quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 12/02/2015 a 18/02/2015

ANO B



12 de Fevereiro de 2015

Mc 7,24-30

A salvação da qual Jesus é portador é universal

Jesus está sempre a caminho. A razão da sua peregrinação é dita logo no início do evangelho: “vamos a outros lugares...” (Mc 1,38). Trata-se da saída não somente de Cafarnaum, onde ele estava, mas da sua saída de junto do Pai. É uma menção à encarnação. A salvação da qual Jesus é portador é universal; por isso, ele vai à região dos pagãos. Não há lugar nem pessoa a quem a salvação não seja oferecida como dom. Os judeus não são destinatários exclusivos da salvação. A salvação pertence também aos “cachorrinhos”, uma forma de designar os pagãos. Todo o relato está centrado no diálogo entre Jesus e a mulher. Na sua resposta, aquela mulher pagã mostra a sua fé confessando Jesus como Senhor. É com essa designação que os cristãos se dirigem a Jesus Cristo ressuscitado. Por seus gestos e palavras a mulher confia em Jesus; ela sabe que somente por meio de Jesus o mal que aprisiona a sua filha pode ser vencido. Se o mal está presente, está também presente com maior poder a graça de Jesus Cristo. É por ele que se pode dizer que “onde abundou o pecado superabundou a graça”.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, divino Mestre, eu louvo e agradeço o vosso Coração porque entregastes vossa vida por mim.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Existem pessoas que acreditam que somente quem pertence à sua religião ou mesmo apenas ao seu movimento religioso ou espiritualidade será salvo. Essas pessoas esquecem que Jesus veio ao mundo para que o mundo fosse salvo por ele, e não somente os daquela religião ou daquela forma de espiritualidade. Essas pessoas acabam por fazer do próprio Deus propriedade delas e querem que Deus aja segundo os seus critérios. A ação divina depende da vontade divina, que quer o bem e a salvação para todas as pessoas, de todos os povos, de todos os credos, línguas, etc., pois verdadeiramente Deus não faz distinção de pessoas.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

A PERSISTÊNCIA RECOMPENSADA

O encontro de Jesus com a mulher cananéia contém uma série de elementos atípicos.
O Mestre encontrava-se em território pagão, dentro de uma casa, pensando poder passar despercebido. Seu anonimato foi revelado pela presença de uma mulher que, tendo ouvido falar dele, veio lançar-se-lhe aos pés.
Sendo mulher, estrangeira e pagã, a atitude mais natural de Jesus seria de mantê-la à devida distância, porque, segundo a tradição da época, um mestre que se prezava não contactava com mulheres, com estrangeiros, nem com pagãos. Apesar disso, o Mestre aceitou dialogar com ela, embora, tenha sido um diálogo um tanto ríspido.
Jesus não mostrou nenhuma intenção de atendê-la. Mas a mulher ficou firme no seu propósito: obter a cura de sua filhinha, vítima de um espírito maligno. Tampouco se dobrou aos argumentos do Mestre, segundo os quais os destinatários de seu poder taumatúrgico eram, preferencialmente, os "filhos", ou seja, os judeus. Sentia-se no direito de partilhar, pelo menos, as migalhas dos bens oferecidos aos "filhos". Por isso, estava disposta a ser tratada como os cachorrinhos que comem as migalhas caídas da mesa de seus donos.
Segura do que queria, e sabendo que tinha recorrido à pessoa certa, a mulher não cedeu. Resultado: sua persistência foi recompensada.
Oração
Espírito de persistência, não me deixes esmorecer, quando recorro ao Senhor, por carecer de sua ajuda. Que eu também possa ver minha persistência recompensada.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
FONTE: dom total


