domingo, 5 de outubro de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/10/2014

ANO A


Mt 21,33-43

Comentário do Evangelho

História do amor de Deus.

A liturgia da palavra deste vigésimo sétimo domingo do Tempo Comum trata de dois aspectos paradoxais: de um lado, o cuidado e proteção de Deus a seu povo e, de outro, a infidelidade do povo a esse imenso amor de Deus. No centro do texto do profeta Isaías, encontramos esta pergunta comovente de Deus: “O que mais eu devia fazer por minha vinha que eu não tenha feito?” (v. 4). No trecho de Isaías como no de Mateus, encontramos duas parábolas da vinha. A parábola presente no primeiro evangelho é inspirada pela parábola do capítulo quinto de Isaías. Nos quase oito séculos que separam um texto do outro, a situação praticamente não mudou: Deus continua fiel e amando o seu povo, mas o povo continua afundando na areia movediça da ingratidão e da infidelidade.
Ao ler esse trecho de Isaías, tem-se a impressão de que o autor faz uma releitura da criação e do pecado da humanidade (Gn 1–3). Deus plantou uma vinha para que ela pudesse dar frutos. Deus criou a humanidade e elegeu o seu povo para que pudesse viver no seu amor e corresponder a ele por uma vida santa. Mas isso não aconteceu; o fruto não foi o esperado. Muitos dentre os membros do povo de Deus perverteram a justiça e se deixaram seduzir pelo mal (cf. Is 5,20).
O evangelho de hoje também é, através da linguagem própria à parábola, história do amor de Deus. Mas a menção da rejeição e morte do filho do dono da vinha dá à parábola um alcance cristológico. No Antigo Testamento, a vinha é símbolo do povo de Deus (cf. Is 5,7), povo que Deus criou e escolheu e que Ele cuida com amor, como vimos na leitura de Isaías. Entre os membros do povo de Deus, há aqueles que Deus escolheu para, em seu nome, cuidarem e protegerem o povo que a Deus pertence. Nossa parábola denuncia, em primeiro lugar, aqueles que, ao invés de cuidarem do povo, querem se apossar da vinha do Senhor. Para isso, rejeitaram todos os que foram enviados por Deus para alertá-los e exortá-los à fidelidade. Trata-se de uma menção ao fim trágico de muitos profetas. Em segundo lugar, e essa é a intenção mais importante da parábola, ele faz o leitor compreender que a morte de Jesus foi premeditada e é fruto da ganância, da maldade deliberada dos chefes do povo (cf. vv. 38-39). Apesar do v. 42, a parábola não possui um juízo condenatório; ela é, isso sim, um forte apelo a reconhecer em Jesus o dom de Deus, a viver em conformidade com esse dom e, nele, produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me numa vinha fecunda onde encontres os frutos de amor, justiça e solidariedade tão esperados. Que eu jamais te decepcione, levando uma vida estéril.

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre nos lembra que ao nascermos, encontramos a vinha já plantada, em plena produção para ser usufruída, mas também para ser repartida com os companheiros de caminhada. Nós não somos donos da fonte, mas guardiões, colocados junto a ela para assegurar que seja partilhada por todos.

Recadinho


Será que temos consciência de que não há vida cristã sem cruz? - Você procura cuidar bem da “vinha” que é seu coração? - Você procura fazer sua parte para que haja mais justiça na sociedade? - Há muita ingratidão entre nós? - Consegue ser solidário e generoso em seu contexto de vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

QUANDO SE AGE DE FORMA INSENSATA

A relação entre Jesus e a liderança judaica de sua época foi muito tensa e problemática. O Mestre se dava conta da profunda rejeição de que era vítima. Percebia que seus adversários opunham-se à sua pregação. Diante disto, era inútil esperar deles uma mudança de mentalidade que os direcionasse para o Reino.
Jesus questionou a indisposição dos sacerdotes e dos anciãos do povo contra ele. A parábola da vinha mostra que eles herdaram uma mentalidade muito antiga em Israel. Há muito tempo, Deus vinha esperando de seu povo atitudes compatíveis com sua fé. Os servos, enviados para receberem o lucro devido aludem aos que, ao longo dos tempos, tinham vindo em nome de Deus, para conclamar o povo para a conversão e exigir uma mudança radical de vida. Contudo, foram rejeitados. O envio do filho, identificado com Jesus, foi a última tentativa por parte do dono da vinha. O fato de ser o herdeiro da vinha teve seu peso: também ele foi assassinado.
A recusa resultou em aniquilação dos primeiros arrendatários e a cessão da vinha a outro povo que a fizesse frutificar. A insensatez dos líderes do tempo de Jesus custou-lhes caro. Eles não perceberam que era preciso agir logo e dar frutos, antes que fosse tarde demais. A tolerância divina teve seus limites.
Oração
Senhor Jesus, que eu seja suficientemente sensato para produzir os frutos que tu esperas de mim.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 05 DE OUTUBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
5 de outubro – 27º DOMINGO COMUM
Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

