Santo Padre refletiu sobre o tempo do Advento, que a Igreja inicia
hoje em preparação para o Natal
Papa durante o Angelus deste domingo, 1º,
quando a Igreja inicia o tempo do Advento /
Foto: Reprodução CTV
No Angelus deste domingo, 1º, Papa
Francisco refletiu sobre o tempo litúrgico do Advento, que a Igreja inicia
hoje. Trata-se de um tempo que restitui a esperança, uma esperança, segundo o
Santo Padre, que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus.
Com o novo ano litúrgico, Francisco
disse que há também um novo caminho do Povo de Deus, com Jesus Cristo. Ele
explicou que esse caminhar é uma peregrinação universal rumo a uma meta comum,
que no Antigo Testamento é Jerusalém, de onde veio a revelação da face de Deus
e da sua lei. “A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o
‘templo do Senhor’ tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne”.
O Santo Padre lembrou que este
caminho de peregrinação não está nunca concluído, tendo em vista que na vida de
cada um é preciso começar de novo, levantar-se e reencontrar o sentido da
própria existência. E há um horizonte comum para a família humana que é o
horizonte da esperança.
Como modelo de atitude espiritual e
de conduzir este caminho na vida, o Pontífice indicou a Virgem Maria, que leva
em seu coração toda a esperança de Deus. “Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe
e sabe nos guiar, neste tempo de espera e de vigilância ativa”.
ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013
Domingo, 1º de dezembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do
Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com
Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do
Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar
um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar
todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os
povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.
Mas em caminho para onde? Há uma meta
comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e
diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará
colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas
as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha
do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós
trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre
a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que
no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali,
de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação
encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se
Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa
peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros
povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda
o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças,
foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão
mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta,
escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças,
foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão
mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as
armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que
belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na
esperança, na esperança da paz, e será possível!
Este caminho não está nunca
concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de
novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência,
assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte
comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o
horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de
novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude
porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude,
simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude!
Pensemos e sintamos esta beleza.
O modelo desta atitude espiritual,
deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do
campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança
de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat
é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que
esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é
mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de
espera e de vigilância ativa.
A todos desejo um bom início de
Advento. Bom almoço e até mais!
Fonte: CN
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