ANO C

Mt 18,21–19,1
Comentário do
Evangelho
Há um limite para o perdão?
Há um limite para o perdão? Esta é a pergunta
matemática de Pedro: “... quantas vezes devo perdoar, se meu irmão peca contra
mim?” (v. 21). A parábola vai explicitar a imensa generosidade
do Rei que perdoa, não importa qual seja o montante da dívida. É a compaixão do
Rei que é enfatizada na parábola. Para não ter a sorte daquele que foi
perdoado, mas se recusou a perdoar, é necessário “perdoar de coração ao seu
irmão” (v. 35).
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 15/08/2013
Vivendo a Palavra
O tempo da nossa vida é o prazo que o Senhor nos
concede para mostrarmos gratidão pelo dom de nossa existência – ‘pagarmos a
nossa dívida...’ Devemos aproveitá-lo seguindo a lição de Jesus de Nazaré, que
viveu fazendo o bem a todos. Este é o jeito de entrarmos desde agora no Reino
do Céu, que um dia gozaremos em plenitude com o Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
O tempo da nossa vida é o prazo que o Senhor
nos concede para mostrarmos gratidão pelo dom de existirmos – pagar a nossa
dívida… Devemos aproveitá-lo seguindo a lição de Jesus de Nazaré, que viveu
fazendo o bem a todos. Este é o jeito de entrarmos desde agora no Reino do Céu,
que um dia gozaremos em plenitude perto do nosso Pai Misericordioso.
Reflexão
Nós não temos como pagar a Deus para obtermos o
perdão dos nossos pecados, de modo que merecemos a paga pelos mesmos que é a
morte. Mas o amor misericordioso de Deus não permite que nenhum dos seus filhos
e filhas seja entregue à morte, de modo que a verdadeira paga pelos nossos
pecados foi a obediência de Jesus, amando-nos até o fim e, assim, apesar dos
nossos pecados, temos a eterna aliança com ele. Desse modo, Deus nos dá o
exemplo do verdadeiro perdão, nos ensinando que tudo devemos fazer para restaurar
a unidade perdida por causa dos males que as pessoas comentem contra nós.
Fonte: CNBB em 15/08/2013
Reflexão
O
perdão é condição indispensável para o crescimento e a vida saudável da
comunidade cristã. Para responder a pergunta de Pedro, Jesus joga com número
simbólico: setenta vezes sete significa sempre. Para reforçar sua afirmação,
Jesus conta a parábola dos dois devedores e mostra a imensa desproporção entre
o perdão de Deus (sem medida) e o nosso perdão (mesquinho) aos que nos ofendem.
Para saber perdoar, é necessário reconhecermos que somos pecadores e necessitados
do perdão de Deus. A necessidade de perdoar soa como canção ecoando ao longo
dos Evangelhos. Seremos perdoados pelo Pai celeste à medida que perdoarmos de
coração os nossos irmãos. É o que expressamos cada vez que rezamos o Pai-nosso:
“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
É fácil perdoar? - Pense em alguma situação de
sua vida que “depois da tempestade” trouxe-lhe a bonança. - Conhece alguma
situação de devedor cuja situação chegou a bom termo? - E o contrário? -
Comente o “perdoai assim como nós perdoamos” do pai nosso!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 15/08/2013
Meditando o evangelho
SEMPRE DISPOSTO A PERDOAR
No tempo de Jesus, os rabinos discutiam a respeito de quantas vezes a
pessoa ofendida era obrigada a perdoar. Chegava-se ao número máximo de quatro
vezes. Pedro, para mostrar-se generoso, propôs uma quantidade maior: sete
vezes. A "generosidade" do apóstolo fazia uma espécie de contraponto
com um episódio do Antigo Testamento, no qual Lamec, descendente de Caim,
prometeu vingar-se sete vezes de quem levantasse a mão contra ele. À máxima
vingança, Pedro pensava contrapor o máximo perdão. Enganou-se!
O discípulo do Reino deve estar disposto a perdoar, não apenas sete
vezes, mas setenta vezes sete vezes, ou seja, sempre. A parábola do servo cruel
oferece o fundamento teológico da postura do discípulo: este deve agir de forma
idêntica ao agir de Deus.
Deus está sempre pronto a perdoar as ofensas dos seres humanos, por
maiores que elas sejam. Foi o que fez o senhor do Evangelho. Bastou que o
devedor lhe suplicasse clemência, para se ver logo perdoado.
A contrapartida do gesto divino deve acontecer em forma de perdão das
ofensas recebidas. Quem foi perdoado por Deus deve dispor-se a perdoar. Mas
quem age de maneira diferente não pode contar com o perdão divino. Esta foi a
sorte do servo cruel que se recusou a perdoar uma pequena dívida de seu
companheiro.
O discípulo deve espelhar-se no comportamento misericordioso de Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é
feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, predispõe meu coração para o perdão, e que eu esteja sempre
disposto a perdoar e a querer viver reconciliado com meu semelhante.
