sábado, 26 de setembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/09/2020

ANO A


Lc 9,43b-45

Comentário do Evangelho

Jesus coloca os discípulos de sobreaviso.

Esta perícope se liga à profissão de fé de Pedro (9,18-22). A admiração das pessoas por tudo o que Jesus fazia (v. 43b) obriga Jesus a colocar os discípulos de sobreaviso: “Prestai bem atenção às palavras que eu vou dizer...” (v. 44a). É preciso não se deixar levar pelas aparências, nem se seduzir pelo sucesso. O v. 44b é o segundo anúncio da paixão, feito aqui de modo sintético em relação ao primeiro, que se seguiu à profissão de fé de Pedro. Trata-se de esclarecer os discípulos de que tipo de “Cristo de Deus” é Jesus, e o qual eles estão seguindo. Jesus busca tirar os discípulos de qualquer tipo de equívoco ou ilusão ligados à sua pessoa e à sua missão.
Os discípulos não compreendiam (v. 45) ou não podiam compreender, pois até então eles partilhavam com seus contemporâneos de uma ideia de Messias que não tinha a ver com o que se realizava em Jesus de Nazaré. Será preciso passar pela paixão e cruz para que, aí sim, pela Luz da Ressurreição de Cristo, a escama de seus olhos seja tirada.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 28/09/2013

Comentário do Evangelho

Um Messias que passa pelo sofrimento e pela morte

Trata-se do segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição. É preciso não se deixar levar pelo entusiasmo e menos ainda pela euforia. A admiração das pessoas por tudo o que ouviam e viam Jesus fazer não pode ser para os discípulos uma tentação que os disperse da novidade do messianismo vivido e revelado por Jesus. Por isso, Jesus põe os seus discípulos de sobreaviso. É preciso não se deixar iludir pelas aparências nem seduzir pelo sucesso. Jesus busca prevenir os discípulos contra qualquer tipo de equívoco a respeito de sua missão ou ilusões ligadas à sua pessoa. Os discípulos não compreendem ou não podiam compreender, e, quem sabe, não queriam compreender. A incompreensão dos discípulos mostra que eles, até certo ponto, partilhavam com seus contemporâneos uma ideia de Messias que não se coadunava com a realizada em Jesus de Nazaré. A ideia de um Messias que tivesse que passar pelo sofrimento e pela morte não estava contemplada na esperança messiânica de Israel. A comunidade primitiva terá que fazer um enorme esforço para justificar diante do judaísmo o fato de Jesus, proclamado como Messias e Senhor, ter sofrido a morte dos desgraçados.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, dá-me a graça de considerar a paixão de Jesus a partir de teu modo de pensar. Só então compreenderei que se tratou da prova máxima de fidelidade a ti.
Fonte: Paulinas em 26/09/2015

Vivendo a Palavra

O que estava escondido para os discípulos foi desvendado pelo Espírito Santo, que nos faz compreender qual é a porta estreita e o caminho áspero que levam ao Reino do Pai a que Jesus se referira antes. É bom que lembremos sempre disso: o nosso caminho deve ser o mesmo caminho de Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2013

Vivendo a Palavra

A Pessoa de Jesus sempre causou admiração. O povo estava admirado e admirados continuamos todos nós. Mas vai um longo caminho entre o êxtase e o seguimento do Mestre; entre ficarmos maravilhados com a glória dos milagres e aceitarmos a entrega – de Jesus e nossa! – nas mãos dos homens pela causa do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/09/2015

VIVENDO A PALAVRA

O Filho do Homem continua sendo entregue e sofrendo nas mãos dos homens, mas isso está escondido para os nossos olhos… Cristo vive nos nossos irmãos – especialmente nos marginalizados e excluídos pelo sistema econômico-social que criamos – e espera sobriedade, solidariedade, fraternidade e compaixão dos seguidores do Caminho de Jesus de Nazaré.

Reflexão

Muitas pessoas encontram dificuldades para compreender o que Jesus nos fala, e essas dificuldades existem porque verdadeiramente não conhecem Jesus e não comungam as suas propostas e os seus valores. A única contribuição que podemos dar para que essas pessoas possam compreender Jesus é, auxiliados pela graça divina, nos lançarmos num verdadeiro trabalho missionário, juntamente com toda a Igreja, no sentido de possibilitar às pessoas um verdadeiro encontro com o Divino Mestre, a fim de que possam de fato conhecê-lo, compreender a sua Palavra e viver o seu Evangelho.
Fonte: CNBB em 28/09/2013 e 24/09/2016

Reflexão

Era geral a admiração por Jesus e sua obra. Beneficiava o povo com ensinamentos, curas de doenças, perdão dos pecados e reintegração social dos marginalizados. Jesus era um homem de Deus. Como admitir que ele seria capturado e condenado pelas autoridades de Jerusalém, e terminaria pregado numa cruz? Isso não cabia na cabeça dos discípulos. Por isso, Jesus replica o que já anunciara outras vezes: “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens” A morte de Jesus na cruz nos introduz na esfera dos planos de Deus, mistério que escapa à nossa compreensão. Após a ressurreição, Jesus dirá aos discípulos de Emaús: “Era preciso que o Messias sofresse tudo isso e entrasse na sua glória” (Lc 24,25-26). O cristão é aquele que segue Cristo, primeiro nos sofrimentos, depois na glória.
Oração
Ó Jesus Messias, tuas poderosas obras causavam grande admiração em teus discípulos. Por isso, não compreendiam que serias entregue “nas mãos dos homens”. Voltas a explicar-lhes que, para nos salvar, tu te submeteste aos limites humanos. Pelo mau uso da liberdade é que os homens te crucificaram. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Meditação

Os discípulos corriam o risco de se entusiasmarem demais pelos milagres que presenciavam. - Nós também corremos o risco do apego a coisas exteriores apenas? - Jesus realizava prodígios. Mas seu fim era a Cruz! - Não pode ocorrer o mesmo em nossa vida? - E então, não corremos o risco do orgulho e da prepotência? - Às vezes nos sentimos fracos diante das cruzes da vida. Lembramo-nos nestas ocasiões de pedir a Deus que aumente nossa fé? - Somos constantes no pedir as luzes do Espírito Santo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 28/09/2013

Meditando o evangelho

PALAVRAS OBSCURAS

O anúncio da paixão que se aproximava soou, aos ouvidos dos discípulos de Jesus, como palavras obscuras. Eles se maravilhavam com os feitos de Jesus, manifestações de um poder até então desconhecido. Suas palavras cheias de sabedoria e autoridade não deixavam margem para dúvida: ele só poderia ter vindo de Deus. A maneira lúcida como enfrentava os adversários, impedindo que o enredassem em suas artimanhas, dava margem para nutrirem fundadas esperanças a respeito dele.
Por isso, o anúncio de que o "Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens" tomou-os de surpresa. Estavam despreparados para compreender que o caminho de ingresso no Reino passaria, inevitavelmente, pela cruz. Eram incapazes de compreender que o ministério de Jesus, enquanto fundado na dinâmica do Reino, estava fadado a estabelecer uma luta feroz contra seus opositores. E como Jesus se recusaria a lançar mão de meios violentos para se defender, embora pudesse suplicar a intervenção do Pai, chegaria o tempo em que não teria como se safar da fúria sangüinária de seus inimigos.
A compreensão dos discípulos só seria superada se fossem capazes de avaliar os acontecimentos ligados a Jesus, a partir da ótica de Deus. Apegados à sua mentalidade humana, estariam condenados a permanecer na obscuridade. Ainda que interrogassem Jesus e tivessem melhores informações, haveriam de continuar na mesma situação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, dá-me a graça de considerar a paixão de Jesus a partir de teu modo de pensar. Só então compreenderei que se tratou da prova máxima de fidelidade a ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ressurreição
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

De alguém que está em seu auge, admirado, conhecido, respeitado; vislumbrando um sucesso maior ainda e consequentemente a conquista do poder, falar sobre sua morte é no mínimo de mau agouro. “Isola”, dirá alguém, batendo três vezes com, o nó do dedo em uma madeira.
Humanamente falando, tudo caminhava bem na missão de Jesus, e aos olhos dos discípulos aquele era um “Trem Bão”, podiam confiar que tudo iria dar certo. Nos dias de hoje ainda temos, infelizmente, um grande número de discípulos que pensam assim, “Encontrei Jesus e a minha vida agora é linda e maravilhosa, tudo está dando certo e a cada dia ele realiza novas maravilhas”. Jesus transformou-se no maior e mais poderoso amuleto da sorte.
Mas logo os seus discípulos ficaram decepcionados, quando Jesus começou a dizer-lhes “O Filho do Homem há de ser entregue nas mãos dos Homens”. A cabeça daqueles primeiros seguidores de Jesus, certamente deu um “nó”. Como poderia tal coisa? Então, o Filho do Homem, vitorioso e que viria nas nuvens, na visão de Daniel, passaria pelo fracasso de ser entregue nas mãos dos homens?
É bom explicar que, o conceito de Ressurreição ainda era bem precário para os discípulos e a morte biológica era mesmo o fim de tudo. Depois viria o Xeol, a mansão dos mortos e nada mais. O Reino Messiânico era terreno e o Xeol escapa do domínio de Deus. Jesus não fala só da morte, mas da morte e ressurreição, portanto, a morte não é mais o fim de uma etapa, mas apenas parte de um processo onde a Vida é requalificada, tornando-se Vida Eterna.
Portanto, não tendo ainda aprimorado o pensamento teológico sobre a morte, e não tendo, portanto, esta visão de algo em sua plenitude, os discípulos têm medo de fazer perguntas e assim, permanecem na obscuridade sobre o mistério da morte.
A Ressurreição de Jesus será a chave para se compreender a morte, que ilumina e dá sentido ao viver humano. Isso não é mais obscuro para a humanidade, Jesus desvendou o mistério, e o Cristão caminha em busca de algo que Jesus já nos deu, mas que ainda não se realizou plenamente. Mas parece que o Homem arrogante e prepotente dos nossos tempos, ainda está longe de compreender essa Verdade e tem medo de enfrentá-la, tentando responder com a mera razão, a uma questão que só pode ter resposta na Fé em Jesus Cristo, Senhor da Vida e da Morte, Senhor do Céu e da Terra.

