terça-feira, 17 de julho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/07/2012

18 de Julho de 2012 


Mateus 11,25-27

Comentário do Evangelho

União de Jesus e o Pai

Esta breve oração de louvor do evangelho de Mateus é também encontrada em Lucas, com as mesmas palavras no texto grego . Ela exprime a intimidade e o conhecimento entre Jesus e Deus Pai. Esta união entre Jesus e o Pai, e o mútuo conhecimento, que em Mateus só aparece aqui, é característica do evangelho de João, sendo encontrada nas seguintes passagens: dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor (Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação do Filho (Jo 17,6), o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26).
O louvor é a expressão da alegria. O Pai é invocado como Senhor do céu e da terra. Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos o acolhessem. Contudo, surge uma separação entre os "sábios e entendidos" e os "pequeninos". Os sábios e entendidos são os autossuficientes que se instalam no poder religioso ou econômico. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. 
Completando a oração, Jesus afirma a sua união de conhecimento com o Pai. Em Deus, conhecimento e amor são inseparáveis e são a fonte da sua revelação ao mundo como sendo aquele que a todos quer acolher em sua vida divina e eterna.


Vivendo a Palavra

Jesus vai desvelando os segredos do Reino do Céu: ele está reservado aos simples, aos humildes, aos pequeninos, àqueles que se fazem como crianças e se lançam confiantes nos braços do Pai. Àqueles que são discípulos, sábios na arte de viver e não aos doutores nas ciências sofisticadas do homem.

Reflexão

O conhecimento de Deus é diferente de todas as outras formas de conhecimento das quais o ser humano é capaz. De fato, temos diversas formas de conhecimento, como o racional, o científico, o vulgar e o mitológico, entre outros, que encontram a sua origem na nossa relação com as coisas e as pessoas que conhecemos e que se tornam de alguma forma objeto do nosso conhecimento. Com Deus, a coisa é diferente. A mente humana é incapaz de, por si só, chegar até o conhecimento de Deus. Só conhecemos a Deus porque, no seu infinito amor, ele revelou-se a todos nós. É o amor de Deus que, sabendo que somos incapazes de chegar até ele, vem até nós.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1.  “GRANDES E PEQUENOS”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Confesso que sempre entendi errado esse evangelho, principalmente na hora  se responder: quem são os Sábios e entendidos, e quem são os pequeninos, diante de Deus. É preciso por os “pingos nos is”, para que a reflexão nos ajude a ser mais santos mediante a Palavra.

Sábios e entendidos, neste evangelho, não se referem simplesmente à intelectualidade da pessoa, nem aos conhecimentos adquiridos com os estudos de caráter científico ou teológicos, foi o próprio Deus que dotou o homem com o dom da inteligência e não seria Ele a menosprezar tão precioso dom, que impulsiona o homem a evoluir cada vez mais. A questão aqui é outra...

O conhecimento humano adquirido poderia em tese, levar o homem a uma experiência com o Criador de tudo, mas o que acontece, principalmente com o homem da pós-modernidade, é que, quanto mais ele sabe e consegue avançar na tecnologia, nas ciências, na medicina e outras áreas científicas, mais ele se torna arrogante, prepotente e autossuficiente, julgando-se maior do que Aquele que o dotou de inteligência. Então esse homem  “Sábio” olha com maus olhos a religião, vê a Igreja como um estorvo nos avanços da pós modernidade, classifica como retrógrado e arcaico todo ensinamento cristão, e ainda muitas vezes rotula de ignorantes aos que buscam viver na Fé, em suma, olham as outras pessoas de cima para baixo, como seres inferiores, porque não evoluíram. Este homem “sábio”, em uma linguagem bem chula, acaba cuspindo no prato em que comeu, negando sua origem Divina e a sua condição de Criatura elevada à condição de Filho de Deus com a obra da Salvação.

E quem são os pequenos? Exatamente esse mesmo homem, dotado de inteligência, que evoluiu no conhecimento e nas ciências humanas, e ao mesmo tempo abriu-se para Deus, contemplando Aquele que é Onipotente, Onipresente e Onisciente, e mais ainda, sentindo que Deus manifesta todo seu poder exatamente no amor, que busca e reconhece o homem como seu Filho, dando a ele a própria vida em seu Filho Jesus Cristo, no grandioso mistério da encarnação onde o Onisciente se rebaixa ao mesmo patamar das suas criaturas, que nada sabem, e inicia com elas um longo aprendizado, através da revelação aonde Deus vai se apresentando gradativamente, respeitando as nossas limitações.

