ANO B
26º DOMINGO DO TEMPO COMUM
DIA DA BÍBLIA
Ano B – Verde
“Quem não é contra nós é a nosso favor.” Mc 9,40
Mc 9,38-43.45.47-48
Ambientação
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Deus age no meio do povo de diferentes meios e utilizando pessoas que nem sempre pertencem à comunidade. Tantas personalidades passaram pela história e são sinais dos valores do Evangelho em seus contextos. O Senhor nos ensina a acolher sem ciúmes ou medo, pois são também eles, iluminados pelo Espírito Santo.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/26-de-setembro-de-2021---26-tc.pdf (26/09/2021)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este nosso encontro dominical com o Senhor nos faz experimentar de modo todo especial seu amor por nós. Estando aqui reunidos em sua Casa, o Senhor nos oferece o alimento de sua Palavra e de seu Corpo e Sangue para sairmos daqui mais dispostos para dar testemunho de nossa fé na vitória de Cristo sobre tudo aquilo que nos mantém escravos do pecado e da morte. Intensifiquemos nossas orações pelo Sínodo dos Bispos para que dê frutos para toda a Igreja.
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-45-b-53-26o-domingo-do-tempo-comum.pdf (26/09/2021)
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Hoje, em todo o Brasil, comemoramos o dia da Bíblia. Ela é o livro sagrado por excelência, porque contém a Palavra de Deus. É nela que estão as mais belas orações, inspiradas por Deus. É dela que tiramos as lições para nossa vida e para transmiti-las aos nossos filhos. Ela é a fonte de nossa fé. É nela que encontramos os fundamentos de nossa Igreja. Recebemos os sacramentos porque a Bíblia nos fala deles. As leituras de hoje nos ensinam que muitos são os carismas que Deus distribuiu entre os homens e que devem ser postos a serviço, para tornar Deus conhecido de todos. Rezemos nesta Eucaristia para que o Senhor faça descer sobre nós a força do Espírito Santo, a fim de que possamos servir a Deus, aos nosso irmãos e irmãs e à Santa Igreja, segundo a vontade do Pai.
Fonte: NPD Brasil em 26/09/2021
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Chegamos ao último domingo do mês de setembro. Neste dia, recordamos, de maneira toda especial, a Bíblia que, mesmo escrita há séculos, permanece sempre atual. A liturgia de hoje nos convida a celebrar o Mistério da nossa salvação, acolhendo com alegria os sinais do Espírito Santo existentes fora da nossa comunidade religiosa. Iniciemos nossa celebração implorando a graça da tolerância, para convivermos harmoniosamente na sociedade, reconhecendo a ação do Espírito divino em nosso meio.
Fonte: https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/30-de-setembro-de-2012----26-tc.pdf (30/09/2018)
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este nosso encontro dominical com o Senhor nos faz experimentar de modo todo especial seu amor por nós. Estando aqui reunidos em sua Casa, o Senhor nos oferece o alimento de sua Palavra e de seu Corpo e Sangue para sairmos daqui mais dispostos para dar testemunho de nossa fé na vitória de Cristo sobre tudo aquilo que nos mantém escravos do pecado e da morte. Intensifiquemos nossas orações pelo Sínodo dos Bispos para que dê frutos para toda a Igreja.
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/53_26-domingo-do-tempo-comum.pdf (30/09/2018)
A PROFECIA DO POVO DO SENHOR
Estamos concluindo o mês de setembro e neste domingo recordamos o Dia Nacional da Bíblia. Trata-se de um convite para despertar e promover sempre o conhecimento e o amor à Sagrada Escritura. Somos chamados a ler e escutar, de modo atento e piedoso, a Palavra de Deus, dela nos alimentar, anunciá-la e testemunhá-la com amor. Neste ano, na Igreja do Brasil, tivemos o aprofundamento da Carta de São Paulo aos Gálatas com o lema “todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). Somos todos filhos e filhas de Deus, e podemos chamá-lo de Pai, “Abba”.
Na liturgia da Palavra de hoje vemos a Deus livremente concedendo os seus dons. Na primeira leitura (Nm 11,25-29) observamos a organização e a caminhada do Povo de Deus rumo à terra prometida. Obstáculos surgem no percurso, e diante do lamento de Moisés, que já não suportava mais o peso de guiar sozinho povo, o Senhor lhe diz de repartir com os anciãos os encargos da liderança e responsabilidade. O espírito de Deus é distribuído, há participação e discernimento, as decisões são tomadas, o sonho de uma nova terra se torna mais próximo. Como é bela e comprometedora esta palavra: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito”. A dimensão profética provém do santo batismo e por ela somos chamados, hoje, a anunciar e testemunhar a pessoa de Jesus Cristo e o seu Evangelho.
No texto do Evangelho de Marcos (Mc 9,38-43.45.47-48) vemos Jesus se dedicando à instrução dos discípulos, mostrando-lhes não só que é o Messias esperado, mas o que significa o seu seguimento. É chamado de Mestre e os seus seguidores não são sectários nem elitistas, não podem excluir ninguém, na sua sequela não cabe exclusivismo fanático. A resposta de Jesus “quem não é contra nós, está a nosso favor” indica sua missão salvadora e as condições para segui-lo. De fato, quem quiser ser seu discípulo deve tomar a sua cruz, amá-lo até o fim, perder a vida para ganhá-la. Jesus é acolhedor e tolerante e não se pode monopolizar o seu nome, pois sua vontade, que é a do Pai, é que ninguém se perca, que todos sejam salvos. Para ser fiel é preciso viver a solidariedade, qualquer gesto, por mais simples e insignificante, receberá a sua recompensa. O caminho da fé cristã comporta a hospitalidade e a acolhida, é a caridade. Dar um “copo d´água” é sinal de amor, cooperação e compromisso com a fraternidade, expressão do mesmo amor de Jesus. No seguimento de Jesus os pequenos devem ser amados e respeitados. A fidelidade a Jesus exige cortar o mal pela raiz. Não se trata de automutilação, incompatível com a fé e tradição bíblica, mas de romper radicalmente com o pecado, rejeitar o mal, fazer o bem, deixar tudo aquilo que afasta de Deus e dos irmãos.
