domingo, 4 de outubro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/10/2020

ANO A


27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

MÊS MISSIONÁRIO

Ano A - Cor Verde

“Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.” Mt 21, 43

Mt 21,33-43

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Iniciamos o mês missionário refletindo sobre nossa participação na edificação do Reino de Deus. Somos humildes trabalhadores na vinha do Senhor, Ele confia aos discípulos a missão de produzir abundantes frutos de justiça e santidade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Somos a Igreja de Deus, a Vinha amada do Senhor aqui reunida para a Eucaristia. Somos a Vinha por vezes ameaçada de devastação, seja pela perseguição por causa do anúncio do Reino, seja pelos nossos próprios pecados, que azedam os frutos que deveriam ser doces! Pouco a pouco, aproxima-se o fim do ano litúrgico e o Senhor faz ressoar seu forte convite para que nos convertamos e assim possamos produzir frutos em nossa vida! Coloquemos no altar do Senhor todo esforço da Igreja para viver sua vocação missionária.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A alegoria da vinha inaugura o tema das núpcias de Javé com Israel, tema que voltará frequentemente na literatura bíblica. Às vezes, Israel é designado como vinha, outras vezes, como a esposa acariciada e depois repudiada. Nesse cântico de Iasaías, as duas linhas se misturam perfeitamente, através de uma como que superposição de imagens. A intervenção do profeta lembra o papel do amigo do esposo. A figura da vinha, como aliás a da esposa, se tornam como que um exemplo da história da salvação, do modo de agir de Deus perante seu povo e o mundo inteiro. O amor de Deus pelos homens se revela de modo dramático, mas por fim é sempre o amor que triunfa sobre a recusa e a infidelidade do homem.

“EIS-ME AQUI, ENVIA-ME” (Is 6, 8)

Queridos irmãos e irmãs! Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com que, em outubro passado, toda a Igreja viveu o Mês Missionário Extraordinário. Estou convicto de que isso contribuiu para estimular a conversão missionária em muitas comunidades no caminho indicado pelo tema “Batizados e enviados: A Igreja de Cristo em missão no mundo”. Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados pela pandemia do Covid-19, o caminho missionário, para toda a Igreja, continua à luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: “Eis- -me aqui, envia-me” – É a resposta sempre nova à pergunta do Senhor: “Quem enviarei?” (Is 6, 8).
Esse chamado vem do coração de Deus, da sua misericórdia, que interpela tanto a Igreja quanto a humanidade na atual crise mundial. “À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furiosa. Percebemos estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários, chamados a remar juntos, todos carentes de mútuo encorajamento. Nesta barca, estamos todos. Tal como aqueles discípulos falaram a uma só voz, angustiados: “Vamos perecer” (cf. Mc 4, 38), assim também percebemos que não podemos continuar por conta própria, mas apenas juntos” (Francisco, Meditação na Praça de São Pedro, 27/3/2020).
Estamos verdadeiramente assustados, desorientados e com medo. Dor e morte nos fazem experimentar nossa fragilidade humana, mas, ao mesmo tempo, têm nos feito reconhecer como participantes de um forte desejo de vida e de libertação do mal. Nesse contexto, o chamado à missão, o convite para sair de si mesmo por amor a Deus e ao próximo, apresenta-se como uma oportunidade de partilha, serviço e intercessão.
A missão que Deus confia, a cada um de nós, faz-nos passar do ego medroso e fechado ao ego encontrado e renovado pelo dom de si. No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus (cf. Jo 19, 28- 30), Deus revela que o seu amor é para todos, para cada um de nós (cf. Jo 19, 26-27). E pede nossa disponibilidade pessoal para sermos enviados, porque Ele é Amor em constante movimento missionário, sempre saindo de si mesmo para dar vida. Por amor à humanidade, Deus Pai enviou o seu Filho Jesus (cf. Jo 3, 16).
Jesus é o Missionário do Pai: Sua Pessoa e sua obra estão em total obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4,34; 6,38; 8,12- 30; Heb 10,5-10). Por sua vez, Jesus, crucificado e ressuscitado por nós, atrai-nos à sua missão de amor e, com o seu Espírito que anima a Igreja, nos faz seus discípulos e nos envia em missão ao mundo e a todos os povos.
Papa Francisco
Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2020

Comentário do Evangelho

História do amor de Deus.

A liturgia da palavra deste vigésimo sétimo domingo do Tempo Comum trata de dois aspectos paradoxais: de um lado, o cuidado e proteção de Deus a seu povo e, de outro, a infidelidade do povo a esse imenso amor de Deus. No centro do texto do profeta Isaías, encontramos esta pergunta comovente de Deus: “O que mais eu devia fazer por minha vinha que eu não tenha feito?” (v. 4). No trecho de Isaías como no de Mateus, encontramos duas parábolas da vinha. A parábola presente no primeiro evangelho é inspirada pela parábola do capítulo quinto de Isaías. Nos quase oito séculos que separam um texto do outro, a situação praticamente não mudou: Deus continua fiel e amando o seu povo, mas o povo continua afundando na areia movediça da ingratidão e da infidelidade.
Ao ler esse trecho de Isaías, tem-se a impressão de que o autor faz uma releitura da criação e do pecado da humanidade (Gn 1–3). Deus plantou uma vinha para que ela pudesse dar frutos. Deus criou a humanidade e elegeu o seu povo para que pudesse viver no seu amor e corresponder a ele por uma vida santa. Mas isso não aconteceu; o fruto não foi o esperado. Muitos dentre os membros do povo de Deus perverteram a justiça e se deixaram seduzir pelo mal (cf. Is 5,20).
O evangelho de hoje também é, através da linguagem própria à parábola, história do amor de Deus. Mas a menção da rejeição e morte do filho do dono da vinha dá à parábola um alcance cristológico. No Antigo Testamento, a vinha é símbolo do povo de Deus (cf. Is 5,7), povo que Deus criou e escolheu e que Ele cuida com amor, como vimos na leitura de Isaías. Entre os membros do povo de Deus, há aqueles que Deus escolheu para, em seu nome, cuidarem e protegerem o povo que a Deus pertence. Nossa parábola denuncia, em primeiro lugar, aqueles que, ao invés de cuidarem do povo, querem se apossar da vinha do Senhor. Para isso, rejeitaram todos os que foram enviados por Deus para alertá-los e exortá-los à fidelidade. Trata-se de uma menção ao fim trágico de muitos profetas. Em segundo lugar, e essa é a intenção mais importante da parábola, ele faz o leitor compreender que a morte de Jesus foi premeditada e é fruto da ganância, da maldade deliberada dos chefes do povo (cf. vv. 38-39). Apesar do v. 42, a parábola não possui um juízo condenatório; ela é, isso sim, um forte apelo a reconhecer em Jesus o dom de Deus, a viver em conformidade com esse dom e, nele, produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me numa vinha fecunda onde encontres os frutos de amor, justiça e solidariedade tão esperados. Que eu jamais te decepcione, levando uma vida estéril.
Fonte: Paulinas em 05/10/2014

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre nos lembra que ao nascermos, encontramos a vinha já plantada, em plena produção para ser usufruída, mas também para ser repartida com os companheiros de caminhada. Nós não somos donos da fonte, mas guardiões, colocados junto a ela para assegurar que seja partilhada por todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/10/2014

VIVENDO A PALAVRA

Quem foi Francisco de Assis e quem sou eu nessa parábola? Que papel eu desempenho na história? Seria eu o proprietário da vinha? Quem sabe, um dos seus arrendatários? Talvez, algum dos empregados enviados pelo dono? Ou, ainda mais, o seu filho? A compreensão da Parábola me ajudou a modificar o meu jeito de viver? Tomei consciência da essência de minha passagem por esta Terra encantada? Quais são os frutos que produzo e o que faço com eles?

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

O tema da vinha é predominante na liturgia de hoje. Trata-se de parábola comum ao Antigo e ao Novo Testamentos, da qual primeiro os profetas e, depois, Jesus se serviram para falar do amor de Deus e da ingratidão do ser humano. Na primeira leitura, Isaías descreve a história de Israel como a história da vinha que o Senhor plantou e à qual deu condições para que produzisse bons frutos. O evangelho resume a metáfora de Isaías e a desenvolve, falando de outros imensos benefícios realizados por Deus, primeiramente o envio dos profetas e, enfim, o envio do Filho como prova suprema de amor. A segunda leitura pode ser tomada como um convite à gratidão para com Deus e como compromisso de nossa parte para darmos abundantes frutos de boas obras.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 21,33-43): Entregarão os frutos no tempo certo

Numa releitura do texto de Isaías, o evangelho de hoje vem acentuar a importância dos líderes religiosos no exercício de sua missão na comunidade: cuidar da vinha.
O cultivo da vinha exige muita dedicação, porque ela representa frequentemente os escolhidos de Deus, muito valiosos para ele. O dono da vinha esteve distante até o tempo em que ela deveria dar frutos e a confiou a “empregados”. Jesus está dizendo a seus interlocutores que eles são apenas servos de Deus, que a função deles é entregar os frutos para o verdadeiro dono, mas eles quiseram fazer as coisas do jeito deles.
Os servos quiseram a parte que pertencia a Deus. Mas somente o Senhor tem a última palavra na condução do povo. E somente a Deus pertence o louvor, não aos líderes religiosos. Então a liderança religiosa já não estará com aquele grupo; caberá a quem fizer a vinha produzir frutos para Deus.
Essa realidade criticada pelo evangelho está presente na Igreja em todos os tempos, porque o ser humano é sempre tentado a usurpar o lugar de Deus. Para aprendermos a assumir nosso papel na liderança da comunidade, basta olhar para Jesus, que não se apegou a seu ser igual a Deus, mas assumiu a condição de servo (cf. Fl 2,6-7). E ele é o herdeiro da vinha. Por isso, Jesus é o caminho a ser seguido, não somente pelos líderes religiosos, mas também por todos os que queiram realizar, na sua vida, a vocação humana e cristã: ser para Deus. Se realizarmos essa vocação, certamente a vinha do Senhor dará muitos frutos no seu tempo.

