quinta-feira, 7 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/09/2017

ANO A


Lc 5,1-11

Comentário do Evangelho

A missão = pescador de homens

Trata-se de um relato construído sobre o de Marcos (1,16-20), e bastante próximo do de João (21). A pesca é ocasião para o chamado de Simão Pedro e dos primeiros discípulos. Os episódios precedentes ao chamado criam um marco psicológico adequado para o chamado de Simão Pedro, o que fez com que o chamado e a resposta a ele não pareçam tão surpreendentes. Para Lucas (5,10), todos foram chamados juntos, sobre o lago, mediante um apelo dirigido exclusivamente a Pedro. A missão é expressa pela metáfora “pescador de homens” (v. 10)Trata-se de um símbolo de seu futuro êxito na sua conquista das pessoas para o Reino de Deus. Mas Simão Pedro não está só; ainda que seja o primeiro a receber o chamado, também outros “deixaram tudo e seguiram Jesus” (v. 11).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.
Fonte: Paulinas em 05/09/2013

Vivendo a Palavra

A pesca rendeu muitos frutos porque Pedro lançou a rede em atenção à palavra de Jesus – e não mais baseado em sua longa experiência. Sigamos o seu exemplo, anunciando a chegada do Reino de Deus, não confiados na nossa competência, mas total e humildemente entregues à ação do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2013

Reflexão

Um dos elementos mais importantes do cristianismo é a vida comunitária. Para quem é cristão, não existe lugar para o individualismo. Jesus nos mostra isso quando não realiza sozinho a sua missão, mas chama os apóstolos para participarem ativamente dela. Para o apostolado, Jesus não chama os melhores do ponto de vista da economia, da sociedade ou mesmo os mais santos; Jesus chama a todos, sem fazer qualquer tipo de distinção entre as pessoas. Assim, nos mostra que na atuação pastoral, devemos nos preocupar não simplesmente em fazer o trabalho, mas sim em envolver todas as pessoas, para que a atuação pastoral seja comunitária e revele este importante valor do Evangelho.
Fonte: CNBB em 05/09/2013

Meditação

Deus realiza muitos milagres em sua vida? - Qual é o modo mais frequente de Deus lhe falar? - Você tem medo diante dos desafios da vida? - Em que se apega? - Procura fazer sua parte avançando “para águas mais profundas” na vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 05/09/2013