A profecia cristã se torna concreta quando questionamos e combatemos as riquezas que geram injustiças (Tg 5,1-6). Todo acúmulo tem por raiz a ganância, fonte de injustiça e desumanidade, contrárias ao projeto de Deus. A condenação nasce quando se confia nas riquezas como segurança absoluta da vida, excluindo a Deus como o Senhor de todas as coisas. O grito e o clamor do sofredor sempre chegam ao coração de Deus. A vida cristã se expressa na misericórdia, na partilha dos bens e na solidariedade.
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ
Bispo Auxiliar de São Paulo
Fontes: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-45-b-53-26o-domingo-do-tempo-comum.pdf e NPD Brasil em 26/09/2021
SOBRE A REALIDADE
DO INFERNO
Nas palavras de Jesus no Evangelho da Missa deste Domingo,
encontramos dois ensinamentos
fundamentais: primeiro, que todas as nossas ações serão objeto do julgamento de Deus, para
o nosso bem, com a recompensa
eterna e, em segundo lugar, a realidade do inferno e da condenação para o único mal, a condenação eterna.
São consoladoras as palavras de
Jesus: quem vos der um copo de
água em meu nome, por serdes
de Cristo, em verdade vos digo,
não perderá a sua recompensa.
Se a menor obra de caridade tem
valor, qual será recompensa para
quem, ao longo da vida, dedicou-se ao serviço dos outros e aproximou muitas almas de Deus?
Mas nos deveriam alertar as outras advertências de Jesus: “Se
tua mão te leva a pecar, corta-a!
É melhor entrar na Vida sem uma
das mãos, do que, tendo as duas,
ir para o inferno, para o fogo que
nunca se apaga... Se teu olho te
leva a pecar, arranca-o! É melhor
entrar no Reino de Deus com um
olho só, do que, tendo os dois,
ser jogado no inferno, onde o
verme deles não morre, e o fogo
não se apaga”. Jesus é taxativo. O
que importa de verdade é salvar
a nossa alma e ir para o Céu. Por
isso, devemos estar dispostos a
tudo, a sacrificar tudo. É preferível sofrer qualquer limitação
nesta vida a ser condenados ao
fogo inextinguível. Nosso Senhor
é extremamente claro: não podemos arriscar a salvação da nossa
alma. A existência do inferno e
do castigo eterno é uma verdade
revelada desde o Antigo Testamento e, no Evangelho, o inferno
é uma realidade tão objetiva que
Cristo nos manda sacrificar qualquer coisa, por importante que
pareça, para não correr o risco da
condenação. De fato, a doutrina
da Igreja afirma a existência e a
eternidade do inferno: “Morrer
em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o
amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, pela nossa
própria opção livre. E é este estado de auto exclusão definitiva
da comunhão com Deus e com os
bem-aventurados que se designa
com a palavra ‘inferno’”. (Catecismo da Igreja Católica, n.1033).
O inferno é eterno. Para nós que
vivemos na dimensão temporal
é difícil entender a eternidade:
viver sem qualquer expectativa
de salvação. Ainda mais: a pena
principal do inferno consiste
na separação eterna de Deus, o
Único que pode dar ao homem
o amor e a felicidade que ele
aspira.
Com razão Nossa Senhora pediu
em Fátima aos pastorzinhos que
repetissem uma oração no final
de cada dezena do terço: “Ó meu
Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do
fogo do inferno e levai as almas
todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem”.
Dom Carlos Lema Garcia
Bispo Auxiliar de São Paulo
Fonte: https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/53_26-domingo-do-tempo-comum.pdf (30/09/2018)
Comentário do Evangelho
Acolher em nome de Jesus
Pela variedade de temas neste texto, pode-se supor que se trata de uma compilação do evangelista Marcos, talvez a partir de exortações catequéticas veiculadas pelas tradições das comunidades primitivas.
Conforme o evangelista, tendo estado nos povoados de Cesareia de Filipe, ao norte da Galileia, Jesus com seus discípulos, retornando ao sul com destino a Jerusalém, passam por Cafarnaum. Falando em nome dos demais, João, um dos doze apóstolos, diz a Jesus que, vendo alguém que expulsava demônios em nome dele, o haviam impedido porque tal pessoa não pertencia ao grupo. Na primeira leitura de hoje, temos uma narrativa semelhante que termina com a proclamação de Moisés: "Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!".
A expulsão de demônios significava a libertação de pessoas oprimidas e atormentadas pelo sistema sociorreligioso em que viviam. Os próprios discípulos haviam falhado nesta ação libertadora (Mc 9,18) e, agora, impediam outros de agirem assim. Com isto, negam o projeto de Jesus. Pela narrativa percebe-se que havia pessoas que tinham fé em Jesus, possivelmente gentios da Galileia, e agiam em seu nome, embora não pertencessem aos doze que circundavam Jesus.