2. I leitura (Is 5,1-7): Esperava que produzisse uvas boas

O poeta canta em versos a história de amor entre seu amigo e a vinha. Primeiramente destaca o cuidado que seu amigo teve para com ela: preparou a terra, plantou mudas selecionadas; deu-lhe proteção permanente com vigias, construindo uma torre; evitou que as uvas se estragassem, fazendo um tanque de amassar uvas. Esses cuidados fizeram dela uma “vinha preciosa” (Jr 2,21). Contudo, a vinha não correspondeu às expectativas de seu proprietário. Para Isaías, a vinha é Israel, e Judá, a totalidade do povo de Deus. Que expectativas não foram correspondidas? O exercício da justiça e do direito.
O poeta afirma que seu amigo, o proprietário da vinha, identificado com o Senhor dos exércitos, convoca os moradores de Jerusalém para julgar a vinha. O proprietário faz duas perguntas: a primeira sobre as próprias atividades, e a segunda sobre a produção da vinha. No final, o proprietário dá uma sentença, anunciando o que fará. E suas atividades para com a vinha serão o oposto dos cuidados iniciais. O ápice é o v. 7, no qual estão em contraste as expectativas de Deus e a resposta negativa do povo.
A vinha não produz os frutos esperados, o povo não realiza obras que agradam a Deus, especificamente a justiça e o direito. Essas palavras da primeira leitura são bem atuais; hoje elas se dirigem a nós que somos povo de Deus em Jesus Cristo.

3. II leitura (Fl 4,6-9): Ocupai-vos com tudo o que é bom

O texto da segunda leitura traça um itinerário para que o cristão possa ter uma práxis que seja fruto de seu relacionamento com Deus.
Primeiramente diz: “Não vos preocupeis com coisa alguma”. Isso não significa ser irresponsáveis nas tarefas, nas atribuições, nas profissões, nos relacionamentos familiares etc., e sim que as preocupações com o cotidiano não devem tomar demasiado espaço em nossa vida. Quanto mais se confia em Deus, tanto mais os pensamentos ficam livres de aflições e ansiedades (cf. Mt 6,25 e 1Tm 5,8).
Se alguma situação se torna muito difícil para nós, então devemos nos reportar a Deus com orações e súplicas. A palavra “súplica”, no idioma em que o texto foi escrito, denota o sentido de algo do qual necessitamos muito, de alguma coisa vital para nós. Mas as orações e súplicas devem estar unidas à ação de graças, porque devemos agradecer a Deus antes mesmo de receber a resposta dos nossos pedidos. Talvez Deus não realize exatamente o que esperamos, mas sabemos que ele sempre responde às nossas orações e por isso devemos agradecer imediatamente.
Em seguida, após depositarmos nossas dificuldades nas mãos de Deus, já não estaremos tão estressados como antes e poderemos saborear “a paz que supera todo entendimento” (v. 7). Sentimos paz não porque a situação foi resolvida, mas porque ela já não nos sufoca – afinal, somos a vinha bem cuidada de Deus.
E como nossa mente já não está sobrecarregada com preocupações e ansiedades, então podemos nos ocupar com o que é essencial (v. 8): levar uma vida exemplar no mundo (dar testemunho), sendo verdadeiros, sabendo respeitar a dignidade do outro, sendo amáveis, sendo puros, enfim, praticando as virtudes.
Paulo termina dizendo que os filipenses aprenderam esse comportamento observando o modo pelo qual ele se comportava. Quem dera as pessoas pudessem também aprender essas coisas pelo testemunho dos cristãos. Então o mundo inteiro seria uma vinha que produz frutos agradáveis para Deus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Também para os membros da Igreja valem as palavras de Isaías e de Jesus; por isso a homilia deve evitar estabelecer contraposição entre Israel e Igreja, para não deixar os cristãos numa posição muito confortável. Se a vinha, que é a vida de cada fiel na Igreja, não der frutos, Jesus dirá hoje as mesmas palavras que dirigiu aos líderes religiosos da sua época.
Estamos iniciando o mês missionário, e todo batizado deve ser “vinha do Senhor”, dar frutos e evitar o comodismo que freia a missão. Esta não deve ser entendida como atividade individual e fruto de recursos e capacidades humanas, mas sempre como colaboração com a obra missionária de Cristo, pois ele é a origem e fonte de toda atividade missionária na Igreja.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
Fonte: Vida Pastoral em 05/10/2014