Comentários do Evangelho
1 - PERDOAR SEM LIMITES! - Olívia
Coutinho
Quantos de nós, fazemos questão de dizer
que somos cristãos, que somos seguidores de Jesus, quando na prática, agimos de
forma contrária a Dele! Quantas vezes rezamos a oração do Pai Nosso, na qual
pedimos perdão a Deus pelas nossas faltas, mas não cumprimos o que
prometemos a Ele nesta oração; não perdoamos a quem nos ofendeu!
O evangelho de hoje nos fala da importância do
perdão! “Pedro, aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes
devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu:
“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. E em
seguida, Jesus conta a parábola do servo cruel, que mesmo sendo perdoado
pelo rei, não perdoou ao seu devedor e por isto ele foi duramente castigado
pelo rei. Concluindo esta parábola, Jesus faz umaadvertência que vale para
nós todos: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um não perdoar
de coração ao seu irmão”.
A falta de perdão fecha o nosso coração à graça
de Deus, nos afasta do banquete da vida, a Eucaristia! Enquanto que
a alegria do perdão é infinita, tanto para quem dá o perdão, quanto para quem
recebe! Portanto, compensa nos esforçarmos em despir do nosso orgulho,
para viver a alegria do perdão, a alegria de reaproximarmos de Deus,
reaproximando do nosso irmão!
Sabemos que não é fácil reconciliar com quem nos
ofendeu, mas se recorrermos a Deus, com certeza, Ele nos ajudará a vencer este
desafio!
O perdão é uma questão de decisão, de humildade,
nosso primeiro passo, é reconciliar com nós mesmos, reconhecendo que não somos
perfeitos, que somos sujeitos a falhas e que também cometemos injustiças. É a
partir desta consciência, que uma fresta se abre em nosso coração, por
onde Deus entra, e abre o caminho da nossa reconciliação com Ele, nos
reconciliando com quem nos ofendeu.
É muito comum, sermos ofendidos, ou ofendermos o
outro impensadamente, o que não significa que não amamos esta pessoa,
geralmente, somos ofendidos, ou ofendemos as pessoas mais próximas de nós,
portanto, não vale a pena guardar ressentimentos de pessoas que amamos, ou
melhor, não devemos guardar ressentimentos de ninguém!
Jesus nos deixou um grande exemplo de Perdão,
quando pregado na cruz, Ele pronunciou estas palavras:“Pai perdoa-lhes! Eles
não sabem o que estão fazendo”! Lc 23,34. Quando sentirmos dificuldades
em perdoar alguém, lembremo-nos deste grande exemplo de Jesus!
Muitas vezes, nós queremos receber o perdão de
Deus, mas não queremos perdoar o outro! Como podemos querer o perdão de Deus se
não perdoamos o nosso irmão?
Não somos modelos de perfeição, não somos
infalíveis, temos qualidades e defeitos, por isto todos nós merecemos uma
nova chance, uma chance que deve partir de nós mesmos: no pedir e no dar o
perdão!
Assim como Jesus acolhe o pecador arrependido e
esquece todo o seu passado, nós também devemos perdoar e acolher quem nos
ofendeu, perdoar quantas vezes for necessária, perdoar sem limites!
Quem vê o irmão com o olhar de Jesus, vive a
experiência da alegria do perdão!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
2 - Perdoar setenta sempre – Sal
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete.
Quantas vezes devemos perdoar aquela pessoa
que nos chateia, que nos ofende, nos maltrata, ou nos persegue etc ? A
resposta de Jesus é: infinitas vezes. 70x7=infinito. Jesus quer nos dizer
hoje que não existe limite para perdoar. Uma, duas, cinco dez vezes? Não.
Inúmeras vezes. Isto se quisermos obter o perdão do Pai, e alcançarmos a vida
eterna. Caso contrário, se não pretendermos ser perdoados e salvos um dia,
podemos matar, perseguir, e prejudicar a quem quer que seja. Percebeu
agora porque existe a violência no mundo? É PORQUE MUITOS NÃO SABEM OU NÃO
QUEREM SABER QUE UM DIA NOSSA ALMA SERÁ JULGADA POR TUDO O QUE FIZERMOS NESTA
VIDA TERRENA, PRINCIPALMENTE COM O NOSSO IRMÃO. Porque se tais pessoas
soubessem ou se importassem com essa fatal realidade, não agiriam assim. E
nós, que sabemos o que Jesus ensinou, precisamos avisá-los disso enquanto
pudermos e enquanto é tempo. Não podemos cruzar os braços, como se não
tivéssemos nada a ver com a condenação dos nossos irmãos. Cuidado! Ninguém se
salva sozinho. Precisamos salvar almas para que a nossa alma também seja salva!
Então? O que você está esperando? Um convite especial do padre de sua paróquia?
Meu irmão! Mexa-se! Vai lá agora e se apresente para trabalhar pela causa do
Reino de Deus. Qualquer uma das pastorais, de preferência a pastoral da
Catequese.