Os Doze, aqui representados por João, ainda estão apegados à esperança messiânica davídica segregacionista, característica da tradição do Primeiro Testamento, e rejeitam aqueles que estão fora do grupo. Jesus os repreende, pois a missão não está no proibir, mas, sim, no valorizar todos os gestos e todas as práticas libertadoras e promotoras da vida, mesmo que sejam praticadas por pessoas que estejam fora dos grupos missionários confessionais. Há quem julgue que o missionário é aquele que tem a salvação e vai levá-la aos pecadores; é perito na doutrina e vai ensinar os que a ignoram; recebe um poder com o qual vai dar eficiência à missão. Pelo contrário, cabe à missão, a exemplo de Jesus, reconhecer, valorizar e solidarizar-se com as manifestações de vida, de busca da liberdade e da justiça, onde quer que floresçam. Em qualquer povo, em qualquer cultura, em qualquer tempo.
A seguir, no texto de Marcos, com caráter catequético, temos uma fala de Jesus estimulando a acolhida a todos aqueles que vêm em seu nome. As sentenças sobre a queda dos pequenos são orientações para prevenir escândalos dentro da própria comunidade de discípulos. As alusões às quedas pela mão ou pelo olho são simbólicas, com variado sentido. Podem indicar más ações e aspirações de poder e prestígio. Os anúncios finais de condenação não condizem com a índole misericordiosa e compassiva de Jesus, indicando tratar-se de adaptações tardias das comunidades de origem do judaísmo, pois refletem o deus do Primeiro Testamento que é o "Terror de Isaac" (Gn 31,42), que castiga e condena. A queda dos pequenos muitas vezes é provocada pelos ricos, que vivem luxuosamente, entregues à boa vida, condenando o justo e o assassinando.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, faze-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.
Fonte: Paulinas em 30/09/2012
Vivendo a Palavra
A carta de Tiago condena a riqueza injusta dos que roubam os empregados. E no Evangelho Jesus aponta o caminho mais radical para nós: devemos nos desapegar, abrirmos mão de tudo que temos, até mesmo entregarmos nossos membros para não cometermos injustiças contra os companheiros de jornada.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/09/2012
VIVENDO A PALAVRA
A carta de Tiago condena a riqueza injusta dos que roubam os empregados. E no Evangelho, Jesus aponta o caminho mais radical para nós: devemos nos desapegar, abrir mão de tudo que temos e somos, até mesmo entregar nossos membros para não cometermos injustiças contra os companheiros de jornada.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/09/2018
Reflexão
O CONCÍLIO E OS LEIGOS
Dando continuidade à proposta de – mensalmente ao longo deste ano, neste espaço de O DOMINGO-CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS – recordar o Concílio Ecumênico Vaticano II ao comemorarmos 50 anos de seu início, escolhemos para este mês o decreto Apostolicam Actuositatem, que versa sobre o apostolado dos leigos.
Uma das intenções do Concílio Ecumênico Vaticano II foi resgatar a figura do cristão leigo na Igreja. Embora a Ação Católica, anterior ao concílio, tenha tido a mesma motivação, nele foi mais forte a valorização, porque consubstanciada no decreto Apostolicam Actuositatem, sobre o apostolado dos leigos, o qual não é uma novidade. O documento relembra: “As Sagradas Escrituras provam abundantemente quão espontânea e fecunda foi esta atividade nos primeiros tempos da Igreja”. E fundamenta a participação dos leigos com esta afirmação: “Nasceu a Igreja com a missão de expandir o reino de Cristo por sobre a terra, para a glória de Deus, tornando os homens todos participantes da redenção salutar e orientando de fato através deles o mundo inteiro para Cristo”.
A atuação dos leigos e leigas nas atividades da Igreja não é uma concessão nem um trabalho voluntário da parte deles. É dever e direito decorrentes da sua vocação batismal. Consta no documento: “Os leigos derivam o dever e o direito do apostolado de sua união com Cristo-Cabeça. Pois, inseridos pelo batismo no Corpo Místico de Cristo, pela confirmação, robustecidos na força do Espírito Santo, recebem do próprio Senhor a delegação do apostolado”.
Apostolicam Actuositatem alerta para a necessidade de consistente vida interior: “A fecundidade do apostolado dos leigos depende de sua união vital com Cristo”. Essa união com Cristo depende da familiaridade do cristão com a palavra de Deus – e, nesse sentido, o mês da Bíblia é particularmente convidativo. A esse propósito, o documento conciliar sublinha: “Só pela luz da fé e meditação da palavra de Deus é possível, sempre e em toda a parte, reconhecer Deus no qual ‘vivemos, nos movemos e somos’ (At 17,28), procurar a sua vontade em todo o acontecimento, ver Cristo em todos os homens, quer próximos, quer afastados, ter um conceito exato do verdadeiro significado e do valor das coisas temporais, em si mesmas e em ordem ao fim do homem”.
Acrescenta-se a isso a vida de oração e a frequência sacramental, especialmente à eucaristia. Ninguém dá o que não tem.
