quarta-feira, 14 de agosto de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/08/2019

ANO C


Mt 18,15-20

Comentário do Evangelho

Deus não desiste de nós, apesar de nós

No episódio ficou claro que a comunidade cristã deve ser caracterizada pelo serviço generoso, pelo acolhimento e pelo interesse pelo outro, a tal ponto de não medir esforços para recuperá-lo caso ele se distancie da comunidade.
A comunidade cristã é chamada a ser a comunidade dos reconciliados, em que o perdão deve ser oferecido e aceito. O próprio Cristo, cabeça da Igreja, nos reconciliou com o Pai.
A perícope de hoje é a consequência prática exigida pelo desejo expresso do Pai: “O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos” (v. 14). Nesse sentido, a atitude exigida de cada membro do povo que Cristo reúne é a iniciativa na reconciliação: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós!” (v. 15). É simplesmente, em primeiro lugar, ter presente que a Igreja é uma comunidade de irmãos (“Se teu irmão”). Tendo sido ofendido pelo pecado do irmão, a questão, aqui, é tomar a iniciativa de ajudá-lo no seu processo de conversão, de agir com misericórdia para com ele. É um empenho que exige não medir esforços para que ele se converta e viva.
Por que o Senhor vai atrás da ovelha que se perdeu até encontrá-la, os membros da Igreja devem proceder do mesmo modo, pois a Igreja é sinal de Cristo no mundo, e não se pode proceder de outra maneira, porque Deus não desiste de nós, apesar de nós. O único limite para o perdão e a reconciliação é o fechamento do outro. O amor fraterno deverá sempre ser constituído e exigirá sempre o empenho de cada um e de todos os membros da comunidade.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 14/08/2013

Vivendo a Palavra

Jesus viveu plenamente o testemunho de vida em fraternidade. Mas, além do exemplo, Ele falou aos discípulos, ensinando o jeito bom da correção fraterna e o poder da oração feita em comum com os irmãos. Esta é a nossa missão de Igreja de Jesus: construir e viver comunidade fraterna.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/08/2013

VIVENDO A PALAVRa

Inserido na sua comunidade, Jesus deu testemunho de vida plenamente fraterna. Mas, além do exemplo, Ele falou aos discípulos, ensinando o jeito bom da correção fraterna e o poder da oração feita em comum com os irmãos. Esta é a nossa missão de Igreja de Jesus: construir comunidades e viver nelas o espírito da fraternidade.

Reflexão

A vida em comunidade é essencial para que possamos sentir a presença de Jesus no meio de nós e usufruir dessa presença, porém ela não é fácil, principalmente por causa das dificuldades de relacionamento. A comunidade, para ser realmente cristã, deve ser pautada na misericórdia, no perdão e na acolhida dos que erram, buscando não a punição, mas sim o reerguimento e a superação dos que erram, possibilitando-lhes a conversão e a vida nova em Cristo. É por isso que Jesus nos mostra, no Evangelho de hoje, as exigências da correção fraterna juntamente com a sua promessa de presença no meio de nós.
Fonte: CNBB em 14/08/2013

Reflexão

A comunidade cristã não é perfeita. Que atitude se deve tomar quando alguém peca? Fazer de conta que nada aconteceu? Jesus propõe a correção fraterna. Os vários passos sugeridos no processo de corrigir o irmão que pecou mostram que é necessário tratar com respeito a pessoa em causa, e com bons modos levá-la a arrepender-se e emendar-se. Nobre atitude, um alerta para nós que, com facilidade, julgamos e condenamos! Para que não se cometam injustiças contra nenhum dos irmãos da comunidade, em relação a quem errou, todos são convidados a pedir em oração pelo bem de seus membros. Se houver unidade entre eles e acordo sobre o que pedir, Deus atenderá o pedido da comunidade, pois Cristo, o único caminho que leva ao Pai, está presente onde duas ou mais pessoas se encontram reunidas e unidas em seu nome.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditação

Diante de meu próximo que erra, sigo os ensinamentos de Jesus ou vou logo “pondo a boca no mundo”, falando de tudo a todos? - Julgo o erro em si ou a pessoa que erra? - Em meus julgamentos, procuro colocar acima de tudo a caridade? - Será que tenho direito de “atirar a primeira pedra” em alguém? - Meu telhado às vezes não se parece com um “telhado de vidro?” - Julgo a partir de um agir imparcial ou levado por simpatias e antipatias?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 14/08/2013

Meditando o evangelho

GANHAR O IRMÃO

A difusão do Reino depende do testemunho da comunidade cristã. Uma comunidade dividida seria um contratestemunho que leva as pessoas a se afastarem do Reino. Pelo contrário, a comunidade fundada no amor e no perdão atrai as pessoas para Deus.
A ofensa, que cria divisões, deve ser reparada o mais rápido possível. Por isso, a vítima do ultraje alheio não deve esperar que o seu agressor venha pedir-lhe perdão. Ela mesma deverá tomar a iniciativa de refazer os laços rompidos, dando mostras de ter perdoado e de desejar a reconciliação. O mais importante é ganhar o agressor para o Reino, ajudá-lo a superar sua mentalidade egoísta, que não respeita o próximo, e levá-lo a comportar-se como verdadeiro discípulo do Reino.
Se, apesar de mostrar de boa-vontade, o ofensor insiste em manter a ruptura, então, é preciso tomar medidas mais sérias, para que não ser conivente com esta mentalidade contrária ao Reino, e o ofensor se sinta movido a mudar de atitude. Deve-se chegar até a providência extrema de convocar a comunidade para discernir, em clima de oração, se convém ou não conservar, entre seus membros, essa pessoa que se recusa a viver reconciliada. Não se descarta até mesmo a possibilidade de excomunhão. Contudo, é preciso fazer o possível para que o pecador se converta.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Pai, dispõe-me ao perdão e à reconciliação, e não permitas que eu insista em manter-me afastado de quem me ofendeu ou ao qual eu ofendi.

Comentários do Evangelho

1 - Se ele te ouvir, tu ganhaste teu irmão – Claretianos

Primeira leitura: Deuteronômio 34,1-12

E Moisés morreu ali, conforme a vontade do Senhor. Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés.

Salmo responsorial: Salmo 65,1-3a.5 e 16-17 (R. 20a.9a)

Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá vida à nossa vida.

Evangelho: Mateus 18, 15-20

Se ele te ouvir, tu ganhaste teu irmão

A comunidade vai adquirindo consciência e clareza da sua importância em nossas vidas e no mundo que nos rodeia. Jesus questiona a forma de solucionar os problemas que temos em nossas comunidades. Dá-se com freqüência que os rumores e comentários prevalecem sobre a verdade e o respeito que devemos ter para com os demais. Jesus nos chama a dialogar, escutar e enfrentar os problemas com os irmãos de forma direta e sem rodeios.
Porém, se os problemas persistem, devemos passar ao âmbito da comunidade, já que é nela onde partilhamos nossas alegrias e penas, nossos altos e baixos; na comunidade encontramos pessoas que nos acompanham, nos conhecem e nos amam; a comunidade é, portanto, o melhor espaço para discutir os problemas e buscar as melhores soluções.
Jesus insiste na importância da oração, porém em comunidade. Quando partilhamos nossas vidas e sentimentos com nossas comunidades, a pessoa vai crescendo na perspectiva do Reino de Deus. A partilha da Palavra, à luz do trabalho comunitário, permite partilhar outras experiências de vida que levam a enriquecer a mensagem e nos impulsiona a combater o individualismo reinante na sociedade. A comunidade é a casa predileta de Jesus.

