quarta-feira, 7 de agosto de 2024

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 07/08/2024

ANO B


Mt 15,21-28

Comentário do Evangelho

A cananéia

Mateus adapta a narrativa de Marcos ao contexto de sua comunidade de cristãos oriundos do judaísmo.
Jesus parte para a região de Tiro e Sidônia, que são cidades gentílicas execradas pela tradição do judaísmo. Uma mulher desta região, identificada simplesmente a Cananeia, vem a Jesus. Ela pede a libertação da sua filha. Está atormentada pelo demônio da exclusão religiosa do judaísmo. Os discípulos incomodam-se com a insistência da mulher, pedindo que Jesus a mande embora.
Duas falas, uma seletiva, outra discriminatória, são atribuídas a Jesus. São próprias da instituição judaica. Porém, o lugar central é a mulher, sua fala, sua insistência. Revelam uma fé que move o coração de Jesus. A filha é libertada. A cananeia tem também direito ao pão que significa o banquete do Reino.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, tira de mim todo preconceito que me impede de aceitar que muitas pessoas marginalizadas possam ter uma fé verdadeira em ti.
Fonte: Paulinas em 08/08/2012

Vivendo a Palavra

Uma cura aparentemente como tantas outras, mas de repercussão importante: vendo a fé daquela mulher estrangeira, Jesus compreende que o Reino do Céu que anunciava não se restringia ao Povo de Israel, mas abrangeria toda a humanidade. Iniciava assim a grande abertura das fronteiras da Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/08/2012

VIVENDO A PALAVRA

Uma cura aparentemente como tantas outras, mas de repercussão importante: vendo a fé daquela mulher estrangeira, Jesus assume que o Reino do Céu que anunciava não se restringia ao Povo de Israel, mas abrangeria toda a humanidade. Iniciava assim a grande abertura das fronteiras da Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/08/2018

VIVENDO A PALAVRA

A fé da mulher Cananeia ajudou Jesus a compreender que sua missão era bem maior: no princípio, Ele dizia «Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel.» Ao final, reconhece: «Mulher, é grande a sua fé! Seja feito como você quer.» Nós herdamos de Jesus essa Igreja de abrangência universal, onde cabemos todos, de quaisquer nações, etnias ou línguas. Somos todos irmãos da humanidade. Todos nós somos filhos amados do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2020

Reflexão

O Evangelho de hoje nos revela a diferença fundamental entre o judaísmo e o cristianismo, entre as ideias do povo de Israel e as ideias que devem marcar a vida da Igreja. Para o povo de Israel, ele era o único povo de Deus e não poderia haver outro e as demais nações da terra não poderiam receber os benefícios de Deus. Para a Igreja, todos os homens e mulheres do mundo, de todas as classes, línguas e nações, são objetos da ação salvífica de Deus, de modo que a graça divina é para todos e a salvação é universal. No primeiro momento do Evangelho de hoje, Jesus nos mostra que é verdadeiramente um judeu, mas no segundo, nos mostra como verdadeiramente devemos ser e agir.
Fonte: CNBB em 08/08/2012

Reflexão

Pode-se imaginar o desespero da mulher cananeia: sua filha “está terrivelmente endemoninhada”. Ao chamar Jesus de “Senhor”, ela representa os pagãos que, no futuro, iriam crer em Jesus. A princípio Jesus não diz sequer uma palavra, atitude que poderia deixar com raiva a mulher aflita. Mas ela não desiste. Para se verem livres dela, os discípulos pedem que Jesus lhe dê atenção. Jesus fala com ela, salientando que Israel tem preferência no plano da salvação. Desafio para a fé da mulher pagã; ensinamento para os discípulos que mais tarde irão anunciar o evangelho pelo mundo afora. Ela sustenta o debate e mostra que pode haver fé autêntica também fora do povo de Israel e aí muitos estão esperando ao menos uma migalha do Reino de Deus. Saída magistral. Fé admirável, realçada pelo Mestre.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 08/08/2018

