15 de
Agosto de 2013
Ano C

Mt
18,21–19,1
Comentário do Evangelho
Há um limite para o perdão?
Há
um limite para o perdão? Esta é a pergunta matemática de Pedro: “... quantas
vezes devo perdoar, se meu irmão peca contra mim?” (v. 21).
A parábola vai explicitar a imensa generosidade do
Rei que perdoa, não importa qual seja o montante da dívida. É a compaixão do
Rei que é enfatizada na parábola. Para não ter a sorte daquele que foi
perdoado, mas se recusou a perdoar, é necessário “perdoar de coração ao seu
irmão” (v. 35).
Carlos
Alberto Contieri, sj
Vivendo a
Palavra
O
tempo da nossa vida é o prazo que o Senhor nos concede para mostrarmos gratidão
pelo dom de nossa existência – ‘pagarmos a nossa dívida...’ Devemos
aproveitá-lo seguindo a lição de Jesus de Nazaré, que viveu fazendo o bem a
todos. Este é o jeito de entrarmos desde agora no Reino do Céu, que um dia
gozaremos em plenitude com o Pai Misericordioso.
Reflexão
Nós não temos como pagar a Deus para
obtermos o perdão dos nossos pecados, de modo que merecemos a paga pelos mesmos
que é a morte. Mas o amor misericordioso de Deus não permite que nenhum dos
seus filhos e filhas seja entregue à morte, de modo que a verdadeira paga pelos
nossos pecados foi a obediência de Jesus, amando-nos até o fim e, assim, apesar
dos nossos pecados, temos a eterna aliança com ele. Desse modo, Deus nos dá o
exemplo do verdadeiro perdão, nos ensinando que tudo devemos fazer para
restaurar a unidade perdida por causa dos males que as pessoas comentem contra
nós.
Meditação
É fácil perdoar? - Pense
em alguma situação de sua vida que “depois da tempestade” trouxe-lhe a bonança.
- Conhece alguma situação de devedor cuja situação chegou a bom termo? - E o
contrário? - Comente o “perdoai assim como nós perdoamos” do pai nosso!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentários do Evangelho

1 - PERDOAR SEM LIMITES! - Olívia
Coutinho - 15 de Agosto de 2013 - Evangelho– Mt 18,21-19,1
Quantos de nós,
fazemos questão de dizer que somos cristãos, que somos seguidores de Jesus,
quando na prática, agimos de forma contrária a Dele! Quantas vezes rezamos a
oração do Pai Nosso, na qual pedimos perdão a Deus pelas nossas faltas, mas
não cumprimos o que prometemos a Ele nesta oração; não perdoamos a
quem nos ofendeu!
O evangelho de hoje nos
fala da importância do perdão! “Pedro, aproximou-se de Jesus e perguntou:
Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?
Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete”. E em seguida, Jesus conta a parábola do servo cruel, que
mesmo sendo perdoado pelo rei, não perdoou ao seu devedor e por isto ele foi
duramente castigado pelo rei. Concluindo esta parábola, Jesus faz uma
advertência que vale para nós todos: “É assim que meu Pai fará
convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
A falta de perdão fecha o
nosso coração à graça de Deus, nos afasta do banquete da vida, a
Eucaristia! Enquanto que a alegria do perdão é infinita, tanto para
quem dá o perdão, quanto para quem recebe! Portanto, compensa nos
esforçarmos em despir do nosso orgulho, para viver a alegria do perdão, a
alegria de reaproximarmos de Deus, reaproximando do nosso irmão!
Sabemos
que não é fácil reconciliar com quem nos ofendeu, mas se recorrermos a Deus,
com certeza, Ele nos ajudará a vencer este desafio!
O perdão é uma questão de
decisão, de humildade, nosso primeiro passo, é reconciliar com nós mesmos,
reconhecendo que não somos perfeitos, que somos sujeitos a falhas e que também
cometemos injustiças. É a partir desta consciência, que uma fresta se abre em
nosso coração, por onde Deus entra, e abre o caminho da nossa
reconciliação com Ele, nos reconciliando com quem nos
ofendeu.
É muito comum,
sermos ofendidos, ou ofendermos o outro impensadamente, o que não significa que
não amamos esta pessoa, geralmente, somos ofendidos, ou ofendemos as pessoas
mais próximas de nós, portanto, não vale a pena guardar ressentimentos de
pessoas que amamos, ou melhor, não devemos guardar ressentimentos de ninguém!
Jesus nos deixou um
grande exemplo de Perdão, quando pregado na cruz, Ele pronunciou estas
palavras:“Pai perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo”! Lc 23,34.
Quando sentirmos dificuldades em perdoar alguém, lembremo-nos deste grande
exemplo de Jesus!
Muitas vezes, nós
queremos receber o perdão de Deus, mas não queremos perdoar o outro! Como
podemos querer o perdão de Deus se não perdoamos o nosso irmão?
Não somos modelos
de perfeição, não somos infalíveis, temos qualidades e defeitos, por isto todos
nós merecemos uma nova chance, uma chance que deve partir de nós mesmos: no
pedir e no dar o perdão!
