domingo, 29 de dezembro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 30/12/2019

ANO A


Lc 2,36-40

Comentário do Evangelho

Realização da promessa

O texto de hoje se situa no Templo de Jerusalém, na apresentação de Jesus ao Senhor. Em parte dos “evangelhos da infância”, e de modo próprio no evangelho segundo Lucas, a perícope da apresentação de Jesus no Templo é caracterizada pela imprecisão, pois o evangelista mescla o rito de purificação da mulher que dá à luz com o rito de consagração do primogênito ao Senhor. Sem nos atermos aos detalhes, convém simplesmente dizer que o texto de hoje faz com que o Antigo Testamento, representado por Simeão e Ana, contemple, pela ação do Espírito Santo, a realização da promessa feita por Deus a seu povo: “Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixas livre e em paz teu servo, porque meus olhos viram teu Salvador…” (vv. 29-30). A profetisa Ana tem o mesmo nome da mãe de Samuel (1Sm 1,19-20). Com Simeão, a profetisa Ana garante o duplo testemunho exigido pela Lei (Dt 19,15). Homem e mulher são associados no reconhecimento da salvação, isto é, todo o Israel vê sua esperança de salvação se realizar.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.
Fonte: Paulinas em 30/12/2013

Vivendo a Palavra

O tempo do Natal nos leva a contemplar a humanidade de Jesus. Como todos os homens, Ele ‘crescia e ficava forte’ – para que também nós, como Ele, procuremos crescer na sabedoria e na graça do Pai. É na encarnação do Verbo Criador de Deus que reside o nosso compromisso de assumirmos a Graça do Pai que quer estar em nós para o bem de todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/12/2013

Reflexão

Toda pessoa que faz da sua vida um serviço a Deus vive a alegria do encontro com ele. Com Ana não foi diferente. Depois de oitenta e quatro anos vividos na busca da realização da vontade de Deus, ela tem a alegria do encontro pessoal com ele. Mas Ana não fica com essa alegria só para ela; sai anunciando a todos que aquele menino é a resposta do próprio Deus a todos os que esperam a verdadeira libertação. E este anúncio é acompanhado do reconhecimento do amor de Deus, que é fiel às suas promessas, através do louvor a ele.
Fonte: CNBB em 30/12/2013

Reflexão

A profetisa Ana está presente ao ritual de apresentação do Menino Jesus no templo. Ana e Simeão, ambos idosos e guiados pelo Espírito Santo, exprimem a longa espera da humanidade e apresentam-se como testemunhas da vinda do Libertador. À semelhança de Simeão, Ana prorrompe em louvor a Deus e fala do Menino “a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”. Esta cidade é considerada pelo evangelista Lucas o centro da obra da salvação. Outro aspecto típico de Lucas é mostrar a participação da mulher no anúncio do evangelho. Terminado o ritual, Jesus e seus pais voltam a Nazaré, sua cidade. E aí o Menino se submete às leis naturais do crescimento humano: “Crescia cheio de sabedoria e a graça de Deus estava com ele”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Recadinho

A profetisa Ana, de 84 anos, reconhece o messias que “crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria”. Procuro conhecer cada vez mais o Jesus que age em meu coração? - Dou espaço para que Ele seja sempre realmente uma presença em mim? E nossas crianças e jovens? Crescem fortes, com sabedoria, na graça de Deus? Tenho alguma responsabilidade neste contexto? - Os filhos podem seguramente.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 30/12/2013