Reflexão

Pode-se imaginar o desespero da mulher cananeia: sua filha “está terrivelmente endemoninhada”. Ao chamar Jesus de “Senhor”, ela representa os pagãos que, no futuro, iriam crer em Jesus. A princípio, Jesus não diz sequer uma palavra, atitude que poderia deixar com raiva a mulher aflita. Mas ela não desiste. Para se verem livres dela, os discípulos pedem que Jesus lhe dê atenção. Jesus fala com ela, salientando que Israel tem preferência no plano da salvação. Desafio para a fé da mulher pagã; ensinamento para os discípulos que mais tarde irão anunciar o evangelho pelo mundo afora. Ela sustenta o debate e mostra que pode haver fé autêntica também fora do povo de Israel e aí muitos estão esperando ao menos uma migalha do Reino de Deus. Saída magistral. Fé admirável, realçada pelo Mestre.
Oração
Ó Jesus, “Filho de Davi”, em território estrangeiro uma senhora te implora a libertação de sua filha, “terrivelmente endemoninhada”. A princípio, dás a impressão de não te importares com a mulher. Porém, por sua insistência e fé admirável, realizas o seu pedido. Aumenta, Senhor, a nossa fé. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 05/08/2020

Reflexão

A fé não tem limites de nacionalidade, etnia, cor e classe social. A fé ultrapassa fronteiras. O testemunho da mulher cananeia é a expressão profunda do coração humano que tem sede da plenitude. Jesus é a plenitude, e ela o reconhece como “Senhor”. A humildade e a persistência da pagã revelam que ninguém deve ser impedido de possuir uma vida digna. O caminho para a fraternidade entre as pessoas é a humildade e a abertura ao diálogo. Agindo assim, não nos limitamos nas portas da prepotência, mas somos saciados pelo banquete da vida em plenitude.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 03/08/2022

Meditando o evangelho

A FÉ DOS PAGÃOS

Na primitiva comunidade cristã, havia uma classe de cristãos, provenientes do judaísmo, cuja tendência era não se abrir para os pagãos. Acreditavam ser os destinatários exclusivos da Boa Nova cristã. Por conseguinte, os pagãos estariam excluídos do Reino anunciado por Jesus.
Foi preciso combater esta rigidez, apelando para a sensibilidade do Mestre em relação à fé dos pagãos. O episódio da mulher cananéia prestou-se bem para esta finalidade. A mulher pagã foi persistente no seu objetivo: a cura da filha atormentada por um demônio. Por isto, não se intimidou diante dos discípulos, nem de Jesus, até ver realizado o seu desejo. Nem a má-vontade daqueles, nem a dureza das palavras do Mestre foram suficientemente fortes para fazê-la esmorecer.
Os discípulos queriam ver-se livres daquela mulher importuna. Sua gritaria deixava-os irritados, a ponto de pedirem a Jesus que a mandasse embora. Não convinha que o pedido de uma mulher pagã fosse atendido por ele.
Jesus, por sua vez, também deu mostras de relutar em atendê-la, até o ponto de usar o termo - cães -, com que os judeus costumavam chamar os pagãos. Mas, afinal, dobrou-se diante de uma fé evidente, tendo realizado o desejo da mulher pagã.
Como Jesus, a comunidade cristã deveria deixar de ser inflexível em relação aos pagãos convertidos à fé, abrindo para eles as portas da comunidade.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito benevolente, ajuda-me a superar a rigidez e o fechamento em relação a quem está à margem da comunidade, reconhecendo que, também neles, existe fé.
Fonte: Dom Total em 08/08/2018 e 05/08/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “A Graça Poderosa atinge a todos...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Se nos lembrarmos da reflexão do evangelho de ontem, vamos compreender que a Graça de Deus é Soberana e autônoma, não estando atrelada a nenhum sistema institucionalizado, ou estruturas humanas que aprimorem a sua eficácia.  A Graça operante e santificante é eficaz em si mesma cabendo ao homem apenas acolhê-la em sua vida e seu coração, nada mais.
Poderá o leitor questionar, com toda razão: “Então as instituições, inclusive a religiosa, não serve para nada, por causa da sua neutralidade na questão Salvívica?” As estruturas institucionais mostram o esforço do homem em buscar a Deus e a Graça que ele tem para nos oferecer, e como de fato nos oferece, através de Jesus Cristo. Nesse sentido a Igreja é o grande, único e verdadeiro Sacramento de Jesus Cristo para o mundo.
A mulher Cananéia percebeu isso, que a Salvação estava em Jesus Cristo, e por isso não deu a mínima para a Rigorosa Instituição judaizante e aproximou-se de Jesus, que aqui, falando sob o ponto de vista da instituição religiosa, vai lembrar a mulher que a Salvação é exclusiva de Israel, Nação Santa e Raça escolhida. E nesse sentido o seu Messianismo estava focado na nação de Israel, e jamais fora dela.
Mas a mulher não vê sob o olhar da instituição, ela crê na misericórdia Divina que tem algo precioso a oferecer a todas as pessoas, e não apenas aquelas que estão dentro de um sistema religioso. Então aquela mulher pagã ganhou definitivamente o coração de Jesus que percebe nela a grandeza de uma Fé,  que não pauta pelos compromissos e obrigações decorrentes do legalismo Mosaico, mas que vislumbra a gratuidade do seu amor, capaz de salvar qualquer homem...
E Jesus inverte a ordem estabelecida, até agora Israel é a única referência e modelo de Povo Salvo, porque cumpre a Lei de Moisés, mas doravante o modelo e referência é aquela mulher Cananéia, que vislumbrou a Salvação enquanto dom gratuito, oferecida por Deus em Jesus Cristo, e por isso ali diante da comunidade dos discípulos Jesus a exalta, colocando-a acima de Israel, onde ele próprio ainda não tinha visto, até o momento, alguém com uma Fé assim.