Assim como Jesus
acolhe o pecador arrependido e esquece todo o seu passado, nós também devemos
perdoar e acolher quem nos ofendeu, perdoar quantas vezes for necessária,
perdoar sem limites!
Quem vê o irmão com o
olhar de Jesus, vive a experiência da alegria do perdão!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
2 - Perdoar setenta sempre – Sal -
15 de
agosto - Evangelho - Mt
18,21-19,1
Não te digo até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.
Quantas vezes
devemos perdoar aquela pessoa que nos chateia, que nos ofende, nos maltrata, ou
nos persegue etc ? A resposta de Jesus é: infinitas vezes.
70x7=infinito. Jesus quer nos dizer hoje que não existe limite para
perdoar. Uma, duas, cinco dez vezes? Não. Inúmeras vezes. Isto se quisermos
obter o perdão do Pai, e alcançarmos a vida eterna. Caso contrário, se não
pretendermos ser perdoados e salvos um dia, podemos matar, perseguir, e
prejudicar a quem quer que seja. Percebeu agora porque existe a violência
no mundo? É PORQUE MUITOS NÃO SABEM OU NÃO QUEREM SABER QUE UM DIA NOSSA ALMA
SERÁ JULGADA POR TUDO O QUE FIZERMOS NESTA VIDA TERRENA, PRINCIPALMENTE COM O
NOSSO IRMÃO. Porque se tais pessoas soubessem ou se importassem com essa
fatal realidade, não agiriam assim. E nós, que sabemos o que Jesus
ensinou, precisamos avisá-los disso enquanto pudermos e enquanto é tempo. Não
podemos cruzar os braços, como se não tivéssemos nada a ver com a condenação
dos nossos irmãos. Cuidado! Ninguém se salva sozinho. Precisamos salvar almas
para que a nossa alma também seja salva! Então? O que você está esperando? Um
convite especial do padre de sua paróquia? Meu irmão! Mexa-se! Vai lá agora e
se apresente para trabalhar pela causa do Reino de Deus. Qualquer uma das pastorais,
de preferência a pastoral da Catequese.
Prezados irmãos. No
Evangelho de hoje Jesus insiste que a virtude mais importante depois da fé, é a
caridade. Jesus insiste em nos deixar bem claro queo nosso relacionamento com
os nossos irmãos podem nos condenar ou nos salvar. Não adianta participar
da missa todo dia, rezar mais de um terço, jejuar, etc, se ignoramos aqueles
que precisam de nós, e que nós podemos ajudar. Se passamos diretos virando a
cara para o outro lado, quando vimos um irmão caído no chão. Quando chamamos de
vagabundo um irmão que nos pede umas moedinhas para comprar um pão. Quando não
ajudamos os nossos familiares que não tiveram a sorte que nós tivemos, e que
passam por necessidades...
Hoje, também Jesus nos
avisa que só seremos perdoados, se perdoamos os que nos ofendem. Portanto, meu
irmão, minha irmã. Preste bastante atenção na palavra de VIDA ETERNA.
Sal.
3 - “a medida do perdão não tem
limite”- Helena Serpa - 15 de agosto - Evangelho - Mt 18,21-19,1
Jesus conta a parábola do servo cruel e abre os nossos olhos para agir
aqui na terra da mesma forma que o Pai do céu faz conosco. Partindo da
interrogativa de Pedro de quantas vezes perdoarmos Jesus nos ensina a fazer
justiça com aqueles que pecam contra nós, conforme a maneira de Deus pensar.
Assim sendo, Jesus nos explica que o perdão existe para ser dado infinitamente
e não depende do tamanho da falta de quem a cometeu. Na mesma medida em que
Deus perdoa as nossas dívidas que são muito maiores do que somas de dinheiro
também nós precisamos oferecer o perdão às pequenas ou grandes faltas que os
nossos irmãos cometerem contra nós. Não obstante não podemos nos limitar a
perdoar dívidas contraídas materialmente, mas também o que ficou marcado como
resultado delas, ou seja, os ressentimentos, as mágoas, etc. O ato de perdoar
não demonstra dizer que estamos apoiando o erro do nosso irmão, mas que podemos
compreender as suas razões e dispensar o desgosto que poderia ficar registrado
no nosso coração. Dessa forma, não se trata de quantas vezes tenhamos que
perdoar porque a medida do perdão é contínua, não tem limite. Tantos quantos
são os dias da nossa vida e, enquanto caminharmos aqui, nós necessitaremos do
perdão de Deus para as nossas inúmeras culpas, entretanto, só nos sentiremos
inteiramente perdoados, se, na mesma medida aplicarmos essa regra para com
aqueles (as) que nos têm ofendido. Jesus não nos deixa dúvidas quanto ao perdão
que temos de dar ao irmão: DE CORAÇÃO! Quem perdoar, naturalmente será também
perdoado. A compaixão é um atributo de Deus e nós como fomos criados à Sua
imagem e semelhança temos também em nós o dom de perdoar. – Você tem exercitado
o dom de perdoar? – Você pelo menos deseja perdoar? – A quem você está
precisando perdoar? – Você se sente perdoado por Deus na mesma medida com que
você tem perdoado os seus irmãos?