Prezados irmãos. No Evangelho de hoje Jesus
insiste que a virtude mais importante depois da fé, é a caridade. Jesus insiste
em nos deixar bem claro queo nosso relacionamento com os nossos irmãos podem
nos condenar ou nos salvar. Não adianta participar da missa todo dia,
rezar mais de um terço, jejuar, etc, se ignoramos aqueles que precisam de nós,
e que nós podemos ajudar. Se passamos diretos virando a cara para o outro lado,
quando vimos um irmão caído no chão. Quando chamamos de vagabundo um irmão que
nos pede umas moedinhas para comprar um pão. Quando não ajudamos os nossos familiares
que não tiveram a sorte que nós tivemos, e que passam por necessidades...
Hoje, também Jesus nos avisa que só seremos
perdoados, se perdoamos os que nos ofendem. Portanto, meu irmão, minha irmã.
Preste bastante atenção na palavra de VIDA ETERNA.
Sal.
3 - “a medida do perdão não tem limite”- Helena
Serpa
Jesus conta a parábola do servo cruel e abre os
nossos olhos para agir aqui na terra da mesma forma que o Pai do céu faz
conosco. Partindo da interrogativa de Pedro de quantas vezes perdoarmos Jesus
nos ensina a fazer justiça com aqueles que pecam contra nós, conforme a maneira
de Deus pensar. Assim sendo, Jesus nos explica que o perdão existe para ser
dado infinitamente e não depende do tamanho da falta de quem a cometeu. Na
mesma medida em que Deus perdoa as nossas dívidas que são muito maiores do que
somas de dinheiro também nós precisamos oferecer o perdão às pequenas ou
grandes faltas que os nossos irmãos cometerem contra nós. Não obstante não
podemos nos limitar a perdoar dívidas contraídas materialmente, mas também o
que ficou marcado como resultado delas, ou seja, os ressentimentos, as mágoas,
etc. O ato de perdoar não demonstra dizer que estamos apoiando o erro do nosso
irmão, mas que podemos compreender as suas razões e dispensar o desgosto que
poderia ficar registrado no nosso coração. Dessa forma, não se trata de quantas
vezes tenhamos que perdoar porque a medida do perdão é contínua, não tem
limite. Tantos quantos são os dias da nossa vida e, enquanto caminharmos aqui,
nós necessitaremos do perdão de Deus para as nossas inúmeras culpas,
entretanto, só nos sentiremos inteiramente perdoados, se, na mesma medida aplicarmos
essa regra para com aqueles (as) que nos têm ofendido. Jesus não nos deixa
dúvidas quanto ao perdão que temos de dar ao irmão: DE CORAÇÃO! Quem perdoar,
naturalmente será também perdoado. A compaixão é um atributo de Deus e nós como
fomos criados à Sua imagem e semelhança temos também em nós o dom de perdoar. –
Você tem exercitado o dom de perdoar? – Você pelo menos deseja perdoar? – A
quem você está precisando perdoar? – Você se sente perdoado por Deus na mesma
medida com que você tem perdoado os seus irmãos?
Helena Serpa
4 - Não te digo até sete vezes, mas até setenta
vezes sete. Padre Queiroz
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete.
Neste Evangelho, Jesus nos fala do perdão. O
texto começa com uma pergunta do Apóstolo Pedro a Jesus, sobre quantas vezes
devemos perdoar uma pessoa. Jesus responde que devemos perdoar não apenas sete
vezes, mas setenta vezes sete, expressão hebraica que significa: ao infinito.
E, para deixar bem claro, Jesus conta a parábola
do servo cruel. É um empregado que foi perdoado pelo patrão, de uma grande
dívida, e depois não perdoou ao seu colega, de uma pequena e irrisória dívida.
Por isso foi duramente castigado pelo patrão.
Jesus conclui a parábola com um recado para todos
nós: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao
seu irmão”.
O patrão representa Deus, o empregado que devia a
enorme fortuna somos nós, e o outro que devia uma pequena quantia são as
pessoas que nos ofendem ou prejudicam.
Nós tínhamos uma enorme dívida com Deus, o pecado
original e os nossos pecados pessoais. E ele nos perdoou, e continua perdoando,
completamente.
O tamanho de uma ofensa varia também de acordo
com a pessoa ofendida. No nosso caso, o ofendido é Deus, que é infinito.
Portanto, as nossas ofensas a Deus são sempre muito grandes.
Deus nos perdoa, mas quer que nós também
perdoemos a nosso próximo, seja de que for. Se não o fizermos, ele retira o seu
perdão e nos castiga, como fez o patrão com o seu empregado cruel.
Por isso que Jesus nos fala: “Quando estiveres
levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo
contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te
com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda” (Mt 5,23-25). De fato,
não tem cabimento nós não perdoarmos alguém e querem manter uma amizade com
Deus, pois Deus está no nosso próximo! Seria um comportamento contraditório na
nossa parte: hora louvamos a Deus, hora não queremos conversa com ele.