Preparados interiormente, convictos da necessidade de produzir frutos, os leigos e leigas têm condição de iluminar o mundo e salgar a terra, transformar a sociedade numa comunidade humana em que todos sejam felizes.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Fonte: Paulus em 30/09/2012
Reflexão
Jesus continua sua catequese aos seus seguidores, mediante algumas orientações práticas, contra a ambição do poder. Temos, antes de tudo, uma mentalidade de fechamento ou de arrogância. A comunidade proíbe que alguém não pertencente ao grupo realize exorcismo, em nome de Jesus. Ninguém é proprietário de Deus ou de Cristo. Para Jesus, o mais importante é o bem que qualquer pessoa possa realizar, independente de pertencer a este ou àquele grupo religioso. Um copo de água a quem tem sede é sempre bem-vindo, venha de onde vier. Sobre o escândalo, Jesus é muito severo. Parece que o grupo de Jesus escandaliza os pequenos, os fracos na fé, porque alguns brigam pelo poder e querem ser os maiores. O escândalo desvia a pessoa do bom caminho, do seguimento a Cristo. Jesus usa figuras fortes, que não podemos tomar ao pé da letra: cortar mão e pé e arrancar o olho. É preciso extirpar tudo o que se opõe à mensagem de Jesus e cause dano aos que querem ser fiéis a ele. O que se deve arrancar é a ambição de poder para dominar, aparecer e oprimir.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 30/09/2018
Reflexão
Não é possível encerrar Jesus entre quatro paredes. Onde há expressão de justiça e de amor, aí Jesus se faz presente e atuante, aí se manifesta o Espírito Santo com seus dons. “Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça é agradável a ele” (At 10,34-35). A Igreja de Cristo é como um redil aberto à entrada de outras ovelhas que ainda não pertencem ao rebanho. No seio da comunidade cristã, alguns se achavam mais importantes que os outros e os marginalizavam. Brigavam pelo poder. Por causa de tal ambição, tornavam-se, para os pequenos, ocasião de escândalo, isto é, dificultavam o crescimento deles na fé. Jesus corrige esse perigoso desvio ensinando, em linguagem figurada, que é necessário cortar o mal pela raiz.
Oração
Ó Jesus, Mestre e Pastor, admirável é tua solidariedade com os necessitados de libertação, que a ti recorrem com fé e total confiança. Queremos expressar nossa fidelidade a ti em pensamentos, palavras e obras. E aplicar todas as nossas energias em favor da expansão do teu Reino. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 26/09/2021
PONTOS DE REFLEXÃO
I LEITURA – Nm 11,25-29
Para ajudar Moisés na difícil tarefa e animação do povo peregrino no deserto, o Senhor infunde o espírito de Moisés sobre “setenta anciãos”, reunidos após indicação do próprio Deus. Sãos anciãos do povo, isto é, escolhidos de entre os que já ocupam chefias e responsabilidades no contexto das diversas famílias de Israel.
O texto está colocado no interior dos quatro capítulos do Livro dos Números que narram a caminhada do povo de Israel no deserto, do Sinai até Farã. É uma caminhada recheada de murmurações e rebeldias, mas também de sinais de autêntica predileção e proximidade da parte de IHWH. Entre estas podemos recordar o envio e dádiva das codornizes, com a intenção imediata de matar a fome aos israelitas; e a formação do grupo dos “setenta anciãos”, como ajudantes e colaboradores valiosos de Moisés, na difícil tarefa de administrar a justiça entre o povo. A opção e a consequente designação atinge o ápice na “infusão” sobre eles do “espírito” de Moisés, um carisma divino, no início pessoal e agora partilhado.
O dom de “profetizar” não fica encerrado no restrito número dos presentes junto à “tenda” da reunião, mas alcança também aqueles que, apesar de designados, tinham ficado no “acampamento”, e portanto fora do lugar indicado. O facto suscita admiração! Josué propõe a Moisés que corrija o erro.
Mas este, “o homem mais humilde” entre todos os homens da terra, vê no episódio um sinal claro da liberdade com a qual Deus costuma conceder o Seu espírito.
Sugere por isso, sapientemente, que não se levantem empecilhos demasiado cedo! Pelo contrário, convida todos os que inutilmente se preocupam com isso, a considerarem com alegria e sem ciúmes o que aconteceu.
O episódio, embora simples na sua dinâmica, abre um amplo horizonte sobre Deus e sobre a atuação eficaz e generosa do seu espírito naqueles que se dispõem a acolhê-Lo.
II LEITURA Tg 5,1-6
Os ricos, protagonistas desta passagem da Carta de Tiago, fazem provavelmente parte da comunidade cristã. O autor censura-lhes os delitos e preanuncia o castigo que virá em breve, se não houver uma rápida conversão. A vinda iminente do Senhor fez-lhes abrir então os olhos e descobrir que, aquilo que parecia ouro brilhante é na realidade apenas “ferrugem”, inútil e corrosiva.
Este texto é sem dúvida o mais duro e cortante de toda a Carta de Tiago. Parece-nos que quase ouvir a sua voz acalorada e forte a discursar numa catequese! Merece atenção – sobre o ponto de vista estilístico- também o emprego cuidadoso dos verbos. O presente histórico fala e descreve a situação de pranto e desespero iminente em que, em breve, virão encontrar-se os ricos: embora na altura pareçam seguros e desdenhosos, depressa conhecerão a destruição e a ruína.
Depois, o passado lá está a testemunhar a grande quantidade de mal feito, a injustiça descarada e desdenhosa demonstrada por eles em relação aos mais fracos, aos “trabalhadores” que eles exploraram e a quem roubaram o “salário”, afinal a única garantia de vida no presente e para o futuro. Na verdade, os “protestos” dos pobres ainda não terminaram, e no entanto estão prestes a confundir-se com os mesmos “gritos” desesperados dos ricos. Estes arruinaram-se com as próprias mãos, porque – afirma o autor com fina ironia e desprezo – se “saciaram” impiamente e “cevaram o seu coração para o dia da matança”. O futuro, depois, apenas lhes trará desventura e condenação. Eles pensavam possuir ainda alguma coisa, ao passo que as suas riquezas já “apodreceram” e a própria vida está a escorregar-lhes das mãos.