Meditando o evangelho

O FRUTO DA OBEDIÊNCIA

O discipulado constrói-se na obediência radical a Jesus e a seu projeto de Reino. Muitas vezes, esta obediência choca-se com a evidência dos fatos.
Ela comporta exigências que superam o horizonte de compreensão dos discípulos. Estes, porém, mesmo sem ver com clareza, deixam-se guiar pelo Mestre.
A vida do apóstolo Pedro está pontilhada de situações nas quais ele submeteu-se às ordens de Jesus, num gesto de humilde obediência. Deve ter-lhe custado lançar as redes, após uma noite de fadiga, sem nenhum resultado. Afinal, ele conhecia muito bem o mar da Galiléia e não tinha dúvidas de que o tempo não era favorável para a pesca. A prova disto estava nos cestos vazios que tinham diante de si.
Pedro cedeu e lançou as redes unicamente por causa da palavra de Jesus. Resultado: apanharam uma tal quantidade de peixes, que as redes estavam para se romper. Com eles, encheram duas barcas, que por pouco não afundaram. A obediência reservou-lhe, pois, uma surpresa. O trabalho estéril resultou numa pesca abundante. O sentimento de fracasso e frustração transformou-se num grande entusiasmo. A tristeza deu lugar à alegria.
O fruto da obediência, portanto, não foi apenas obter o alimento, mas também reforçar a motivação de ser discípulo de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba obedecer à tua palavra, mesmo sem ver claro o sentido do que queres de mim.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. CHAMADOS PARA O DESAFIO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não sei se os quatro primeiros discípulos, André, Pedro, Tiago e João, estavam de bom humor ao serem chamados por Jesus á margem do Lago de Genesaré, quando trabalhavam duramente limpando suas redes dos “enroscos” que havia nelas, após uma noite de pescaria fracassada. É bom lembrar que tratava-se de um trabalho profissional e não de uma pescaria de lazer, como é uma prática mais perto da nossa realidade.A proposta de Jesus ao grupo de pescadores parecera descabida, ele pedia-lhes para que insistissem em uma tarefa, que não dera certo ao longo de uma jornada inteira de trabalho noturno, de um jeito diferente, jogando as redes onde ele fosse indicar.
Ora, que profissional aceitaria orientação de um estranho em seu trabalho? O horário era desfavorável, quem conhece o litoral sabe que os barcos pesqueiros trabalham à noite, e que de manhã é hora de contabilizar os ganhos com a descarga dos peixes na praia. A proposta vinha como um desafio e implicava em aceitar ou não a palavra de Jesus. Após terem aceitado, fizeram conforme o Senhor lhes ordenara e o resultado fora surpreendente: as redes não resistiram a quantidade de peixes apanhados, sendo necessário partilhar a tarefa com companheiros da outra barca.
Nas barcas de nossas comunidades o resultado do nosso trabalho nem sempre é o que esperamos, pois é preciso estar sempre preparados para o fracasso das “noites” em que as redes voltam vazias, com “coisas indesejadas” que somos obrigados a ‘limpar”, buscamos a santidade de uma vida em comunhão, na justiça, partilha e fraternidade e acabamos encontrando fofocas, intrigas, divisões, coisas que estão em nossa rede embora não façam parte da vida da comunidade, não as queremos, ninguém as deseja, mas elas estão lá, exigindo um trabalho de superação que requer muita paciência e compreensão. Quem já tirou enrosco de uma linha de pesca ou de uma rede, sabe que não é tarefa das mais fáceis. E de repente, em meio a essa tarefa somos chamados como os primeiros discípulos à “irmos mais fundo”, avançando para águas mais profundas. Será que o nosso papel na comunidade é só ficar consertando as coisas que não deram certo? Claro que não!
A missão primária da igreja não é a excessiva preocupação com si mesma, sua estrutura e seu funcionamento, mas sim em anunciar aos de fora o evangelho de Cristo. Por experiência própria e muitas vezes por puro comodismo, achamos que o trabalho proposto por Jesus não dará nenhum resultado e na maioria das vezes em que o nosso coração nos pede mais ousadia na missão, acabamos preferindo as águas sempre rasas da nossa comunidade, grupo, pastoral, movimento ou associação onde é sempre muito fácil falar de Jesus e do seu evangelho, pois todos gostam, aceitam e até aplaudem!
As pessoas vêm até nós e assim passamos o nosso tempo “pescando” no aquário, onde até causamos espanto e admiração, não pelo resultado do trabalho, mas apenas pela nossa performance e desempenho. Não foi para isso que Jesus chamou os discípulos e nem é para isso que o Senhor nos chamou. Ser missionário é sair do nosso “mundinho” conhecido e entrar na realidade das pessoas, lá onde elas estão e vivem, feiras livres, shopings, grandes avenidas, condomínios residenciais de alto luxo, favelas e áreas verdes onde o medo do narcotráfico mata qualquer esperança, nos hospitais, presídios, asilos etc. E se acharmos que a tarefa é muito grande para as nossas modestas possibilidades, então podemos começar pelas nossas famílias e ambiente de trabalho.
O verdadeiro missionário vai sempre além de suas expectativas, do seu conhecimento, da sua bagagem e experiência, ele sabe que sempre há o risco de um fracasso, mas arrisca-se de maneira corajosa porque é o Senhor quem determina. “...em atenção á sua palavra, vou lançar as redes”.
Quando assim o fazemos, acabamos nos surpreendendo com o resultado e rapidamente, como Pedro, descobriremos que não foram nossas aptidões, mas sim a graça de Deus que realizou a missão, dando os frutos em quantidade muito maior do que esperávamos.E ao tomarmos conhecimento de que a graça de Deus, derramada por Jesus Cristo, move-se e age mesmo em cima de nossas fraquezas e erros, somos tomados pelo medo de nos entregarmos totalmente a Deus. Então aí só nos resta um caminho: confiar em Jesus e vivermos somente á luz da fé, na certeza de que doravante faremos não do nosso modo, mas do modo dele, mesmo que isso signifique ir contra a nossa lógica e razão.
Essa atitude requer uma ruptura até mesmo com aquilo que nos pareça ser essencial, os primeiros discípulos abandonaram na praia as redes e o barco e seguiram a Jesus, pois é impossível edificarmos o reino de Deus do nosso modo.
Pensemos em nossa vocação e nos perguntemos em que águas andamos “pescando”. A resposta irá exigir de nós uma atitude, a partir do evangelho.

2. Lançai vossas redes
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus está sempre cercado de muita gente, doentes e possessos, sem dúvida, mas andavam atrás dele também para ouvir o que ele dizia. Seu ensinamento tinha autoridade. Os discípulos começam a aparecer. Até agora só encontramos Pedro, e hoje também ele é o centro das atenções. Jesus está na barca de Pedro. Desta barca ele prega ao povo. Nesta barca acontece a pesca maravilhosa. “Pela tua palavra, lançarei a rede.” Parece que não havia peixe. Jesus mandou, Pedro obedeceu. Lançou as redes, vieram os peixes. “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador.” Pedro, um pecador, pescador de peixes. Doravante será pescador de gente. E com ele Tiago e João, e todos os que entrarem em sua barca.