2. Todos se admiravam com tudo o que Jesus fazia - Lc 9,43b-45
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Herodes queria ver Jesus. Qual Jesus? Pedro disse que Jesus era o Cristo de Deus. Qual Cristo, o da glória ou o da cruz? A resposta exata será: o que foi glorificado na cruz. Eles não compreendiam o que Jesus queria dizer quando anunciou: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens”. Jesus pediu que prestassem muita atenção a essas palavras. Ele está comunicando algo importante que é preciso compreender bem. Os discípulos não compreenderam porque tinham em mente outra imagem do Messias, e tinham receio de perguntar. Podiam entender o significado aberto da frase: Jesus vai ser preso e vai morrer. Não era, porém, esta a imagem que tinham, como todo o povo de Israel, do Messias prometido. Jesus já havia feito um primeiro anúncio de sua paixão, morte e ressurreição. O anúncio de hoje é o segundo. O medo de perguntar, que os discípulos têm, se explica aqui em Lucas pela seriedade do anúncio. No Evangelho de Marcos, Pedro reagiu quando Jesus fez o primeiro anúncio, e Jesus também reagiu. Chamou Pedro de satanás e mandou que se afastasse. Em Marcos, o medo de perguntar se explica pela reação de Jesus contra Pedro. Lucas não menciona a atitude de Pedro no primeiro anúncio da paixão. No primeiro anúncio, Lucas mostrou as consequências do tipo de morte de Jesus para os discípulos de todos os tempos: renúncia e cruz. Naquele momento não entenderam e não estavam querendo entender.

HOMILIA DIÁRIA

Dou a vida pelo ideal que acredito?

Muitos de nós precisam dar a vida por aqueles ideais que acreditamos. Que Jesus nos dê força para caminharmos com fidelidade no projeto que nos propomos a viver.

“O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens” (Lc 9,44).

Jesus está profetizando a Sua própria morte, Ele profetizando o caminho da cruz que Ele há de traçar por causa da Sua pregação, da Sua Palavra e da Sua vida.
Neste primeiro momento, os discípulos não entendem àquilo que Jesus está dizendo, apodera-se deles um medo, uma insegurança, uma incerteza. Como foi difícil para os seguidores d’Ele, compreenderem aquilo que iria acontecer com seu Mestre.
Diante do anúncio daquilo que vai acontecer com Jesus, não é que Ele está desistindo da vida, muito pelo contrário, Ele está reafirmando o projeto do Reino de Deus, está dizendo: “Eu vou até as últimas consequências para implantar o Reino do Pai aqui na Terra, no meio de nós, nem que seja preciso dar a minha própria vida”.
A consequência lógica da insistência e da fidelidade de Jesus ao projeto do Pai é a Sua morte, é Ser entregue nas mãos dos homens; o preço da Sua coerência, do Seu amor à verdade consiste em perder a própria vida.
Muitos de nós precisam dar a vida por aqueles ideais que acreditamos; é a mãe que dá a vida por causa dos seus filhos, o homem ou a mulher que dá a vida por causa do seu casamento; é o profeta, é o discípulo de Cristo que dá a sua vida pelo Evangelho. Tudo o que nós fazemos tem os seus riscos, mas o mais importante é termos fidelidade àquilo que nós acreditamos.
Se você é pai e mãe, casado ou casada, você é capaz de dar a sua vida por causa da sua família. Você vai lutar por ela, empenhar-se, sacrificar-se por ela e, muitas vezes, vai morrer um pouquinho a cada dia por causa desse projeto, por causa desse bem maior e mais sublime que é a sua família.
Aprendamos, hoje, com o Mestre Jesus que nós precisamos ir até as últimas consequências por causa dos ideais nobres que nós acreditamos: o Evangelho, a causa maior do Reino de Deus, a família. São esses valores no qual nós queremos aplicar em nossa vida.
Que Jesus, hoje, nos dê força, coragem, estímulo para continuarmos caminhando com fidelidade no projeto que nos propomos a viver.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 28/09/2013

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a carregar em paz a nossa cruz, nos passos do nosso Mestre. Que o façamos com alegria, grande esperança e amor, na certeza de que seguindo Jesus, já nesta terra – planeta-jardim que nos emprestas – vivemos sinais do teu Reino. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai muito amado, que nos deste através dos santos irmãos gêmeos Cosme e Damião o exemplo da vivência evangélica da caridade, da fraternidade e da compaixão, ensina-nos a reconhecer em cada companheiro da caminhada a face de teu Filho Jesus e nos faze fraternos e ousados, para que nos tornemos ‘o próximo mais próximo’ para cada um deles. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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