Helena Serpa
4 - Não te digo até sete vezes,
mas até setenta vezes sete. Padre Queiroz - 15 de Agosto de 2013 -
Quinta - Evangelho - Mt 18,21-19,1
Não te digo até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.
Neste Evangelho, Jesus
nos fala do perdão. O texto começa com uma pergunta do Apóstolo Pedro a Jesus,
sobre quantas vezes devemos perdoar uma pessoa. Jesus responde que devemos
perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, expressão hebraica que
significa: ao infinito.
E, para deixar bem claro,
Jesus conta a parábola do servo cruel. É um empregado que foi perdoado pelo
patrão, de uma grande dívida, e depois não perdoou ao seu colega, de uma
pequena e irrisória dívida. Por isso foi duramente castigado pelo patrão.
Jesus conclui a parábola
com um recado para todos nós: “É assim que meu Pai fará convosco, se cada um
não perdoar de coração ao seu irmão”.
O patrão representa Deus,
o empregado que devia a enorme fortuna somos nós, e o outro que devia uma
pequena quantia são as pessoas que nos ofendem ou prejudicam.
Nós tínhamos uma enorme
dívida com Deus, o pecado original e os nossos pecados pessoais. E ele nos
perdoou, e continua perdoando, completamente.
O tamanho de uma ofensa
varia também de acordo com a pessoa ofendida. No nosso caso, o ofendido é Deus,
que é infinito. Portanto, as nossas ofensas a Deus são sempre muito grandes.
Deus nos perdoa, mas quer
que nós também perdoemos a nosso próximo, seja de que for. Se não o fizermos,
ele retira o seu perdão e nos castiga, como fez o patrão com o seu empregado
cruel.
Por isso que Jesus nos
fala: “Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que
teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai
primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda”
(Mt 5,23-25). De fato, não tem cabimento nós não perdoarmos alguém e querem
manter uma amizade com Deus, pois Deus está no nosso próximo! Seria um
comportamento contraditório na nossa parte: hora louvamos a Deus, hora não
queremos conversa com ele.
O nosso perdão ao próximo
não pode ter limites, nem quanto ao número de ofensas, nem quanto ao tamanho ou
tipo de ofensa.
O perdão é o único
caminho para recuperar a fraternidade, a paz e a alegria, após uma ofensa
recebida. O perdão impede aquele terrível círculo vicioso: a vingança gera a
violência, e esta gera mais vingança... O ressentimento faz aumentar falsamente
o tamanho de uma ofensa.
No Pai Nosso, nós pedimos
a Deus que nos perdoe do jeito que perdoamos aos outros. Isso nos compromete,
porque, se guardarmos rancor, cada vez que rezamos o Pai Nosso estamos pedindo
a Deus que guarde rancor de nós!
Jesus disse: “Não
julgueis, e não sereis julgados. Pois o mesmo julgamento com que julgardes os
outros servirá para vós; e a mesma medida que usardes para os outros servirá
para vós. Por que observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave
que está no teu olho?” (Mt 7,1-3).
O próprio Jesus, na cruz,
nos deu o exemplo, quando rezou a Deus Pai pelos que o torturavam: “Pai,
perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Mesmo morrendo,
ele encontrou forças para refletir e encontrar uma saída para não sentir mágoa
daqueles algozes: “Eles não sabem o que fazem”.
Se não encontrasse essa
saída, Jesus morreria com mágoa deles. E daí, lá no céu, como que fica? Porque
lá não entram duas pessoas de cara virada uma com a outra. E Jesus queria o
arrependimento e a salvação de todas aquelas pessoas que o mataram. Depois
desse exemplo de Jesus, ninguém de nós tem direito de negar o perdão, seja a
quem for e seja de que for.
Perdoar não é sinal de
fraqueza; pelo contrário, é sinal de muita coragem, bravura e heroísmo. Panacas
são os que não perdoam.
O motivo principal do
nosso perdão não está na pessoa que nos ofendeu, mas no mandamento de Deus.
Claro que, depois, vamos
ser mais prudentes com aquela pessoa que nos ofendeu ou prejudicou. “Sede
prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16). “Gato que
caiu em água quente tem medo de água fria”. Nós vamos evitar situações
semelhantes àquela em que a pessoa nos ofendeu ou prejudicou. Mas isso, sem
julgar a pessoa.
O perdão é importante
principalmente na vida familiar, dentro das quatro paredes de uma casa.
Certa vez, um casal
brigou. Brigou feio e ficaram de mal. Quando era necessário dizer alguma coisa
ao outro, faziam-no através de bilhetes. Aconteceu que um dia o homem chegou do
serviço preocupado. Seu chefe havia marcado uma reunião na firma no dia
seguinte, uma hora antes de começar o trabalho. Portanto ele devia levantar-se
não às 05:30, como de costume, mas às 04:30 horas. O que ele fez. Escreveu em
um papel: "Por favor, me acorde às 04:30 da madrugada". E colocou o
bilhete em cima do travesseiro da esposa. E procurou dormir mais cedo.