A expressão “Senhor do Universo” quer indicar a parte que Deus vai assumir nesta circunstância. Ele não ficará apenas a olhar! Como sempre, colocar-Se-á ao lado dos “justos” e como defesa do pobre, porque os ricos chegaram inclusive a “condenação” e até a “matar”, ultrapassando todas as medidas.
EVANGELHO Mc 9,38-43.45.47-48
Jesus prossegue a Sua catequese aos discípulos, mediante algumas indicações práticas, expressas com uma linguagem no limite do “bom senso comum”. Convida-os a serem flexíveis e tolerantes para com os marginalizados e a viverem na caridade; a defenderem os mais “pequenos” do mal; a estarem atentos às tentações e à falsa segurança em si próprios.
João e os outros discípulos não conseguiram ainda pensar segundo a lógica de Jesus, seu Mestre, a qual é para Ele, na perspectiva da cruz, lógica de serviço e de humilde diaconia.
Preferem nesse momento a lógica comum do sectarismo e da separação, ou seja, pretendem ter o exclusivo e o monopólio da salvação.
A comunidade que Jesus está a formar e a construir pacientemente a Seu lado deverá, pelo contrário, colocar-se no Seu seguimento, e portanto estar aberta a todos, sejam eles bons ou maus, grandes ou pequenos. Não deverá por isso fechar-se em si mesma, mas ser acolhedora também daqueles que se situam além e aquém do círculo visível e numerado dos Seus.
Na perspectiva de Jesus, quem luta pela justiça e faz obras em favor do homem, está do lado de Jesus e vive na dinâmica do Reino, mesmo que não esteja formalmente dentro da estrutura eclesial. A comunidade de Jesus não pode ser uma comunidade fechada, exclusivista, monopolizadora, que amua e sente ciúmes quando alguém de fora faz o bem; nem pode sentir-se atingida nos seus privilégios e direitos pelo fato de o Espírito de Deus atuar fora das fronteiras da Igreja…
A comunidade de Jesus deve ser uma comunidade que põe, acima dos seus interesses, a preocupação com o bem do homem; e deve ser uma comunidade que sabe acolher, apoiar e estimular todos aqueles que atuam em favor da libertação dos irmãos.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 42-48), temos outros “ditos” de Jesus que abordam outros temas.
Constituem também indicações aos discípulos sobre as atitudes a assumir para integrar plenamente a comunidade do Reino. Nesses “ditos”, são usadas imagens fortes, expressivas, hiperbólicas, bem ao gosto dos pregadores da época, destinadas a impressionar profundamente os ouvintes. Não são expressões para traduzir à letra; mas são expressões que pretendem marcar a necessidade de fazer escolhas acertadas, de optar com radicalidade pelos valores do Reino.
Padre José Granja
Reitor da Basílica dos Congregados, Braga (Portugal)
Fonte: Alexandrina Balasar Free em 30/09/2012
Meditando o evangelho
EM NOME DE JESUS
Um fenômeno de exorcismo causou preocupação no grupo de discípulos de Jesus. A pessoa que expulsava demônios, em nome de Jesus, não pertencia ao grupo dos doze. A reação espontânea foi a de proibi-la, como se estivesse agindo de maneira abusiva.
A atitude intolerante dos discípulos escondia uma forte dose de sectarismo. Pareciam mais preocupados em garantir sua fama e o sucesso do grupo, do que com a expansão do Reino, que prescindia deles. O exorcismo, feito por um desconhecido, fora considerado como uma forma de concorrência. Os discípulos sentiam que estavam perdendo o controle da missão que lhes fora confiada por Jesus. Talvez se julgassem detentores exclusivos desta missão, não admitindo a participação de outros.
Jesus assumiu uma atitude de extrema tolerância em relação ao exorcista anônimo e não aprovou a proibição que lhe fora imposta. Se o indivíduo, de fato, foi capaz de realizar um milagre, invocando o nome de Jesus, é porque, de alguma forma, sabia-se em comunhão com ele. Seria impensável que, logo em seguida, se pusesse a falar mal do Mestre e desmerecer sua obra. Portanto, podia continuar livremente a fazer o bem em nome dele.
A orientação de Jesus evitou que a comunidade dos discípulos se fechasse em si mesma, transformando-se numa seita intolerante. Foi um orientação ecumênica.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, faze-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.
Fonte: Dom Total em 30/09/2018 e 26/09/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. NÃO O PROIBAIS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Sempre tive um espírito ecumênico, desde a minha infância nos anos 60, quando os ânimos eram muito acirrados entre nós católicos e os cristãos de outras Igrejas. Meu saudoso Pai, de quem eu herdei o legado da fé e das virtudes do evangelho, era de linha tradicional e na casa de esquina em que morávamos na Vila Albertina, quando os irmãos evangélicos nas tardes de domingo vinham fazer suas reuniões com pregações e hinos, ele nos levava para os fundos do quintal para que não corrêssemos o risco de nos desviar da fé católica.