Reflexão

O REINO ENTREGUE AO POVO

A vinha é usada ao longo da Bíblia para simbolizar o povo de Deus. A parábola dos vinhateiros, contada por Jesus às autoridades do seu tempo, é particularmente significativa hoje no Brasil, dia de eleições. Ecoa como advertência, sobretudo aos que assumem funções de liderança e responsabilidade.
Procuram-se líderes autênticos, responsáveis e preocupados com o bem do povo. Líderes que conduzam o povo a um protagonismo que não deixa entregue à sorte, mas constrói um destino.
Jesus deixa claro que o povo pertence a Deus, é propriedade sua. Mas a confiança que Deus depositara nas lideranças foi frustrada, quando seus servos, os profetas, foram espancados e mortos; quando seu próprio Filho Jesus foi humilhado e morto.
O povo é de Deus, e para sempre será. Esta é a primeira certeza. A segunda, é que Deus colherá os frutos que deseja, confiando sua vinha a bons agricultores.
Aos que exercem cargos de liderança em todos os níveis, sejam políticos ou religiosos, cabe o questionamento: Quais são os frutos que Deus espera de sua vinha? Como não se corromper pelo poder, mas servir responsavelmente ao bem coletivo?
A todos nós, povo a quem está confiado o reino, cabe também a reflexão: Estamos conseguindo ser, cada um à sua medida, agricultores fiéis à missão de produzir os frutos da justiça que Deus espera? Esperamos apenas dos outros, das autoridades, ou acreditamos que a partir de Jesus, a pedra angular, cada um de nós pode e deve ser sujeito ativo na transformação do mundo, no cultivo da vinha, no florescimento da justiça?
Em vez de buscar possuir aquilo que só a Deus pertence, a parábola da vinha nos convida a caminhar na consciência de ser corresponsáveis com Deus por toda a criação. O reino foi confiado a nós, povo vocacionado a produzir frutos, na participação e comunhão.
Pe. Paulo Bazaglia, SSP
Fonte: Paulus em 05/10/2014

Reflexão

ORAÇÃO E AÇÃO

Mês das Missões e do Rosário: dois aspectos importantes que se completam nesta nossa caminhada histórica. Enviados para evangelizar, somos chamados a viver confiantes na oração que fazemos, pedindo ao Senhor da messe as luzes necessárias para bem conduzirmos nossa missão.
A experiência de suas necessidades e a consciência de seus deveres levam a Igreja a procurar ajuda para além da esfera humana e temporal. Para cumprir o mandado missionário, ela recorre à oração, solicitando aquela assistência que Jesus Cristo, no término de sua permanência visível, promete aos seus apóstolos: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).
E eis que, neste recurso à operante ação do Senhor, na alma católica do povo cristão se produz algo comuníssimo e espontâneo, mas sempre singular: o fato de recorrer à intercessão e à mediação.
A quem recorremos e a quem queremos chegar? Recorremos, especialmente, a Maria Santíssima, para chegar ao seu Filho, Jesus. Sabemos muito bem que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e a humanidade: Cristo Jesus, que se entregou como resgate por todos” (1Tm 2,5-6); somente Cristo é “causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5,9). Mas sabemos também que a história da salvação contempla importante cooperação humana, segundo os desígnios de Deus.
Como exemplo dessa cooperação, no mês de outubro, dedicado ao Rosário, vemos reflorescer a sua recitação, valiosa meditação do mistério redentor elevada à Mãe Santíssima, a maior mestra de contemplação e oração. O Rosário nos fixa em Cristo, nos episódios da sua vida, auxiliando-nos na contemplação dos mistérios. Maria nos ajuda com a presença materna, ela que mais o compreendeu e o amou: “Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19).
Oremos: “Derramai, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da Virgem Maria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!” (missa de Nossa Senhora do Rosário).
D. Orani João Tempesta, O. Cist.
Cardeal Arcebispo de São Sebastião do RJ
Fonte: Paulus em 05/10/2014

Reflexão

Pistas para a reflexão:

I leitura: A comunidade é a vinha do Senhor, da qual ele cuida com carinho e espera frutos de amor e justiça.
II leitura: A celebração é o momento privilegiado para aprendermos a ser ternos, apesar dos conflitos.
Evangelho: Todos somos trabalhadores do reino de Deus e também responsáveis pelo seu crescimento.
Fonte: Paulus em 05/10/2014