Quando a esposa foi
dormir, encontrou o bilhete. O que ela fez. No dia seguinte, levantou-se às
04:30 e colocou ao lado da cabeça dele o seguinte bilhete: “São 04:30 horas.
Está na hora de você se levantar.”
Claro que essa mulher foi
cruel. Mas os dois estavam errados, porque, quando entramos em atrito com alguém,
a paz deve voltar antes do por do sol. Se isso vale para todos, muito mais para
o casal.
A mãe sabe ser
“pára-raios” quando membros da família se desentendem. Que a nossa querida Mãe
do Céu nos ajude a perdoar e a viver unidos com todos.
Não te digo até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.
Padre Queiroz
5 - Se teu irmão tiver pecado...-
Maria Cecília – 15 de agosto - Evangelho
- Mt 18,21-19,1
Este evangelho é
anunciado logo após Jesus ter tratado do pecador incorrigível, caso
extremo que leva a excomunhão. Neste contexto, Ele passa à situação
contrária e bem mais comum do perdão e da reconciliação dentro da
comunidade. A situação é a mesma: "Se teu irmão tiver pecado..." Mas
neste caso, o pecador escuta a parte ofendida, ou algumas testemunhas, ou toda
a comunidade. Mas, outra questão surge.. Quantas vezes essa pessoa deve ser
perdoada? Pedro, novamente como porta voz do grupo, responde a si mesmo,
com o que imagina ser uma resposta generosa: "Até sete
vezes?" Porem Jesus o corrige e surpreende quando
responde: setenta vezes sete. Não se deve entender literalmente este
número, mas sim com o simbolismo que ele traz em si. Na Bíblia, o 7 tem
significado de totalidade, plenitude, completação. Assim é vingado Caim (Gn
4,24a).
Quando aparece
multiplicado por ele mesmo, como no caso de Lamec, vingado por setenta vezes
sete (Gn 4,24b), não significa excesso, mas sim a retirada do limite implicado
na totalidade. Essa mesma idéia de totalidade, plenitude, do numero sete, é
usada no Novo Testamento. São sete os pães multiplicados e sete os cestos
de pedaços que sobraram (Mt 15,34.37). O que deve ser apreendido
deste trecho é que ao cristão não cabe colocar limites ao perdão.
Para melhor esclarecer o
perdão sem limites, Jesus usa como exemplo, a parábola do devedor implacável.
Esta parábola é uma outra forma narrativa para o segundo pedido que
fazemos ao rezar o Pai Nosso: "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como
nos perdoamos aos que nos ofenderam" (Mt 6,12). Desta maneira, Ele evidencia que
a disposição de Deus para nos perdoar depende da nossa disposição de
perdoar os que nos ofendem. Devemos identificar o rei, da parábola,
com Deus. Notemos que esse rei é tratado como senhor, exige uma
prestação de contas, e demonstra sua misericórdia ao perdoar a
dívida enorme. Entretanto, o servo implacável nada aprende com o exemplo
de seu rei e age de forma cruel com outro servo, que lhe é devedor, fato
que resulta na revogação do seu perdão.
Este trecho do evangelho
nos adverte de que o perdão de Deus, e inesgotável, mas está
condicionado a nossa disposição de perdoar os outros. Mostra-nos também
que até o perdão concedido por Deus pode ser revogado, se não soubermos,
como Ele, perdoar. Cuidem-se! Os implacáveis São excluídos da misericórdia
divina, e aqueles que desejam receber essa misericórdia, precisam ser
misericordiosos com os outros.
O evangelista termina sua
narrativa dizendo que Jesus, tendo terminado esses discursos, deixou a
Galileia, entrando no território da Judéia. Para melhor compreender esta
focalização, e preciso esclarecer que, para Mateus, a Galileia é lugar de revelação
(cf.4,12-17) e a Judéia é o lugar de rejeição e morte. Sabendo disso, fica
claro que este texto de Mateus tem a intenção de orientar as comunidades
cristãs sobre como lidar com problemas de busca de posição, escândalo,
deslizes, reconciliação e perdão.
Maria Cecília
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/2013/08/se-teu-irmao-tiver-pecado-maria-cecilia.html
6 - Perdoar
sempre- Diac. José da Cruz - QUINTA FEIRA DA 19ª SEMANA DO TC
15/08/2013 - 1Leitura Josué 3, 7-10 - Salmo 113ª(114),7 “Ante a face de Deus,
treme, ó terra! - Evangelho Mateus 18, 21-19,1
Sempre que meditamos esse
evangelho, nosso coração certamente se questiona de maneira inquietante porque
se dá conta de que perdoar sempre, sem nenhum limite ou condição, a quem nos
ofender, é algo quase impossível, pois a gente perdoa, mas quando a vê a pessoa
lá vem no coração um restinho da raiva que ali sobrou, pelo mal que ela nos fez.
E não adia ta querer disfarçar, pois isso acontece com todos nós, na família,
no trabalho e na comunidade.
