quarta-feira, 22 de novembro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 22/11/2023

ANO A


Lc 19,11-28

Comentário do Evangelho

O medo é contrário à fé.

A parábola do rei que viajou para o estrangeiro é equivalente, quanto ao tema principal, à parábola dos talentos (cf. Mt 25,14-30). A introdução da parábola evoca a morte-ressurreição de Cristo, a sua parúsia, a missão conferida aos servos de cuidar do dinheiro do rei e a resistência e rejeição do rei por seus concidadãos. Não obstante a resistência e rejeição, ele foi nomeado rei e voltou para pedir contas de seu dinheiro.
Para o leitor do evangelho fica claro que se trata de Jesus. O acento é posto no “outro servo”, que enrolou o dinheiro do rei num lenço e, ao contrário dos outros dois, não valorizou esse dinheiro, por isso não o fez frutificar. O medo o paralisou, e foi a desculpa da sua inércia, do seu comodismo. De onde lhe vem este medo? Não será o mesmo raciocínio que levou Caim a matar Abel: imaginar que Deus pudesse preferir um ao outro? Fazer-se imagem de Deus pode ser perigoso e induzir a sérios equívocos. O medo é contrário à fé. O espírito servil precisa ser expurgado da vida cristã e ceder lugar à liberdade: “Vós não recebestes um espírito de escravos para cair no medo, mas de filhos adotivos” (Rm 8,15).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir.
Fonte: Paulinas em 20/11/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

MUITO BEM, SERVO BOM!


Ao final do Ano Litúrgico, as leituras ganham um teor escatológico e nos oferecem uma reflexão sobre o modo de esperarmos a vinda do Senhor e sobre o destino dos dons e carismas que recebemos de Deus. Estamos no ano 85, quando Lucas escreve. Os cristãos, cansados de esperar, esqueceram o entusiasmo inicial, esfriaram na fé e na caridade. Instalaram-se na mediocridade e no comodismo.
As perseguições provocaram desânimo e apostasia. Era preciso reacender o ardor e o compromisso cristão. Lucas, então, mescla a parábola do homem que vai ser coroado rei com a parábola das cem moedas. O homem parte em viagem e distribui cem moedas de prata para dez dos seus empregados. Quando voltou, pediu uma prestação de contas.
Os dois primeiros conseguiram um grande lucro. Outro, de modo covarde, escondeu o dinheiro em um lenço. Aos primeiros, o rei os fez participar do governo de algumas cidades. Que frase tão bela: participamos do reinado do rei! Somos depositários dos dons de Deus. Como os administramos? Com medo e covardia, ou nos lançamos com ousadia e riscos. Com qual dos servos nos identificamos?
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

Jesus indica claramente a postura que deseja do discípulo: nós não devemos esperar parados, mas ir e anunciar. Não escondamos os dons que nos foram emprestados pelo Criador. Trabalhemos para que eles se aprimorem, reproduzam e os coloquemos a serviço dos companheiros, especialmente dos mais fragilizados.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho enfatiza a nossa responsabilidade sobre os dons que recebemos do Criador. Não basta preservá-los para devolvê-los intocados ao Pai que é rico em misericórdia: é preciso que os cultivemos e desenvolvamos com esforço, competência e, se de graça recebemos, de graça e com amor também devemos colocá-los a serviço dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2017

VIVENDO A PALAVRA

Jesus indica claramente a postura que deseja do discípulo: nós não devemos esperar parados, acomodados e indolentes, mas ir aos irmãos e lhes anunciar a Boa Notícia do Reino. Não escondamos egoisticamente os dons que nos foram emprestados pelo Criador. Trabalhemos para que eles se aprimorem, reproduzam e os coloquemos a serviço dos companheiros, especialmente dos mais pobres e fragilizados.

Reflexão

Os dons que temos não nos pertencem, mas sim a Deus, que é o Senhor de tudo, de modo que os dons que recebemos de Deus devem ser ordenados para ele. Sendo assim, não podemos usar os nossos dons, nem mesmo os dons naturais, somente em vista da nossa realização e da nossa promoção pessoal, mas devemos colocá-los a serviço de Deus e dos nossos irmãos e irmãs, pois somente quando o dom se transforma em serviço é que ele é capaz de multiplicar e de produzir frutos em abundância, contribuindo, assim, para que o Reino de Deus cresça cada vez mais no meio dos homens.
Fonte: CNBB em 20/11/2013