Reflexão

Com suas parábolas, Jesus nos surpreende com muita frequência, como no caso da parábola de hoje. Ela critica as autoridades de Jerusalém (em geral, os latifundiários) do tempo de Mateus, que aproveitam de seu poder e influência para se apropriarem da vinha do legítimo dono (os pequenos proprietários). Nessa parábola está sintetizada a história dos profetas, de Jesus e dos apóstolos, via de regra rejeitados e condenados. Deixando de lado o aspecto histórico e literal, a parábola questiona também a nós, a quem foi confiado o Reino de Deus, que temos o compromisso de produzir e entregar os frutos ao dono (Deus). Jesus não acusa a vinha (o povo) por não produzir frutos, mas seus responsáveis. Fazer parte do povo de Deus (a vinha do Senhor) não constitui privilégio, mas compromisso de produzir frutos de justiça, fraternidade, solidariedade. O Brasil é um dos países mais cristãos do mundo e é também um dos mais injustos. Deus cuida com amor e carinho do seu povo e espera dos responsáveis a mesma atitude.
Oração
Divino Mestre, às vezes somos surdos à tua mensagem de amor; ou então, contrários aos teus projetos de renovação do mundo. Apegados aos nossos desejos egoístas, deixamos de produzir os bons frutos que de nós esperas. Impulsiona-nos, Senhor, a sermos solidários contigo na implantação do teu Reino. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Será que temos consciência de que não há vida cristã sem cruz? - Você procura cuidar bem da “vinha” que é seu coração? - Você procura fazer sua parte para que haja mais justiça na sociedade? - Há muita ingratidão entre nós? - Consegue ser solidário e generoso em seu contexto de vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/10/2014

Meditando o evangelho

QUANDO SE AGE DE FORMA INSENSATA

A relação entre Jesus e a liderança judaica de sua época foi muito tensa e problemática. O Mestre se dava conta da profunda rejeição de que era vítima. Percebia que seus adversários opunham-se à sua pregação. Diante disto, era inútil esperar deles uma mudança de mentalidade que os direcionasse para o Reino.
Jesus questionou a indisposição dos sacerdotes e dos anciãos do povo contra ele. A parábola da vinha mostra que eles herdaram uma mentalidade muito antiga em Israel. Há muito tempo, Deus vinha esperando de seu povo atitudes compatíveis com sua fé. Os servos, enviados para receberem o lucro devido aludem aos que, ao longo dos tempos, tinham vindo em nome de Deus, para conclamar o povo para a conversão e exigir uma mudança radical de vida. Contudo, foram rejeitados. O envio do filho, identificado com Jesus, foi a última tentativa por parte do dono da vinha. O fato de ser o herdeiro da vinha teve seu peso: também ele foi assassinado.
A recusa resultou em aniquilação dos primeiros arrendatários e a cessão da vinha a outro povo que a fizesse frutificar. A insensatez dos líderes do tempo de Jesus custou-lhes caro. Eles não perceberam que era preciso agir logo e dar frutos, antes que fosse tarde demais. A tolerância divina teve seus limites.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu seja suficientemente sensato para produzir os frutos que tu esperas de mim.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. OS FRUTOS DA VINHA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Recorro a lembranças da minha adolescência ao iniciar esta reflexão, tínhamos no fundo do quintal um belo caramanchão de maracujá que meu pai zelava com carinho, lembro que as flores muito bonitas e perfumosas, pareciam os cravos com que Jesus foi crucificado. Na época dos frutos nos deliciávamos com o suco que era uma gostosura e isso sem contar com a sombra fresca em dia de muito calor, onde tínhamos um velho banco de madeira sendo o local preferido para um descanso ou uma leitura.
Lendo esse evangelho e lembrando-se do meu pai, nas manhãs de verão, cavocando, podando, fazendo limpeza nas folhas do maracujeiro, reflito que é isso que Deus espera de cada um a quem, através do seu Filho, confiou a missão de cuidar do seu reino no meio dos homens. A liderança religiosa daquele tempo se esquivava dessa missão, e ainda aproveitava-se dela, para levar vantagem, isso é como se tivéssemos no quintal um maracujeiro, que nos desse flores, folhas, sombra e frutos, sem que lhe déssemos qualquer atenção. Benefício sem dar nada em troca chama-se exploração.
É um pouco isso que acontece nos chamados crimes ambientais, onde o homem explora a natureza, tira dela todo lucro possível, e nada faz para restaurar a perda, daquilo que consumiu. Jesus confiou à igreja a missão de anunciar, e ser expressão do Reino de Deus, ele a arrendou, para que todos os batizados tomassem conta dela, cuidassem com carinho e produzisse os frutos que o mundo precisa.
A comunidade é essa vinha, como igreja ela é sinal e expressão do reino de Deus, a parábola fala que os vinhateiros homicidas, não só negaram dar os frutos aos enviados pelo proprietário, como também foram violentos para com eles, e quando acolheram acolherem o Filho, o fizeram com a intenção de matá-lo para se apossar da sua herança. “Em nossas comunidades cristãs, não espancamos ninguém, e muito menos matamos quem quer que seja” devem estar pensando os leitores, ninguém na comunidade quer apossar-se de algo que pertence a outro. Será que não?
Mas dá para se pensar que, matar alguém, nem sempre significa por um fim a sua vida biológica, podemos matar de muitas formas, desprezo, indiferença, preconceito, divisões, intrigas, calúnias, falta de paciência, compreensão, moralismo exagerado com os que erram. Deus confiou-nos a Igreja para que, como aquele maracujeiro do fundo do meu quintal, ela produza frutos doces, dê sombra, acolhendo e abrigando as pessoas, exale o perfume do amor verdadeiro, da retidão e da justiça, para que a comunidade seja um Oasis no meio desse imenso deserto quente e íngreme, que às vezes é a vida das pessoas, por conta de tantos fatores sociais, econômicos e familiares.
Nesse sentido, olhando por esse ângulo, a palavra de Deus nos questiona se em nossas comunidades as pessoas saem saciadas e felizes. Será que, pertencer a comunidade ou ir a nossas celebrações, é para as pessoas motivo de alegria e prazer? E trazendo a reflexão em nível pessoal, será que nós próprios somos uma videira viçosa, onde as pessoas encontram abrigo e refúgio? Nossos frutos são saborosos, as pessoas comentam sobre a doçura deles, ou trazem um azedume que gera maledicência e até reclamação?
Matar o Filho do Dono da vinha, é não anunciá-lo, não testemunhá-lo, esquecer seus ensinamentos e colocar em nossa vida outros valores e tendências ditadas pelo egoísmo. Na sexta feira santa da paixão, uma grande multidão sempre lota as igrejas e acompanha o Cristo morto, a gente se pergunta por que, e nesse evangelho encontramos a resposta, as vezes somos também meio homicidas e anunciamos um Cristo morto, em nome da modernidade, da ciência, da tecnologia, um Cristo morto pelo relativismo, em lugar de ser simples arrendatários muitas vezes nos achamos donos da vinha que é a igreja, é como se o cristianismo fosse apenas uma filosofia de vida, um pensamento e uma ideologia muito bonita, mas que logo é sufocada pelas ideologias que o mundo nos propõe.
O proprietário enviou servos para buscarem os frutos que lhe pertencem, enviou seu próprio Filho que veio para ser acolhido e nos ensinar como produzir os frutos. Estamos em um aprendizado constante com a sua palavra e a eucaristia, temos aulas práticas e o manual de como cuidar da Vinha, que é a Palavra de Deus. Esforcemo-nos para corresponder, e não deixemos que as pragas do pecado destruam ou torne inexpressiva a Vinha do Senhor, pois disso, nós todos, enquanto povo de Deus, iremos um dia prestar contas ao proprietário, que nos confiou sua vinha, seu reino, plantado por Jesus no meio dos homens.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. A pedra que os construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular - Mt 21,33-43
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Mês de outubro é mês das missões. No terceiro domingo celebra-se o Dia Mundial das Missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária, com uma coleta mundial para as Missões. O Documento de Aparecida, que é o texto conclusivo da Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, usa ao menos 124 vezes o vocábulo “missionários” para caracterizar os discípulos de Jesus.
Somos todos discípulos missionários, discípulos porque somos alunos de um único Mestre, Jesus; missionários porque queremos sair pelo mundo afora anunciando que o Reino está próximo, contando a todas as pessoas quem é Jesus, como é bom conhecê-lo e o que temos aprendido com ele.
Ao falar dos “Nossos povos e a Cultura”, o Documento de Aparecida diz que “ser discípulos e missionários significa assumir a atitude de compaixão e cuidado do Pai, que se manifesta na ação libertadora de Jesus”. Isto pode ser traduzido numa atenção cordial para com todas as pessoas na situação em que se encontram. Na parábola da vinha, os servos, que cumprem o seu dever, são os vitimados. São espancados, são mortos, são apedrejados. O filho, que devia ser respeitado, é agarrado, lançado fora da vinha e morto. Todos eles são vítimas do quê? Da maldade, da ganância humana, da violência que corrompe as relações. Os agricultores deviam entregar a colheita e não o fizeram.
Ao contrário, mataram o herdeiro para ficar com a herança. O que fará o proprietário? Dará triste fim aos criminosos, isto é, “ele destruirá os malvados com maldade”, está escrito no original, e arrendará a vinha a outros que lhe entregarão os frutos no tempo certo. O discípulo missionário tem diante de si um mundo de desafios. Foi a este mundo que Jesus veio, não, porém, para condená-lo, mas para matar em si mesmo o pecado.
A parábola contada no Evangelho conclui dizendo que “o Reino de Deus vos será tirado e entregue a um povo que produza fruto”. Como muitas parábolas, ela contém uma crítica a quem em Israel não produz frutos. Não estão sendo produzidos os frutos que Deus espera de quem recebeu a revelação do sentido da vida. A crítica continua valendo, assim como a ameaça de procurar quem produza frutos. Aí está o trabalho missionário: multiplicar pessoas e povos que produzam no mundo os frutos que Deus espera.

Homilia do 27º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo


Os frutos do amor

Deus nos cerca de carinho, faz em nós um lagar (um coração) capaz de amar, constrói uma torre de guarda que nos proteja. Mas depois de todo este amor, ele viaja para o estrangeiro, se esconde de nós, e espera os frutos do nosso amor. O mistério da parábola dos vinhateiros é o mistério de um Deus que se faz mendigo do amor humano. O onipotente espera o nosso amor, os nossos frutos no tempo devido…
Fonte: Reflexões Franciscanas em 05/10/2014

HOMILIA

A PEDRA REJEITADA PELO CONSTRUTORES

No evangelho de hoje Jesus conta a parábola dos trabalhadores maus. Esta história contada por Jesus retrata a incredulidade do povo de Israel, numa primeira fase e na segunda de cada um de nós quando deixando-nos orientar pelo orgulho, pela ganância nos apoderemos dos bens que pertencem a Deus e nos rebelamos ante o convite à partilha.
Os enviados por Deus são os profetas que exortou Israel, mas não só não foram ouvidos, mas ainda foram mortos; um exemplo disso é o profeta Isaías, que foi serrado vivo. Não olhando pela grande perda do profeta, Deus misericordiosamente, envia o seu próprio Filho, Jesus. Porém, Ele barbaramente também foi crucificado e morto, assim como o foram os profetas que o antecederam.
Continuando com a parábola, Jesus pergunta: E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores? O povo responde, dizendo: Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo.
Jesus então conclui a parábola, dizendo: Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem? A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas. Isso foi feito pelo Senhor e é uma coisa maravilhosa!.
Falando da pedra Jesus quer que os judeus se recordem do grande acontecimento, a quando da construção do templo de Jerusalém. Assim segundo se conta que, na construção do famoso templo de Jerusalém, os pedreiros haviam rejeitado uma enorme pedra julgando que não servia para nada. Por causa do seu tamanho, peso e forma, os Com a pedra rejeitada eles assentaram o alicerce da obra. Eles colocam uma pedra aqui, outra ali, até chegar à esquina. Ao chegar ao canto, notaram que faltava uma pedra adequada para amarrar a fundação, para dar sustentação à obra. Depois de muito procurar em vão, resolvem experimentar aquela pedra rejeitada. E, para a surpresa de todos, essa pedra não só se encaixou perfeitamente naquele lugar, mas ainda passou a ser a principal pedra de toda aquela construção, dando sustentação à obra.
Essa pedra, mais tarde, numa visão profética, passou a simbolizar a obra redentora de Cristo. Jesus, como aquela pedra, foi rejeitado pelos homens, morto e sepultado. Mas, depois da ressurreição, ele se tornou no principal instrumento de Deus para salvar a humanidade. Era, pois, a Jesus que o salmista se referia ao dizer: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular (Salmo 118.22).
Qual foi a razão última pela qual os dirigentes de Israel não entraram no novo Reino como povo escolhido? Diríamos que a razão imediata era o seu interesse material na religião que a transformava numa fonte de rendas, e portanto numa visão espúria da espiritualidade religiosa.
Em segundo lugar, seu orgulho que não permitia alguém interpretar a lei de modo diferente do seu. Segundo sua interpretação os pobres estavam longe de Deus, considerando a pobreza como uma espécie de rejeição e castigo divinos, como era interpretada a doença. Quem pecou, este ou os pais para nascer cego? Perguntarão os discípulos(Jo 9,2). Do mesmo modo a pobreza era considerada como a pior dos castigos divinos e a riqueza como a melhor dos benefícios. Nós vemos no evangelho uma clara alusão a esta cosmovisão, quando, após Jesus declarar que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus, a pergunta dos discípulos será de um desânimo total: Então quem poderá se salvar? (Mt 19,25). A doutrina de Jesus devia escandalizar os legistas e peritos da lei quando em suas bem-aventuranças declara o Reino como herança dos pobres.
Com respeito à razão última, é Paulo que o explica na sua epístola aos romanos: Tanto judeus como gentios se tornaram pecadores. Na frase de Paulo estão sob o império do pecado(9,13). Mas Deus gratuitamente pela fé em Cristo salva o homem porque se a lei veio para que proliferasse a falta, porém onde proliferou o pecado superabundou a graça.( 5,21) E logicamente a graça foi maior ao admitir os pagãos ao Reino.
Podemos perguntar: e nós? Qual é a razão para que o Reino não seja o valor principal – o tesouro, a pérola – em nossas vidas? Cada um de nós poderá dar uma resposta particular, mas existe uma geral e comum nos tempos modernos: o estado de bem-estar, confundido com a felicidade final, que nos transforma em verdadeiros ricos num mundo de quase absoluta pobreza espiritual. E no lugar das bem-aventuranças, dirigidas aos pobres, aos que sofrem, aos que choram, aos que são perseguidos, encontramos as censuras de Jesus que atingem os ricos, os fartos, os que aparentemente são felizes.
Com que pedras tens construído a tua casa? Quero lembrar-te de que Cristo é a base de tudo: da nossa vida, da nossa família, do nosso trabalho e da nossa felicidade eterna. Quem não tem Cristo como o fundamento de sua vida, afundará quando vierem as dificuldades da vida. Quem, porém, tem Cristo como o fundamento de sua vida, se manterá firme, mesmo quando a tempestade começar a soprar.
Muitos homens fazem castelos sobre a areia, de Cristo não se lembram nem buscam seu auxílio. Estes seus castelos nas águas não subsistem, pois só Cristo é o fundamento da vida verdadeira. Cristo é a pedra, a pedra angular: mas muitos homens não o querem aceitar. Creia neste Cristo, caminho verdadeiro, é Ele quem nos guia à salvação eterna.
Caso contrario, como disse Jesus, o Reino de Deus nos será tirado e dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 05/10/2014

REFLEXÕES DE HOJE

04 DE OUTUBRO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

Deus fala pela boca dos Seus enviados

Abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa, da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, a sua casa, a sua vida, envia a sua família.

Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mateus 21, 43).

O longo Evangelho que escutamos neste domingo conta-nos justamente uma das tantas parábolas ou explicações que Jesus faz, de modo comparativo, para que os Seus contemporâneos possam compreender a Palavra de Deus e o sentido do Reino dos Céus. Aquilo que Jesus explica a eles é o que Ele deseja explicar também a nós, ainda que, muitas vezes, os termos e as expressões não sejam comuns à nossa linguagem atual.
Mas a verdade é que o proprietário, que plantou a vinha, cercou de cuidados, de carinho, de proteção, viaja para o estrangeiro – que representa o próprio Deus, representa o próprio Pai, Criador de todas as coisas, Criador do mundo –, que confiou aos homens cuidar da sua vinha, cuidar da sua plantação, que é a Terra, que o é mundo em que nós vivemos.
Assim como o proprietário mandou empregados para ver a situação em que se encontrava a sua vinha, o Pai também enviou os patriarcas, enviou os profetas, enviou homens e mulheres que vieram em Seu nome. Mas estes foram rejeitados, não foram acolhidos por aqueles que receberam a responsabilidade e a missão de cuidar e de administrar a vinha; cuidar e administrar a Terra.
Por último, o vinhateiro, que represente Deus Pai, então disse: “Vou enviar meu filho. O meu filho irão respeitar. Pois assim não terei mais quem mandar. Ao meu filho, com certeza, irão acolher”. Mas, vimos que o final foi muito mais trágico, porque o Filho eles mataram. Disseram: “Vamos logo matar o Herdeiro, e assim ficaremos com a herança para nós”.
Deixe-me dizer uma coisa a você: Deus envia tantas pessoas, tantos momentos, situações, lugares, para que possamos encontrar Sua Palavra e Sua vontade. Para que, na verdade, o Senhor mesmo possa encontrar esse terreno, que é o nosso coração, que Ele confiou aos nossos cuidados.
Nós temos três posturas diante de Deus e dos Seus enviados: podemos rejeitá-los, ignorá-los ou simplesmente desprezá-los. Podemos nos comportar com indiferença com eles, fingir que nem os estamos vendo e ouvindo – até damos atenção, mas não nos importamos com aqueles que são os enviados e as enviadas do Senhor. E por fim, podemos acolher, nos importar, podemos dar conta, podemos realmente nos entregar àquele que o Dono da vinha mandou: o Seu próprio Filho. É Jesus quem nos fala pela boca dos Seus enviados!
Deixe-me dizer uma coisa a você: não se comporte com indiferença nem com rejeição diante daquilo que Deus envia a você! Pelo contrário, abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa e da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, à sua casa, à sua vida e à sua família!
Não é Deus que não vem ao nosso encontro, somos nós que, muitas vezes, nos portamos com indiferença, com frieza ou rejeição quando Ele vem até nós. Ele vem pela Sua Palavra, vem pela boca de um homem, de mulher de Deus; Ele vem por intermédio de uma palavra simples, à qual nem damos importância ou valor muitas vezes. Ele vem pela sabedoria dos nossos pais; Ele vem a nós pela Igreja, pelos Seus enviados; Ele vem a nós pela Eucaristia.
Se nós rejeitamos o Senhor diante de tantos sinais claros da Sua presença entre nós, o nosso destino infelizmente não é estar no Seu Reino. Não é porque o Senhor nos rejeita ou nos rejeitou, somos nós que, muitas vezes, deixamos de acolher o Senhor quando Ele vem ao nosso encontro.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/10/2014

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a enxergar em cada irmão – especialmente nos pobres e desprezados pela sociedade – um mensageiro Teu a nos lembrar que não somos donos, mas apenas arrendatários da vinha que Tu plantaste e devemos restituir por intermédio dele a parte devida. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/10/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai muito amado, faze-nos construtores de uma comunidade fraterna, sábios como o Pobrezinho de Assis, e nos ensina a discernir a Pedra mais importante – teu Filho Unigênito – para colocá-la como fundamento da construção de nossa vida. E, a partir dela, construamos a Igreja de fiéis ardorosos e agradecidos, discípulos missionários do Reino. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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