A prática cristã deixada
por Jesus parece sempre tão fascinante mas quando chega nesse amor radical pelo
próximo, que ama sempre e perdoa sempre, a gente fica se lamentando, quando
percebe que não somos capazes de tal proeza. Será que Jesus, sendo nosso Deus e
Senhor, não sabe que teríamos dificuldade para por isso em prática? Se esse for
um dos critérios principais para demonstrarmos nossa total fidelidade á Jesus
Cristo e a seu evangelho, quem irá sobrar no final? Ou melhor, irá sobrar
alguém?
Precisamos compreender
esse evangelho com muita clareza, para que o desânimo não nos faça desistir de
ser cristão, achando que o mesmo não é para nós, pois não somos perfeitos e
santos como Deus espera que sejamos. Então vamos para algumas observações
importantes nesse sentido. Em primeiro lugar, como membros da Igreja peregrina
nesta terra, na prática das virtudes morais e da relação com o nosso próximo,
sem por cento não conseguiremos atingir pois o amor é infinito e sempre há algo
novo a ser alcançado na experiência amorosa que fazemos com Deus e com o
próximo. É como se marcássemos uma montanha como a nossa referência do
horizonte, e quando chegamos lá, descortinamos outro horizonte mais á frente, a
ser alcançado.
Foi esta lógica que levou
o apóstolo Pedro a descortinar um patamar bem acima das práticas judaicas do
perdão, que se limitava a três vezes, com as pessoas mais próximas, Pedro
descortinou um horizonte novo, que ao ser alcançado, estaria em concordância
com os ensinamentos do Mestre, ou seja, há um limite, um patamar que é a
referência, e que cada um deve esforçar-se em atingi-lo. Talvez isso possa se
aplicar a outras religiões como o próprio Judaísmo, Hinduísmo, Mulçumanos e
outras mais, onde a Divindade se deixa encontrar mas isso requer o esforço
humano de elevar-se a patamares mais altos, na virtude moral e na relação com o
outro. No cristianismo porém, isso cai por terra, pois a iniciativa é sempre de
Deus, é ele que nos atrai para a Salvação que ele mesmo oferece.
Esse evangelho não exige
de nós que da noite para o dia a gente saia por aí, á procura de quem nos
ofendeu, ofereça a ele o nosso perdão e tudo volte a ser como era antes. Isso
seria uma grande utopia. Exatamente por isso que a parábola nos mostra algo de
grandioso... a relação amorosa de Deus para com cada um de nós, tínhamos para
com ele uma dívida impagável ( o Devedor da parte 1 da parábola, aquele que
implorou e suplicou pedindo um prazo) o Credor sabia que jamais ele pagaria, e
perdoou totalmente toda a dívida. É aqui que vem a prática que Jesus ensinou
aos discípulos: ter pelo menos um coração que consiga perdoar o “pouco” que o
próximo nos deve e para isso, basta apenas sempre termos presente que a nossa
dívida era impagável e ele nos perdoou.
Fica como conclusão desta
reflexão, prestarmos muita atenção ao nosso dia a dia, onde as pequenas ofensas
que possamos receber, no trânsito, na família, no trabalho e até na comunidade,
possam ser relevadas, sinal de que há em nós uma misericórdia Cristã, que
sempre se exercita em pequenos gestos de perdão, estando assim preparados para
perdoar também uma grande ofensa, quantas vezes seja necessário.
7 - Quem muito foi perdoado por
que não perdoa? -Alexandre Soledade
Bom dia!
Começo essa reflexão com
a sugerida pelo site da CNBB;
“(…) Nós não temos como
pagar a Deus para obtermos o perdão dos nossos pecados, de modo que merecemos a
paga pelos mesmos que é a morte. Mas o amor misericordioso de Deus não permite
que nenhum dos seus filhos e filhas seja entregue à morte, de modo que a
verdadeira paga pelos nossos pecados foi a obediência de Jesus, amando-nos até
o fim e, assim, apesar dos nossos pecados, temos a eterna aliança com ele.
DESSE MODO, DEUS NOS DÁ O EXEMPLO DO VERDADEIRO PERDÃO, NOS ENSINANDO QUE TUDO
DEVEMOS FAZER PARA RESTAURAR A UNIDADE PERDIDA POR CAUSA DOS MALES QUE AS
PESSOAS COMENTEM CONTRA NÓS”.
Tai uma das situações que
precisam de nossa atenção para nosso crescimento: O perdão.
Perdoar ou pelo menos
relevar uma situação, pode sim demonstrar um grande grau de maturidade nosso
como cristão. Bem sabemos que existem coisas que são mais fáceis de esquecer e
outras que somente o tempo curará (e talvez não se apague por completo), talvez
seja por isso, um dos grandes desafios a serem enfrentados nas relações
sociais, em comunidade ou apenas entre duas pessoas.
Se por um lado o perdão
revela a maturidade ou a vontade daquele que desculpa, a insistência em brigar
revela o quanto precisamos ainda crescer. Talvez seja essa a maior causa das
brigas – a insistência em brigar.
Quem muito foi perdoado
por que não perdoa? Quem já conhece bem a vontade de Deus em sua vida, por que
não o honra com a mudança de atitude e não somente com as palavras? Se notamos
que a discussão não levará em nada por que não por um ponto final? No evangelho
e na nossa vida, se o perdão foi dado, por que o servo (ou eu) não perdoou uma
divida menor?