Reflexão

O homem nobre (Jesus) viaja para um país distante (casa do Pai) para conseguir o título de rei (sua morte) e volta depois (ressurreição) para o julgamento. O povo mau não aceita o Messias: “Não queremos que esse homem reine sobre nós”. O final da parábola insinua o final trágico dos ingratos. Os empregados que fazem frutificar as cem moedas tomarão parte no governo do Reino. O empregado inútil e medroso, que nada produziu, não terá parte no Reino. Deus procura em nós os frutos, as boas obras, com base nas qualidades que ele mesmo nos concedeu. A sentença conclusiva é um programa para os membros da comunidade cristã: “A todo aquele que tem, lhe será dado…”. No Reino de Deus, quem “produz” tem dentro de si o tesouro, a pérola; quem não “produz”, está vazio por dentro.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 20/11/2019

Reflexão

O homem nobre (Jesus) viaja para um país distante (casa do Pai) para conseguir o título de rei (sua morte) e volta depois (ressurreição) para o julgamento. O povo mau não aceita o Messias: “Não queremos que esse homem reine sobre nós”. O final da parábola insinua o final trágico dos ingratos. Os empregados que fazem frutificar as cem moedas tomarão parte no governo do Reino. O empregado inútil e medroso, que nada produziu, não terá parte no Reino. Deus procura em nós os frutos, as boas obras, com base nas qualidades que ele mesmo nos concedeu. A sentença conclusiva é um programa para os membros da comunidade cristã: “A todo aquele que tem, lhe será dado…”. No Reino de Deus, quem “produz” tem dentro de si o tesouro, a pérola; quem não “produz”, está vazio por dentro.
Oração
Ó Mestre, o que esperas de nós é que apliquemos o tempo e nossas qualidades a serviço do Reino. Afasta de nós, Senhor, o medo de enfrentar os adversários interiores e exteriores. Preenche-nos de fortaleza e entusiasmo, para que cultivemos comunidades alicerçadas sobre o amor e a solidariedade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 17/11/2021

Reflexão

O homem nobre (Jesus) viaja para um país distante (casa do Pai) para conseguir o título de rei (sua morte) e volta depois (ressurreição) para o julgamento. O povo mau não aceita o Messias: “Não queremos que esse homem reine sobre nós”. O final da parábola insinua o final trágico dos ingratos. Os empregados que fazem frutificar as cem moedas tomarão parte no governo do Reino. O empregado inútil e medroso, que nada produziu, não terá parte no Reino. Deus procura em nós os frutos, as boas obras, com base nas qualidades que ele mesmo nos concedeu. A sentença conclusiva é um programa para os membros da comunidade cristã: “A todo aquele que tem, lhe será dado”. No Reino de Deus, quem “produz” tem dentro de si o tesouro, a pérola; quem não “produz”, está vazio por dentro.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Negociai com isto até que eu volte»

P. Pere SUÑER i Puig SJ
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho propõe-nos a parábola das minas: uma quantidade de dinheiro que aquele nobre repartiu entre seus servos, antes de partir de viagem. Primeiro fixemo-nos na ocasião que provoca a parábola de Jesus. Ele ia subindo para Jerusalém, onde o esperava a paixão e a consequente ressurreição. Os discípulos «pensavam que o Reino de Deus ia se manifestar logo» (Lc 19,11). É nessas circunstâncias que Jesus propõe esta parábola. Com ela, Jesus ensina-nos que temos que fazer render os dons e qualidades que Ele nos deu, isto é, que nos deixou a cada um. Não são nossos de maneira que possamos fazer com eles o que queiramos. Ele deixou-nos esses dons para que os façamos render. Os que fizeram render as minas - mais ou menos - são louvados e premiados pelo seu Senhor. É o servo preguiçoso, que guardou o dinheiro num lenço sem o fazer render, é o que é repreendido e condenado.
O cristão, pois, tem que esperar, claro está, o regresso do seu Senhor, Jesus. Mas com duas condições, se quer que o encontro seja amigável. A primeira condição é que afaste a curiosidade doentia de querer saber a hora da solene e vitoriosa volta do Senhor. Virá, diz em outro lugar, quando menos o pensemos. Fora, por tanto, as especulações sobre isto! Esperamos com esperança, mas numa espera confiada sem doentia curiosidade. A segunda condição, é que não percamos o tempo. A esperança do encontro e do final gozoso não pode ser desculpa para não tomarmos a sério o momento presente. Precisamente, porque a alegria e o gozo do encontro final será tanto melhor quanto maior for a colaboração que cada um tiver dado pela causa do reino na vida presente.
Não falta, também aqui, a grave advertência de Jesus aos que se revelam contra Ele: «E quanto a esses meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente» (Lc 19,27)

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Quando o cristão mata o seu tempo na terra, põe-se em perigo de matar o seu céu» (São Josemaria)

- «Qualquer ambiente, mesmo o mais distante e impraticável, pode tornar-se um lugar onde os talentos podem atuar. Não há situações ou lugares excluídos da presença e do testemunho cristão» (Francisco)

- «(…) Cada homem é constituído 'herdeiro', recebe 'talentos' que enriquecem a sua identidade e cujos frutos deve desenvolver (3). Com toda a razão, cada um é devedor de dedicação às comunidades de que faz parte (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.880)

Reflexão

Estados finais do homem (I): o “inferno”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje —evitando especulações sobre seu “triunfo”— Jesus Cristo nos pede “negociar” o dom da nossa vida. A opção de vida do homem se faz definitiva com sua morte; chegados a este ponto já nada se pode esconder ou mudar: O Juiz nos vê tal como somos. Tal opção, que se fraguou no transcurso da vida toda, pode ter diferentes formas, inclusive a auto-perdição definitiva.
Podem existir pessoas que destruíram totalmente em si mesmas o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor. Pessoas nas que tudo se converteu em mentira, pessoas que viveram para o ódio e pisotearam nelas mesmas o amor. Esta é uma perspectiva terrível, mas, na nossa história podemos diferenciar com horror figuras deste tipo. Em indivíduos semelhantes não haveria nada remediável e a destruição do bem seria irrevogável. Isto é o que indica com a palavra “inferno”.
—Jesus, desejo teu “triunfo” na minha liberdade: Toda e sempre ao teu serviço.

Recadinho

Há pessoas que colocam como objetivo de vida apenas a riqueza? - É possível ser feliz assim? - Quando S. Paulo recomenda (em Efésios 5, 16) que aproveitemos o tempo presente, pois nossos dias são incertos, a que ele se refere? - Sabe ser grato a Deus pelo dom da vida e o dom de produzir frutos? - Você reza por aqueles que “colhem onde não semearam?”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 20/11/2013

Meditação

Muitos pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo, com uma grande vitória do Messias e de seus amigos. Com uma parábola, Jesus ensinou-lhes que o importante mesmo era que estivessem atentos e vigilantes, colaborando com a graça que Deus lhes concedia. Assim, quando chegar a hora da “volta do Senhor”, haverão de receber a recompensa de seus trabalhos e de sua fidelidade.
Oração
Ó Deus, sede favorável às nossas súplicas e dignai-vos atender as nossas preces pela intercessão de Santa Cecília. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

Parábola das Minas: Vamos aproveitar os presentes recebidos nesta vida


Hoje, com a “Parábola dos talentos”, o Mestre nos move a aproveitar o tempo e os dons que recebemos em vida. Por isso, convém que reconheçamos nossa dívida com Deus (e com tantas pessoas). Concretamente, o tempo —um grande dom— Deus nos dá: não o fabricamos. É tempo para nossa liberdade (outro grande dom!). Malgastar o tempo é prejudicar a liberdade pessoal. E o mais grave: quem se dedica a matar o tempo corre o risco de matar sua eternidade.
—«Negociai até que volte». Não duvide: voltará!