2. GRANDE É TUA FÉ!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

A fé da mulher pagã contrasta com a fé vacilante dos discípulos. A formação que receberam de Jesus não foi suficiente para ajudá-los a fazer frente às situações adversas. Fraquejaram! Em contraposição, ao missionar na terra dos fenícios, o Mestre deparou-se com uma mulher cuja fé deixou-o admirado.
Vendo Jesus passar, ela pôs-se a gritar, implorando pela filhinha atormentada por um demônio, confiante de que somente Jesus poderia vir em seu socorro. Chamou-o de Senhor, filho de Davi, servindo-se de uma linguagem própria de quem tem fé e conhece as esperanças do povo judeu.
A insistência da mulher pareceu não encontrar acolhida por parte de Jesus. Entabulou-se, então, um diálogo meio forçado. O Mestre declarou estar a serviço apenas do povo judeu. A mulher reforçou seu pedido. E foi repelida, com dureza, por Jesus o qual afirmou-lhe não ser sensato deixar de ajudar seu povo para preocupar-se com os pagãos. A mulher retrucou com um argumento que desarmou o Mestre: os pagãos têm direito de receber pelo menos as migalhinhas dos benefícios feitos aos judeus. Admirado diante de tamanha fé, Jesus atendeu o pedido da mulher, curando-lhe a filha.
Portanto, também entre os pagãos havia quem tivesse fé autêntica em Jesus.
Oração
Senhor Jesus, tira de mim todo preconceito que me impede de aceitar que muitas pessoas marginalizadas possam ter uma fé verdadeira em ti.
Fonte: NPD Brasil em 08/08/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus perde na “Queda de Braço”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não se assustem com o título, mas essa mulher Cananéia resolveu “pegar de brabo” na conversa com Jesus, foi persistente, firme e decidida e Jesus não aguentou... teve que ceder aos seus argumentos que provinham de uma Fé irresistível!
Note-se que Jesus não estava com a menor vontade de ajudá-la. Tiro e Sidônia era uma região pagã, os ensinamentos de Jesus e seus maravilhosos sinais prodigiosos, estavam reservados para o Povo da Promessa, ás ovelhas perdidas da Casa de Israel, Jesus pensava como muitas vezes nós pensamos, de que “não adianta gastar vela com mau defunto”, a pessoa não é da minha comunidade ou igreja, não é do meu grupo, pertence a um grupo de pessoas que adoram outros deuses, bobagem perder tempo com elas.
Entretanto, Deus concede o dom da Fé a quem ele quiser, e fora da nossa Igreja, quantos exemplos maravilhosos de Fé nós encontramos... Gente, que pela postura firme e corajosa diante de certas situações, nos deixa de queixo caído e chegamos até a pensar assim “Ah se bom se essa pessoa fosse da minha igreja...”
Essa mulher da Cananéia deu um “show de bola” e ao final Jesus lhe fez um alto elogio “Oh Mulher, grande é a tua Fé ! Seja-te feito como desejas” E conclui o texto...E na mesma hora sua Filha ficou curada.
O que se tem aqui é exatamente uma perfeita sincronia entre Fé e Ação, Fé e Vida, a mulher não desistiu e a cada argumento contrário, não só falava mas agia, ela chegou a prostrar-se diante de Jesus....e nem quando Jesus a colocou em seu lugar, lembrando que ela era uma estrangeira (os Judeus chamavam de cachorrinhos os estrangeiros) ela não se aborreceu. Poderia ir embora chorando e revoltada contra o Mestre insensível e além do mais preconceituoso, mas humildemente aceitou a sua condição de estrangeira.
Porém, não queria ir embora no prejuízo, e contentou-se em aceitar até migalhas, pois a sua Fé no mestre era tanta, que até uma migalhinha da sua atenção para com ela, já seria suficiente.
Fechando a reflexão, na nossa comunidade temos uma mulher em Segunda União, que só comunga uma vez ao ano, quando o pároco o permite. É de se emocionar quando chega esse dia o qual ela espera com grande expectativa e depois, só falta sair da igreja dando cambalhotas e esmurrando o ar de tanta alegria, porque recebeu Jesus na Santa Eucaristia, ela me garante que aquela eucaristia a alimenta por um ano e que se sente um “Canhão”, atuando nas obras sociais da comunidade, abastecida pela Eucaristia. Para esta minha irmã também com certeza Jesus diz “Oh Mulher, grande é a sua Fé...” Tenho vergonha diante dela, pois posso comungar todo dia, se assim o desejar, mas até parece que a Hóstia que ela recebe, é especial...

2. Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim - Mt 15,21-28
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Jesus estava em Tiro e Sidônia, na parte sul do Líbano atual, e foi abordado por uma mulher cananeia, que, portanto, não era judia. Mulher humilde e insistente, que pedia a cura de sua filha atormentada por um demônio. A menina estava com alguma doença. Os discípulos queriam mandá-la embora, porque estava perturbando. Jesus, por sua vez, parece se desinteressar e diz que foi enviado somente para os judeus. A mulher continua insistindo e Jesus reafirma a primazia dos judeus usando uma expressão corrente: “Os judeus são filhos, os pagãos são cães”. A esta altura, todos perdemos o rumo. Todos, menos Jesus. Ele sabe aonde quer chegar. “Os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!”, diz a cananeia na sua insistência, e disse tudo. “Mulher, grande é tua fé. Como queres, te seja feito!”. Jesus deixou nas mãos da cananeia a solução do problema. Ela queria e tinha fé.
Fonte: NPD Brasil em 05/08/2020

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos ter uma fé insistente

Postado por: homilia
agosto 8th, 2012

Depois de Jesus ter espalhado, pela Galileia, junto dos Seus apóstolos, a chegada do Reino dos Céus, decide-se a ir para terra estrangeira, para a região de Tiro e Sidon, ao norte da Galileia, no atual Líbano, uma terra estrangeira, onde a maior parte das pessoas eram não-judias, ao contrário da Galileia, onde quase todos eram judeus.
Uma delas era esta mulher que foi ter com Jesus. Sem nome, o evangelista Marcos a chama de “siro-fenícia”. Mateus diz que ela é “cananeia”. Os dois títulos têm o mesmo significado: trata-se de uma mulher estrangeira.
Ela tinha uma filha endemoniada. A mãe não sabia mais o que fazer para livrar a pobre coitada daquele sofrimento. O demônio não deixava a menina em paz em nenhum momento. A mãe da menina aproveitou que Jesus estava por ali, chegou e gritou: “Jesus, tenha pena de mim! Minha filha está horrivelmente dominada por um demônio!”
Ela conhecia Jesus de nome, sabia que Ele era muito bom e tinha poder para mandar embora os demônios. A princípio, Jesus não falou nem fez nada. Também não parou de andar para dar atenção à mulher. Mas ela foi atrás d’Ele gritando: “Jesus, tenha pena de mim!”. Os amigos de Jesus entenderam o sofrimento dela e pediram para que o Senhor a mandasse embora. Jesus não a mandou embora, mas fingiu que não iria atender o seu pedido. Para provar a fé daquela mulher, Ele disse que curava gente de seu país, e não gente de outro país.
A mulher, movida de uma fé que ultrapassa a dos discípulos, grita a Jesus: “Tem compaixão de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha tem uma doença maligna”. Jesus não responde. Os discípulos, incomodados, dizem-Lhe: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”.
Ela, porém, jogou-se aos pés de Jesus: “Senhor, ajuda-me!”. Ele insiste em não querer se envolver no caso de uma estrangeira: “Não está certo tirar o pão dos filhos, para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ela, porém, apesar de reconhecer que não tem esse direito, insiste na sua humilde “súplica”: “É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos”. Então, Jesus respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres”. E, a partir daquela hora, a filha da cananeia ficou curada.
A mulher cananeia é um modelo de súplica humilde, como o centurião de Cafarnaum (cf. Mt 8,5-13), e perseverante como o cego Bartimeu (cf. Mc 10,46-52). O centro do episódio é Jesus. Ele aparece livre, sereno, firme. No mesmo capítulo 15 de Mateus, Jesus se distancia das tradições dos escribas e fariseus. No episódio da cananeia, Ele é pressionado pelos próprios discípulos para que despeça a mulher importuna. Mas o Senhor se deixa vencer pela súplica de uma mãe angustiada. Não são os gritos da cananeia que O comovem, mas a perseverança da sua fé. Por ser pagã, ela não teria direito, mas a sua filha foi curada por pura graça. Jesus realiza um gesto soberano e profético, que anuncia o acesso dos pagãos (chamados de “cães” pelos judeus) à salvação.
A insistência e ousadia da mulher cananeia fez com que Jesus atendesse seu pedido. Com isso, provou para todos que, em Deus, não há diferença entre cultura, cor, raça, credo ou região.
Uma grande lição para levarmos em nossas vidas é que precisamos ter uma fé teimosa, insistente, “chata”, daquelas que chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra. Pois assim, quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis. A perseverança da fé dessa mulher deve nortear também a sua. Insista que Jesus vai lhe atender. A promessa é mesmo d’Ele: Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e achareis”. Exercite sua fé na oração, na reflexão da Palavra e no testemunho de vida.
Senhor, que eu seja mais sensível ao sofrimento dos pobres desta terra do que aos “direitos adquiridos” dos sábios e entendidos! Que nas horas em que o Senhor parece não responder à minha súplica, eu persevere, confiando na Sua misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 08/08/2012

HOMILIA DIÁRIA

Nossas mães são mulheres de fé

Precisamos ter amor e compaixão por nossas mães, porque elas são verdadeiras guerreiras e mulheres de fé

“Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: ‘Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!’.” (Mateus 15,21)

Hoje, olho para essa mulher do Evangelho, uma mãe aflita e desesperada, que estava suplicando, com toda a confiança, para que Jesus viesse em seu auxílio, em socorro da sua filha sofrida e atormentada por um demônio. A filha não conseguia mais viver.Olhando para a aflição dessa mãe, quero agora olhar para o coração de tantas mães que sofrem aflitas, mães que me procuram, muitas vezes, dizendo: “Padre, eu não sei mais o que fazer com os meus filhos!”.
Olho para as mães que perderam seus filhos para as drogas e para o alcoolismo. Olho para as mães que estão vendo seus filhos serem atormentados por todas as espécies de demônios, que tiram a paz dos filhos e os deixam rebeldes. Olho para as mães que têm filhos pequenos, e, de alguma forma, ficam aflitas com esse ou aquele comportamento que o filho começa a ter.
Não precisamos ter grandes problemas para nos preocuparmos com nossos filhos. Precisamos ter amor e compaixão de nossas mães, porque elas são verdadeiras guerreiras e mulheres de fé. Eu aplaudo, a cada dia, as nossas mães, porque são mulheres de fibra, mulheres que, muitas vezes, estão sozinhas lutando pelos seus filhos. Muitas vezes, as mães precisam do apoio do marido, e acaba sendo aquela divisão errada de responsabilidade. O homem acha que só porque ele trabalha o dia todo, a responsabilidade de cuidar dos filhos é só da mãe; entretanto, é por conta de ambos. A mãe é aquela que carrega a aflição no seu coração.
Hoje, Jesus está respondendo para essa mulher: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” (Mateus 15,28).
Mãe, que grande seja a sua fé no Senhor Jesus. Se você não está podendo comer da mesa, coma das migalhas, pois estas vão lhe trazer luz, fé, esperança, e jamais vão o deixar desanimar. Mamães, olhem para Jesus, todos os dias, para criar seus filhos. Não há tarefa mais difícil do que criar filhos. É a mais bela, nobre e abençoada tarefa, e talvez a mais atormentada e perseguida pelo maligno.
Nossos filhos pertencem a Deus. Que Ele abençoe nossas mães, e que elas sejam fortalecidas no Espírito e na graça para criarem seus filhos e que Deus sempre as auxilie.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 08/08/2018

HOMILIA DIÁRIA

A fé nos faz lutar pelo que acreditamos

“A mulher insistiu: ‘É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!’. Diante disso, Jesus lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!’. E desde aquele momento sua filha ficou curada.” (Mateus 15,27-28)

Olho para o coração dessa mãe que não sofre por ela, mas pela filha, e o sofrimento da filha é duas vezes maior no coração da mãe, porque a mãe encarna em si tudo aquilo que o filho está passando, vivendo, sentindo e sofrendo. A mãe diz em si: “Meu filho, como queria estar no seu lugar!”.
Toda mãe quer sofrer no lugar do filho, porque não aguenta ver seu filho sofrer. Essa mulher não foi implorar por ela, mas pela sua filha que estava sendo cruelmente atormentada por um demônio. Ela foi atrás de Jesus, porque somente Ele podia trazer a libertação de que a sua filha precisava.
Jesus estava primeiro ocupado com as ovelhas de Israel, aqueles a quem Ele veio em primeiro lugar, mas é importante dizer que Jesus não veio somente para a casa de Israel. Ele veio para todos, inclusive para nós, mas Ele quis, primeiro, os da própria casa.

A fé é insistente, faz-nos ir atrás do que acreditamos, não do que queremos, mas d’Aquele que pode nos dar

Não adianta querer levar a Palavra de Deus para o mundo inteiro, mas não a levar para dentro da sua casa. Que incoerência! Que inconsistência e falta de sentido! Entendendo que essa era a Sua primeira missão, Jesus até estranha, porque a mulher era siro-fenícia, não fazia parte do povo de Israel, por isso Jesus usa um provérbio muito comum para os judeus: “Não convém tirar aquilo que é do dono para servir aos cães. Não posso tirar o pão dos filhos, para jogá-los aos cachorrinhos”.
Aliás, Ele usa a expressão carinhosa “cachorrinhos”, porque, na cultura judaica, aqueles que não eram judeus eram cães. A fé dessa mulher era impressionante. “É verdade, se não cabe tirar o pão dos filhos, os cachorrinhos comem as migalhas. Senhor, dê-me as migalhas, para mim elas são suficientes. Dê-me o tempo que estiver sobrando, dê me o que restar, mas o que o Senhor me der será mais do que necessário para a minha filha.”
A fé dessa mulher impressionou o próprio Jesus, e o fez até abaixar a cabeça. Assim é a fé: não é desespero, é busca confiante e apaixonante. A fé é insistente, faz-nos ir atrás do que acreditamos, não do que queremos, mas d’Aquele que pode nos dar.
O mais importante não era aquilo que ela queria, mas aquilo que Jesus podia lhe dar. E ela tinha certeza que Jesus podia fazer algo pela filha dela.
Mãe, você pode acreditar que Jesus pode fazer pelos seus filhos. Que a sua fé seja grande! Não desanime, seja confiante, seja retumbante no coração de Deus. Brigue pelas migalhas, pelo pão e pela graça de Deus que lhe é de direito. O amor de Deus jamais há de lhe faltar!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 05/08/2020