Talvez a resposta seja
que nossa conduta não anda na mesma mão das nossas palavras.
Outro ponto… O perdão reabre
horizontes para aquele que foi perdoado em especial os condenados injustamente.
Se sei disso por que retenho o perdão? Orgulho?
Desse mal sofrem as
pessoas que por vezes nada nos fizeram, mas os nossos pré-conceitos as afastam
de nós e da comunidade. São aqueles que conhecemos por onde andaram e
conseqüentemente o dano que proporcionaram a suas vidas e a dos outros com suas
atitudes. Quem não conhece a história de alguém que errou, se arrependeu, mas
que nunca mais conseguiu se levantar pela falta de amor dos irmãos em
acolhe-lo?
Quando dizem que as
pessoas que muito erraram acabam se tornando evangélicas é uma dura verdade.
Temos ainda uma tremenda deficiência em acolher aquele que volta. Por vezes
queremos saber o que e como fizeram, por onde andaram, (…) mas nada fazemos de
concreto para recebê-los. E mais uma vez, fui perdoado do castigo, mas com
empenho anda maior pulo do pescoço do que esta frágil.
“(…) Tomai precaução,
meus irmãos, para que ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto
de abandonar o Deus vivo. Antes, animai-vos mutuamente cada dia durante todo o
tempo compreendido na palavra hoje, para não acontecer que alguém se torne
empedernido com a sedução do pecado. Porque somos incorporados a Cristo, mas
sob a condição de conservarmos firme até o fim nossa fé dos primeiros dias…”.
(Hebreus 3, 12-14)
Sim é bem verdade que o
que retorna deve por si só reconquistar a confiança e o seu espaço, mas se
patrão já perdoou, por que é que nos comportamos como os donos da chave da
porta?
O perdão deve reabrir
horizontes no perdoado, sendo semelhante ao preso que deixa a cadeia e passa
dar valor a liberdade. SER LIVRE É VIVER, mas cada um tem o direito de escolher
se deseja viver brigando ou caminhado. Eu escolhi caminhar! E de preferência acompanhado.
Um imenso abraço
fraterno.
8 - Não te digo até sete vezes,
mas até setenta vezes sete.-Claretianos - Quinta-feira, 15 de agosto de
2013 - 19ª Semana do Tempo Comum
Primeira leitura: Josué
3,7-10a.11.13-17
Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão
adiante de vós.
Salmo responsorial: Salmo 113A, 1-2.3-4.5-6
Aleluia, Aleluia, Aleluia
Evangelho: Mateus 18, 21-19,1
Salmo responsorial: Salmo 113A, 1-2.3-4.5-6
Aleluia, Aleluia, Aleluia
Evangelho: Mateus 18, 21-19,1
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
O
tema de hoje trata da experiência do perdão. Eu só consigo perdoar na
medida que faço a experiência do perdão na minha vida. Sentir-se perdoado,
acolher o perdão e a misericórdia de Deus é o fundamento da própria
experiência do divino em nossa vida. E ela tem relação com o meu
relacionamento com as outras pessoas.
A
minha relação com o outro deve imitar a reação que o próprio Deus tem
comigo. O que o Senhor fez comigo é o que somos convidados a fazer com os
outros. Pedro, ainda influenciado pela lógica humana, pergunta a Jesus sobre os
limites do perdão, que devem ser ilimitados. O evangelista conhece a
importância do perdão para a vida, não só de cada pessoa, mas também da
vida da comunidade, ao revelar o profundo significado desse gesto.
O
perdão na comunidade não pode ter limites, pois Deus perdoou nossa dívida
incalculável que temos para com ele. Quem experimenta a misericórdia do
Pai não pode andar calculando as fronteiras do perdão e do acolhimento ao irmão
e quem não perdoa não é perdoado.
O amor exige o perdão sem medida
Só pode amar quem sabe perdoar, e perdoar é a consequência de quem
ama, porque o amor exige o perdão sem medida.
“Pedro
aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu
irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não te digo até
sete vezes, mas até setenta vezes sete’” (Mt 18,21-22).
A
característica daquele que se faz discípulo de Nosso Senhor Jesus Cristo é
aprender a ter um coração como o d’Ele. O Senhor veio até nós para nos ensinar
a vivermos como Seus filhos, nos ensinar a encontrar a graça primitiva, a graça
amorosa da qual Ele nos criou.
Aqueles
que tem em si o Espírito do Senhor têm a capacidade de amar e perdoar. Essas
são duas coisas inseparáveis no coração de um discípulo de Cristo, são como
dois pulmões. Só pode amar quem sabe perdoar, e perdoar é a consequência de
quem ama, porque o amor exige o perdão sem medida.
Às
vezes, nós amamos alguém até que este nos faça mal, até nos ferirmos, nos
machucarmos. Isso é muito difícil, porque, no caminho da vida, existem os
acidentes ou percalços da vida. Só existe um remédio para cicatrizar esse mal
que fica em nosso coração por causa dos desentendimentos humanos: o perdão sem
medida.