Meditando o evangelho

A ENTRONIZAÇÃO REAL

A parábola evangélica tem como pano de fundo um fato histórico. Arquelau, um dos filhos de Herodes, tinha viajado para Roma com o intuito de pedir ao imperador César Augusto para confirmá-lo no trono, com o título de rei. Arquelau era perverso como seu pai, por isso o povo judeu o odiava. Foi por esta razão que uma delegação judia seguiu também para Roma para se opor, diante do imperador, contra a nomeação. A questão foi contornada pela autoridade romana que concedeu a Arquelau apenas o título de tetrarca. Desconhece-se qual terá sido sua reação ao voltar. Contudo, a ordem do rei mandando trucidar seus inimigos na presença dele, pode revelar a ira contra seus opositores. Pouco tempo depois, foi destituído do cargo.
A parábola oferece pistas para compreender o que está para acontecer com Jesus. Ele é quem está para ser investido rei pelo Pai. Isto exigirá dele passar, antes, pela morte e, depois, ressuscitar. O tempo de sua ausência é oferecido aos discípulos como oportunidade para fazerem frutificar os dons recebidos de Deus. Os sensatos e responsáveis irão, logo, fazê-los multiplicar. Os medrosos permanecerão bloqueados, e seus dons estarão fadados à esterilidade. Além disso, os inimigos de Jesus, contrários à sua condição de Messias, iriam perseguir a comunidade dos discípulos.
Todavia, ao voltar, revestido do poder real para realizar o juízo, o Mestre retribuirá a cada um conforme se tiver comportado. A prudência aconselha, pois, o caminho da fidelidade ao Messias Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir.
Fonte: Dom Total em 22/11/2017 20/11/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A FÉ COR DE CINZA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Às vezes entre os próprios cristãos há uma anedota de que, para a pessoa ser crente, tem que ser direita, séria, a Fé nesse caso é avaliada pelas atitudes, deixou de fumar, de beber, de levar uma vida devassa, dizem que a pessoa então, virou crente, e qualquer não participação da mesma, em algo que signifique diversão e descontração, lá vem alguém com a piadinha desrespeitosa: “ Esse aí virou crente”
Penso que ter uma nova atitude, a partir do momento em que se encontrou Jesus Salvador, e o proclama-se Senhor da nossa Vida e da nossa História, é válida e deve ser respeitada, principalmente em meio a uma sociedade marcada pelo ateísmo.
Essa Fé cor de cinza que eu quero aqui abordar, vai além dessas aparências que possam sinalizar uma vivência cristã na vida das pessoas. É exatamente a Fé daqueles nove leprosos que não voltaram, recebendo a crítica do evangelista Lucas nesse evangelho.
Provavelmente em nossas igrejas cristãs, nos sentiremos exortados por essa palavra, para que tenhamos sempre a atitude do Leproso que voltou para dar glória a Deus, pelo dom da sua cura. Certamente muitos pregadores irão dar enfoque à virtude da gratidão, dizendo que diante de Deus devemos ser gratos, no que não estão errados, no fundo a mensagem seria mesmo essa. Mas tenho como proposta fazer uma reflexão ainda mais profunda, válida para todos os que se declaram e se sentem cristãos: qual a diferença entre os nove que não voltaram, e aquele que voltou?
Até o momento em que encontraram Jesus, eles eram exatamente iguais, vítimas da mesma desgraça, a lepra, uma doença que acabava com a alegria de viver, porque o homem, longe do seu semelhante, isolado de seus irmãos, se transforma em um “Bicho Triste”. Banido da sociedade, da família e da comunidade.
O texto não fala que um suplicou mais do que o outro, ou que um gesticulou, ou ficou de cabeça baixa, ou que alguém entre eles, se ajoelhou, simplesmente pararam á distância e clamaram por misericórdia. Vendo-os Jesus disse “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”. Até aqui, portanto, nenhuma diferença, tudo exatamente igual, mas aconteceu que enquanto caminhavam ficaram purificados....aqui começa a diferença de atitudes....e a Fé começa a ter uma cor.
Os dez se deram conta de que algo de extraordinário tinha acontecido com eles, a partir daquele momento não eram mais leprosos, poderiam voltar de imediato ao convívio dos familiares, dos amigos, e da comunidade, acabou-se a confinação, o isolamento, a vidinha triste do acampamento de Leprosário, se tinham esposas ou mães e pais, irmãos e irmãs, quem sabe alguma noiva, tudo havia agora se renovado, a vida recomeçava com um horizonte novo e promissor. A cura não era mais uma promessa, mas realidade palpável e concreta, pele limpa, mãos e rosto intacto e sem deformações monstruosas. Podiam comemorar e extravasar toda alegria presentes na alma e no coração.
Com certeza, os dez sentiram naquele momento toda essa euforia , entretanto, na comemoração, só um deles teve a ousadia de “extrapolar”, não havia como deixar fora desse clima de Festa, Aquele que realizara tal prodígio, seria impensável para ele, prosseguir o caminho sem antes festejar a cura com aquele que o havia curado, mas junto com a alegria também o sentimento de gratidão, Simplesmente porque acaba de ser curado. Não damos glória a Deus porque somos bons cristãos, praticantes da religião, cumpridores das obrigações cristãs, mas damos Glória a Deus, porque o seu Amor é grandioso e infinito, e em Jesus o Filho de Deus, já podemos sentir esse amor extremamente misericordioso.
Imagino que no caminho de volta esse homem fez a maior festa, cantando, dançando, dando murros no ar para extravasar a sua incontida alegria. A sua Fé tinha a cor da alegria, era uma Fé contagiante, marcada antes de tudo pelo encanto que começara a sentir pela pessoa de Jesus, por isso o Senhor irá lhe dizer “Vai, a tua Fé te salvou”. Os outros nove continuaram curados da lepra, mas este estrangeiro acabara de descobrir que somente Jesus, Salvador e Redentor consegue dar um sentido novo á nossa vida, somente ele é a razão de se viver.
Provavelmente procurou o Sacerdote, representante da Instituição, que iria apenas confirmar aquilo Jesus realizara em sua vida, o verdadeiro rito manifesta aquilo que é essencial, sinalizando o agir Divino.
Em todos os domingos, nós cristãos temos um encontro privilegiado com Jesus em nossas comunidades, sua palavra nos encanta e a Ceia Eucarística que é o seu Corpo e Sangue passam a fazer parte do nosso Ser Existencial, O Mistério da Força da Eucaristia nos desinstala de nós mesmos, nos leva a buscar a comunhão com as pessoas que nos cercam e com quem convivemos na Comunidade, na Família e na Sociedade.
Qual a cor da Fé que manifestamos em nossas celebrações? Se for a do rito formal de uma liturgia “quadrada” que sufoca em nós a alegria de manifestar o amor de Deus, se for a de um formalismo religioso vivido em uma igreja das obrigatoriedades e preceitos, ela será sempre CINZA como a dos nove Leprosos, que preocupados com o aspecto legalista da relação com Deus, esqueceram ou não quiseram comemorar com Aquele que é a causa, a razão e o sentido desta Vida Nova que nos libertou da tristeza do pecado.
Fé que se fecha em nossas igrejas, não irradia alegria de ser amado, e não contagia as pessoas com quem convivemos, será sempre cor de CINZA, e nossas celebrações serão sempre enfadonhas, monótonas, não vemos a hora de acabar, para voltar ao Leprosário do nosso egoísmo, do mundinho religioso que inventamos, onde nada mais enxergamos além do próprio umbigo. Essa Fé não salva e nem cura ninguém, nem a nós mesmos...

2. Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Esta é a parábola das minas, que são moedas dos tempos antigos. O dono do dinheiro é um homem mau, odiado por todo mundo, e ninguém o quer como rei. Merece, pois, aplausos o servo que se recusou a multiplicar o dinheiro de alguém desonesto.
Fonte: NPD Brasil em 22/11/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Abrir e doar-se, para ter ainda mais
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em nossas comunidades há pessoas carismáticas dotadas de dons maravilhosos concedidos por Deus, as pessoas desenvolvem aptidão para alguma coisa, alguma tarefa, mas há muitos que se omitem em usar seus dons, dizendo que não querem aparecer, achando que assim estão sendo "humildezinhas", esse é um grave pecado chamado de omissão... É como aquele servo avarento que recebeu uma dessas minas para administrar, e com medo da responsabilidade e de uma punição pelo mau uso do seu talento, manteve o seu dom trancado a sete chaves para restituir ao Senhor no momento certo, porém, a sua produção foi zero, usou o talento e o dom apenas em benefício próprio, querendo só salvar a sua vida e a sua alma.
Jesus inaugurou o Reino de Deus entre nós, mas só inaugurou. Isto é, colocou a pedra fundamental que é ele próprio, e depois confiou á sua Igreja a missão de edificá-lo. O homem que foi para um país distante confiou a administração de suas minas a um grupo de pessoas, e como qualquer bom acionista, Deus quer ver o seu reino se expandir, para que todos o conheçam e venham dele participar. A construção do Reino de Deus depende dos homens! Essa afirmação poderá escandalizar os que não a compreenderem, mais isto é a mais pura verdade. Deus só age quando o homem colabora.
Basta imaginarmos o que teria acontecido com a nossa Igreja, se o grupo de apóstolos tivesse mantido a comunidade apenas em Jerusalém, não permitindo que ela se expandisse entre os pagãos, através do apóstolo Paulo. Nos dias de hoje precisamos pensar com muita seriedade no ensinamento desse evangelho, pois diante dos desafios da evangelização na pós-modernidade, todos nós temos a tentação de vivermos o cristianismo "enterrados" em nossas comunidades cristãs, preservando assim o santo evangelho como coisa santa e sagrada que não pode e nem deve ser levado a um ambiente profano que é a sociedade atual e todos os seus segmentos.
Esquecemos que a missão primária da Igreja teve início com uma ordem do Senhor... "IDE, a todas as Nações da terra". O cristianismo quando vivido com autenticidade e coerência, tem essa força de penetrar em qualquer cultura de qualquer época da nossa história, a Palavra que levamos e o testemunho que vivemos, tem essa força transformadora que ninguém consegue segurar. É exatamente isso que Deus espera de nós, é essa a missão que Jesus nos confiou.
Estamos investindo bem e negociando em nossas relações a riqueza da sua graça, ou egoisticamente queremos guardar tudo para nós e garantir a nossa salvação? Se assim procedermos, esse pouco que dispomos nos será tirado e ao chegarmos diante de Deus estaremos de mãos abanando...