Certa ocasião, fui em um culto festivo da Igreja Presbiteriana e descobri que lá também falavam de Jesus e do seu santo evangelho, e a partir daí, na minha cabeça comecei a questionar: por que nós os chamávamos de “irmãos separados”? De 1995 a 2003, coordenei a Dimensão Ecumênica Diocesana a pedido do Bispo D. José e incentivado pelo Padre João Alfredo. Participei do grupo do falecido D. Amauri – que coordenou esta dimensão no Regional Sul 1 da CNBB. Com ele muito aprendi e em nossos encontros anuais em Itaici, que reunia trezentas pessoas de treze Denominações religiosas diferentes, vivíamos um verdadeiro céu de comunhão e alegria, amadurecendo assim o meu ideal ecumênico.
Os cristãos mais tradicionalistas, tanto católicos como evangélicos muitas vezes não vêem com bons olhos o ecumenismo. Os mais fanáticos e radicais inventam mil e um argumentos para não se “misturarem” com quem não aceita e não professa as verdades da sua igreja, preferindo ver na pessoa do outro um inimigo da fé. Quanta falta de caridade e quanta ignorância!
Fechados em suas velharias religiosas não conseguem perceber que a graça e a Salvação que Jesus nos trouxe, está acima de qualquer doutrina ou instituição humana. Anunciam um Jesus, que com sua morte e ressurreição fez do Judeu e do pagão um só homem, entretanto vivem divididos por causa da intolerância e da crença em um céu particular e exclusivo, que receberão das mãos do próprio Deus como “prêmio” pela sua virtude e fidelidade. Esbarrei e convivi com pessoas assim na minha igreja e nas demais que andei visitando, aliás, há duas coisas que fazem esses cristãos torcerem o nariz: falar sobre ecumenismo e política! Esse fanatismo religioso já vem do grupo dos discípulos, que no evangelho desse domingo demonstram indignação ao verem um homem que pregava e realizava curas em nome de Jesus e o proíbem severamente de continuar e depois, orgulhosos pelo “feito”, vão informar a Jesus que lhes censura “Quem não está contra nós, está a nosso favor!”.
Do mesmo modo, na primeira leitura, Josué demonstra-se indignado ao tomar conhecimento de que dois homens, Eldad e Medad, cujos nomes constavam na lista, mas que não foram para a reunião da tenda, estavam no acampamento profetizando porque tinham recebido o espírito que Deus havia derramado sobre os anciãos. Fez a denúncia a Moisés, que em resposta manifesta o seu desejo de que todo o povo de Israel profetizasse movido pelo Espírito de Deus, que nunca foi e jamais será monopólio de ninguém.
Qualquer gesto de aceitação da Boa Nova, ainda que seja apenas um copo de água fria, não ficará sem recompensa – afirma Jesus, mas dos seus seguidores ele exige uma atitude radical a favor do bem, da vida e da comunhão entre as pessoas. As sementes do Reino de Deus foram espalhadas por Cristo em todas as nações da terra e, portanto, em todas as culturas e línguas temos a prática do bem. Vivemos em um mundo onde as pessoas se fecham e constroem barreiras ou abismos em seu redor, para que ninguém se aproxime.
É nesse sentido que podemos escandalizar e levar ao pecado um desses pequenos, se ao invés de construir pontes, nós cavamos abismos e levantamos muros da indiferença, da rejeição e do desprezo, até mesmo em nossas comunidades. Mãos, pés e olhos são essenciais na comunicação com os irmãos, os pés podem aproximar-se ou tomar distância, as mãos podem se estender em um gesto de abertura e acolhimento ou fazer um gesto agressivo, os olhos podem olhar para o outro com um espírito de comunhão ou então de desprezo e frieza. No pecado da divisão entre os cristãos, todos têm parcela de culpa.
A tentação de olhar para a história e buscar um culpado é sempre muito forte, mas o passado não nos importa, e sim o que podemos fazer hoje para eliminar muros e levantar pequenas pontes que unem, pois de cavadores de abismos e construtores de muros, o mundo já anda infectado. Buscamos o mesmo Deus, que se manifestou em Jesus e queremos o mesmo céu, que começa a ser construído aqui, não com divisões, mas na comunhão! (26ª. Domingo do TC Marcos 9, 38-43.45.47-48)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
2. Quem não é contra nós, está a nosso favor - Mc 9,38-43.45.47-48
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
“Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta.” O Espírito repousou sobre Eldad e Medad, que profetizaram fora do grupo dos setenta anciãos que estavam com Moisés e receberam o Espírito do Senhor. Eram 72 os inscritos. Setenta se apresentaram, e Moisés os colocou ao redor do Tabernáculo. Eldad e Medad ficaram no acampamento. Foram logo contar a Moisés que tinha gente profetizando fora do grupo dos Anciãos. Moisés, então, disse: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu Espírito”. O Espírito de Profecia, que Deus tinha dado a Moisés, se difundiu sobre os anciãos. Orígenes explica que “de Moisés, uma lâmpada brilhante, Deus acendeu todas as outras sem que a luz da fonte tenha diminuído por essa comunicação”. Algo semelhante aconteceu com o grupo de Jesus. Os apóstolos tinham entendido que, entre eles, ninguém devia procurar ser o primeiro, mas não entenderam que isso valia também para o grupo. Eu não sou o primeiro, mas o meu grupo, sim! É o primeiro, é melhor do que os outros, é superior a todos. Não pensaram desta forma, mas mantiveram o grupo fechado. Proibiram a um homem que expulsasse demônios em nome de Jesus, porque, explicaram eles a Jesus, “ele não andava conosco”. Ele não era dos nossos. Não podia usar o nome de Jesus. Mesmo se for para fazer o bem? Certamente não puseram a questão. Jesus, porém, lhes disse: “Não o proíbam, pois ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim. Quem não é contra nós está a nosso favor”. Para que não se sentissem diminuídos nem desautorizados, logo acrescentou: “Quem lhes der um copo de água para beber porque vocês são de Cristo não ficará sem receber a sua recompensa”. Oxalá todo o mundo pratique os ensinamentos de Jesus e em seu nome possa fazer o bem a quem precisar, mesmo se “não andar conosco”. Ao falar do pecado contra o Espírito Santo, São Marcos deixa claro em seu Evangelho que importa alegrar-se com o bem alcançado por alguém que dele precisava. Entende-se que nem todos compreendam o próprio Jesus, seus discípulos, sua Igreja. O que não é compreensível é não me sensibilizar com alguém que é igual a mim. O Espírito não é propriedade de ninguém. Ele está em quem o deixa ver e ele é visto no amor praticado. “Não amemos com palavras, mas com ações e de verdade.” Ouça o que diz São Tiago aos poderosos insensíveis: “O salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que vós deixastes de pagar, está gritando; o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor, Todo-Poderoso”.
