segunda-feira, 6 de maio de 2019

LEITURA ORANTE DO DIA - 05/05/2019



LEITURA ORANTE

Jo 21,1-19 - Jesus no nosso quotidiano

A Palavra do Senhor que viemos partilhar tem poder libertador
https://youtu.be/2Ztzjp7lqxo



Preparamo-nos para a Leitura Orante, orando com todos
que formam esta mesa da Palavra:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1. Leitura (Verdade)
Tomemos a Palavra de Deus e vejamos
O que a Palavra diz?
Fazemos a leitura  atenta do texto da Palavra em: Jo 21,1-19.
Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos seus discípulos, na beira do lago da Galileia. Foi assim que aconteceu:
Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado "o Gêmeo"; Natanael, que era de Caná da Galileia; os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos. Simão Pedro disse aos outros:
- Eu vou pescar.
- Nós também vamos pescar com você! - disseram eles.
Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada. De manhã, quando começava a clarear, Jesus estava na praia. Porém eles não sabiam que era ele. Então Jesus perguntou:
- Moços, vocês pescaram alguma coisa?
- Nada! - responderam eles.
- Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe! - disse Jesus.
Eles jogaram a rede e logo depois já não conseguiam puxá-la para dentro do barco, por causa da grande quantidade de peixes que havia nela. Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:
- É o Senhor Jesus!
Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água. Os outros discípulos foram no barco, puxando a rede com os peixes, pois estavam somente a uns cem metros da praia. Quando saíram do barco, viram ali uma pequena fogueira, com alguns peixes em cima das brasas. E também havia pão. Então Jesus disse:
- Tragam alguns desses peixes que vocês acabaram de pescar.
Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinqüenta e três peixes grandes, e mesmo assim não se rebentou. Jesus disse:
- Venham comer!
Nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor. Então Jesus veio, pegou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com os peixes.
Foi esta a terceira vez que Jesus, depois de ter sido ressuscitado, apareceu aos seus discípulos.
Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro:
- Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! - respondeu ele.
Então Jesus lhe disse:
- Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela segunda vez:
- Simão, filho de João, você me ama?
Pedro respondeu:
- Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus lhe disse outra vez:
- Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela terceira vez:
- Simão, filho de João, você me ama?
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: "Você me ama?" E respondeu:
- O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus ordenou:
- Tome conta das minhas ovelhas. Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.
Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado.
Então Jesus disse a Pedro:
- Venha comigo!
Reflitamos
Em um momento de silêncio interior, recordamos o que lemos.
É a terceira vez que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos. O Mestre diz aos seis discípulos que estavam juntos, que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles haviam passado a noite toda sem nada pescar. Eles tentaram e fizeram como Jesus lhes disse. Foi grande a quantidade de peixes que pescaram. Quem percebeu que era Jesus que lhes dera a ordem foi João: “É o Senhor!” disse ele a Pedro. Chegando à margem, os discípulos encontraram uma pequena fogueira e alguns peixes em cima da brasa. E Jesus lhes faz o convite para virem comer. Deu-lhes peixes e pão. Ele está vivo! Ele aparece na praia, entrando no quotidiano dos apóstolos: estavam trabalhando. Começava a clarear. À noite não pescaram nada. Quando Jesus chega, “começa a clarear”. Quer dizer, as coisas melhoram e melhoram muito: a pesca foi grande – 153 peixes grandes! Qual o simbolismo dos 153 peixes? Estudos esclarecem que havia naquele lago 153 espécies de peixes. Pescar, portanto esta quantidade de peixes, significava pecar de todas as espécies que havia. Não só muito, mas o máximo. Com Jesus Cristo podemos tudo. Sem Jesus não podemos muito ou nada.

2. Meditação (Caminho)
O que a Palavra diz para nós?
Jesus está vivo! – e participa do nosso quotidiano, de nossas dificuldades e conquistas, meditamos a Palavra, ligando-a à nossa vida. Jesus também nos alimenta e multiplica infinitamente o nosso nada, nossa “pescaria” às vezes sem resultados.Como vivemos tudo isto? Temos fé? Percebemos logo a ação de Deus? Em Aparecida, os bispos repetiram no texto conclusivo, as palavras de Bento XVI: “Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida”.(DAp 15).

3. Oração (Vida)
O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
Nosso coração já está em sintonia com o coração de Jesus. Vivemos este momento em silêncio.
E rezamos o Salmo 30:

Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.

 Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes / e não deixastes rir de mim meus inimigos! / Vós tirastes minha alma dos abismos / e me salvastes quando estava já morrendo! – R.

– Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, / dai-lhe graças e invocai seu santo nome! / Pois sua ira dura apenas um momento, / mas sua bondade permanece a vida inteira; / se à tarde vem o pranto visitar-nos, / de manhã vem saudar-nos a alegria. – R.

– Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! / Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! / Transformastes o meu pranto em uma festa, / Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos! – R

4. Contemplação (Vida/Missão)
Qual será nosso novo olhar depois desta Leitura?
Passaremos o dia a olhar com fé cada acontecimento. Perceberemos a ação de Jesus Ressuscitado em cada momento de nosso  dia.
Levaremos para nosso dia uma frase para recordar este compromisso: a frase de Pedro: "Senhor, tu sabes que eu te amo".

Bênção Bíblica
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
irpatricias@gmail.com
https://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

Leitura Orante
3º DOMINGO DE PÁSCOA – 05 de maio de 2019



RESSURREIÇÃO:
experiência que nos tira de um fatal ‘ponto morto’

“...mas naquela noite nada apanharam” (Jo 21)

Texto Bíblico: João 21,1-19

1 – O que diz o texto?

Estamos desfrutando do tempo Pascal no qual tudo na vida dos cristãos (a liturgia, os símbolos, as leituras da Palavra de Deus, as flores, o branco litúrgico, e inclusive, em algumas partes do mundo, o tempo meteorológico) nos fala da vitória da vida. É, sem dúvida, um tempo precioso no qual ressoa a Aleluia da noite de Páscoa e se prolonga na liturgia, na vida e nos corações.
O Evangelho deste domingo nos conduz até à “praia pascal” da Galiléia. Depois dos terríveis capítulos anteriores (gritos, sangue, cruz, violência, tortura, morte...), os apóstolos se encontram de novo na Galiléia, numa paisagem quase idílica, dedicados outra vez à pesca, como se nada tivesse acontecido. O texto está cheio de simbolismos, de significados insinuados e de sugestões, mas basta recordar que tudo acontece no alvorecer, nessa hora tão charmosa na qual vemos ainda com dificuldade.
O encontro com o Ressuscitado nas praias da Galiléia nos motiva a buscar um novo sentido e uma nova inspiração para o cotidiano de nossas vidas. De fato, nem todos os dias são iluminados pelos êxitos; tampouco as noites. Há dias que anoitecem e há noites que amanhecem em meio a muitos fracassos. Nem todas as manhãs nossos pescadores chegam ao porto com suas barcas carregadas de peixes.
A vida tem seus êxitos e seus triunfos. Mas também suas derrotas e fracassos. É preciso saber acolher os triunfos sem que a fumaça do ego cubra nosso coração. E é preciso saber assumir a desilusão do fracasso, sem por isso sentir-nos derrotados. Os triunfos podem alimentar ilusões; os fracassos põem à prova nossa resistência e nossa constância.

2 – O que o texto diz para mim?

Os discípulos, naquela noite não tinham pescado nada, além do cansaço e do frio do lago. Mas não tinham perdido a esperança. A pesca tinha sido um fracasso e, a partir da margem, um estranho personagem lhes sugere que lançassem as redes do outro lado do barco, como se eles não soubessem onde deveriam lançá-las; surpreendentemente eles têm grande êxito na pescaria. Nesse momento, o discípulo amado diz a Pedro: “É o Senhor!”
Adiantou-se a todos sem mover-se do lugar; olhou para frente sem soltar a ferramenta de trabalho; não gritou sua descoberta; simplesmente sussurrou, mas entre admiração e comoção: “É o Senhor!”
Voltou a sentir a água caindo sobre seus pés e o pulsar de um coração na noite do Serviço e do Amor; suas mãos não deixaram a rede de lado, mas seu olhar foi mais além: “É o Senhor!”
E, como sempre, Jesus se encanta com os encontros em torno ao fogo e à refeição. Ele se manifesta nas coisas simples da vida. Não foi preciso palavras. Um coro de silêncios interiores proclamava: “É o Senhor!”, enquanto se espalhava no ar um agradável odor a peixe recém-assado.
Posso considerar que a exclamação do discípulo amado -“É o Senhor”! - mostra o que significa ser contemplativo. O verdadeiro contemplativo pascal olha ao seu redor, à realidade mesma, à vida em sua contradição, com suas obscuridades e suas claridades, com suas grandezas e suas misérias, com seus êxitos e seus fracassos..., e descobre nela os sinais pequenos, frágeis, vulneráveis e, às vezes, aparentemente contraditórios da presença do Ressuscitado em sua vida.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Talvez seja este um dos desafios mais importantes da vida cristã neste meu mundo tão cheio de mensagens, de bombardeio de notícias, de imediatismo e rapidez, de encontros e desencontros.
Eu, seguidora do Ressuscitado neste séc. XXI, do mundo digital, da pós-modernidade ou da arqui-pós-modernidade, da “cultura liquida” e dos “não lugares”, deste mundo complexo e fascinante no qual me toca viver e ao qual devo amar, posso ser essa humilde contemplativa que, em meio aos afazeres cotidianos, sussurra com emoção -“É o Senhor!”- e aponta para o Ressuscitado, presente nas penumbras da vida.
Essa é talvez a missão central da minha vida cristã hoje: captar com emoção a luz que abre passagem entre as folhas da densa floresta contemplá-la com gratuidade, indicá-la com humildade e anunciá-la com amor. E, mais ainda, devo me sentir chamada a deixar transparecer a luz da ressurreição na própria realidade interior, para poder ser presença iluminante no contexto tão obscuro no qual eu vivo.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

