus quer que sejamos benditos, aventurados e abençoados. Temos uma escola chamada: Maria. Na escola de Maria temos lições muito importantes para que, também, sejamos benditos na vida em que levamos.
Maria se colocou toda a serviço do Senhor, totalmente disponível para Ele. Maria era mulher orante, que significa “Aquela que tem comunicação com Deus”; Ela vive uma comunhão e uma relação com Ele.
Precisamos viver em maior sintonia com Deus, precisamos ter comunicação e relação com Ele. Precisamos falar com Deus, escutá-Lo. Só pode falar com Deus quem sabe escutá-Lo. Maria entendeu a hora da graça em sua vida, porque, Ela vivia em comunhão com o Seu Senhor. Quando vivemos comunhão com Deus, Ele habita e torna a nossa vida bendita e abençoada.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2017

HOMÍLIA DIÁRIA

Maria nos trouxe o Bendito Salvador

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lucas 1,42-43)

Maria é a Mãe do Senhor, eu sei que, para alguns, possa parecer difícil a compreensão porque não é uma compreensão lógica, aqui é uma compreensão mística, espiritual, sublime e divina. É Isabel quem está dizendo: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor venha me visitar?”. Porque Aquele que Maria traz em Seu ventre, Ele é o Senhor, Ele é o nosso Deus.
Fico admirado em ver Isabel já adorar, já reconhecer, já proclamar o senhorio de Jesus, já proclamar Jesus como seu Senhor e Salvador, porque muitos entre nós não proclamamos com veemência, ou seja, com todo o nosso coração que Jesus é Nosso Senhor e Salvador.
E para reconhecer o senhorio de Jesus, precisamos reconhecer Jesus que está no ventre de Maria, precisamos reconhecê-La como a portadora da graça sublime, que é Jesus, Nosso Senhor e Salvador.

Não posso imaginar celebrar o Natal, a vida nova, a presença de Deus, sem Aquela que nos trouxe o Salvador

Como Maria foi visitar Isabel para levar o Senhor, para levar o Salvador, para levar Jesus até Ela, quando Maria chega em nossas casas, nas nossa vida e em nossa família, não é para Ela ser adorada e exaltada. Nós a reconhecemos, Ela é bendita entre todas as mulheres e não há outra mulher que seja mais bendita, mais abençoada e mais agraciada do que Ela. Maria é bendita porque nos trouxe o Bendito Salvador; Ela é bendita porque trouxe o Bendito fruto que nasceu do Seu ventre, Jesus, Nosso Senhor, Nosso Deus e Redentor.
Por isso, hoje, acolhamos a Maria, a recebamos, tenhamos Maria cada vez mais como a discípula do Senhor, mas Aquela que é a Mãe do Salvador e que nos coloca no caminho de Jesus. Não posso imaginar celebrar o Natal, a vida nova, a presença de Deus, sem Aquela que nos trouxe o Salvador.
Não estou esperando Papai Noel, Mamãe Noel, eu quero somente que Maria venha me trazer Seu Filho, o meu Salvador. É o único presente que a minha vida necessita! Bastou isso para que Isabel exultasse de alegria, porque a Mãe do seu Senhor foi visitá-la. Que a Mãe do meu Senhor venha me visitar e me traga Jesus, o meu Salvador.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2020

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um espírito generoso e coração acolhedor aos companheiros de jornada. Que estejamos atentos às suas carências e dispostos a partilhar com eles os dons que tua Misericórdia nos concedeu. Queremos seguir o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, o Cristo que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos uma Igreja gentil, atenta às carências dos irmãos, pronta para se fazer próxima de cada um e sofrendo com ele a sua dor. Que anunciemos com leveza e alegria a Lei do Amor a todas as tuas criaturas, como sinal da chegada do teu Reino, pois assim nos ensinou Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai da Fraternidade, que amas e nos ensinas a amar, faze-nos uma Igreja gentil, atenta às carências dos irmãos, pronta para se fazer próxima de cada um e sofrendo com ele a sua dor. Que anunciemos com leveza e alegria a Lei do Amor a todas as tuas criaturas, como sinal da chegada do teu Reino, pois assim nos ensinou Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2020

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