2 - “Unidade na vida e na oração” - Helena Serpa

O Senhor nos propõe, hoje, Unidade na vida e na oração, por isso nos exorta a que sejamos pessoas coerentes nas nossas atitudes de relacionamentos, prudentes nos julgamentos, com a consciência de que o céu é testemunha das nossas ações na terra. Ele nos afirma que seremos atendidos na nossa oração em comum quando tivermos unidade uns com os outros nas nossas reivindicações. A Sua primeira exortação é para que não condenemos ninguém somente pelas aparências, sem avaliar os seus motivos. Ele mesmo nos ensina os passos para que possamos ajudar ao nosso irmão quando ele erra. Ninguém tem direito a se omitir, muito pelo contrário, todos nós somos convidados por Deus a nos manifestar com amor a fim de esclarecer certas situações. Enquanto não tivermos a consciência do que se passa com os nossos irmãos, não poderemos desistir deles, mesmo que seja preciso pedir o auxílio de pessoas e até mesmo da Igreja. Deus nos colocou aqui na terra como colaboradores da sua obra e o nosso irmão é criação de Deus, necessitado de salvação, de misericórdia e de compreensão. Depois, Jesus nos dá conhecimento de que todas as nossas ações aqui na terra terão ressonância no céu. Por isso, tudo que fizermos aqui na terra terá o efeito no céu, conforme seja a nossa ação. Desse modo, Ele nos abre os olhos para enxergar que não vivemos somente para a terra e, que aqui, estamos construindo a nossa morada no céu. A nossa prudência nos julgamentos se alia ao amor, ao zelo e a fraternidade, dessa forma, fazer tudo pelo bem do outro é também uma maneira de cultivar a unidade. Podemos divergir em alguns pontos, mas no que se refere às coisas de Deus devemos acertar o passo uns com os outros e entrar em sintonia com Ele. Assim sendo, Jesus nos motiva a nos reunirmos em Seu Nome para unir nossas súplicas pelo bem comum, na certeza de que seremos atendidos em nossos anseios. – Você tem tido paciência com os erros dos seus (as) irmãos (ãs)? – Como você acha que está a sua situação no céu em relação ao que você tem vivido na terra? – Qual é a primeira regra para os nossos relacionamentos? - Você costuma se reunir com os seus (as) amigos(as) para pedir a Deus, em Nome de Jesus, alguma coisa em comum? – Qual é o resultado dessa experiência?
Helena Serpa