2. Servo bom, te mostraste fiel - Lc 19,11-28
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Depois do encontro com Zaqueu, Jesus conta a parábola das minas. Assim terminam as etapas da subida para Jerusalém. A parábola dos talentos e a parábola das minas são originariamente a mesma parábola. Lucas a modificou, preocupado com o uso das riquezas, e a colocou como conclusão do episódio de Zaqueu e introdução à entrada em Jerusalém. O patrão, que se tornou rei, era odiado. Os servos obedeceram às suas ordens, menos um. Nos julgamentos pós-guerras, muita gente se defende dizendo que cumpriu ordens. Menos um?
Fonte: NPD Brasil em 20/11/2019

Liturgia comentada

Não queremos que ele reine sobre nós! (Lc 19, 11-28)
Estamos diante de um grande mistério do mundo espiritual, diretamente ligado ao “mistério da iniquidade” (a presença do mal do mundo). Trata-se de um vasto movimento de rebeldia que recusa a implantação do Reino de Deus entre os homens.
A raiz de tudo está na revolta dos anjos, capitaneados por Lúcifer, antes da criação do mundo. Ao anúncio da futura Encarnação do Verbo, o “portador da luz” protesta: “Non serviam!” “Não servirei a um Deus-na-carne, a um Deus-humilhado, feito frágil, pequeno, dependente!”
Não por acaso, a primeira tentação do Éden bateu na mesma tecla: tomar nas próprias mãos a decisão a respeito do Bem e do Mal (Gn 3), em um louco impulso de autodeterminação, usurpando a criatura aquilo que cabia exclusivamente ao Criador. Nomeados gerentes da Criação (Gn 1, 28), com a honrosa tarefa de prolongar a obra do Criador, homem e mulher deixam-se iludir pela promessa maligna de serem como deuses (Gn 3, 5). Desde o início, a humanidade recusa o Reino de Deus...
Na parábola de hoje, o Rei se afasta por um tempo. Estamos na história, é claro. Ao longo desse percurso, devemos trabalhar para que o Reino se instaure entre nós, mesmo entre dores e lágrimas, sucessos e fracassos. Nosso trabalho se realiza na esperança, pois o Rei prometeu voltar.
Mas aqui e ali, em todos os quadrantes, erguem-se vozes de protesto: “Não queremos que Ele reine sobre nós!” Os rebeldes se associam, tecem uma teia de rebeldia que envolve todo o planeta. Grupos financeiros, multinacionais da indústria, gigantes da área farmacêutica, generais da mídia – todos dão-se as mãos e juntam seus exércitos para ocupar o espaço do Rei.
Novos potentados são propostos para substituir o Senhor: o Mammon do lucro, a Vênus do prazer, o Marte da guerra, o Zeus do poder, a Juno da vaidade, os baais da prostituição. Quem discorda é caluniado, caçado e cassado, arrastado às arenas.
Mas o Senhor virá. O Senhor já vem. O Senhor não tarda a chegar. O servo fiel receberá seu prêmio. O servo infiel perderá até o que nunca teve. E os inimigos de Deus conhecerão a morte que não passa...
Qual é o meu estilo de vida? Adoro algum ídolo no pedestal de meu Rei? Dedico meu tempo à construção do Reino de Deus?
Orai sem cessar: “Dai ao Senhor a glória de seu nome!” (Sl 29, 2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 20/11/2013

HOMILIA

AS DEZ MOEDAS DE OURO

A parábola dos talentos, apesar das semelhanças, não deverá ser a mesma das minas, ainda que alguns pensem que sim, pois Jesus podia ter contado duas parábolas semelhantes, embora com o mesmo fim didático. Esta parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder à graça duma maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida. Temos de fazer render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do Senhor. O importante não é o número dos talentos recebidos, mas sim a generosidade em os fazer frutificar.
Não se trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos de prata O texto nos sugere refletirmos sobre três pontos fundamentais que são:

1 - O segredo da felicidade. Todos suspiramos pela felicidade, todos queremos ser feliz. Todavia é preciso não termos ilusões. A felicidade não se recebe de mão-beijada. Ela conquista-se com o esforço, o trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos deveres em relação a Deus e aos outros. Ser fiel no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo; fiel no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na preocupação de tornar a vida agradável aos outros: sorrindo, servindo e ensinando. Não é indiferente ser ou não ser fiel: ditoso o que teme o Senhor e segue o seu caminho, diz o Salmista.
Não há felicidade sem fidelidade. As leituras da missa de hoje colocam diante de nós o exemplo da mulher virtuosa que põe todo o seu esforço ao serviço do bem estar da família, do aconchego do lar. E, no Evangelho, o exemplo dos criados que puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou. S. Paulo, por sua vez, convida-nos a ser vigilantes e sóbrios em tudo: no falar e no comer; no vestir e no andar; na maneira de encarar os acontecimentos com otimismo e não com pessimismo e desespero.