Fonte: NPD Brasil em 26/09/2021
REFLEXÕES DE HOJE
DOMINGO
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 30/09/2018
HOMILIA DIÁRIA
O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que os outros fazem
Postado por: homilia
setembro 30th, 2012
Estamos ainda em Cafarnaum, a cidade de pescadores situada junto ao Lago de Tiberíades. Jesus está “em casa” rodeado pelos discípulos. A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos estão conscientes de que se aproximam tempos decisivos para esse projeto em que estão envolvidos.
O tema principal aparece na primeira parte do Evangelho. Refere-se à necessidade da comunidade cristã ser uma comunidade aberta, acolhedora, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos de amor que acontecem no mundo.
O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos ainda muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino”. Eles ainda raciocinam em termos de lógica do mundo e têm dificuldades em libertar-se dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, seus preconceitos e sonhos de grandeza e poder… Eles não querem entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes incompatíveis com a radicalidade exigida pelo Reino. As dificuldades que estes discípulos apresentam, no sentido de responder a Jesus, não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos.
Assim, a instrução que, neste texto, Jesus se dirige aos Seus discípulos serve também a nós. As propostas de Jesus destinam-se aos discípulos de todas as épocas; pretendem ajudar-nos a purificar a nossa opção e a integrar, de forma plena, a comunidade do Reino.
Antes de tudo, Jesus mostra a eles que a comunidade do Reino não pode ser uma seita arrogante, fechada, intolerante, fanática, que se arroga na posse exclusiva de Deus e das Suas propostas.
Tem de ser uma comunidade que sabe qual é o seu papel e a sua missão, mas que reconhece não ter a exclusividade do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança, os quais acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não-crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição da Igreja.
O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que os outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua por meio de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter “exclusividade” em relação a Jesus. O verdadeiro discípulo se esforça, a cada dia, por testemunhar os valores do Reino e se alegra com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.
Os discípulos de que o Evangelho de hoje nos fala estão preocupados com a ação de alguém que não é do grupo, pois temem ver postos em causa os seus sonhos pessoais de poder e de grandeza. Por detrás dessa preocupação dos discípulos não está o bem do homem (aquilo que, em última análise, deveria “mover” os membros da comunidade do Reino), mas a salvaguarda de certos interesses egoístas. Nas nossas comunidades cristãs ou religiosas, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos; mas há também pessoas cuja principal preocupação é proteger o espaço que conquistaram e continuar a manter um estatuto de poder e prestígio. Quando afastamos, com o pretexto de defender a pureza da fé, os interesses da moralidade ou tranquilidade da comunidade, aqueles que desafiam a comunidade a purificar-se e a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus, estaremos a proteger os interesses de Deus ou os nossos projetos, os nossos esquemas interesseiros, as nossas apostas pessoais?
Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado, mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar de sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao “aplauso das multidões”, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo que gera vida nova.
O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?
O apelo de Jesus à sua comunidade, no sentido de não “escandalizar” os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita. Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo ou para se afastar de Cristo?
Senhor Jesus, faz-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 30/09/2012
HOMILIA DIÁRIA
Vencemos o mal com o auxílio da graça de Deus
Quando o mal está se manifestando nos nossos pensamentos e sentimentos, procuramos, pela graça de Deus, santificar-nos por inteiro
“Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.” (Marcos 9,43)
Na Liturgia deste domingo, todo o povo de Deus é chamado a profetizar, a ser um povo da profecia, que não se cala, mas anuncia o Senhor no seu Espírito. Para que isso aconteça, todos nós precisamos ser santificados pelo fogo do Espírito, que arde e consome a vida de Deus em nós.
Quando escutamos o Evangelho de hoje, ele nos dá, num primeiro momento, uma impressão negativa, e podemos achar que Deus deseja que nos mutilemos, entretanto, Ele quer que nos santifiquemos. Deus quer formar um povo santo, que se santifique por inteiro: corpo, alma e espírito. Ele quer que os nossos olhos, os nossos braços, nossas mãos, pernas e tudo aquilo que somos e temos seja santificado, pois, se estamos na graça, a levamos para os outros.
Se nossas mãos estão contaminadas pelo pecado, onde elas tocarem também tocará o pecado, mas se as nossas mãos estão santificadas pela graça, onde elas tocarem a graça de Deus também acontecerá. Do mesmo jeito são as nossas pernas, a nossa cabeça, por isso precisamos permitir que a Palavra de Deus nos purifique por inteiro. E ainda que, dentro de nós, tenhamos comportamentos rebeldes, precisamos mutilar, não o nosso físico, mas o pensamento, o sentimento, cortar aquilo que não é de Deus em nós.