Meditando o evangelho

UMA PLÊIADE DE JUSTOS

A profetisa Ana completa a plêiade dos justos envolvidos nos eventos em torno do nascimento do Messias Jesus. De Zacarias e Isabel afirmou-se que eram “justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os mandamentos e ordens do Senhor”. Isabel, “cheia do Espírito Santo”, proclamou as glórias da mãe do Salvador. João Batista, “desde o ventre materno”, esteve cheio do Espírito Santo, destinado a ser “profeta do Altíssimo”, cujos caminhos haveria de preparar. Maria reconheceu-se “humilde serva do Senhor”, disposta a cumprir em tudo a sua santa palavra. Fala-se pouco de José, sendo sublinhada somente sua prontidão em cumprir as leis civis (vai com Maria até Belém para alistar-se no recenseamento), bem como, as leis religiosas (no prazo previsto, vai com sua esposa e seu filho ao templo de Jerusalém realizar os ritos da purificação). Simeão é apresentado como um homem “justo e piedoso”, que esperava a realização das promessas divinas feitas a Israel. O Espírito revelou-lhe que não haveria de morrer “sem ver o Cristo do Senhor”. O mesmo Espírito conduziu-o ao templo para o encontro com o Messias.
Ana, por sua vez, é apresentada como uma mulher fiel e temente a Deus. A maior parte de sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor, no templo, com jejuns e orações. Sua piedade foi recompensada com a graça de reconhecer no menino Jesus a realização das esperanças de Israel.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Dor e alegria tão juntas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No natal cantamos uma bela música que traz em um de seus versos essa afirmativa tão profunda "Dor e alegria tão juntas, nosso Deus conheceu..." Ali na porta do templo, o velho Simeão que aguardava com toda esperança, junto com seu povo, a chegada do Salvador, pode enfim contemplá-lo e vai fazer esta profecia tão solene, o menino será causa de muita alegria para muitos mais uma espada de dor irá traspassar o coração de Maria. Ninguém irá dizer a uma mãe no dia do batizado do seu filho, que ela vai sofrer muito na vida, por causa daquela criança. Simeão não era um velho agourento mais alguém que tem uma Fé bem madura, capaz de interpretar os acontecimentos da vida á luz da Revelação Divina onde o sofrimento e a dor não estão excluídos.
Imaginar um cristianismo sem a cruz, sem dores e sofrimentos, sem incompreensões e perseguições, seria uma grande fantasia, é em meio as dores e tribulações desta vida que o reino vai se concretizando. Maria, que também vive uma Fé madura e responsável, não maldiz sua sorte, ao contrário renova o seu sim e segue em frente, sempre confiante no seu Deus.
Cada vez ia ficando mais claro para os pais de Jesus o desígnio de Deus a respeito daquela criança. Confiaram sempre em Deus quando tudo vai bem e caminha para um final feliz, não é coisa tão difícil, mas confiar nele e renovar esta fidelidade mesmo quando há possibilidades de um grande fracasso e humilhação, aí é que se vê o tamanho da nossa Fé. Pois nenhum dos dois quis voltar atrás diante de certas revelações que iam acontecendo, sempre misteriosas como aquela profecia de Simeão ali na porta do templo, mas tocaram a vida em frente, voltaram a Nazaré onde o menino crescia em graça e sabedoria.
Dor e alegria, decepções, contrariedades e realizações, fazem parte da nossa vida e o cristianismo não nos isenta dessa realidade. O importante é que a cada momento renovemos a nossa Fé e tenhamos confiança plena nas ações que Deus vai realizando em nossa vida pessoal e de comunidade, ainda que nem sempre as entendamos muito bem, pois a Fé não tem resposta para tudo...

2. Um menino forte e cheio de sabedoria - Lc 2,36-40
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Conhecemos a profetisa Ana apenas por esta passagem do Evangelho de Lucas. Ela viu o Salvador no dia da sua apresentação no Templo. Louvou a Deus e falou do Menino a quem estava por lá. Era viúva e piedosa. Estava sempre no Templo servindo a Deus com jejuns e orações. Maria e José voltaram com o Menino Jesus para Nazaré, onde tinham residência e lá viveram até o dia em que Jesus se presentou a João Batista para ser batizado no rio Jordão. São José faleceu em Nazaré e depois Jesus foi morar com Maria em Cafarnaum, no lago de Genesaré. Diz São Lucas que o Menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele. Este é o resumo de trinta anos de vida em Nazaré. Parece pouco, mas diz tudo. Deste período de vida de Jesus surge na Igreja a espiritualidade de Nazaré, que é simplesmente a vida de cada dia, na sua maior naturalidade, vivida no silêncio sob o olhar de Deus. Em Nazaré, Jesus foi simplesmente alguém perfeitamente normal como os de sua idade. José era conhecido como carpinteiro. Dizem que os jovens da época frequentavam a cidade de Séforis, a sete quilômetros de Nazaré.

Liturgia comentada

Pôs-se a louvar a Deus... (Lc 2,36-40)
No Evangelho de hoje, a liturgia deseja chamar nossa atenção para a figura quase apagada de Ana, uma humilde viúva que servia no Templo em tempo integral. Tal como o haviam feito os pastores de Belém, os magos do Oriente e o velho Simeão, Ana também entoa seu louvor com a chegada do Menino.
Convido o leitor a fazer o mesmo, entoando o Hino do Ofício das Leituras para o tempo do Advento:
Eterno esplendor da beleza divina,
ó Cristo, vós sois luz e vida e perdão.
Às nossas doenças trazeis o remédio,
abris uma porta para a salvação.

O coro dos anjos ressoa na terra
e um mundo novo seu canto anuncia:
a glória de Deus Pai nas alturas celestes,
e ao gênero humano a paz e a alegria.

Embora pequeno, deitado em presépio,
em todo o Universo, ó Cristo, reinais.
Ó fruto bendito da Virgem sem mancha,
que todos vos amem num reino de paz.

Nasceis para dar-nos o céu como Pátria,
vivendo na carne da humanidade.
Renovem-se as mentes e os corações,
se unam por laços de tal caridade.

Às vozes dos anjos as nossas unimos,
num coro exultante de glória e louvor,
cantando aleluias ao Pai e ao Filho,
cantando louvores e graças ao Amor.

Orai sem cessar: “O Senhor é rei!” (Sl 96,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 30/12/2013

HOMILIA

A PROFETISA ANA

A profetisa Ana não abandonava o Senhor. Essa é uma das grandes características de todos aqueles a quem Deus se manifestou ou se deixou revelar. E nós, ao raiar de um novo ano, como anda nossa fidelidade ao Senhor? Que propósitos fizemos em cima das missões que Deus nos confiou?
Ana não abandonava o Senhor mesmo após tanto tempo de viuvez. Eu imagino a dificuldade em ser mulher em um período repleto de tradições centradas nos homens. Ser viúva, mais que um estado civil era imaginá-la sem ter alguém que cuidasse se sua saúde, de sua vida, do mínimo necessário para poder sobreviver. Ser viúva era contar com a doação das pessoas caso não tivesse patrimônios, riquezas.
Ana se apega a Deus. E quem melhor ela poderia se apegar? Ela não pula do barco! Existe muita gente e talvez você seja um deles, que nesse ano, por um instante pensaram em desistir. Cansaram talvez dos dedos apontados, das críticas infundadas, das perseguições… Não encontram mais forças ou razões para levantar a cabeça e com ela a sua auto-estima. Mas é preciso voltar a acreditar no Senhor e esperar a visita de Jesus a nossa aflição.
Nossa perseverança normalmente dura até a primeira sede de Deus. Como posso me afastar do poço nesse mundo tão deserto? Ninguém é tolo de enfrentar o deserto sem levar consigo um cantil ou reservatório de água. Como, portanto suportar as dificuldades da vida sem levar Deus conosco?
Ele precisa estar no nosso trabalho, na escola, em casa. Esses locais precisam aos poucos se tornar oásis e não desertos. O que faz um local de adversidades se tornarem pouco a pouco um lugar melhor é a água que carrego no cantil. É a fé persistente de Ana; é bater contra a rocha e ver brotar água aos olhos dos mais descrentes; é ver esperança no filho drogado; é depositar nas mãos de Deus o futuro incerto; é ver a reconstrução e a vida quando a chuva derruba a casa; é ver a luta de quem insiste em levantar mesmo que a vida não lhe ofereça condições; é ver Jesus andando sobre as águas e acalmando o mar agitado da sua vida. Num desiste de você mesmo nem dos que você ama. Saiba que com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado.
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração como fez a profetisa Ana, afim de que possa um dia contemplar a vossa face lá no Céu.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 30/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Educar os filhos com os ensinamentos de Deus