I. INTRODUÇÃO GERAL

O tema da vinha é predominante na liturgia de hoje. Trata-se de parábola comum ao Antigo e ao Novo Testamentos, da qual primeiro os profetas e, depois, Jesus se serviram para falar do amor de Deus e da ingratidão do ser humano. Na primeira leitura, Isaías descreve a história de Israel como a história da vinha que o Senhor plantou e à qual deu condições para que produzisse bons frutos. O evangelho resume a metáfora de Isaías e a desenvolve, falando de outros imensos benefícios realizados por Deus, primeiramente o envio dos profetas e, enfim, o envio do Filho como prova suprema de amor. A segunda leitura pode ser tomada como um convite à gratidão para com Deus e como compromisso de nossa parte para darmos abundantes frutos de boas obras.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 21,33-43): Entregarão os frutos no tempo certo
Numa releitura do texto de Isaías, o evangelho de hoje vem acentuar a importância dos líderes religiosos no exercício de sua missão na comunidade: cuidar da vinha.
O cultivo da vinha exige muita dedicação, porque ela representa frequentemente os escolhidos de Deus, muito valiosos para ele. O dono da vinha esteve distante até o tempo em que ela deveria dar frutos e a confiou a “empregados”. Jesus está dizendo a seus interlocutores que eles são apenas servos de Deus, que a função deles é entregar os frutos para o verdadeiro dono, mas eles quiseram fazer as coisas do jeito deles.
Os servos quiseram a parte que pertencia a Deus. Mas somente o Senhor tem a última palavra na condução do povo. E somente a Deus pertence o louvor, não aos líderes religiosos. Então a liderança religiosa já não estará com aquele grupo; caberá a quem fizer a vinha produzir frutos para Deus.
Essa realidade criticada pelo evangelho está presente na Igreja em todos os tempos, porque o ser humano é sempre tentado a usurpar o lugar de Deus. Para aprendermos a assumir nosso papel na liderança da comunidade, basta olhar para Jesus, que não se apegou a seu ser igual a Deus, mas assumiu a condição de servo (cf. Fl 2,6-7). E ele é o herdeiro da vinha. Por isso, Jesus é o caminho a ser seguido, não somente pelos líderes religiosos, mas também por todos os que queiram realizar, na sua vida, a vocação humana e cristã: ser para Deus. Se realizarmos essa vocação, certamente a vinha do Senhor dará muitos frutos no seu tempo.

2. I leitura (Is 5,1-7): Esperava que produzisse uvas boas
O poeta canta em versos a história de amor entre seu amigo e a vinha. Primeiramente destaca o cuidado que seu amigo teve para com ela: preparou a terra, plantou mudas selecionadas; deu-lhe proteção permanente com vigias, construindo uma torre; evitou que as uvas se estragassem, fazendo um tanque de amassar uvas. Esses cuidados fizeram dela uma “vinha preciosa” (Jr 2,21). Contudo, a vinha não correspondeu às expectativas de seu proprietário. Para Isaías, a vinha é Israel, e Judá, a totalidade do povo de Deus. Que expectativas não foram correspondidas? O exercício da justiça e do direito.
O poeta afirma que seu amigo, o proprietário da vinha, identificado com o Senhor dos exércitos, convoca os moradores de Jerusalém para julgar a vinha. O proprietário faz duas perguntas: a primeira sobre as próprias atividades, e a segunda sobre a produção da vinha. No final, o proprietário dá uma sentença, anunciando o que fará. E suas atividades para com a vinha serão o oposto dos cuidados iniciais. O ápice é o v. 7, no qual estão em contraste as expectativas de Deus e a resposta negativa do povo.
A vinha não produz os frutos esperados, o povo não realiza obras que agradam a Deus, especificamente a justiça e o direito. Essas palavras da primeira leitura são bem atuais; hoje elas se dirigem a nós que somos povo de Deus em Jesus Cristo.