3 - Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Padre Queiroz

Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da correção fraterna. A Comunidade cristã é o Corpo vivo de Cristo presente na terra. Ela é a presença viva de Jesus no nosso bairro, agindo como luz, sal e fermento, a fim de que todos juntos construamos o Reino de Deus.
Mas a Comunidade é composta de pecadores. Daí a necessidade da correção fraterna. “Eu te coloquei como sentinela... Se eu disser ao ímpio que ele deve morrer, e não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio morrerá por própria culpa, mas eu te pedirei contas do seu sangue” (Ez 33,7-8). O modo de Deus agir para corrigir os que erram é através dos próprios cristãos, uns corrigindo os outros. Daí as orientações que Jesus nos deu neste Evangelho. Ele explica com clareza como devemos proceder quando um irmão ou irmã está levando vida errada:
“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.” Em particular porque pode acontecer que estávamos enganados ou mal informados. Quantos casos se esclarecem nesses contatos pessoais, e morrem ali mesmo!
“Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.” O discernimento em grupo é mais objetivo do que a nossa opinião particular. Pode acontecer que essas pessoas que chamamos nos convençam de que a pessoa está certa, e a questão termina ali.
Os nossos julgamentos nem sempre são objetivos. Somos influenciados por muitos fatores, como a simpatia ou antipatia, o estado emocional naquela hora, a desinformação... Por isso que devemos ser humildes e consultar outras pessoas.
Outro motivo para convidar pessoas é que: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”. E com Jesus presente, é claro, tudo funciona melhor. Jesus supõe também que vai haver diálogo, no qual a pessoa que errou terá oportunidade de se explicar. Daí para frente, a decisão, se a pessoa está errada ou não, é grupal e não mais pessoal nossa.
“Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja”. Quer dizer, à coordenação da Comunidade cristã. Isso porque “tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”. Tudo o que a Igreja faz, Deus assina embaixo.
“Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como um pagão ou um pecador público.” Agora sim, podemos e devemos contar para os membros da Comunidade, que aquela pessoa errou, para que todos saibam distinguir o que é certo e o que é errado. Mas noventa e nove por cento dos casos se resolvem antes de chegar a esse ponto.
Em relação às pessoas que persistem no erro, Jesus não quer que cruzemos os braços. São ovelhas desgarradas que nós devemos sempre procurar, para tentar trazê-las de volta ao rebanho.
O grande problema em relação à correção fraterna é que nós freqüentemente invertemos a ordem desses passos apresentados por Jesus, e começamos pelo último, que é comentar com os outros, antes mesmo de falar com a própria pessoa que errou. Também os comentários muitas vezes são descaridosos, como se conhecêssemos o interior de cada um. “Não julgueis!”
O contrário também acontece: uma pessoa está dando um escândalo, continua participando da Comunidade e ninguém a adverte nem toma providência. Assim, a Comunidade perde o brilho e o povo começa a deixá-la, a começar com os jovens.
Ao corrigir alguém, devemos ser humildes, expressando os nossos sentimentos, de tal modo que a pessoa perceba que estamos querendo o bem dela, e nada mais. Fazendo assim, a pessoa não se sente humilhada e vai até nos agradecer. “Aquele que quer aprender, gosta que lhe digam o que está certo” (Prov 12,1).
“Irmãos, caso alguém seja apanhado em falta, vós, os espirituais, corrigi esse tal com espírito de mansidão, cuidando de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado” (Gl 6,1). S. Paulo nos lembra o perigo de a pessoa fazer a nossa cabeça e nós também entrarmos no erro dela.
Devemos também ser compreensivo e paciente com os que erram, não querendo que mudem da noite para o dia. “Eis o meu servo... Ele não quebra o ramo já machucado, não apaga o pavio já fraco de chama. Fielmente promoverá o que é de direito, sem amolecer e sem oprimir” (Is 42,3-4; Mt 12,18-20).
E neste Evangelho Jesus fala: “Tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”. Veja como é importante a vida em Comunidade! Em outras palavras, Jesus diz: Tudo o que vocês, como Comunidade, fizerem, e as decisões que tomarem, Deus assina embaixo. Por exemplo, se uma pessoa morre legitimamente dentro da Igreja da terra, e em comunhão com ela, é certo que estará eternamente dentro da Igreja celeste, junto com Deus, com seus anjos e santos, inclusive junto com os seus parentes que faleceram também dentro da Igreja.
Uma vez uma pessoa apresentou a seguinte pergunta: “Se um membro da Comunidade está levando uma vida de pecado, mas às escondidas, sem ninguém saber, e morre assim, vai para o céu? Porque morreu dentro da Comunidade!” Resposta: Isso nunca acontece, porque o Espírito Santo assiste à Igreja e não permite. Jesus falou uma vez: “Não há nada de oculto que não venha a ser revelado, e nada de escondido que não venha a ser conhecido” (Mt 10,26). Antes de a pessoa morrer, é certo que a coisa ficará pública. E aí, ou a pessoa se arrepende e muda de vida antes de morrer, ou morre assim, desunida da Igreja da terra.
Podemos observar em volta de nós, quantas pessoas conseguem manter sua vida de pecado em segredo durante bom tempo, mas de repente são pegas em flagrante e a bom estoura, isto é, todo mundo fica sabendo. Ninguém é capaz de citar um caso em que só depois que a pessoa morreu é que o seu pecado foi descoberto pela Comunidade. Nosso Deus é poderoso, sábio e vigilante!
Ao corrigir, apresentemos também à pessoa o seu lado positivo, pois todos temos qualidades e virtudes. Só o diabo é totalmente ruim, assim como só Deus é totalmente bom.
Certa vez, um mestre perguntou aos discípulos: “Como você sabe o momento exato em que termina a noite e começa o dia?” Um discípulo levantou a mão e disse: “É quando, avistando ao longe, consigo distinguir um cão de um carneiro”. O mestre disse que não. Um segundo discípulo respondeu: “É quando consigo diferenciar uma laranjeira de uma mangueira”. E o mestre não se satisfez. Outro discípulo arriscou: “É quando consigo distinguir um boi de um burro”. E o mestre continuou esperando.
Como ninguém mais arriscava uma resposta, ele disse: “Termina a noite e começa o dia quando, olhando para o rosto de alguém, reconhecemos nele o nosso irmão”.
Que bom se na Comunidade cristã todos nos relacionássemos como irmãos e irmãs, inclusive na correção fraterna! “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.
A Comunidade cristã tem uma Mãe zelosa para com seus filhos e filhas desgarrados. Com seu jeito de mãe, ela sabe como corrigir. Que ela nos ajude a praticar bem este mandamento de Jesus, da correção fraterna.
Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão.

4 - Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo... - Sal

O relacionamento entre as pessoas parece simples mais às vezes fica muito complicado. Pela falta de caridade, pela inveja, pela competição ou concorrência, injustiça, ciúmes, egoísmo e até mesmo a própria maldade.
Porém muitos relacionamentos entre nós ficam complicados por causa das doenças mentais, principalmente a Esquizofrenia, que é a mania de perseguição. O portador desta afecção mental, deposita nas demais pessoas a culpa pelos seus fracassos, e acredita que é perseguido por todos, ou quase todos com os quais ele convive. Reage com agressividade a todo tipo de insinuação a seu respeito.
Pedro possui pouca inteligência, é preguiçoso, lerdo, apático e solitário, tem fé mas não a pratica. Ele tentou várias coisas na vida para sobreviver, e depois de muitas frustrações principalmente por não ter conseguido progredir nos estudos, foi como camelô que conseguiu pagar suas contas e não ter de pedir esmola. Seu irmão mais velho, inteligente, sociável, descrente, ambicioso, tem talento voltado para o comércio, através do qual conseguiu vencer consideravelmente na vida. Já o irmão mais novo, possui muita fé, é do tipo intelectual, religioso, estudou medicina e depois de formado não parou de estudar, chegando a cursar várias faculdades, e lendo uma enorme quantidade de livros.
Atualmente, esses três irmãos vivem em cidades diferentes, e estão se aproximando do fim de suas vidas. O comerciante e o médico estão bem economicamente, porém, Pedro vive na miséria e na solidão, por causa do seu temperamento intolerável. Seu irmão, o médico, já o ajudou economicamente de várias maneiras, mas Pedro não reconhece a essa atitude caridosa. Pelo contrário, demonstra grande agressividade e inveja pelo progresso do seu irmão, principalmente nos estudos. Tem demonstrado, inclusive, ter grade ódio do irmão que perdoa suas agressividades, e suas ofensas por nada.
Jesus nos demonstra que é imprescindível a paz e a caridade com o nosso irmão, se quisermos merecer a vida eterna. Chegando a dizer “se teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa tua oferta diante do altar, vai reconciliar-te com ele...” Será que o irmão de Pedro será condenado? Veja. Ele já fez o que pode para estar em paz com o seu irmão. Mas ultimamente, quando lhe telefona, só ouve ofensas, e nenhum reconhecimento por tudo o que tem feito por aquele pobre irmão, que tanto o odeia por ele ter vencido na vida.
Caríssimos. Só Jesus vai decidir. O que queremos demonstrar aqui é que muitas ofensas que recebemos, partem de mentes doentias, ou simplesmente revoltadas por causa dos seus muitos fracassos durante toda a sua vida. Muita ofensas a nós dirigidas, partem de pessoas que na verdade não queriam ser agressivas, e que seriam bem diferentes, se fossem normais como nós, e se tivessem motivos para comemorar e sorrir. Por isso não se ofenda quando alguém lhe machucar, com piadas, grosserias, calúnias e todo tipo de ofensas. Perdoa. Tais pessoas podem ter problemas e por isso agridem aquelas como as quais elas gostariam de ser. Essas pessoas que agridem e ofendem você podem ser um caso igual ao que acabamos de relatar nesta reflexão.
Sal.