Gerar filhos é uma graça, mas a graça se torna maior ainda, quando estes filhos gerados são criados e educados segundo a vontade do Senhor.

”O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40).

Nós contemplamos, hoje,  Jesus no Templo. E lá estava uma profetiza, uma viúva fiel e temente a Deus, servia a Ele com jejuns, orações dia e noite; e agora ela pega um menino nos seus braços, louva a Ele por tudo aquilo que esse menino significa e representa para todo Israel, e para todo povo de Deus. Ali, saindo do Templo, Jesus vai viver com seus pais em Nazaré, ali vai ser sua cidade.
Em Nazaré, Jesus cresce, como cresce nossas crianças. Ali ele aprende andar, caminhar, ali aprende a falar, ali no meio de crianças ele brinca, ele vive a sua vida, como qualquer outro menino. E a Palavra, testemunha para nós, que Jesus cresce, tornando-Se forte, cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousando sobre Ele.
Eu, hoje, peço a Deus por todo pai, por toda mãe, que tem a graça de criarem e educarem seus filhos, porque as duas coisas são muito importantes. Gerar filhos é uma graça, mas a graça se torna maior ainda, quando estes filhos gerados são criados e educados segundo a vontade do Senhor.
Um desafio tremendo para os nossos dias, é o desafio de criar filhos. Não é fácil e não é simples! A minha palavra não é para desanimar, muito pelo contrário, é para encorajar, à você que é pai e mãe. Para que você tenha a sabedoria, tenha a luz divina; tenha discernimento, mas também tenha pulso. Dois ingredientes necessários, para se criar filho: ternura e firmeza; ou ternura e vigor.
Nossas crianças precisam de ternura, de amor, de carinho, de cuidado, de atenção, de presença; de pais que escutem, que compreendam, que tratem cada filho com a dignidade única e pessoal que cada filho merece. Pais que dê atenção, pais que se façam presente, pais que dê aos seus filhos alegria de serem firmes. Que nossos pais não precisem cuidar de nossas crianças com aspereza, com grosseria, com dureza, mas que aprendam que não basta colocar comida, dar presentes, que isso faz de você um bom pai. Um pai que se faz presente, comunicando amor e ternura, para com seus filhos.
Mas, amor e ternura precisam se misturar ao vigor e ao rigor. Nós não podemos permitir, que crianças mande em seus pais. Alias, pais que façam tudo que as crianças querem. Criança precisa de disciplina, precisa ser educada, criança precisa aprender ouvir ”Não!” Para que assim, aprenda dar valor às coisas. Muitas vezes, as crianças, fazem aquilo que querem, e os pais: Olha que lindo isso, criança é assim mesmo!
É no colo da família, no seio da família, que nossas crianças são educadas e aprendem o sentido da vida. Eu hoje, estou rogando por você que é pai, e por você que é mãe. Que você tenha a graça e o dom de Deus, para educar seus filhos, que Ele te dê a ternura e o rigor para educar seus filhos, para que cresçam como Jesus cresceu no meio de nós, na sabedoria, na fortaleza e na graça do Senhor.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 30/12/2013

Oração Final
Pai Santo, que moras em nós, como testemunho de tua Presença sejamos solidários e misericordiosos com os irmãos do caminho. Faze-nos generosos com os talentos e bens com que nos propiciaste e sempre agradecidos pelo teu Dom Maior, o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/12/2013

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