E então, este homem grandioso, enriquecido pelo conhecimento humano, e repleto na Fé, pela sabedoria que vem do alto, dotado de ricos e numerosos carismas Divinos, se sente motivado e inclinado a imitar a Deus, de quem é Filho, não em essência, mas por adoção, e se faz pequeno, inclinando diante dos seus irmãos e irmãs, na comunidade ou em família, para simplesmente servir. Eis a finalidade de todo conhecimento humano, eis o fim primeiro de toda ciência e tecnologia:  servir, ajudar, promover a pessoa humana. Foi isso que Deus fez, um pequenino que se curva, que se inclina diante do homem, para  servi-lo (Lava Pés).

Estes são os pequeninos benditos, os Bem-Aventurados que herdarão o céu, porque se tornaram tão íntimos de Deus que já vivem com ele em comunhão, ainda que em suas limitações. Jesus se alegra e bendiz ao Pai, que ele revelou aos homens, fazendo-se pequeno, e sendo agora revelado nos Grandes Homens, que o imitando, também se fazem pequenos, somente e exatamente para SERVIR...

2. União de Jesus e o Pai
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Pai, que a arrogância dos sábios e doutos jamais contamine meu coração. E, fazendo-me pequenino, que eu esteja em condições de acolher a tua revelação.

3. LOUVANDO O PAI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A oração de Jesus resulta de uma experiência vivida no seu ministério. Enquanto os líderes religiosos do povo resistiam em aceitá-lo e converter-se ao Reino, o povo simples e inculto mostrava-se receptivo diante de sua mensagem, deixando-se tocar por ela. O fracasso junto aos sábios e doutores era, pois, compensado pelo êxito junto aos pequeninos.

Refletindo sobre este episódio, Jesus detecta a ação do Pai no coração de quem é tido como incapaz de penetrar nas profundezas do saber teológico. Evidentemente, o saber revelado pelo Pai aos pequeninos não é de caráter intelectual. Pouca serventia teria para eles um saber que leva ao orgulho e à arrogância. Eles carecem de um saber existencial, que lhes toque o fundo do coração, predispondo-os para assimilar a sabedoria do Reino. Esta, sim, pode trazer salvação, por gerar solidariedade, partilha, reconciliação, vida em comunhão.

A sabedoria revelada por Deus leva os pequeninos a se reconhecerem todos como irmãs e irmãos, convocados pelo Pai para viverem o amor. Quem adquire este tipo de sabedoria, coloca-se no caminho da salvação, o caminho de Deus.

Quanto aos sábios, a auto-suficiência impede-os de entrar numa dinâmica de amor-comunhão, por recusarem a se colocar no mesmo nível dos demais. Instruídos por si mesmos, estão fadados a cultivar uma sabedoria puramente humana, ineficaz em termos de salvação

Oração
Espírito de revelação, liberta meu coração da arrogância que me impede de captar a revelação transformadora do Pai aos pequeninos.

Como fazemos uma experiência íntima e profunda com Deus?


Postado por: homilia

julho 18th, 2012


Após o “discurso da missão” e o envio dos discípulos ao mundo para continuar a obra salvífica de Jesus, Mateus coloca, no seu Evangelho, uma seção sobre as reações e as atitudes que várias pessoas e grupos tomaram frente a Jesus e à Sua proposta de “Reino”.
Nos versículos anteriores ao texto que hoje nos é proposto, Jesus havia dirigido uma veemente crítica aos habitantes de algumas cidades situadas à volta do lago de Tiberíades, porque foram testemunhas da Sua proposta de salvação, mas se mantiveram indiferentes. Estavam demasiado cheios de si próprios, instalados nas suas certezas, calcificados nos seus preconceitos e não aceitavam se questionar, a fim de abrir o coração à novidade de Deus.
Agora, Jesus se manifesta convicto de que essa proposta, rejeitada pelos habitantes das cidades do lago, encontrará acolhimento entre os pobres e marginalizados, desiludidos com a religião “oficial” e que anseiam pela salvação que Deus tem para lhes oferecer.
Hoje, estamos diante de duas “sentenças” que, provavelmente, foram pronunciadas em ambientes diversos deste que Mateus nos apresenta.
A primeira sentença é uma oração de louvor que Jesus dirige ao Pai, porque Ele escondeu estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelou aos pequeninos. Os “sábios e inteligentes” são, certamente, esses “fariseus” e “doutores da Lei”, que absolutizavam a Lei, que se consideravam justos e dignos de salvação, porque cumpriam escrupulosamente a Lei, que não estavam dispostos a deixar pôr em causa esse sistema religioso em que se tinham instalado e que – na sua perspectiva – lhes garantia automaticamente a salvação.
Os “pequeninos” são os discípulos, os primeiros a responder positivamente à oferta do “Reino”; e são também esses pobres e marginalizados, ou seja, os doentes, os publicanos, as mulheres de má vida, o “povo da terra” que Jesus encontrava, todos os dias, pelos caminhos da Galileia, considerados malditos pela Lei, mas que acolhiam, com alegria e entusiasmo, a proposta transformadora de Jesus.
A segunda sentença relaciona-se com a anterior e explica o que é que foi escondido aos “sábios e inteligentes” e revelado aos “pequeninos”. Trata-se, duma “experiência profunda e íntima” de Deus. Os “sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus. A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus, por meio da qual eles ficavam a conhecer o Senhor, a Sua vontade, os Seus projetos para o mundo e para os homens; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.
Jesus deixa claro que quem quiser fazer uma experiência profunda e íntima de Deus tem de aceitá-Lo e segui-Lo. Ele é “o Filho” e só Ele tem uma experiência profunda de intimidade e de comunhão com o Pai. Quem rejeitar Jesus não poderá conhecer o Pai. Quando muito, encontrará imagens distorcidas de Deus e, depois, julgará o mundo e os homens. Mas quem aceitar Jesus e O seguir, aprenderá a viver em comunhão com o Senhor, na obediência total aos Seus projetos e na aceitação incondicional dos Seus planos.
Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos “aqui de baixo”, com as lentes do mundo. Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as ideias, a definir o que é correto ou não o é. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”. São eles que estão sempre disponíveis para acolher o Senhor e aos Seus valores e para arriscar-se nos desafios do Reino.
Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudovalores. A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que a garante é ter um coração aberto a Deus e às Suas propostas.
Como chegamos a Deus? Como percebemos o Seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda com Ele? Por meio da Filosofia? Em um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja, mudando as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus por meio de Jesus.
Jesus é o Filho que conhece o Pai; só quem O segue e procura viver como Ele pode chegar à comunhão com Deus. Há católicos que, por serem padres como eu, por terem feito catequese, por irem à Missa aos domingos e fazer parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus. Atenção: só “conhece” o Senhor quem é simples e humilde, e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega ao Pai e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos filhos de Deus.
Pai, que a arrogância dos sábios e doutos jamais contamine meu coração. Fazendo-me pequenino, que eu esteja em condições de acolher a Sua revelação na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 