5 - A quantas está a nossa fé? - Alexandre Soledade

Bom dia!
Como não reparar a situação apresentada: Jesus novamente é “surpreendido” pela fé de uma pessoa de quem pouco esperavam? Como não notar também a insistente “proteção” dos apóstolos contra todos que tentavam chegar perto de Jesus? Incrivelmente, muitas pessoas ainda sentem-se afastadas do processo de libertação em virtude dos novos apóstolos – Nós.
Jesus permanece cumprindo a promessa de continuar atraindo para si as pessoas, no entanto, por vezes somos nós que as afugentamos.
“(…) E quando eu for levantado da terra, ATRAIREI TODOS OS HOMENS A MIM”. (João 12, 32)
A quantas está a nossa fé? Será que nossa fé consegue nos convencer ao ponto de convencer a quem esta ao meu lado? Nossa fé mais empata que ajuda? Tenho paciência em ser cristão a aqueles que nos procuram?
Remoto a um trecho do antigo testamento referente ao tempo final dos quarenta anos no deserto. Mostra um povo descrente e questionando a Deus sobre a terra prometida. Um povo que pensava em desistir sem mesmo ter lutado. Um povo que se agarrava ao argumento de já ter sofrido tanto e que por suas forças atuais não teriam como vencer os exércitos a sua frente. Nessa hora, apenas um homem, chamado Caleb, resolve acreditar. Ele enfrenta a descrença das pessoas e proclama: “(…) Subamos e conquistemos a terra, pois somos capazes de fazê-lo”. (Números 30, 13)
Reparem que o gesto da mulher do evangelho de hoje é idêntico ao de Caleb, ela resolve acreditar e mesmo enfrentando a descrença até mesmo dos apóstolos, ela continua.
Certa vez ouvi o relato de vida de um homem que por motivo de um acidente ficou confinado a uma cadeira de rodas. Ao questionar sua fé se ficará abalada ele respondeu: Ainda vivo! A cadeira aprisiona meu corpo, mas meu pensamento ainda é livre!
Quantas pessoas conhecemos andam, correm mas os pensamentos estão presos a maldade, a fofoca, a descrença? Quantas pessoas acreditam como os apóstolos que podem sentar e julgar quem Jesus deve ouvir ou não? É comum ver pessoas medindo outras como se fossem santas e aquelas não serem dignas de Deus.
Quem nos afasta de Deus é o nosso pecado, mas não deveria ser as pessoas. Quando alguém erra e deseja ardentemente voltar deve ser apoiada e não afugentada. Um casal que vive uma segunda união, uma jovem que se decepcionou com seu namoro e volta gestante, um filho de Deus que não pode sentar a mesa para a comunhão, mas tem o direito de ficar na sala e ouvir a conversa.
É a fé que as faz ouvir e voltar à casa do Pai.
“(…) A fé é dom de Deus! ‘Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva’”. (doc. 94 CNBB §37)
Como cristãos devemos favorecer o encontro e não limitar quem deve ter acesso a graça. Precisamos ensinar as pessoas, em especial as que estão perto de Jesus, que A MENSAGEM É O PRÓPRIO MENSAGEIRO.
Meu tio Luis certa vez disse que eu pareço padre e ele nem sabe que sou MESCE (ministro extraordinário) e tão pouco falei para ele. Creio que evolui, pois já fui carola, papa-hóstia, fanático, [...], mas nunca perdi a motivação em continuar a gritar. Apesar de estar aqui, não deixo de ser pecador e tão pouco tenho o direito a dizer que esse ou aquele não merece estar presente na presença de Deus.
Como disse, é o pecado que nos afasta de Deus, mas Ele permite que chegue a sua presença aqueles que são tocados pelo dom da fé. Tem pessoas que vivem a semana toda na igreja fugindo de ver seus problemas em casa. Tem gente que acredita em Deus, mas não larga as superstições. Acredita em espelho quebrado, linha vermelha pra passar soluço, elefante de costas pra porta…
É triste, mas essas pessoas ainda vagam pelo deserto a murmurar. E é triste também reconhecer que são essas que geralmente afastam as pessoas dizendo ser religiosas (hunf). Um evangélico verdadeiro não ofende o outro por ser de religião diferente; um católico verdadeiro não fica preso aos seus preconceitos para julgar ou limitar as pessoas.
Um filho de Deus pode estar escondido em meio a tatuagens e piercings ou com um vestido com um decotão nas costas.
É Deus que trás de volta, não afugentemos!
Um imenso abraço fraterno.