3. II leitura (Fl 4,6-9): Ocupai-vos com tudo o que é bom
O texto da segunda leitura traça um itinerário para que o cristão possa ter uma práxis que seja fruto de seu relacionamento com Deus.
Primeiramente diz: “Não vos preocupeis com coisa alguma”. Isso não significa ser irresponsáveis nas tarefas, nas atribuições, nas profissões, nos relacionamentos familiares etc., e sim que as preocupações com o cotidiano não devem tomar demasiado espaço em nossa vida. Quanto mais se confia em Deus, tanto mais os pensamentos ficam livres de aflições e ansiedades (cf. Mt 6,25 e 1Tm 5,8).
Se alguma situação se torna muito difícil para nós, então devemos nos reportar a Deus com orações e súplicas. A palavra “súplica”, no idioma em que o texto foi escrito, denota o sentido de algo do qual necessitamos muito, de alguma coisa vital para nós. Mas as orações e súplicas devem estar unidas à ação de graças, porque devemos agradecer a Deus antes mesmo de receber a resposta dos nossos pedidos. Talvez Deus não realize exatamente o que esperamos, mas sabemos que ele sempre responde às nossas orações e por isso devemos agradecer imediatamente.
Em seguida, após depositarmos nossas dificuldades nas mãos de Deus, já não estaremos tão estressados como antes e poderemos saborear “a paz que supera todo entendimento” (v. 7). Sentimos paz não porque a situação foi resolvida, mas porque ela já não nos sufoca – afinal, somos a vinha bem cuidada de Deus.
E como nossa mente já não está sobrecarregada com preocupações e ansiedades, então podemos nos ocupar com o que é essencial (v. 8): levar uma vida exemplar no mundo (dar testemunho), sendo verdadeiros, sabendo respeitar a dignidade do outro, sendo amáveis, sendo puros, enfim, praticando as virtudes.
Paulo termina dizendo que os filipenses aprenderam esse comportamento observando o modo pelo qual ele se comportava. Quem dera as pessoas pudessem também aprender essas coisas pelo testemunho dos cristãos. Então o mundo inteiro seria uma vinha que produz frutos agradáveis para Deus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Também para os membros da Igreja valem as palavras de Isaías e de Jesus; por isso a homilia deve evitar estabelecer contraposição entre Israel e Igreja, para não deixar os cristãos numa posição muito confortável. Se a vinha, que é a vida de cada fiel na Igreja, não der frutos, Jesus dirá hoje as mesmas palavras que dirigiu aos líderes religiosos da sua época.
Estamos iniciando o mês missionário, e todo batizado deve ser “vinha do Senhor”, dar frutos e evitar o comodismo que freia a missão. Esta não deve ser entendida como atividade individual e fruto de recursos e capacidades humanas, mas sempre como colaboração com a obra missionária de Cristo, pois ele é a origem e fonte de toda atividade missionária na Igreja.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).