Muitas
vezes, nós nos sentimos cansados, sem forças para perdoar, mas, na verdade, não
é o outro quem precisa do nosso perdão, mas sim o nosso coração, a fim de que
possamos estar bem, respirarmos profundo e vivermos o bem. Para viver uma vida
intensa nosso coração precisa perdoar sempre.
Hoje,
a graça que estou pedindo a Jesus é que Ele venha quebrar o nosso coração para
que este se torne semelhante ao do Senhor. Só quem tem um coração manso e
humilde, aberto para amar sem medida é capaz de perdoar sempre, até setenta
vezes sete.
Que
o Senhor nos conceda hoje e sempre essa graça.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA: OLHAR PARA O CÉU
PARA AMAR A TERRA
(Liturgia
da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora) - 15 de
Agosto
De vez
em quando olho para o céu estrelado durante as noites sem nuvens. Parece que é
quase possível tocar com as estrelas luminosas que pululam, dando a impressão
de que estão bem próximas, ao nosso alcance, não obstante estejam distantes a
milhões de quilómetros.
As
leituras da festa da Assunção de Nossa Senhora convidam-nos a levantar os olhos
na direcção do céu. A primeira leitura do livro do Apocalipse (11,19;
12,1.3-6.10) contém uma visão celeste e o objectivo final da humanidade, destinada
a participar da ressurreição de Cristo e da comunhão com Deus, como lemos na
segunda leitura (1Cor 15,20-27).
Na
verdade o que o Evangelho contém é, em primeiro lugar, uma "ascensão"
de Maria, mas não em direcção ao céu e não no final da sua vida: “Naqueles
dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá”. A
sua ascensão, mesmo antes da sua Assunção é a subida para a região montanhosa,
para que lá no alto, faça o seu Sim transformar-se em serviço!
Isso
acontece no início, depois de ter recebido a visita do anjo Gabriel, de Nazaré
põe-se em viagem rumo às montanhas da Judeia, para visitar a “velha” parente
Isabel, de quem o anjo Gabriel havia falado.
Contemplando
esses três quadros que a liturgia “desenha” nesta festa, podemos compreender o
seu significado e colher os frutos para a nossa vida.
O
quadro do Apocalipse desenha uma luta. De um lado, uma mulher grávida, que dá a
luz um filho. Aqui podemos contemplar a humanidade que traz em si o anseio por
vida. De outro lado, um dragão que ameaça devorar o filho. Neste quadro podemos
ver o mal que atenta contra a vida!
O
parto é bem-sucedido e o filho é levado diante de Deus, protegido contra os
ataques do mal. A luta entre o bem e o mal, que presenciamos todos os dias no
mundo e experimentamos na nossa própria vida, já é vitoriosa se olharmos para a
visão celeste. O Filho, Jesus, já está na glória de Deus, ainda que a
humanidade, representada pela mulher, ainda esteja a caminho nesta terra, por
um tempo transitório.
O
quadro da leitura da carta aos Coríntios faz-nos contemplar o Cristo
ressuscitado, que venceu a morte não só para si mesmo, mas também para todos os
membros do Seu corpo, haja vista que a Sua ressurreição difunde os seus efeitos
sobre todos aqueles que crêem n’Ele.
O
presente, tempo em que Paulo escreve aos Coríntios: “Como em Adão todos
morrem”, é o tempo no qual Jesus submete a Si o inimigo, até o momento de
entregar o Seu Reino (“a realeza”) ao Pai, e a Sua Obra será, então, completada.
Entre
aqueles que crêem em Cristo e recebem os frutos da Sua ressurreição está a Sua
mãe. Maria Assunta ao Céu representa a humanidade que já participa da
ressurreição de Cristo. É nela, que representa todos nós, que Jesus cumpre a
promessa feita aos discípulos: “Quando tiver ido ao Pai, voltarei e vos levarei
comigo”.
A
nossa humanidade já se encontra, portanto, no Céu, não somente por que Jesus é
o homem, mas também por causa de Maria.
O
terceiro quadro que as leituras da solenidade da Assunção de Nossa senhora
pintam é um quadro mais terrestre e mais humilde. Nele a jovem de Nazaré vai
visitar uma parente idosa da Judeia. O pintor desse quadro (Lucas) não nos dá
muitos detalhes dessa visita, nem da viagem e nem da permanência de Maria
naquela casa. Toda a atenção é canalizada para o diálogo entre a idosa Isabel e
a jovenzinha Maria.
Isabel
bendiz a Maria saudando-a como a “mãe do meu Senhor” e tece o mais belo elogio
à Maria: “Bem-aventurada é aquela que acreditou”.
Naturalmente
era de se esperar que Maria respondesse ao elogio mas, na realidade, ela abre a
boca para louvar o Senhor com o belíssimo cântico do Magnficat. É através do
cântico que Maria louva a Deus que realizou maravilhas na sua vida, bem como na
história do seu povo, para o qual se revelou como Aquele que faz justiça,
exalta os humildes e derruba os poderosos.