13 de Fevereiro de 2015

Mc 7,31-37

Em Cristo Jesus se dá uma nova criação

A universalidade da missão da Igreja está enraizada na universalidade da salvação oferecida por Deus em Jesus. A missão da Igreja é missão de Jesus Cristo, portanto, deve ultrapassar as fronteiras para se encontrar com o ser humano onde quer que ele esteja e na situação em que ele se encontra. Nosso texto deixa no anonimato o nome dos que conduzem o cego a Jesus. Seja como for, são pessoas que confiam no poder curativo de Jesus. Dois gestos: Jesus põe os dedos nos ouvidos do cego e saliva nos olhos. Os dedos transmitem o poder (cf. Ex 8,15) que abre os ouvidos; quanto à saliva, seu poder terapêutico, cicatrizante, é conhecido na antiguidade. É somente do céu que vem o nosso socorro; por isso, Jesus olha para o céu com um gemido suplicante. O significado dos dois gestos é esclarecido pela ordem: “Abre-te!”. O espanto da multidão evoca o relato da criação. Em Cristo Jesus se dá uma nova criação, pois ele devolve à criatura a possibilidade de se encantar e de reconhecer que Deus fez tudo muito bem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Divino Espírito Santo, vós que dais vida a todo o universo, conservai em mim a saúde, livrai-me de todas as doenças e de todo mal.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

A comunicação é fundamental para que a pessoa possa viver em sociedade, e quem tem dificuldades para se comunicar pode facilmente ser excluído da comunidade à qual pertence. Quando vemos Jesus curar o surdo-mudo, ele não está simplesmente resolvendo o problema de saúde de alguém, mas está criando condições para que essa pessoa possa ser integrada na comunidade em que vive, possa também discutir os seus valores e deixar de ser uma pessoa com dependência, mas ser protagonista da sua história e da sua própria vida, portanto os benefícios que Jesus propicia ao surdo mudo vai muito além da simples cura.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

ELE FEZ TUDO BEM

Jesus "fazia bem todas as coisas". Isto revela o empenho que colocava no exercício de sua missão. Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas. Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude.
No caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade, já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a ação de Jesus fosse declarada bem-feita. Era necessário possibilitar ao surdo-mudo um "abrir-se" ainda mais radical: desfazer-lhe as outras prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena sintonia com Deus e com os seus semelhantes.
Sem esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser misericordioso com o próximo?
Só uma cura radical possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E era isto que interessava a Jesus.
Oração
Espírito de plenitude, que eu siga o exemplo de Jesus e faça bem todas as coisas, não me contentando com a mediocridade e a displicência no agir.
FONTE: dom total


14 de Fevereiro de 2015

Mc 8,1-10

A compaixão de Jesus pela multidão

Jesus continua em território pagão. Como no primeiro relato da multiplicação dos pães, a compaixão é o sentimento que move o coração de Jesus. Como causa da encarnação e da paixão, morte e ressurreição de Jesus está o amor de Deus pela humanidade; amor que o Senhor viveu e transmitiu até o fim. Mais do que dois “acontecimentos”, trata-se de apresentar a universalidade da salvação: o povo que Jesus Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos; os pagãos também são admitidos à mesa da eucaristia. Estando já três dias com Jesus, a comida acabou. Essa notícia é que permite entrar na mensagem que o autor quis transmitir com o seu texto. A compaixão de Jesus pela multidão é a causa de sua entrega em favor de toda a humanidade. A conotação eucarística do texto é evidente. A notícia de que todos ficaram satisfeitos e a menção da sobra são maneiras de dizer da abundância do alimento dado e, além disso, de que esse alimento ultrapassa a materialidade, pois é um alimento espiritual simbolizado no pão e no peixe que, no início do cristianismo, se referiam a Cristo e à eucaristia.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, eu vos louvo e agradeço pelo grande dom do Evangelho. Que ele seja conhecido, aceito e amado por todos.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Jesus age por compaixão em relação aos sofrimentos e dificuldades do povo de sua época. Ele ama com amor eterno e o seu amor se transforma em solidariedade, em gesto concreto. Jesus não para diante das dificuldades que são apresentadas, porque sabe que o amor supera todas as dificuldades. Jesus leva as outras pessoas a sentirem compaixão com ele e assim colaborarem na superação dos problemas. Os discípulos colaboram na medida em que organizam o povo e distribuem os pães. Outros contribuem também doando os sete pães, que poderiam garantir o próprio sustento. Assim, a compaixão cria uma rede de solidariedade que supera a fome no deserto.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

A COMPAIXÃO OPERANTE

A contemplação da multidão, há três dias escutando os seus ensinamentos e sendo agraciada com milagres, tocou o coração de Jesus. Aquele povo corria o risco de desfalecer, se voltasse para casa faminto. O que fazer?
A compaixão de Jesus foi operante, ou seja, uma compaixão que não se detém na simples constatação das misérias do povo. Antes, pergunta-se pelo que é possível ser feito para minorar a situação de carência.
A atitude tomada por Jesus tem duas vertentes. Na primeira, ele é quem age e indica as providências a serem tomadas. Na segunda, ele engaja, na sua ação, os discípulos e a multidão. Portanto, uma ação conjunta, que exige a participação de todos.
Tratando-se de providenciar comida, Jesus promoveu uma grande partilha dos parcos recursos disponíveis: sete pães e alguns peixinhos. Ordenou ao povo sentar-se no chão, e começou a distribuir os pães e os peixes aos discípulos, e estes, à multidão. Ele supervisionou tudo, de forma que todos ficaram saciados, chegando até a sobrar sete cestos de pedaços.
A partilha dependeu também dos discípulos e da multidão. Era preciso que compreendessem a lição da partilha, ensinada pelo Mestre, e a pusessem em prática, imediatamente. Sem este engajamento efetivo, o milagre não teria sido realizado.
Oração
Espírito de comiseração, não permitas que eu veja o sofrimento de meus irmãos mais pobres, sem manifestar-lhes, com gestos concretos, minha solidariedade.
FONTE: dom total


15 de Fevereiro de 2015

Mc 1,40-45

Jesus transmite o Espírito Santo que purifica

O livro do Levítico, cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada, do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado. No evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época, ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano, purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão, transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Ao sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus. Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, ajudado com a vossa graça, quero usar sempre minha saúde, empregando minhas forças para a glória de Deus, para o meu próprio bem e para o bem do próximo.
FONTE: PAULINAS

Meditando o Evangelho

A LIBERDADE DE CURAR

A cura do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem, de fato, carecia de sua ajuda.
A moção da vontade, porém, não diminuia o afeto de Jesus. Seu coração se compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo amor.
Oração
Senhor Jesus, mova meu coração para fazer o bem a quem carece de misericórdia. Seja eu tua presença amorosa junto deles.
FONTE: dom total


16 de Fevereiro de 2015

Mc 8,11-13

A adesão à pessoa de Jesus só pode vir pela fé

O sinal requerido de Jesus por parte dos fariseus é uma tentação. O sinal que eles exigem é uma prova inequívoca e espetacular, vinda do céu, da origem e filiação divina de Jesus. Tentação a que, como sempre, Jesus não cede. Sem fé não se pode conhecer que é Jesus. A cena é muito breve, mas suficiente para que o ouvinte ou leitor do evangelho saiba que Jesus não se deixa enredar pela tentação. É importante reter que as tentações que acompanharam Jesus ao longo de toda a sua existência terrestre foram sempre contra a sua missão, buscando fazê-lo utilizar em benefício próprio a sua condição divina. Jesus rejeita realizar qualquer gesto em seu favor; ele não está à busca de reconhecimento, aplausos ou poder. Jesus rejeita, consciente da vontade de Deus, qualquer proposta que o desvie do messianismo caracterizado pela humildade e pelo serviço; humildade e serviço que o fizeram entregar a própria vida. A adesão à pessoa de Jesus só pode vir pela fé. Para o cristão, é necessário reconhecer e reter que toda a vida de Jesus é o sinal que nos remete a Deus. Subordinar a fé a um sinal espetacular é incredulidade.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, Mestre divino, vós sois o Filho de Deus, caminho que leva ao Pai, nossa única lei, nossa paz, nossa esperança. Nós vos louvamos pelo exemplo que nos dais.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Quando Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, a segunda tentação era que ele se atirasse do pináculo do Templo, uma vez que os anjos cuidariam dele.Mas a resposta que Jesus deu ao demônio foi: "Não tentarás o Senhor teu Deus". O Evangelho de hoje nos mostra que existem pessoas que sempre estão tentando a Deus, pois, assim como os fariseus pediam um sinal do céu para por Jesus à prova, muitas pessoas querem fazer chantagem com Deus, fazendo uma série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