HOMILIA DIÁRIA

Humilhe-se na presença do Senhor

“Diante disso, Jesus lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!’ E, desde aquele momento, sua filha ficou curada.” (Mateus 15,28)

Meus irmãos, deparamo-nos com este Evangelho, em que uma pagã, uma cananeia foi ao encontro de Nosso Senhor e pediu pela sua filha. Os cananeus faziam parte — quem não era da raça eleita, era pagão, era pagã —, então, essa mulher era uma pagã, mas acreditou no Senhor, foi ao encontro do Senhor e pediu pela sua filha, pediu com fé. E Nosso Senhor, mesmo dizendo a ela que Ele tinha vindo para os filhos de Israel, que não ficava bem tirar o pão dos filhos para dar aos cachorrinhos, aquela mulher deu uma resposta que tocou e comoveu o coração de Jesus: “Mas Jesus, pelo menos os cachorrinhos comem as migalhas!”. E, com aquela resposta, Jesus concedeu a graça àquela mulher.
Meus irmãos, na nossa caminhada de fé, também nos sentimos assim: excluídos. Os pagãos eram excluídos. Mas, mesmo assim, aquela mulher foi ao encontro do Senhor. Então, o primeiro passo que podemos dar: vamos ao encontro do Senhor.
Aquela mulher teve fé no Senhor, pediu a Ele. Já não bastava pedir, Nosso Senhor deu uma resposta, Jesus ignorou aquela mulher — diz aqui a Palavra —, mas ela insistiu. Olha só, quantos passos nós precisamos dar: ir ao encontro do Senhor; pedir ao Senhor; insistir. Ela foi humilhada, Jesus chamou ela de um animal, de uma cadela, mas, mesmo assim, ela insistiu: “Mas, Senhor, pelo menos as migalhas”.

Jesus também se humilha e vem ao encontro da sua humildade

Meu irmão e minha irmã, quantas vezes, na nossa caminhada, desistimos! “Ah, porque eu sou inferior”, “Porque não sou bem visto”, “Ah, não vou não, porque senão…”. E aquela mania de ser coitado, coitada, de vitimismo. Não seja e não se entregue ao vitimismo, mas se entregue a Deus, confie n’Ele!
Aquela mulher foi ao encontro do Senhor, aquela mulher pediu ao Senhor, aquela mulher insistiu, aquela mulher foi humilhada, mas ela alcançou a graça, por causa da sua fé, por causa da sua insistência.
Meu irmão e minha irmã, não desista! Não desista de caminhar com Deus, não desista de apresentar os seus pedidos a Nosso Senhor. Seja insistente! Ainda que você seja humilhado, como Nosso Senhor nos ensina? Os humilhados serão… Isso mesmo! Serão exaltados.
Humilhe-se na presença do Senhor. Nosso Senhor concedeu a graça àquela mulher. Será que, hoje, podemos “dobrar” o coração de Deus com os nossos pedidos, com a nossa humildade? Sim! Nosso Senhor não se aguenta, se assim posso dizer, com aqueles que se humilham na Sua presença. Se a pessoa se humilha na presença d’Ele, Ele também se humilha e vem ao encontro da sua humildade, da minha humildade. Humilhemo-nos na presença do Senhor!
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 03/08/2022

Oração Final
Pai Santo, mantém abertas as portas do nosso coração e da tua Igreja para acolher a todos os companheiros de caminhada, sem quaisquer discriminações ou privilégios, na consciência de que sendo todos teus filhos, somos irmãos no Cristo Jesus, teu Filho que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/08/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, mantém abertas as portas do nosso coração e da tua Igreja para acolher a todos os companheiros de caminhada, sem quaisquer discriminações ou privilégios, na plena consciência de que, sendo todos teus filhos, somos irmãos no Cristo Jesus, teu Ungido que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/08/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai muito querido, é tão fácil conviver com os iguais… Mas para seguir o Mestre, precisamos ser misericordiosos, compassivos e acolhedores também para os diferentes, mesmo para os que não andam conosco, opõem-se a nós, e até para os que nos querem mal. Dá-nos sabedoria, mansidão, generosidade e força, amado Pai! Nós pedimos pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/08/2020

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