É a vida inteira que deve ser iluminada pelo acontecimento pascal. Viver, para o cristão, é acolher sua vida, com suas luzes e sombras, à luz do Ressuscitado que, embora não o veja de maneira transparente, continua se fazendo presente nas praias da sua existência.
Não há obscuridade que não possa ser iluminada; não há situações, por mais difíceis que sejam que não possam ser revertidas pela presença d’Aquele que está no meio de nós.
Senhor, gasto energia em dissimular minhas falhas e fracassos quando, afinal, é pela sua aceitação que a porta poderá abrir-se para esse Outro que, por sua vez, me ama incondicionalmente. No segredo do coração posso pressentir que estes fracassos, estas dificuldades são, talvez, a minha maior sorte. Porque através deles me liberto de minhas ilusões sobre mim mesmo. Eles tendem a me deprimir, mas também podem ser uma ocasião para me fazer mais humana e humilde. Acolher o fracasso é retirar minhas couraças, me revelar aberta, tolerante e compassiva.
Segundo um místico “felizmente Deus criou falhas em nós; caso contrário, não vejo por onde Ele poderia entrar em nossa vida!”.
Minha vivência da fé pascal também me revela que Deus tem mais facilidade de entrar na minha vida pela porta dos fracassos, das feridas, das crises... Aqui é onde me sinto mais desarmada, mais aberta e mais sensível à acolhida do Deus surpreendente que sempre vem ao meu encontro. Por outro lado, Deus encontra muito mais resistência de se fazer presente em minha vida quando me centro na busca da perfeição, das virtudes... Aqui estou “formatada”, fechada em minha autossuficiência.
Através dos fracassos me aproximo de meu ser essencial e da fonte de recursos que transforma estes fracassos em caminhos de realização.
O Pe. Adolfo Nicolás (ex-superior geral dos jesuítas) afirmou certa vez: “é preciso celebrar nossos fracassos”. Causa estranheza ao ouvir tal afirmação, pois vivo em um mundo onde somente os êxitos e vitórias são celebrados. Mas, o certo é que, quando compartilho e acolho meus fracassos, derrotas e quedas surgem uma corrente de comunhão especial, me sinto mais autêntica e vivo tais situações duras como parte de uma vida que, ao mesmo tempo, é difícil e preciosa, que desafia e recompensa, que golpeia e abraça. Assim, posso crescer na consciência de que esses momentos também são constitutivos de minha identidade; eles se revelam como ocasião privilegiada para ativar outros recursos e possibilidades que certamente não brotariam em tempos tranquilos.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Percorrendo o capítulo 21 de João capto a profundidade da contemplação inserida na vida ativa.
Não colocar fronteiras ao Espírito que irá moldando minha visão e minha escuta e, como João, me fará proclamar: “É o Senhor!”, sem soltar a ferramenta, nem o computador, nem o carro, nem o bisturi, nem o livro, nem o pincel, nem o microfone, nem a vassoura...

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: João 21,1-19
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Quem é esse Jesus? – fx 01
Autor: Pe. Zezinho, scj
Intérprete: Pe. Zezinho, scj
CD: Coletânea - Quem é esse Jesus?
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 03:38

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