Liturgia comentada

Sua mão e seu santo braço... (Sl 98 [97])
Claro, na Primeira Aliança, antes da encarnação do Filho, Deus não tinha um corpo. Entretanto, são comuns na Bíblia as expressões de cunho antropomórfico relacionadas a Yahweh. Seus olhos tudo veem (Sl 139,16), seus pés se apoiam no Templo (Is 60,13), seu ouvido se inclina para o homem que reza (Sl 31,2), seu hálito afogou os egípcios no Mar Vermelho (Ex 15,10). O homem sente necessidade de um Deus com quem possa relacionar-se, por isso lhe empresta estes traços de humanidade.
Também nos ícones do Oriente cristão, é comum que o iconógrafo “escreva” a mão de Deus saindo da nuvem, em um cantinho da figura, para sugerir que Deus vai-se revelar, Deus vai “entrar em ação”. Se Deus encolhe o braço, se seu braço é curto demais, ele se mostraria impotente diante do mal.
Por isso mesmo, quando canta a poderosa intervenção de Yahweh para libertar seu povo da escravidão do Egito, ou a vitória de Israel sobre os povos vizinhos, a Escritura Sagrada fala do braço divino: “O poder do vosso braço os petrificou”. (Ex 15,16) Os braços de Moisés nada poderiam realizar se Deus encolhesse o próprio braço...
O homem dito moderno (sic!) prefere usar seus próprios braços, manifestando inexplicável autoconfiança. Os heróis que ele desenha aos olhos das crianças são donos de braços musculosos, como o Superman, Tarzan, He-Man e tantos outros. Os cartazes de propaganda do III Reich nazista são notáveis nessa figuração do super-homem. Com bíceps tão malhados nas academias, o homem não precisa dos braços de Deus, dispensa as mãos divinas. Este superesforço para conduzir seu próprio destino pode explicar boa parte das neuroses de nosso tempo, bem como os desastres humanos causados pelo ateísmo dos sistemas políticos que deixaram atrás de si um rastro de sangue e de ruína.
No entanto, as mãos de Deus são poderosas: elas modelaram a argila do primeiro homem (Gn 2,7), e ainda somos como barro nas mãos do mesmo oleiro (Jr 18,6). Em sua insanidade e soberba, a criatura tenta libertar-se das mãos que o moldaram, sem perceber que seu barro conserva as impressões digitais dos dedos de Deus.
O povo fiel sabe que a força do braço de Deus pode fortalecer o homem. Assim como a unção divina fez do pastor Davi o guia de seu povo, assim também a força de Deus se manifestou na aparente fraqueza de Madre Teresa de Calcutá, de Dom Bosco e de tantos outros servos cuja ação transformou o mundo.
E nós? Estamos contando com o braço de Deus?
Orai sem cessar: “ O Senhor manifestou o poder de seu braço!” (Lc 1,51)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 05/09/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Não tem mais jeito?

Uma coisa que eu jamais posso dizer: “Não tem mais jeito”. Só não tem mais jeito para aquele que não vive da fé, para aquele que perdeu a esperança e já não crê.
“Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca’” (Lc 5,4).
Diante de uma pescaria difícil, num dia em que “o mar não estava para peixe”, Jesus se manifestou de um modo maravilhoso e surpreendente aos discípulos, especialmente a Simão e aos seus companheiros de pesca: Tiago e João.
Não era possível, naquele dia, pegar mais peixes, porque o mar não estava bom, os peixes não apareciam, mas o Senhor deu a dica, deu a ordem: “É preciso avançar para as águas mais profundas”.
Às vezes, as coisas não andam boas para nós; às vezes tendemos a ficar desanimados, tristes ou sem perspectiva, sem saber qual caminho tomar, qual direção dar à nossa vida. Muitas vezes, a economia não está boa, as coisas não estão bem dentro de nossas casas, passamos necessidades, situações difíceis na vida.
Quem não passa por tempos de crise? Quem, muitas vezes, não se propõe a pescar e nada de peixe aparecer?
As palavras do nosso Mestre, em tempos de crises, de dificuldades, não são para nos deixar estagnados do jeito que estamos, parados como se as coisas não tivessem mais jeito. Se tem uma palavra que não pode fazer parte do vocábulo daquele que é o seguidor de Jesus é “desânimo”.
Uma coisa que eu jamais posso dizer: “Não tem mais jeito”. Só não tem mais jeito para aquele que não vive da fé, para aquele que perdeu a esperança e já não crê.
Se você crê, se você colocou em Deus a sua esperança, a ordem é muito clara para nós: “Lançai para as águas mais profundas, lançar as redes para a pescas”. Os discípulos foram obedientes ao Senhor e pegaram uma grande quantidade de peixes.
Eu tenho certeza de que Deus vai operar milagres na sua vida se você for obediente à Palavra d’Ele. A incredulidade será afastada e você verá a abundância do Senhor na sua vida.
Creia, tenha confiança no Senhor, independente do que você estiver passando. Avance, siga firme na sua fé.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova em 05/09/2013

Oração Final
Pai Santo, inunda-nos com o teu Espírito e faze-nos receptivos para aceitá-lo. Assim nós seremos testemunhas de tua Presença amorosa em nossa existência, sinalizando que desde agora o teu Reino de Amor já está dentro de nós. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/09/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário