quarta-feira, 23 de outubro de 2019

AUDIÊNCIA GERAL - Papa: atacar um membro da Igreja é atacar o próprio Cristo

QUARTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO DE 2019, 8H11

Catequese desta quarta-feira, 9, tem como reflexão a conversão do Apóstolo São Paulo: de perseguidor a evangelizador

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco nesta quarta-feira, 9, naPraça São Pedro
Foto: Vatican Media

Papa Francisco se encontrou, na manhã desta quarta-feira, 9, na Praça de São Pedro, no Vaticano, com milhares de fiéis e peregrinos, provenientes da Itália e de diversos países, inclusive do Brasil, para a habitual Audiência Geral. Em sua catequese semanal, o Papa refletiu sobre o Apóstolo São Paulo, que se converteu de perseguidor a evangelizador.

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Partindo desse trecho dos Atos dos Apóstolos, o Santo Padre citou o episódio de apedrejamento de Santo Estevão, comparando-o a um jovem chamado Saulo, uma figura que, ao lado de Pedro, é a mais presente e incisiva nos Atos dos Apóstolos. Saulo, disse Francisco, é descrito, no início, como alguém que aprovou a morte de Santo Estevão e queria “destruir a Igreja”. Mas, depois, se tornou o instrumento escolhido por Deus para proclamar o Evangelho às nações.

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Com a autorização do Sumo Sacerdote, Saulo começou a perseguir e a prender os cristãos, pensando que estava servindo a Lei do Senhor. E o Papa recordou os perseguidos pelas ditaduras no mundo, e explicou: “O jovem Saulo é apresentado como uma pessoa intransigente, isto é, alguém intolerante com os que pensavam diferente dele, absolutiza a própria identidade política ou religiosa e reduz o outro a um inimigo potencial a ser combatido. Um ideólogo. Em Saulo, a religião é transformada em ideologia: ideologia religiosa, ideologia social, ideologia política”.
Somente depois de ter sido transformado por Cristo, o Pontífice afirma que Paulo ensina que a verdadeira batalha não é contra homens de carne e sangue, mas contra os dominadores do mundo e contra os espíritos do mal que inspiram as suas ações. O Santo Padre convidou cada fiel a interrogar-se sobre como vive a própria fé:
“Vou ao encontro do outro ou sou contra os outros? Pertenço à Igreja universal (bons e maus, todos) ou tenho uma ideologia seletiva? Adoro a Deus ou adoro as fórmulas dogmáticas? Como é a minha vida religiosa? A fé em Deus que professo me torna mais amigável ou hostil em relação a quem é diferente de mim?”.

Após a Catequese desta quarta-feira, 9, Francisco
cumprimentou os fiéis/ Foto: Vatican Media

Saulo, afirmou Francisco, entendeu que não devia perseguir as pessoas e evitar o mal que inspirava as suas ações. Por isso, o Ressuscitado apareceu-lhe no caminho de Damasco, quando caiu do cavalo, e lhe disse “levante-se”, pois persegue um membro da Igreja persegue o próprio Cristo, sublinhou o Santo Padre.
Segundo o Papa, levantando-se, Saulo não viu mais nada, porque tinha ficado cego; aquele homem forte, autoritário e independente tornou-se fraco, carente e dependente dos outros, porque não enxergava. “Aquele encontro com Cristo o ofuscou!”, frisou o Pontífice, que prosseguiu:
“Daquele encontro de ‘corpo a corpo’ entre Saulo e o Senhor Jesus Ressuscitado, teve início a sua transformação, a ‘Páscoa pessoal’ de Saulo, a sua passagem da morte para a vida. Durante seu ‘tríduo pascal’, Saulo começou seu caminho de libertação e foi batizado por Ananias, membro da comunidade cristã de Damasco, que impôs as mãos sobre aquele novo irmão”.
São Paulo recebeu o batismo que marca, como para cada um dos católicos, o início de uma vida nova, acompanhada de um modo novo de ver a Deus, apontou o Santo Padre. Pelo batismo, o Papa reforçou, homens e mulheres não são mais inimigos, mas irmãos em Cristo.
Francisco concluiu a sua catequese dizendo que o “zelo do perseguidor da Igreja se transformou em zelo de evangelizador compassivo”. Por isso, o Pontífice exortou os fiéis a experimentarem o mesmo amor que Saulo recebeu de Jesus, o único que pode transformar um coração de pedra em coração de carne. Ao término da sua catequese semanal, o Santo Padre cumprimentou os grupos de peregrinos em diversas línguas, inclusive os fiéis de língua portuguesa, concedendo a todos a sua Bênção Apostólica.

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