O nosso perdão ao próximo não pode ter limites,
nem quanto ao número de ofensas, nem quanto ao tamanho ou tipo de ofensa.
O perdão é o único caminho para recuperar a fraternidade,
a paz e a alegria, após uma ofensa recebida. O perdão impede aquele terrível
círculo vicioso: a vingança gera a violência, e esta gera mais vingança... O
ressentimento faz aumentar falsamente o tamanho de uma ofensa.
No Pai Nosso, nós pedimos a Deus que nos perdoe
do jeito que perdoamos aos outros. Isso nos compromete, porque, se guardarmos
rancor, cada vez que rezamos o Pai Nosso estamos pedindo a Deus que guarde
rancor de nós!
Jesus disse: “Não julgueis, e não sereis
julgados. Pois o mesmo julgamento com que julgardes os outros servirá para vós;
e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que observas
o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?” (Mt
7,1-3).
O próprio Jesus, na cruz, nos deu o exemplo,
quando rezou a Deus Pai pelos que o torturavam: “Pai, perdoai-lhes porque eles
não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Mesmo morrendo, ele encontrou forças para
refletir e encontrar uma saída para não sentir mágoa daqueles algozes: “Eles
não sabem o que fazem”.
Se não encontrasse essa saída, Jesus morreria com
mágoa deles. E daí, lá no céu, como que fica? Porque lá não entram duas pessoas
de cara virada uma com a outra. E Jesus queria o arrependimento e a salvação de
todas aquelas pessoas que o mataram. Depois desse exemplo de Jesus, ninguém de
nós tem direito de negar o perdão, seja a quem for e seja de que for.
Perdoar não é sinal de fraqueza; pelo contrário,
é sinal de muita coragem, bravura e heroísmo. Panacas são os que não perdoam.
O motivo principal do nosso perdão não está na
pessoa que nos ofendeu, mas no mandamento de Deus.
Claro que, depois, vamos ser mais prudentes com
aquela pessoa que nos ofendeu ou prejudicou. “Sede prudentes como as serpentes
e simples como as pombas” (Mt 10,16). “Gato que caiu em água quente tem medo de
água fria”. Nós vamos evitar situações semelhantes àquela em que a pessoa nos
ofendeu ou prejudicou. Mas isso, sem julgar a pessoa.
O perdão é importante principalmente na vida
familiar, dentro das quatro paredes de uma casa.
Certa vez, um casal brigou. Brigou feio e ficaram
de mal. Quando era necessário dizer alguma coisa ao outro, faziam-no através de
bilhetes. Aconteceu que um dia o homem chegou do serviço preocupado. Seu chefe
havia marcado uma reunião na firma no dia seguinte, uma hora antes de começar o
trabalho. Portanto ele devia levantar-se não às 05:30, como de costume, mas às
04:30 horas. O que ele fez. Escreveu em um papel: "Por favor, me acorde às
04:30 da madrugada". E colocou o bilhete em cima do travesseiro da esposa.
E procurou dormir mais cedo.
Quando a esposa foi dormir, encontrou o bilhete.
O que ela fez. No dia seguinte, levantou-se às 04:30 e colocou ao lado da
cabeça dele o seguinte bilhete: “São 04:30 horas. Está na hora de você se
levantar.”
Claro que essa mulher foi cruel. Mas os dois estavam
errados, porque, quando entramos em atrito com alguém, a paz deve voltar antes
do por do sol. Se isso vale para todos, muito mais para o casal.
A mãe sabe ser “para-raios” quando membros da
família se desentendem. Que a nossa querida Mãe do Céu nos ajude a perdoar e a
viver unidos com todos.
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete.
Padre Queiroz
5 - Se teu irmão tiver pecado...- Maria Cecília
Este evangelho é anunciado logo após Jesus ter
tratado do pecador incorrigível, caso extremo que leva a excomunhão. Neste
contexto, Ele passa à situação contrária e bem mais comum do perdão e
da reconciliação dentro da comunidade. A situação é a mesma: "Se teu irmão
tiver pecado..." Mas neste caso, o pecador escuta a parte ofendida, ou
algumas testemunhas, ou toda a comunidade. Mas, outra questão surge.. Quantas
vezes essa pessoa deve ser perdoada? Pedro, novamente como porta voz do grupo,
responde a si mesmo, com o que imagina ser uma resposta generosa:
"Até sete vezes?" Porem Jesus o corrige e surpreende quando
responde: setenta vezes sete. Não se deve entender literalmente este
número, mas sim com o simbolismo que ele traz em si. Na Bíblia, o 7 tem
significado de totalidade, plenitude, completação. Assim é vingado Caim (Gn
4,24a).
Quando aparece multiplicado por ele mesmo, como
no caso de Lamec, vingado por setenta vezes sete (Gn 4,24b), não significa
excesso, mas sim a retirada do limite implicado na totalidade. Essa mesma idéia
de totalidade, plenitude, do numero sete, é usada no Novo Testamento.
São sete os pães multiplicados e sete os cestos de pedaços
que sobraram (Mt 15,34.37). O que deve ser apreendido deste trecho é
que ao cristão não cabe colocar limites ao perdão.
Para melhor esclarecer o perdão sem limites,
Jesus usa como exemplo, a parábola do devedor implacável. Esta parábola
é uma outra forma narrativa para o segundo pedido que fazemos ao
rezar o Pai Nosso: "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nos
perdoamos aos que nos ofenderam" (Mt 6,12). Desta maneira, Ele
evidencia que a disposição de Deus para nos perdoar depende da nossa
disposição de perdoar os que nos ofendem. Devemos identificar o rei, da
parábola, com Deus. Notemos que esse rei é tratado como senhor,
exige uma prestação de contas, e demonstra sua misericórdia
ao perdoar a dívida enorme. Entretanto, o servo implacável nada aprende
com o exemplo de seu rei e age de forma cruel com outro servo, que lhe é
devedor, fato que resulta na revogação do seu perdão.
Este trecho do evangelho nos adverte de
que o perdão de Deus, e inesgotável, mas está condicionado a nossa
disposição de perdoar os outros. Mostra-nos também que até o perdão
concedido por Deus pode ser revogado, se não soubermos, como Ele, perdoar.
Cuidem-se! Os implacáveis São excluídos da misericórdia divina, e aqueles
que desejam receber essa misericórdia, precisam ser misericordiosos com os
outros.
O evangelista termina sua narrativa dizendo que
Jesus, tendo terminado esses discursos, deixou a Galileia, entrando no
território da Judéia. Para melhor compreender esta focalização, e preciso
esclarecer que, para Mateus, a Galileia é lugar de revelação (cf.4,12-17) e a
Judéia é o lugar de rejeição e morte. Sabendo disso, fica claro que este
texto de Mateus tem a intenção de orientar as comunidades
cristãs sobre como lidar com problemas de busca de posição,
escândalo, deslizes, reconciliação e perdão.
Maria Cecília
6 - Perdoar sempre- Diac. José da Cruz
- 1Leitura Josué 3,
7-10 - Salmo 113ª(114),7 “Ante a face de Deus, treme, ó terra! - Evangelho
Mateus 18, 21-19,1
Sempre que meditamos esse evangelho, nosso
coração certamente se questiona de maneira inquietante porque se dá conta de
que perdoar sempre, sem nenhum limite ou condição, a quem nos ofender, é algo
quase impossível, pois a gente perdoa, mas quando a vê a pessoa lá vem no
coração um restinho da raiva que ali sobrou, pelo mal que ela nos fez. E não
adia ta querer disfarçar, pois isso acontece com todos nós, na família, no
trabalho e na comunidade.
A prática cristã deixada por Jesus parece sempre
tão fascinante mas quando chega nesse amor radical pelo próximo, que ama sempre
e perdoa sempre, a gente fica se lamentando, quando percebe que não somos
capazes de tal proeza. Será que Jesus, sendo nosso Deus e Senhor, não sabe que
teríamos dificuldade para por isso em prática? Se esse for um dos critérios
principais para demonstrarmos nossa total fidelidade á Jesus Cristo e a seu
evangelho, quem irá sobrar no final? Ou melhor, irá sobrar alguém?
Precisamos compreender esse evangelho com muita
clareza, para que o desânimo não nos faça desistir de ser cristão, achando que
o mesmo não é para nós, pois não somos perfeitos e santos como Deus espera que
sejamos. Então vamos para algumas observações importantes nesse sentido. Em
primeiro lugar, como membros da Igreja peregrina nesta terra, na prática das
virtudes morais e da relação com o nosso próximo, sem por cento não
conseguiremos atingir pois o amor é infinito e sempre há algo novo a ser
alcançado na experiência amorosa que fazemos com Deus e com o próximo. É como
se marcássemos uma montanha como a nossa referência do horizonte, e quando
chegamos lá, descortinamos outro horizonte mais á frente, a ser alcançado.
Foi esta lógica que levou o apóstolo Pedro a
descortinar um patamar bem acima das práticas judaicas do perdão, que se
limitava a três vezes, com as pessoas mais próximas, Pedro descortinou um
horizonte novo, que ao ser alcançado, estaria em concordância com os
ensinamentos do Mestre, ou seja, há um limite, um patamar que é a referência, e
que cada um deve esforçar-se em atingi-lo. Talvez isso possa se aplicar a
outras religiões como o próprio Judaísmo, Hinduísmo, Mulçumanos e outras mais,
onde a Divindade se deixa encontrar mas isso requer o esforço humano de
elevar-se a patamares mais altos, na virtude moral e na relação com o outro. No
cristianismo porém, isso cai por terra, pois a iniciativa é sempre de Deus, é
ele que nos atrai para a Salvação que ele mesmo oferece.
Esse evangelho não exige de nós que da noite para
o dia a gente saia por aí, á procura de quem nos ofendeu, ofereça a ele o nosso
perdão e tudo volte a ser como era antes. Isso seria uma grande utopia.
Exatamente por isso que a parábola nos mostra algo de grandioso... a relação amorosa
de Deus para com cada um de nós, tínhamos para com ele uma dívida impagável ( o
Devedor da parte 1 da parábola, aquele que implorou e suplicou pedindo um
prazo) o Credor sabia que jamais ele pagaria, e perdoou totalmente toda a
dívida. É aqui que vem a prática que Jesus ensinou aos discípulos: ter pelo
menos um coração que consiga perdoar o “pouco” que o próximo nos deve e para
isso, basta apenas sempre termos presente que a nossa dívida era
impagável e ele nos perdoou.
Fica como conclusão desta reflexão, prestarmos
muita atenção ao nosso dia a dia, onde as pequenas ofensas que possamos
receber, no trânsito, na família, no trabalho e até na comunidade, possam ser
relevadas, sinal de que há em nós uma misericórdia Cristã, que sempre se
exercita em pequenos gestos de perdão, estando assim preparados para perdoar
também uma grande ofensa, quantas vezes seja necessário.
7 - Quem muito foi perdoado por que não perdoa?
- Alexandre Soledade
Bom dia!
Começo essa reflexão com a sugerida pelo site da
CNBB;
“(…) Nós não temos como pagar a Deus para
obtermos o perdão dos nossos pecados, de modo que merecemos a paga pelos mesmos
que é a morte. Mas o amor misericordioso de Deus não permite que nenhum dos
seus filhos e filhas seja entregue à morte, de modo que a verdadeira paga pelos
nossos pecados foi a obediência de Jesus, amando-nos até o fim e, assim, apesar
dos nossos pecados, temos a eterna aliança com ele. DESSE MODO, DEUS NOS DÁ O
EXEMPLO DO VERDADEIRO PERDÃO, NOS ENSINANDO QUE TUDO DEVEMOS FAZER PARA
RESTAURAR A UNIDADE PERDIDA POR CAUSA DOS MALES QUE AS PESSOAS COMENTEM CONTRA
NÓS”.
Tai uma das situações que precisam de nossa
atenção para nosso crescimento: O perdão.
Perdoar ou pelo menos relevar uma situação, pode
sim demonstrar um grande grau de maturidade nosso como cristão. Bem sabemos que
existem coisas que são mais fáceis de esquecer e outras que somente o tempo
curará (e talvez não se apague por completo), talvez seja por isso, um dos
grandes desafios a serem enfrentados nas relações sociais, em comunidade ou
apenas entre duas pessoas.
Se por um lado o perdão revela a maturidade ou a
vontade daquele que desculpa, a insistência em brigar revela o quanto
precisamos ainda crescer. Talvez seja essa a maior causa das brigas – a
insistência em brigar.
Quem muito foi perdoado por que não perdoa? Quem
já conhece bem a vontade de Deus em sua vida, por que não o honra com a mudança
de atitude e não somente com as palavras? Se notamos que a discussão não levará
em nada por que não por um ponto final? No evangelho e na nossa vida, se o
perdão foi dado, por que o servo (ou eu) não perdoou uma divida menor?
Talvez a resposta seja que nossa conduta não anda
na mesma mão das nossas palavras.
Outro ponto… O perdão reabre horizontes para
aquele que foi perdoado em especial os condenados injustamente. Se sei disso
por que retenho o perdão? Orgulho?
Desse mal sofrem as pessoas que por vezes nada
nos fizeram, mas os nossos pré-conceitos as afastam de nós e da comunidade. São
aqueles que conhecemos por onde andaram e conseqüentemente o dano que
proporcionaram a suas vidas e a dos outros com suas atitudes. Quem não conhece
a história de alguém que errou, se arrependeu, mas que nunca mais conseguiu se
levantar pela falta de amor dos irmãos em acolhe-lo?
Quando dizem que as pessoas que muito erraram
acabam se tornando evangélicas é uma dura verdade. Temos ainda uma tremenda
deficiência em acolher aquele que volta. Por vezes queremos saber o que e como
fizeram, por onde andaram, (…) mas nada fazemos de concreto para recebê-los. E
mais uma vez, fui perdoado do castigo, mas com empenho anda maior pulo do
pescoço do que esta frágil.
“(…) Tomai precaução, meus irmãos, para que
ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus
vivo. Antes, animai-vos mutuamente cada dia durante todo o tempo compreendido
na palavra hoje, para não acontecer que alguém se torne empedernido com a
sedução do pecado. Porque somos incorporados a Cristo, mas sob a condição de
conservarmos firme até o fim nossa fé dos primeiros dias…”. (Hebreus 3, 12-14)
Sim é bem verdade que o que retorna deve por si
só reconquistar a confiança e o seu espaço, mas se patrão já perdoou, por que é
que nos comportamos como os donos da chave da porta?
O perdão deve reabrir horizontes no perdoado,
sendo semelhante ao preso que deixa a cadeia e passa dar valor a liberdade. SER
LIVRE É VIVER, mas cada um tem o direito de escolher se deseja viver brigando
ou caminhado. Eu escolhi caminhar! E de preferência acompanhado.
Um imenso abraço fraterno.
8 - Não te digo até sete vezes, mas até setenta
vezes sete. - Claretianos
Primeira leitura: Josué
3,7-10a.11.13-17
Eis que a arca da aliança
do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão adiante de vós.
Salmo responsorial: Salmo 113A,
1-2.3-4.5-6
Aleluia, Aleluia, Aleluia
Evangelho: Mateus 18, 21-19,1
Não te digo até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.
O tema de hoje trata da
experiência do perdão. Eu só consigo perdoar na medida que faço a
experiência do perdão na minha vida. Sentir-se perdoado, acolher o perdão
e a misericórdia de Deus é o fundamento da própria experiência do
divino em nossa vida. E ela tem relação com o meu relacionamento com as outras
pessoas.
A minha relação com o outro
deve imitar a reação que o próprio Deus tem comigo. O que o Senhor fez
comigo é o que somos convidados a fazer com os outros. Pedro, ainda
influenciado pela lógica humana, pergunta a Jesus sobre os limites do perdão,
que devem ser ilimitados. O evangelista conhece a importância do perdão
para a vida, não só de cada pessoa, mas também da vida da comunidade, ao
revelar o profundo significado desse gesto.
O perdão na comunidade não
pode ter limites, pois Deus perdoou nossa dívida incalculável que temos para
com ele. Quem experimenta a misericórdia do Pai não pode andar calculando
as fronteiras do perdão e do acolhimento ao irmão e quem não perdoa não é
perdoado.
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 15/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
O amor exige o perdão sem medida
Só pode amar quem sabe
perdoar, e perdoar é a consequência de quem ama, porque o amor exige o perdão
sem medida.
“Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete
vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta
vezes sete’” (Mt
18,21-22).
A característica daquele que se faz discípulo de
Nosso Senhor Jesus Cristo é aprender a ter um coração como o d’Ele. O Senhor
veio até nós para nos ensinar a vivermos como Seus filhos, nos ensinar a
encontrar a graça primitiva, a graça amorosa da qual Ele nos criou.
Aqueles que tem em si o Espírito do Senhor têm a
capacidade de amar e perdoar. Essas são duas coisas inseparáveis no coração de
um discípulo de Cristo, são como dois pulmões. Só pode amar quem sabe perdoar,
e perdoar é a consequência de quem ama, porque o amor exige o perdão sem
medida.
Às vezes, nós amamos alguém até que este nos faça
mal, até nos ferirmos, nos machucarmos. Isso é muito difícil, porque, no
caminho da vida, existem os acidentes ou percalços da vida. Só existe um
remédio para cicatrizar esse mal que fica em nosso coração por causa dos
desentendimentos humanos: o perdão sem medida.
Muitas vezes, nós nos sentimos cansados, sem forças
para perdoar, mas, na verdade, não é o outro quem precisa do nosso perdão, mas
sim o nosso coração, a fim de que possamos estar bem, respirarmos profundo e
vivermos o bem. Para viver uma vida intensa nosso coração precisa perdoar
sempre.
Hoje, a graça que estou pedindo a Jesus é que Ele
venha quebrar o nosso coração para que este se torne semelhante ao do Senhor.
Só quem tem um coração manso e humilde, aberto para amar sem medida é capaz de
perdoar sempre, até setenta vezes sete.
Que o Senhor nos conceda hoje e sempre essa
graça.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista
e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/08/2013
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA: OLHAR PARA O CÉU
PARA AMAR A TERRA
(Liturgia da Solenidade da Assunção de Nossa
Senhora)
De vez em quando olho para o céu estrelado
durante as noites sem nuvens. Parece que é quase possível tocar com as estrelas
luminosas que pululam, dando aimpressão
de que estão bem próximas, ao nosso alcance, não obstante estejam distantes a
milhões de quilómetros.
As leituras da festa da Assunção de Nossa Senhora
convidam-nos a levantar os olhos na direcção do céu. A primeira leitura do
livro do Apocalipse (11,19; 12,1.3-6.10) contém uma visão celeste e o objectivo
final da humanidade, destinada a participar da ressurreição de Cristo e da
comunhão com Deus, como lemos na segunda
leitura (1Cor 15,20-27).
Na verdade o que o Evangelho contém é, em
primeiro lugar, uma "ascensão" de Maria, mas não em direcção ao céu e
não no final da sua vida: “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às
montanhas, a uma cidade de Judá”. A sua ascensão, mesmo antes da sua Assunção é
a subida para a região montanhosa, para que lá no alto, faça o seu Sim
transformar-se em serviço!
Isso acontece no início, depois de ter recebido a
visita do anjo Gabriel, de Nazaré põe-se em viagem rumo às montanhas da Judeia,
para visitar a “velha” parente Isabel, de quem o anjo Gabriel havia falado.
Contemplando esses três quadros que a
liturgia “desenha” nesta festa, podemos compreender o seu significado e colher
os frutos para a nossa vida.
O quadro do Apocalipse desenha uma luta. De um
lado, uma mulher grávida, que dá a luz um filho. Aqui podemos contemplar a
humanidade que traz em si o anseio por vida. De outro lado, um dragão que
ameaça devorar o filho. Neste quadro podemos ver o mal que atenta contra a
vida!
O parto é bem-sucedido e o filho é levado diante
de Deus, protegido contra os ataques do mal. A luta entre o bem e o mal, que
presenciamos todos os dias no mundo e experimentamos na nossa própria vida, já
é vitoriosa se olharmos para a visão celeste. O Filho, Jesus, já está na glória
de Deus, ainda que a humanidade, representada pela mulher, ainda esteja a
caminho nesta terra, por um tempo transitório.
O quadro da leitura da carta aos Coríntios
faz-nos contemplar o Cristo ressuscitado, que venceu a morte não só para si
mesmo, mas também para todos os membros do Seu corpo, haja vista que a Sua
ressurreição difunde os seus efeitos sobre todos aqueles que crêem n’Ele.
O presente, tempo em que Paulo escreve aos
Coríntios: “Como em Adão todos morrem”, é o tempo no qual Jesus submete a Si o
inimigo, até o momento de entregar o Seu Reino (“a realeza”) ao Pai, e a Sua
Obra será, então, completada.
Entre aqueles que crêem em Cristo e recebem os
frutos da Sua ressurreição está a Sua mãe. Maria Assunta ao Céu representa a
humanidade que já participa da ressurreição de Cristo. É nela, que representa
todos nós, que Jesus cumpre a promessa feita aos discípulos: “Quando tiver
ido ao Pai, voltarei e vos levarei comigo”.
A nossa humanidade já se encontra, portanto, no
Céu, não somente por que Jesus é o homem, mas também por causa de Maria.
O terceiro quadro que as leituras da solenidade
da Assunção de Nossa senhora pintam é um quadro mais terrestre e mais humilde.
Nele a jovem de Nazaré vai visitar uma parente idosa da Judeia. O pintor desse
quadro (Lucas) não nos dá muitos detalhes dessa visita, nem da viagem e nem da
permanência de Maria naquela casa. Toda a atenção é canalizada para o diálogo
entre a idosa Isabel e a jovenzinha Maria.
Isabel bendiz a Maria saudando-a como a “mãe do
meu Senhor” e tece o mais belo elogio à Maria: “Bem-aventurada é aquela que
acreditou”.
Naturalmente era de se esperar que Maria
respondesse ao elogio mas, na realidade, ela abre a boca para louvar o Senhor
com o belíssimo cântico do Magnficat. É através do cântico que Maria louva a
Deus que realizou maravilhas na sua vida, bem como na história do seu povo,
para o qual se revelou como Aquele que faz justiça, exalta oshumildes e derruba
os poderosos.
Maria reconhece na sua história pessoal e na
história do seu povo a acção transformadora de Deus. É por isso que ela crê que
isso não é apenas uma ilusão, mas o verdadeiro caminho da história. Maria aponta
para nós, portanto, o Deus que olha para a realidade da humanidade: “porque
olhou para sua pobre serva”. A sua fé é uma fé encarnada na realidade. Aliás,
foi essa fé que fez com que Maria acolhesse o Filho de Deus; foi a fé que lhe
permitiu acompanhá-lo até a cruz e, finalmente, foi a fé que lhe abriu o
caminho do Céu.
Um Céu que não é uma realidade somente com o
“fim” da nossa caminhada na Terra, mas que começa já aqui para quem sabe “ler”
nos eventos da vida e da história a presença libertadora e salvífica de
Deus. Este vislumbrar o céu permitiu a Maria viver em plenitude a vocação
na Terra, e a humilde obediência à vida quotidiana na casa de Nazaré, a
preparou para entrar no Céu com o seu Filho.
Maria antecipa o nosso destino de participação na
ressurreição de Jesus, porque nos precedeu no caminho de uma fé plena e total a
Deus, que se transformou em obediência à Sua vontade na Terra.
Pe. ulrish pais
Sacerdote de Lisboa
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a generosidade, a
gratuidade, a fraternidade. Que só de bênçãos se encha o nosso coração –
incapaz de julgamentos e culpas, mas sempre aberto ao perdão e ao acolhimento.
Que construamos uma comunidade de amigos, nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/08/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos generosos, agradecidos e
fraternos. Que só de bênçãos se encha o nosso coração. Incapaz de julgamentos e
de atribuição de culpas, ele esteja sempre aberto ao perdão e ao acolhimento.
Que construamos uma comunidade de amigos, nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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