E-mail: aylanj@gmail.com

http://vidapastoral.com.br/roteiros/5-de-outubro-27o-domingo-comum/

5 de outubro: 27º Domingo do Tempo Comum

O REINO ENTREGUE AO POVO
A vinha é usada ao longo da Bíblia para simbolizar o povo de Deus. A parábola dos vinhateiros, contada por Jesus às autoridades do seu tempo, é particularmente significativa hoje no Brasil, dia de eleições. Ecoa como advertência, sobretudo aos que assumem funções de liderança e responsabilidade.
Procuram-se líderes autênticos, responsáveis e preocupados com o bem do povo. Líderes que conduzam o povo a um protagonismo que não deixa entregue à sorte, mas constrói um destino.
Jesus deixa claro que o povo pertence a Deus, é propriedade sua. Mas a confiança que Deus depositara nas lideranças foi frustrada, quando seus servos, os profetas, foram espancados e mortos; quando seu próprio Filho Jesus foi humilhado e morto.
O povo é de Deus, e para sempre será. Esta é a primeira certeza. A segunda, é que Deus colherá os frutos que deseja, confiando sua vinha a bons agricultores.
Aos que exercem cargos de liderança em todos os níveis, sejam políticos ou religiosos, cabe o questionamento: Quais são os frutos que Deus espera de sua vinha? Como não se corromper pelo poder, mas servir responsavelmente ao bem coletivo?
A todos nós, povo a quem está confiado o reino, cabe também a reflexão: Estamos conseguindo ser, cada um à sua medida, agricultores fiéis à missão de produzir os frutos da justiça que Deus espera? Esperamos apenas dos outros, das autoridades, ou acreditamos que a partir de Jesus, a pedra angular, cada um de nós pode e deve ser sujeito ativo na transformação do mundo, no cultivo da vinha, no florescimento da justiça?
Em vez de buscar possuir aquilo que só a Deus pertence, a parábola da vinha nos convida a caminhar na consciência de ser corresponsáveis com Deus por toda a criação. O reino foi confiado a nós, povo vocacionado a produzir frutos, na participação e comunhão.
Pe. Paulo Bazaglia, SSP
Dia 05 – 27° DOMINGO COMUM
ORAÇÃO E AÇÃO
Mês das Missões e do Rosário: dois aspectos importantes que se completam nesta nossa caminhada histórica. Enviados para evangelizar, somos chamados a viver confiantes na oração que fazemos, pedindo ao Senhor da messe as luzes necessárias para bem conduzirmos nossa missão.
A experiência de suas necessidades e a consciência de seus deveres levam a Igreja a procurar ajuda para além da esfera humana e temporal. Para cumprir o mandado missionário, ela recorre à oração, solicitando aquela assistência que Jesus Cristo, no término de sua permanência visível, promete aos seus apóstolos: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).
E eis que, neste recurso à operante ação do Senhor, na alma católica do povo cristão se produz algo comuníssimo e espontâneo, mas sempre singular: o fato de recorrer à intercessão e à mediação.
A quem recorremos e a quem queremos chegar? Recorremos, especialmente, a Maria Santíssima, para chegar ao seu Filho, Jesus. Sabemos muito bem que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e a humanidade: Cristo Jesus, que se entregou como resgate por todos” (1Tm 2,5-6); somente Cristo é “causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5,9). Mas sabemos também que a história da salvação contempla importante cooperação humana, segundo os desígnios de Deus.
Como exemplo dessa cooperação, no mês de outubro, dedicado ao Rosário, vemos reflorescer a sua recitação, valiosa meditação do mistério redentor elevada à Mãe Santíssima, a maior mestra de contemplação e oração. O Rosário nos fixa em Cristo, nos episódios da sua vida, auxiliando-nos na contemplação dos mistérios. Maria nos ajuda com a presença materna, ela que mais o compreendeu e o amou: “Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19).
Oremos: “Derramai, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da Virgem Maria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!” (missa de Nossa Senhora do Rosário).
D. Orani João Tempesta, O. Cist.
Cardeal Arcebispo de São Sebastião do RJ
Reflexão:
Pistas para a reflexão:

I leitura: A comunidade é a vinha do Senhor, da qual ele cuida com carinho e espera frutos de amor e justiça.
II leitura: A celebração é o momento privilegiado para aprendermos a ser ternos, apesar dos conflitos.
Evangelho: Todos somos trabalhadores do reino de Deus e também responsáveis pelo seu crescimento.
DOMINGO, 5 DE OUTUBRO DE 2014
Homilia do 27º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo





Os frutos do amor

Deus nos cerca de carinho, faz em nós um lagar (um coração) capaz de amar, constrói uma torre de guarda que nos proteja. Mas depois de todo este amor, ele viaja para o estrangeiro, se esconde de nós, e espera os frutos do nosso amor. O mistério da parábola dos vinhateiros é o mistério de um Deus que se faz mendigo do amor humano. O onipotente espera o nosso amor, os nossos frutos no tempo devido…
Liturgia de 05.10.2014 - 27º DTC
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A Voz do Pastor - 27º Domingo Comum - Domingo 05/10/2014

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Mateus 21,33-43.45-46 - 01/03/2013

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Palavra de Vida Eterna | São Mateus 21,33-43- 05/10/2014