2 - Os pecados de omissão. O Evangelho nos diz que o patrão daqueles criados, passado muito tempo, foi ajustar contas com eles. Enquanto que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro, deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouvir a censura condenatória do seu patrão: servo mau e preguiçoso.
Aqui temos retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento recebido. Teve até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O servo preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado a uma vida de piedade mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da pobreza, do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva. E tranquiliza a sua consciência dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem quer que seja. Quem fala assim não repara que também existam omissões graves, coisas que se deviam ter feito ou dito, não se fizeram nem se disseram. V.G. na comunicação social quantos pecados de omissão nesta área, lembra o Senhor Arcebispo Primaz: há momentos para elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Lembro os que apoiam publicamente o aborto e outros actos graves contra a vida a justiça e a paz.

3 – verdadeiro descanso. O comportamento dos servos não foi igual. Para o primeiro e o segundo o resultado foi 100% mais; para o terceiro foi 100% negativo. Cada um recebeu os seus talentos para os pôr a render sempre que posso fazer algo. E assim não posso cruzar os braços. Certamente que não resolvo tudo. Faço o que posso. Portanto, dê tu também o teu 100% e descansarás, tomarás posse do que está reservado para aqueles que em vida deram o seu 100%.
O Evangelho estabelece um laço constante entre os pecados de omissão e o inferno. Três textos se referem ao caso: a parábola dos talentos que acabados de ouvir – lançai-os às trevas de lá de fora. Na parábola do rico avarento (Lc. 16, 10): Morreu e foi sepultado no abismo. No capítulo 25, 11 de S. Mt.: afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno.
Eu, no meu lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha paróquia, faço frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia, de possibilidades econômicas...ou enterro tudo isso no despejo da preguiça? Procuro trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do pudor, dos outros que precisam da minha ajuda? Mãos à obras, tu tens tudo para seres feliz, e repousares na alegria do teu Senhor, basta que ponhas a render os teus talentos.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 20/11/2013

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 20/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

É hora de sairmos do comodismo

Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer.

“Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem.” (Lc 19,26)

As palavras do nosso Deus vem nos chamar a atenção para a dirigência, para a responsabilidade que nós precisamos ter com aquilo que Deus nos confiou. A parábola do Evangelho de hoje mostra o senhor que confia cem moedas para cada um dos operários que a ele se apresenta. Cada um deles faz o que pode com suas cem moedas: um as multiplicam, fazendo com que rendam dez vezes mais; outro, as fazem render cinco vezes mais; um terceiro pega essas moedas e apenas as coloca em um lenço e não faz com que se multipliquem.
Por isto, o senhor é muito severo quando chega, é muito duro com este homem; e o pouco que ele tem, ele perde. Em compensação, aqueles outros que multiplicaram as suas cem moedas receberam em proporção àquilo que fizeram, foram recompensados por terem pegado seus dons e os multiplicado.
Deus nos chama à ousadia – no bom sentido da palavra –, pois não quer que sejamos preguiçosos, relaxados ou negligentes. Às vezes, levamos a nossa vida de qualquer jeito, reclamando do que temos ou daquilo que não temos. E a nossa vida cai em um marasmo, as coisas não andam para frente e nós ficamos paralisados.
Até as pessoas mais limitadas fisicamente multiplicam os dons que têm. Quando vemos pessoas cegas fazendo coisas extraordinárias, pessoas com uma perna só (ou nenhuma) em cima de uma cadeira de rodas, fazendo muito mais coisas do que nós, que temos braços e pernas, percebemos o quanto nós nos limitamos. Muitas vezes, ficamos presos à condição que temos e não saímos do marasmo.
Sim, é hora de sairmos do comodismo, de fazer os dons que Deus nos deu multiplicar, crescer. Não podemos ficar parados pelo medo, pela letargia, reclamando que não podemos isso ou aquilo. Não importa a quantidade de dons e talentos que temos, o que importa é que, pouco ou muito, nós podemos multiplicá-los, nós podemos nos dar mais, ser mais ousados. O que não podemos é ficar parados, olhando para o céu, esperando que Deus faça a nossa vida acontecer.
Ele nos deu inteligência, capacidade e fé. Se usarmos isto como nossas armas, nós multiplicaremos a graça de Deus entre nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2013

HOMILIA DIÁRIA

Só alcançamos a graça de Deus se corremos atrás

Não faltará a graça de Deus para quem corre atrás, com o pouco ou o muito que tem

“As cem moedas renderam cinco vezes mais’. O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades.’” (Lucas 19,18-19)