O PEDIDO RECUSADO

Jesus recusou-se terminantemente a fazer exibição de seu poder taumatúrgico, para satisfazer a curiosidade alheia ou para provar, a quem se recusava aceitá-lo, sua condição messiânica. Os fariseus tentaram, sem sucesso, arrancar um milagre de Jesus nestas condições. Jesus não caiu nesta armadilha.
São vários os motivos da recusa de Jesus. Os milagres não têm, por si mesmos, o poder de convencer ninguém e levá-lo à fé. Fazer um milagre diante dos fariseus seria perda de tempo e poderia ter o efeito de fazê-los odiar Jesus ainda mais. Os milagres pressupõem a fé e os fariseus representavam uma categoria de pessoas refratárias a Jesus e incapazes de perceber o verdadeiro significado de seu gesto. Os milagres têm como objetivo levar a salvação do Reino a quem é privado de sua saúde ou tem a vida ameaçada. Esse não era o caso dos fariseus que não estavam dispostos a abrir mão de seus preconceitos contra Jesus.
Recusando atender o pedido dos fariseus, Jesus manifestou uma atitude de firmeza diante da tentação de um messianismo espetacular e exibicionista que mantém as pessoas cativas de seu egoísmo, sem sensibilizá-las para o amor e a misericórdia. Igualmente, a tentação de um messianismo humanamente gratificante, pelo sucesso e pelos aplausos. Jesus estava certo de que isto não correspondia ao querer do Pai.
Oração
Senhor Jesus, que eu jamais caia na tentação do exibicionismo e da busca do reconhecimento humano fácil, pois não é este o caminho do Pai.
FONTE: dom total


17 de Fevereiro de 2015

Mc 8,14-21

O fechamento à revelação de Deus em Jesus Cristo

A incompreensão é objeto de uma das críticas mais importantes que Jesus faz aos seus discípulos. A causa da incompreensão é a dureza do coração, o fechamento à surpresa e à revelação de Deus em Jesus Cristo. O texto faz referências aos dois relatos da multiplicação dos pães, que são sinais que remetem a Deus. Jesus fica indignado com os seus discípulos, por isso, o tom do relato parece áspero. Jesus vê na atitude dos seus próprios discípulos o perigo de serem contaminados pelo apego às tradições humanas e pelo desejo de poder. Daí o alerta contra fermento dos fariseus e de Herodes. Entenda-se, aqui, a influência maléfica do ensinamento e da prática dos fariseus e da maldade de Herodes. Os discípulos, como nós, estão no mundo, e sujeitos a todo tipo de influência e ofertas de facilidades. Os fariseus e Herodes são para o nosso relato símbolos de má influência e da oferta de abandonar o caminho de seguimento de Jesus Cristo, que exige a renúncia da hipocrisia e do poder em benefício próprio. Na tradição bíblica, o fermento é, ainda, metáfora do pecado e da corrupção. É preciso uma profunda união com o Senhor para não ser seduzido pelos “tesouros deste mundo”.
Pe. Carlos Alberto Contier
Oração
Senhor, que nosso coração esteja sempre aberto para compreender os teus sinais. Que não nos falte o pão do sustento e o pão da Palavra.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

Todos nós temos uma hierarquia de valores que servem como critério para a nossa vida e tudo o que temos e fazemos está subordinado a essa hierarquia. A maioria das pessoas orienta a sua vida para a satisfação das suas necessidades primárias e instintivas. Assim, os seus valores principais são a comida, a bebida e o sexo, de modo que essas pessoas, apesar de civilizadas, possuem a mesma hierarquia de valores que os animais: buscam apenas a satisfação dos próprios instintos. Essas pessoas não aceitam a Jesus e criticam a sua doutrina porque a sua dependência aos instintos lhes cega a vista e endurece os seus corações, de modo que não podem compreender a verdadeira hierarquia de valores que Jesus veio trazer para que as pessoas não vivam instintivamente, mas tenham vida em abundância.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