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HOMILIA
A PEDRA REJEITADA PELO CONSTRUTORES Mt 21,33-43
No evangelho de hoje Jesus conta a parábola dos trabalhadores maus. Esta história contada por Jesus retrata a incredulidade do povo de Israel, numa primeira fase e na segunda de cada um de nós quando deixando-nos orientar pelo orgulho, pela ganância nos apoderemos dos bens que pertencem a Deus e nos rebelamos ante o convite à partilha.
Os enviados por Deus são os profetas que exortou Israel, mas não só não foram ouvidos, mas ainda foram mortos; um exemplo disso é o profeta Isaías, que foi serrado vivo. Não olhando pela grande perda do profeta, Deus misericordiosamente, envia o seu próprio Filho, Jesus. Porém, Ele barbaramente também foi crucificado e morto, assim como o foram os profetas que o antecederam.
Continuando com a parábola, Jesus pergunta: E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores? O povo responde, dizendo: Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo.
Jesus então conclui a parábola, dizendo: Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem? A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas. Isso foi feito pelo Senhor e é uma coisa maravilhosa!.
Falando da pedra Jesus quer que os judeus se recordem do grande acontecimento, a quando da construção do templo de Jerusalém. Assim segundo se conta que, na construção do famoso templo de Jerusalém, os pedreiros haviam rejeitado uma enorme pedra julgando que não servia para nada. Por causa do seu tamanho, peso e forma, os Com a pedra rejeitada eles acentaram o alicerce da obra. Eles colocam uma pedra aqui, outra ali, até chegar à esquina. Ao chegar ao canto, notaram que faltava uma pedra adequada para amarrar a fundação, para dar sustentação à obra. Depois de muito procurar em vão, resolvem experimentar aquela pedra rejeitada. E, para a surpresa de todos, essa pedra não só se encaixou perfeitamente naquele lugar, mas ainda passou a ser a principal pedra de toda aquela construção, dando sustentação à obra.
Essa pedra, mais tarde, numa visão profética, passou a simbolizar a obra redentora de Cristo. Jesus, como aquela pedra, foi rejeitado pelos homens, morto e sepultado. Mas, depois da ressurreição, ele se tornou no principal instrumento de Deus para salvar a humanidade. Era, pois, a Jesus que o salmista se referia ao dizer: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular (Salmo 118.22).
Qual foi a razão última pela qual os dirigentes de Israel não entraram no novo Reino como povo escolhido? Diríamos que a razão imediata era o seu interesse material na religião que a transformava numa fonte de rendas, e portanto numa visão espúria da espiritualidade religiosa.
Em segundo lugar, seu orgulho que não permitia alguém interpretar a lei de modo diferente do seu. Segundo sua interpretação os pobres estavam longe de Deus, considerando a pobreza como uma espécie de rejeição e castigo divinos, como era interpretada a doença. Quem pecou, este ou os pais para nascer cego? Perguntarão os discípulos(Jo 9,2). Do mesmo modo a pobreza era considerada como a pior dos castigos divinos e a riqueza como a melhor dos benefícios. Nós vemos no evangelho uma clara alusão a esta cosmovisão, quando, após Jesus declarar que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus, a pergunta dos discípulos será de um desânimo total: Então quem poderá se salvar? (Mt 19,25). A doutrina de Jesus devia escandalizar os legistas e peritos da lei quando em suas bem-aventuranças declara o Reino como herança dos pobres.
Com respeito à razão última, é Paulo que o explica na sua epístola aos romanos: Tanto judeus como gentios se tornaram pecadores. Na frase de Paulo estão sob o império do pecado(9,13). Mas Deus gratuitamente pela fé em Cristo salva o homem porque se a lei veio para que proliferasse a falta, porém onde proliferou o pecado superabundou a graça.( 5,21) E logicamente a graça foi maior ao admitir os pagãos ao Reino.
Podemos perguntar: e nós? Qual é a razão para que o Reino não seja o valor principal – o tesouro, a pérola – em nossas vidas? Cada um de nós poderá dar uma resposta particular, mas existe uma geral e comum nos tempos modernos: o estado de bem-estar, confundido com a felicidade final, que nos transforma em verdadeiros ricos num mundo de quase absoluta pobreza espiritual. E no lugar das bem-aventuranças, dirigidas aos pobres, aos que sofrem, aos que choram, aos que são perseguidos, encontramos as censuras de Jesus que atingem os ricos, os fartos, os que aparentemente são felizes.
Com que pedras tens construído a tua casa? Quero lembrar-te de que Cristo é a base de tudo: da nossa vida, da nossa família, do nosso trabalho e da nossa felicidade eterna. Quem não tem Cristo como o fundamento de sua vida, afundará quando vierem as dificuldades da vida. Quem, porém, tem Cristo como o fundamento de sua vida, se manterá firme, mesmo quando a tempestade começar a soprar.
Muitos homens fazem castelos sobre a areia, de Cristo não se lembram nem buscam seu auxílio. Estes seus castelos nas águas não subsistem, pois só Cristo é o fundamento da vida verdadeira. Cristo é a pedra, a pedra angular: mas muitos homens não o querem aceitar. Creia neste Cristo, caminho verdadeiro, é Ele quem nos guia à salvação eterna.
Caso contrario, como disse Jesus, o Reino de Deus nos será tirado e dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Deus fala pela boca dos Seus enviados
Abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa, da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, a sua casa, a sua vida, envia a sua família.
Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mateus 21, 43).