Como cortamos? Como retiramos? É pela graça de Deus, é pelo fogo do Espírito, rendendo-nos ao poder de Deus e nos colocando debaixo de sua poderosa proteção. Nossas mãos são santificadas quando as colocamos nas mãos do Senhor, nossos pensamentos são santificados quando os colocamos na luz e na presença do Senhor.
Não deixemos que vírus cresçam em nós, porque, quando eles crescem, viram um corpo estranho, que enfraquece o nosso corpo físico. Se deixarmos esse corpo reinando e tomando força dentro de nós, daqui a pouco estará mais forte do que nós, do que nossa vontade e do que podemos fazer.
Para não sermos vencidos pelo mal, vencemos o mal pela graça de Deus. Quando o mal está se manifestando nos nossos pensamentos e sentimentos, procuramos, pela graça de Deus, santificar-nos por inteiro para fazer a vontade d’Ele.
Que Deus faça de nós um povo sacerdotal e profético, para que, com a nossa vida, possamos profetizar e falar em nome do Senhor. Que possamos ter essa porção dobrada do Espírito em nós, para que, com a nossa vida, anunciemos e proclamemos o Reino de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 30/09/2018
HOMILIA DIÁRIA
Blindemos o nosso corpo contra o mal
“Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.” (Marcos 9,43)
Como é importante sermos tocados pela Palavra do Senhor, mas sermos tocados na alma, no coração e no corpo, inclusive. Porque, muitas vezes, a partir do coração, o nosso corpo é inclinado para o mal e para o pecado. Todos os nossos sentidos precisam estar convertidos ao Evangelho. Não se converte apenas o coração; a conversão tem que ser plena, tem que atingir tudo aquilo que eu sou.
“Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno”. Quando escutamos Jesus falar assim, pensamos: “Nossa! Daqui a pouco, vou ficar aleijado, não vai sobrar nada de mim”. Porque, o corpo que se entrega ao pecado se inclina todo para o pecado. Mas essa é a graça, precisamos disciplinar o nosso corpo, disciplinar o nosso interior. Se nós não nos disciplinarmos, o nosso corpo nos leva a perecer.
Veja o nosso olhar, muitas vezes, olhamos para as pessoas e estamos julgando. “Eu vi”, e o que você vê, você julga, então, é melhor não ver para não julgar. Porque se tudo o que você vê, você julga, então, não veja porque julgar é pecado, condenar é pecado. Se você vê as coisas e cobiça, então, é melhor você não ver. É aquela pessoa que diz assim: “Não posso ir à loja porque é só ir; ver uma coisa e já quero comprar”, então, não vá à loja. Se você não for, não vai ver. “Toda vez que entro na internet me dá vontade de comprar aquilo lá…”, então, não “entre” na internet.
Precisamos, nos tempos em que vivemos, nos blindar do mal para que o nosso corpo não se incline para o mal
Se quando você enche os seus olhos daquilo que está à vista, aquilo te faz mal, o seu olho só vê o que você permite vê-lo. Inclusive, aquilo que você não quer que o olho veja, o olho não vai ver. “Mas eu não sou cego”, não é questão de ser cego, você precisa ser dono do seu olhar. O olho é a luz do corpo, se o seu corpo está na luz, todo o seu corpo vai estar na luz. Agora, se o seu olho estiver no pecado, se o seu olho for mal intencionado, se o seu olhar for um olhar sempre crítico, se o seu olhar foi sempre um olhar de cobiça, é hora de purificar esse olhar.
Do mesmo jeito, a mão. Hoje nós usamos muito as mãos para teclar, né!? Antigamente, usávamos só a língua para falar, hoje é um dedinho… Se a tua mão te leva a pecar, tire a mão, pare de usar as teclas do computador, do seu smartphone, seja do que for. Se as suas mãos não são usadas para operar a graça, elas são muito mais usadas para operar a desgraça, para fazer o mal para os outros, é hora de disciplinar essas mãos.
Poderia falar da língua, dos ouvidos… Precisamos, nos tempos em que vivemos, nos blindar do mal, para que o nosso corpo não se incline para o mal. “Não aguento ficar sem beber. Basta eu me juntar com quem bebe…”, então, não se junte com quem bebe, se você não quer beber. Se você não quer fumar, não não se junte com quem está fumando, não vá ao lugar onde vão te oferecer cigarro. E assim vale para todas as situações da vida.
Jesus disse que, desde João Batista, o Reino dos Céus é conquistado à força e são os violentos que o conquistam (cf. Mateus 11,12), não é quem faz violência com os outros, é quem faz violência consigo mesmo, quem se disciplina, quem põe corretivo, quem sabe se penitenciar para o corpo com o mal não se contagiar. Cuide de você para não ser escravo dos seus sentidos!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 26/09/2021
Oração Final
Pai Santo, faze-nos a compreender que o nosso corpo é templo do Espírito e que, por isto, devemos ser testemunhas para o nosso próximo de que o teu Reino já está em nós. Dá-nos coragem e força, Pai amado, para seguirmos o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/09/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender que o nosso corpo é templo do Espírito e que, por isto, devemos reconhecer e testemunhar perante o nosso próximo que o teu Reino já está em nós, ainda que não em plenitude. Dá-nos coragem e força, amado Pai, para seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/09/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário