Nossa Senhora do Rosário de Pompéia
A cidade romana de
Pompéia, ao sul de Nápoles, foi destruída pelo vulcão Vesúvio no ano 79. As
ruínas permaneceram soterradas sob dez metros de cinzas até o início do século
XVII, quando foram encontradas. Os trabalhos arqueológicos sistemáticos,
realizados até hoje, só começaram quase duzentos anos depois da descoberta.
Próximo ao local, a cerca de cinco minutos, existe o chamado Vale de Pompéia.
Nele, à sombra do velho vulcão adormecido, foi erguido um santuário dedicado à
Nossa Senhora do Rosário, que deu vida à nova cidade de Pompéia, mais conhecida
como: "Cidade da Caridade", ou melhor ainda, "Cidade de
Maria". Vamos conhecer sua história e saber se faz jus ao nome.
Bartolo Longo
nasceu em Latiana seus pais eram: a filha de um alto magistrado e um
respeitável médico, que lhe deram sólida formação religiosa e intelectual.
Estudante de direito em Nápoles, se tornou um ativista político anticlerical e
abandonou o catolicismo. Mas, um professor viu a possibilidade de resgatar a
ovelha perdida e apresentou Bartolo ao Padre Radente, um dominicano com muito
carisma. Guiado pelo padre, reencontrou a fé em Cristo, voltou à oração do
Rosário e sua devoção à Nossa Senhora se fez mais vigorosa. Ingressou na Ordem
Terceira Dominicana e se tornou um Irmão leigo, com nome de "Irmão
Rosário".
Em 1864, aos vinte
e três anos, advogado formado, abandonou a carreira para se dedicar a Deus e às
obras de caridade. Através dele conheceu a Condessa Mariana de Fusco, viúva, de
muita fé, dona de vasto patrimônio e também engajada em obras da Igreja, que o
contratou como seu particular administrador. Em 1872, Bartolo foi ao Vale de
Pompéia, verificar as terras da condessa e alí se deparou com um triste
cenário: muitas famílias trabalhando nas escavações das ruínas da antiga
Pompéia, afastadas do convívio da fé. Naquele instante, Bartolo sentiu que era
alí que devia pregar o Rosário.
Bartolo e a
Condessa Mariana, animados por uma ardente fé, ergueram a capela paroquial da
nova Pompéia, dedicada à Nossa Senhora do Rosário. A única dificuldade
encontrada foi quanto a imagem dessa devoção. Mas, Bartolo acabou recebendo de
uma Irmã, uma antiga pintura, que a Condessa Mariana mandou restaurar.
No quadro Maria
está sentada, segurando o Menino Jesus sentado sobre sua perna direta. Aos seus
pés estão São Domingos de Gusmão e Santa Catarina de Sena, que recebem um
Rosário do Menino Jesus e de Maria, respectivamente. Ele foi exposto pela
primeira vez em 13 de fevereiro de 1876 e desde então milagrosos prodígios
ocorrem diante dele. A fama da intercessão da Virgem de Pompéia correu por toda
a região e uma multidão de fiéis e peregrinos foram para lá, ver a imagem.
Em março do mesmo
ano Bartolo iniciou a construção de uma igreja maior. Ao mesmo tempo foi
criando obras de caridade e instituições assistenciais destinadas às famílias
dos trabalhadores das escavações. Em 1884, para divulgar o projeto e arrecadar
donativos, fundou uma tipografia e criou a revista mensal "O Rosário e a
nova Pompéia", difundida no mundo até hoje. Para dirigir os orfanatos e as
escolas dos filhos e filhas dos encarcerados, fundou as congregações:
"Filhas do Santo Rosário" e "Irmãos das Escolas Cristãs",
da Ordem Terceira Dominicana.
A invocação à
Virgem do Rosário de Pompéia cresceu tanto que, em 1887, ela foi coroada com um
rico diadema, antes benzido pelo Papa Leão XIII. Bartolo ofereceu o Santuário e
todas as obras de caridade a esse pontífice, em 1893. A igreja foi elevada à
condição de Basílica, em 1901. Mas essa não é outra devoção mariana, senão apenas
a veneração de Nossa Senhora do Rosário, em Pompéia, na Itália.
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