CUIDADO COM A HIPOCRISIA

Jesus procurava precaver seus discípulos contra certas posturas farisaicas, indignas de um discípulo do Reino. Algumas correntes do farisaísmo haviam tomado rumos com os quais Jesus não estava de acordo. Eles eram vítimas do vedetismo, fazendo suas ações para terem o reconhecimento popular. Padeciam também da hipocrisia. Seu exterior não correspondia ao interior. Por isso, eram falsos quando davam demonstração de piedade. Eles tinham um apego exagerado às Escrituras, que eram interpretadas a seu bel prazer, mesmo falseando seu sentido e fazendo interpretações contrárias ao sentido da Lei. Os fariseus nutriam profundo desprezo por quem não era "perfeito" como eles. E acabavam formando um grupo hermético de pretensos puros e santos. Os discípulos de Jesus não estavam imunes de serem contaminados por este mau espírito, o fermento dos fariseus. Era preciso estar atento.
Outra mentalidade contra a qual era preciso cuidar-se foi designada como o fermento de Herodes. Esse rei foi conhecido por sua megalomania, cruel violência, impiedade, tirania e arrogância. Todas estas são atitudes indignas dos discípulos do Reino, embora possam se deixar arrastar por elas.
A conduta do discípulo é permeada pelo fermento de Jesus. É na contemplação do Mestre que os discípulos saberão como ser fiéis à sua fé.
Oração
Senhor Jesus, guarda-me do fermento do mundo que contamina meu coração e me impede de ser fermentado por ti e pelo teu Espírito.
FONTE: dom total


18 de Fevereiro de 2015

Mt 6,1-6.16-18

Quaresma: tempo de conversão do coração!

O início da quaresma é marcado, cada ano, com uma celebração de caráter penitencial. Assim é a quarta-feira de Cinzas. O texto começa por um alerta, cuja exigência prática para a vida do discípulo e de toda a comunidade cristã é a rejeição firme da hipocrisia, como se verá nas considerações das práticas tradicionais de piedade (jejum, esmola e oração), que eram aspectos importantes da vida religiosa no tempo de Jesus. Também recomendadas pela Igreja, como meios de uma verdadeira conversão, essas práticas não podem alimentar a vaidade de uma religião puramente exterior e se constitui num espetáculo público. Tais práticas, entre outras, não podem levar as pessoas a se fecharem em si mesmas, pois têm por finalidade mover as pessoas a saírem de si mesmas e voltarem-se para Deus, que vê no segredo do coração, e se disporem a servir generosamente seus semelhantes. O jejum, a caridade fraterna e a oração são a expressão do desejo de uma profunda e verdadeira conversão; a conversão não é tarefa de um tempo, mas empenho de toda a vida. As práticas penitenciais deste tempo que nos prepara para a Páscoa do Senhor devem nos conduzir à solidariedade com inúmeros de nossos semelhantes que sofrem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, sonda meu coração e faze-me sempre trilhar os teus caminhos.
FONTE: PAULINAS

Reflexão

O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
FONTE: CNBB

Meditando o Evangelho

COMO AGRADAR A DEUS

A prática quaresmal da esmola, da oração e do jejum tem a finalidade de sintonizar-nos com a vontade do Pai, de forma a preparar-nos, da melhor maneira possível, para a celebração da Páscoa. As três práticas de piedade visam refazer nossa amizade com o Pai, enquanto discípulos de Jesus. Têm como objetivo tornar-nos agradáveis a ele. De onde a importância de serem vividas segundo as orientações dadas pelo Mestre Jesus.
Existem maneiras incorretas de dar esmolas, rezar e jejuar. Portando, vazias e inúteis. Isto acontece com quem se serve destes atos para fazer exibição de piedade, pretendendo passar por santos aos olhos dos outros. Mas, também, com quem dá esmola de maneira mecânica, sem comprometer-se com o gesto de dar; com quem transforma a oração num amontoado de palavras, sem interioridade nem unção; com quem jejua para cumprir um preceito, embora desconheça o valor de seu gesto.
O reverso da medalha corresponde à forma efetiva de agradar a Deus. Neste caso, a esmola será expressão da misericórdia que existe no coração de quem se faz solidário com a carência alheia; a oração consistirá mais em escutar do que em falar; o jejum corresponderá a um esforço sincero de controlar os próprios instintos e paixões, de forma a não desviarem o ser humano do caminho de Deus.
A melhor forma de agradar a Deus será pôr em prática tudo isto no humilde escondimento.
Oração
Pai, durante o tempo da Quaresma, buscarei ser agradável a ti, manifestando esta minha disposição por meio da esmola, da oração e do jejum feitos de maneira correta.
FONTE: dom total 


Nenhum comentário:

Postar um comentário