6 - Quem nunca foi mal interpretado por alguém? - Alexandre Soledade

Bom dia!
Como é denso e cheio de ensinos esse evangelho? Denso, pois são várias decisões e posturas a serem tomadas partindo de sua reflexão e uma delas é como reagir a uma critica, a uma perseguição, a uma injúria…
Quem nunca foi mal interpretado por alguém? Quem nunca se sentiu perseguido, acuado sem motivo aparente? Quantos adjetivos pejorativos e depreciativos recebemos que de longe sabemos que não correspondem a verdade?
Sabe o que é mais difícil? É saber que tais “elogios” às vezes vêm de pessoas muito próximas a nós! A vida nos ensina a nos esquivar daqueles que nos atacam, mas não nos prepara para enfrentar o falso amigo que “mora” com você. De irmãos de comunidade, parentes, amigos, (…) não esperamos tais atitudes, mas como infelizmente elas acontecem…
É tão triste saber que o motivo de tamanha revolta é simplesmente o mesmo motivo que Caim matou Abel: A inveja! É estranho, juntos temos a graça de ter Deus em nosso meio, mas por que então esse (a) irmão (ã) prefere ser um “lobo solitário”? “(…) todas as vezes que dois de vocês que estão na terra pedirem a mesma coisa em oração, isso será feito pelo meu Pai, que está no céu. Porque, onde dois ou três estão juntos em meu nome, eu estou ali com eles”.
Prestemos atenção…
Picuinhas geralmente começam de pensamentos que nunca saíram do papel, ou seja, desejos frustrados. É o carro que ele tem e eu não tenho; o salário, o cargo, a posição social que o outro alcançou e eu AINDA não consegui; os problemas em casa, com os filhos, com o (a) esposo (a); o respeito que ainda não conquistei… Frustrações. Surge então o outro personagem: Aquele (a) que vê a vida, mesmo tendo seus próprios problemas, com lentes “cor de rosa”. Portanto, temos um problema! (risos).
O que não é, ou não consegue ser no trabalho quer ser na igreja; disputa cargos como se fossem eleições dignas de panfletagem e corpo-a-corpo; busca seguidores, dissemina inverdades, injúrias, mentiras, (…). Resultado da equação: uma comunidade com problemas! Agora, instalado o problema, brigam por chaves da igreja (inclusive do sacrário), pelo horário do caseiro, sobre os leitores da missa, a veste do padre… Resultado: quem vencer, se proclamará o dono da igreja (hunf).
Tem gente que padre Bruno da Canção Nova bem coloca em suas palestras: “OH POVO CHAGADO”!
Repito, Deus nos oferece tudo se ficarmos juntos, mas o orgulho ferido não deixa matar a inveja.
Precisamos eliminar esse mal de nossas vidas e para isso preciso PARAR DE NÃO QUERER me indispor com as pessoas. Se vi algo errado que mereça uma correção fraterna “(…) vá e mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. SE ESSA PESSOA OUVIR O SEU CONSELHO, ENTÃO VOCÊ GANHOU DE VOLTA O SEU IRMÃO. Mas, se não ouvir, leve com você uma ou duas pessoas, para fazer o que mandam as Escrituras Sagradas”.
Demonstramos maturidade na fé não somente quando tenho oração pessoal, mas sim quando essa oração me transforma e se exterioriza. Não adianta ser um bom cristão na igreja e ser uma pedra de tropeço em outros momentos. Esse gesto peculiar de falar e não viver o que fala nosso Senhor chamou de “sepulcros caiados”.
Em comunidade, brigas vão sempre ocorrer, pois creio que as pessoas lutam na verdade pelo melhor, mas precisamos aprender também a ceder e também não misturar as insatisfações, pois a cada um, Deus fez um chamado e a todos uma mesma missão.
“(…) A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo”. (Efésios 4, 11-15)
Um imenso abraço fraterno.
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 14/08/2013

Liturgia comentada

Terás ganho o teu irmão... Mt 18, 15-20
Ganhar e perder. Nossa sociedade capitalista entende muito bem de lucros e perdas. Mas cuidamos, em geral, de lucros e perdas materiais. Temos aquele livro de três colunas: deve/ haver/ saldo. Neste Evangelho, porém, está em questão a salvação das almas. Ou sua perdição eterna. No Juízo Final, virá o balanço inexorável...
Certa mentalidade individualista – aliás, bem ao gosto de nosso tempo! – poderia levar o fiel a se preocupar em salvar a própria alma: cada um pra si e... Deus pra todos. Não cometer pecados mortais, cumprir os 10 mandamentos de Deus e os 5 da Igreja. Só para desencargo de consciência, uma esmolinha aqui e uma prenda para o leilão   da paróquia. Ufa! Estou salvo!
Graças a Deus, não é assim. Ninguém se salva sozinho! Tanto que nossa omissão diante daqueles que correm o risco de se perder é um pecado grave. Viver uma vidinha tecida de comodismos e preferências, lazeres e conveniências, quando Deus se esgoela a clamar por operários para colher a messe que está madura (cf. Jo 4, 35b), certamente causará a nossa perdição! Seremos severamente cobrados por nossa indiferença diante do próximo caído na estrada de Jericó.
No Evangelho de hoje, o ensinamento de Jesus aponta para nosso compromisso em advertir o irmão que se desvia para, assim, lhe dar uma oportunidade de correção e conversão. Aponta para a responsabilidade dos educadores em corrigir o educando que erra, puni-lo adequadamente e reanimá-lo a voltar ao caminho do bem. Aponta para a irrecusável solidariedade que envolve a sociedade humana, independentemente de raça e cor, classe e nacionalidade. Estamos todos no mesmo barco!
Exemplos não nos faltam. A freira que é professora de ricos e deixa seu conforto para cuidar dos miseráveis de Calcutá. O jovem da nobreza espanhola que abre mão de seu brasão para levar o Evangelho à Índia, ao Japão e à China. O Papa já alquebrado que atravessa o planeta para falar de Jesus. O pastor negro que arrisca sua vida para defender os direitos de seus irmãos. A professora branca que ensina balé clássico na favela para ajudar os pequenos favelados a descobrirem a beleza...
Madre Teresa, Francisco Xavier, João Paulo II, Martin Luther King e tantos outros mostram que isto é possível. A vida existe para ser dada, perdida, sacrificada. É assim que o outro será salvo.
Orai sem cessar: “Anunciarei vosso Nome aos meus irmãos!” (Sl 22 [21], 23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 14/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

A sua família é a coisa mais importante que existe

A Igreja vive para dar vida pela família, e a sua família é a coisa mais nobre e mais importante que existe. Nós damos a nossa vida para o que há de mais sagrado, para que a família seja cuidada, preservada e abençoada.

Hoje, nós lembramos e celebramos São Maximiliano Maria Kolbe. Esta é a Semana Nacional da Família, e nós não poderíamos ter um exemplo maior do que o desse santo. Quando criança ainda, tive a graça de conhecer a história de São Maximiliano, quando passei pelo Seminário dos Franciscanos Conventuais. A vida deste homem sempre me impressionou, porque ele para nós é exemplo, um santo dos nossos dias.
São Maximiliano morreu nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, justamente no dia 14 de agosto de 1941, vésperas da festa da Assunção de Nossa Senhora. Foi um homem profundamente mariano. Apaixonado pela causa, pelo dogma da Imaculada Conceição de Maria, ele vivia sua vida inspirado no exemplo da Imaculada.
Foi um grande apóstolo dos meios de comunicação. Hoje, cavaleiro da Imaculada, São Maximiliano projetou o rádio, pensou até em satélite, na época em que a televisão nem existia, para que o Evangelho chegasse longe. Ele é para nós um exemplo.
Ele morreu no campo de concentração, porque um preso havia fugido, e a regra era: quando um preso fugisse, dez outros morreriam no lugar dele. Então, foram escolhidos os dez que iriam morrer. De repente, um pai de família chamado Edmundo começou a gritar: “Por favor, eu tenho mulher, filhos, preciso cuidar deles”.
São Maximiliano ficou comovido com aquele pai de família. Ele levantou sua mão e disse: “Eu gostaria de morrer no lugar deste pai de família”. Ele não desprezou sua vida, mas sabia que aquele pai precisava cuidar dos seus filhos. O soldado aceitou a troca. Edmundo voltou para o campo de concentração e São Maximiliano foi morrer no lugar dele.
Aquele pai de família sobreviveu e esteve presente na beatificação e na canonização de São Maximiliano. Até o último dia da sua vida, Edmundo agradeceu a Deus por esse sacerdote que deu sua vida por ele, para ele cuidasse dos seus filhos.
A Igreja vive para dar vida pela família, e a sua família é a coisa mais nobre e mais importante que existe. Nós damos a nossa vida para o que há de mais sagrado, para que a família seja cuidada, preservada e abençoada.
Que o Senhor cuide de cada um dos pais e mães de família, que São Maximiliano Kolbe interceda por aqueles que precisam cuidar dos seus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/08/2013

Oração Final
Pai Santo, faze de tua Igreja uma comunidade de irmãos. Livra-nos da tentação de julgar nossos companheiros de caminhada, vivendo de tal maneira que sejamos testemunhas do teu Amor, anunciado e prometido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/08/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze de tua Igreja uma comunidade de irmãos. Livra-nos da tentação de julgar nossos companheiros de caminhada, vivendo de tal maneira que sejamos testemunhas do teu Amor, anunciado e prometido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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