Maria
reconhece na sua história pessoal e na história do seu povo a acção
transformadora de Deus. É por isso que ela crê que isso não é apenas uma
ilusão, mas o verdadeiro caminho da história. Maria aponta para nós, portanto,
o Deus que olha para a realidade da humanidade: “porque olhou para sua pobre
serva”. A sua fé é uma fé encarnada na realidade. Aliás, foi essa fé que fez
com que Maria acolhesse o Filho de Deus; foi a fé que lhe permitiu acompanhá-lo
até a cruz e, finalmente, foi a fé que lhe abriu o caminho do Céu.
Um Céu
que não é uma realidade somente com o “fim” da nossa caminhada na Terra, mas
que começa já aqui para quem sabe “ler” nos eventos da vida e da história a
presença libertadora e salvífica de Deus. Este vislumbrar o céu permitiu
a Maria viver em plenitude a vocação na Terra, e a humilde obediência à vida
quotidiana na casa de Nazaré, a preparou para entrar no Céu com o seu Filho.
Maria
antecipa o nosso destino de participação na ressurreição de Jesus, porque nos
precedeu no caminho de uma fé plena e total a Deus, que se transformou em
obediência à Sua vontade na Terra.
FONTE: Pe. ulrish pais (Google+)
Sacerdote de Lisboa
LEITURA ORANTE
Mt 18,21-19,1 - Perdoar é amar

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando o Salmo 24
Mostrai-me, Senhor, vossos caminhos,
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação.
Recordai, Senhor Deus,
vossa ternura e vossa compaixão que são eternas.
De mim lembrai-vos, porque
sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!
1.
Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio com calma e atentamente, na minha Bíblia: Mt 18,21-19,1.
Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou:
- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim?
Sete vezes?
- Não! - respondeu Jesus.
- Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete
vezes. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um
acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe
devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para
pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem
vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse
vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do
patrão e pediu: "Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao
senhor."
- O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse
embora. O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que
lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e
começou a sacudi-lo, dizendo: "Pague o que me deve!"
- Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu: "Tenha paciência
comigo, e eu lhe pagarei tudo."
- Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia
até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia
acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão
chamou aquele empregado e disse: "Empregado miserável! Você me pediu, e
por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena
do seu companheiro, como eu tive pena de você."
- O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a
fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.
E Jesus terminou, dizendo:
- É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada
um não perdoar sinceramente o seu irmão.
Depois de dizer isso, Jesus saiu da Galileia e foi para a
região da Judeia que fica no lado leste do rio Jordão.
O perdão só é possível a quem ama. Deus ama a cada pessoa com seu amor
infinito. Ama, com capacidade de perdoar, quem se sente amado por Deus. À
pergunta de Pedro: "Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que
peca contra mim? Sete vezes? " Jesus disse que não só sete vezes, mas
setenta vezes sete. Ou seja, na comunidade dos seguidores de Jesus não existe
limite para o perdão. "Setenta vezes sete" quer dizer, sempre! A
história que Jesus conta em seguida é para lembrar que também nós precisamos de
perdão, também nós somos perdoados, por isso, devemos perdoar sempre.
2.
Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
O Evangelho de hoje me questiona profundamente, sobretudo se tenho
dificuldade de perdoar. Devo me lembrar de que o perdão mede a minha capacidade
de amar.
São Paulo fala sobre o amor cristão, em 1Cor 13, 4-7.Diz ele:
"Quem ama é paciente e bondoso.
Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
Quem ama não é grosseiro nem egoísta;
Não fica irritado, nem guarda mágoas.
Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se
alegra quando alguém faz o que é certo. Que ama nunca desiste, porém suporta
tudo com fé, esperança e paciência. "
"O sacramento da
reconciliação é o lugar onde o pecador experimenta de maneira singular o
encontro com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu perdão
misericordioso, faz-nos sentir que o amor é mais forte que o pecado cometido,
nos liberta de tudo o que nos impede de permanecer em seu amor, e nos devolve a
alegria e o entusiasmo de anunciá-lo aos demais com o coração aberto e generoso."
(DAp 254)
3.
Oração (Vida)
Uma oração recomendada pela Igreja está no documento de Aparecida: .Rezo
um Pai Nosso, pedindo a graça de buscar e acolher o sacramento da
reconciliação.
4.
Contemplação (Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Quero hoje e todos os dias de minha vida ter um olhar de amor que
tudo perdoa, tudo desculpa, tudo crê!
Bênção
Jesus Divino Mestre seja para ti
a verdade que ilumina,
o caminho da santidade,
a vida plena e eterna.
Que ele te guarde e defenda.
Plenifique de todos os bens
a ti e a todos que amas.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
a verdade que ilumina,
o caminho da santidade,
a vida plena e eterna.
Que ele te guarde e defenda.
Plenifique de todos os bens
a ti e a todos que amas.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
(Bem-aventurado Tiago Alberione, fundador da Família Paulina)
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração
Final
Pai
Santo, ensina-nos a generosidade, a gratuidade, a fraternidade. Que só de
bênçãos se encha o nosso coração – incapaz de julgamentos e culpas, mas sempre
aberto ao perdão e ao acolhimento. Que construamos uma comunidade de amigos,
nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.

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