Inicio a Leitura Orante, rezando com todos que circulam na web: 

Senhor, nós te agradecemos por este dia. 
Abrimos nossas portas e janelas para que tu 
entrar com tua luz. 
Queremos que tu Senhor, 
definas os contornos de 
Nossos caminhos, 
As cores de nossas palavras e gestos, 
A dimensão de nossos projetos, 
calor de nossos relacionamentos e 
o Rumo de nossa vida. 
Podes entrar, Senhor em nossas famílias. 
Precisamos do ar puro de tua verdade. 
Precisamos de tua mão libertadora para abrir 
Compartimentos fechados. 
Precisamos de tua beleza para amenizar 
Nossa dureza. 
Precisamos de tua paz para nossos conflitos. 
Precisamos de teu contato para curar feridas. 
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença 
Para aprendermos a partilhar e abençoar!

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia? 

Leio, na Bíblia, atentamente, o texto: 
Mt 11,25-27
 e observo a oração e a proposta de Jesus. 
Diante da soberba e arrogância das cidades amaldiçoadas - Corazim, Cafarnaum e Betsaida - nasce esta exaltação do humilde e simples. "Deus revela seus segredos aos humildes" (Eclo 3,20). Jesus revela sua espiritualidade, a predileção do Pai, o seu sentimento filial e a missão soberana que recebeu. Como em Isaias 29,14, os prodígios de Deus confundem a sabedoria dos sábios: "...a sabedoria dos sábios fracassará". O grandeza do momento é o envio e presença de seu Filho, mistério que os "ignorantes" humildes compreendem pois não vivem satisfeitos com seus preconceitos; ao passo que os doutores que se crêem auto-suficientes, olhando, não vêem". (Is 42,20). 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Para compreender a proposta de Jesus Cristo, tenho que ter o coração humilde. Podemos compreender a proposta dos Bispos em Aparecida: 
"Nossa fé proclama que "Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem"(Exortação Apostólica Ecclesia in América, 67). Por isso, "a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza"(Bento XVI na Abertura da Conferência de Aparecida, 3). Esta opção nasce de nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem, que se fez nosso irmão (cf. Hb 2,11-12). Opção, no entanto, não exclusiva, nem excludente. 
(DAp 392). 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

 Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a oração de Jesus: 

"Ó Pai, Senhor do céu e da terra, 
eu te agradeço porque 
tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que 
escondeste dos sábios e dos instruídos! 
Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso." 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Procurarei descobrir o "rosto divino do homem" nas pessoas que hoje encontrar e com quem me relacionar. 

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a ousadia de buscarmos a simplicidade. Ajuda-nos a vencer o desejo mundano da grande erudição e do discurso brilhante, para praticarmos a arte da vida comum, partilhada na comunidade dos companheiros que nos deste para a peregrinação nesta terra abençoada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.




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