O longo Evangelho que escutamos neste domingo conta-nos justamente uma das tantas parábolas ou explicações que Jesus faz, de modo comparativo, para que os Seus contemporâneos possam compreender a Palavra de Deus e o sentido do Reino dos Céus. Aquilo que Jesus explica a eles é o que Ele deseja explicar também a nós, ainda que, muitas vezes, os termos e as expressões não sejam comuns à nossa linguagem atual.
Mas a verdade é que o proprietário, que plantou a vinha, cercou de cuidados, de carinho, de proteção, viaja para o estrangeiro – que representa o próprio Deus, representa o próprio Pai, Criador de todas as coisas, Criador do mundo –, que confiou aos homens cuidar da sua vinha, cuidar da sua plantação, que é a Terra, que o é mundo em que nós vivemos.
Assim como o proprietário mandou empregados para ver a situação em que se encontrava a sua vinha, o Pai também enviou os patriarcas, enviou os profetas, enviou homens e mulheres que vieram em Seu nome. Mas estes foram rejeitados, não foram acolhidos por aqueles que receberam a responsabilidade e a missão de cuidar e de administrar a vinha; cuidar e administrar a Terra.
Por último, o vinhateiro, que represente Deus Pai, então disse: “Vou enviar meu filho. O meu filho irão respeitar. Pois assim não terei mais quem mandar. Ao meu filho, com certeza, irão acolher”. Mas, vimos que o final foi muito mais trágico, porque o Filho eles mataram. Disseram: “Vamos logo matar o Herdeiro, e assim ficaremos com a herança para nós”.
Deixe-me dizer uma coisa a você: Deus envia tantas pessoas, tantos momentos, situações, lugares, para que possamos encontrar Sua Palavra e Sua vontade. Para que, na verdade, o Senhor mesmo possa encontrar esse terreno, que é o nosso coração, que Ele confiou aos nossos cuidados.
Nós temos três posturas diante de Deus e dos Seus enviados: podemos rejeitá-los, ignorá-los ou simplesmente desprezá-los. Podemos nos comportar com indiferença com eles, fingir que nem os estamos vendo e ouvindo – até damos atenção, mas não nos importamos com aqueles que são os enviados e as enviadas do Senhor. E por fim, podemos acolher, nos importar, podemos dar conta, podemos realmente nos entregar àquele que o Dono da vinha mandou: o Seu próprio Filho. É Jesus quem nos fala pela boca dos Seus enviados!
Deixe-me dizer uma coisa a você: não se comporte com indiferença nem com rejeição diante daquilo que Deus envia a você! Pelo contrário, abra as portas do seu coração, abra as portas da sua casa e da sua vida para acolher aquilo e aqueles que Deus envia a você, à sua casa, à sua vida e à sua família!
Não é Deus que não vem ao nosso encontro, somos nós que, muitas vezes, nos portamos com indiferença, com frieza ou rejeição quando Ele vem até nós. Ele vem pela Sua Palavra, vem pela boca de um homem, de mulher de Deus; Ele vem por intermédio de uma palavra simples, à qual nem damos importância ou valor muitas vezes. Ele vem pela sabedoria dos nossos pais; Ele vem a nós pela Igreja, pelos Seus enviados; Ele vem a nós pela Eucaristia.
Se nós rejeitamos o Senhor diante de tantos sinais claros da Sua presença entre nós, o nosso destino infelizmente não é estar no Seu Reino. Não é porque o Senhor nos rejeita ou nos rejeitou, somos nós que, muitas vezes, deixamos de acolher o Senhor quando Ele vem ao nosso encontro.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Novahttps://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE

Mt 21,33-43 - O Reino é dado aos que produzem frutos



Preparo-me para a Oração da Palavra , com todos os internautas, com as palavras de Santo Agostinho:
Movei-me, Espírito Santo,
para que eu ame santamente!
Fortificai-me, Espírito Santo,

para que eu proteja o que é santo!
Guardai-me, Espírito Santo,

para que jamais perca o que é santo!

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?Com atenção leio, na Bíblia,  o texto do Evangelho de hoje: Mt 21,33-43
Jesus disse:
- Escutem outra parábola: certo agricultor fez uma plantação de uvas e pôs uma cerca em volta dela. Construiu um tanque para pisar as uvas e fazer vinho e construiu uma torre para o vigia. Em seguida, arrendou a plantação para alguns lavradores e foi viajar. Quando chegou o tempo da colheita, o dono mandou alguns empregados a fim de receber a parte dele. Mas os lavradores agarraram os empregados, bateram num, assassinaram outro e mataram ainda outro a pedradas. Aí o dono mandou mais empregados do que da primeira vez. E os lavradores fizeram a mesma coisa. Depois de tudo isso, ele mandou o seu próprio filho, pensando: "O meu filho eles vão respeitar." Mas, quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: "Este é o filho do dono; ele vai herdar a plantação. Vamos matá-lo, e a plantação será nossa."
- Então agarraram o filho, e o jogaram para fora da plantação, e o mataram.
Aí Jesus perguntou:
- E agora, quando o dono da plantação voltar, o que é que ele vai fazer com aqueles lavradores?
Eles responderam:
- Com certeza ele vai matar aqueles lavradores maus e vai arrendar a plantação a outros. E estes lhe darão a parte da colheita no tempo certo.
Jesus então perguntou:
- Vocês não leram o que as Escrituras Sagradas dizem?
"A pedra que os construtores rejeitaram
veio a ser a mais importante de todas.
Isso foi feito pelo Senhor
e é uma coisa maravilhosa!"
E Jesus terminou:
- Eu afirmo a vocês que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado para as pessoas que produzem os frutos do Reino.
Mais uma parábola de Jesus, em que os lavradores lembram os profetas que pregavam a justiça e foram eliminados. Por fim, Deus enviou seu próprio Filho, Jesus Cristo, que também foi rejeitado e morto. Mas, ressuscitou. O resultado disso: “o Reino será tirado de vocês e dado para pessoas que produzem frutos”. O último versículo faz entender que em torno de Jesus estão aqueles que não vêm para tomar posse, mas para servir.

2. Meditação(Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
O texto para mim é um apelo de Jesus para pertencer ao grupo que vem para servir. Em Aparecida, na V Conferência, os bispos lembraram o apelo do papa: “O Santo Padre nos recorda que a Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres” diante das “intoleráveis desigualdades sociais e econômicas”, que “clamam ao céu”. Temos muito que oferecer, visto que “não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados ricos”. A opção preferencial pelos pobres exige que prestemos especial atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico dos países, a fim de lhes dar orientações éticas coerentes com sua fé.” (DAp 395).

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezamos com toda Igreja:
Ó Deus criador, do qual tudo nos vem,
nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe
como dádiva gratuita para a vida.
Ilumina, ó Deus, nossas mentes

para compreender que a boa nova que vem de ti é amor,
compromisso e partilha entre todos nós, teus filhos e filhas.
Reconhecemos nossos pecados de omissão diante das injustiças

que causam exclusão social e miséria.
Pedimos por todas as pessoas que trabalham

na promoção do bem comum
e na condução de uma economia a serviço da vida.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para cuidar a fim de que a vida de Deus e seu Reino tenham espaço de expressão no mundo em que vivo.

Bênção
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!

O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.


Ir. Patrícia Silva, fsp

patricia.silva@paulinas.com.br
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a enxergar em cada irmão – especialmente nos pobres e desprezados pela sociedade – um mensageiro Teu a nos lembrar que não somos donos, mas apenas arrendatários da vinha que Tu plantaste e devemos restituir por intermédio dele a parte devida. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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