A parábola que escutamos, hoje, conta-nos que dez empregados receberam cem moedas de prata do patrão e ele disse: “Procurem negociar até que eu volte. Cuide das moedas que vocês receberam e as multipliquem”.
Lembro-me de pessoas que tinham o velho hábito, algumas ainda têm, de colocar o dinheiro debaixo do colchão, porque não confiam no banco ou não sabem fazer uma aplicação para que renda alguma coisa, então, preferem deixar debaixo do colchão.
Antigamente, tínhamos o fenômeno da inflação desenfreada, galopante: um dinheiro que valesse um real, passavam-se alguns meses não valia mais nada. Então, esse era colocado debaixo do colchão, se fôssemos pegá-lo depois de 10 ou 20 anos não teríamos nada, pois ele só serviria para museu.  O dinheiro recebido foi simplesmente ”enterrado”.
Pode ser uma comparação monetária e econômica, já que, em muitas situações a economia rege as relações humanas, entretanto, Jesus está dizendo com essa parábola de que forma devemos administrar a graça, os dons, os talentos que recebemos de Deus.
Podemos ser displicentes, negligentes e, simplesmente, pegarmos a graça de Deus e colocá-la debaixo do colchão: “Está guardada. Ninguém mexe. Não estou correndo risco. Só eu mexo, está debaixo do meu colchão”. Estamos dormindo em cima dos nossos talentos, estamos dormindo em cima da graça de Deus e não a estamos levamos, a crescer e a multiplicar.
Não me refiro somente as coisas religiosas, Deus quer que todos os nossos talentos sejam multiplicados, sejam religiosos ou não. É tão bonito ver quando uma pessoa, começa fazendo uma coisa pequena e depois a transforma num dom maior.
Vi pessoas que começaram do zero vendendo um picolé aqui, um doce acolá; depois serem capazes de ter uma indústria, uma fábrica. Outras, que não tinham a capacidade para ler e nem escrever, desdobrarem-se para aprender, e tornarem-se grandes médicos e profissionais da vida.
Não importa em que ponto você se encontra da sua própria vida, o que importa é não ficarmos escondendo dinheiro debaixo do colchão; escondendo o tesouro, o dom e o talento, precisamos correr atrás.
Diante de uma onda de desânimo que está por ai, muitos dizem: “Não consigo emprego. Não consigo nada na vida”. Conseguiremos se a chave que nos move for a persistência, a insistência, a luta. É correr atrás.
Não faltará a graça de Deus para quem corre atrás, com o pouco ou o muito que tem. Vemos coisas maravilhosas, com pessoas que não se entregam ao desânimo, mas que correm atrás.
Se corrermos atrás para melhorarmos na vida, a graça de Deus nos acompanhará onde quer que estejamos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/11/2017

HOMILIA DIÁRIA

Assumamos nossas responsabilidades como o servo bom e fiel

“O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades.’” (Lucas 19,16-17)

A parábola que estamos ouvindo do coração de Jesus, desse homem nobre que parte para um país distante e entrega aos seus empregados a administração dos seus bens, conta-nos na verdade de qual relação o Pai exerce para conosco.
O Pai entregou para nós os seus bens para administrar. O primeiro dos bens é a nossa própria vida, cabe a cada um de nós administrar, cuidar e nos responsabilizarmos pela nossa própria vida. Depois, tudo aquilo que diz respeito à vida, ao mundo criado, a natureza, a tudo que está ao nosso dispor, os nossos talentos, as nossas capacidades. Ninguém pode se omitir diante da vida.
Todos que têm consciência e que não fogem da sua reta consciência, devem assumir a responsabilidades por aquilo que Deus confiou, mas o que não pode acontecer é o que acontece tantas vezes de levarmos a vida de qualquer jeito, de levarmos a nossa vida hora para cá, hora para lá. Às vezes, tropeçamos tanto na vida e ainda culpamos Deus pelas coisas que não deram certo.
Deus nos abençoa, nos ilumina, Ele nos dá a Sua graça, mas a responsabilidade é nossa. É verdade que há aqueles que receberam mais para administrar: a mãe que tem muitos filhos, aqueles que tem muitas responsabilidades. Desculpe, mas tem gente cuidando de tanta coisa e cuidando bem e, às vezes, têm pessoas cuidando de uma coisa só, cuidando só da sua própria vida e está cuidando como esse servo mal e preguiçoso que simplesmente guardou o lenço, ele foi néscio, desajuizado, não teve um só pingo de juízo para cuidar daquilo que lhe foi confiado.
Não paremos na quantidade, no tamanho de nossas responsabilidades, não paremos na quantidade de bens que temos que administrar ou das coisas que temos que cuidar. Você pode cuidar bem de um só carneiro, como pode cuidar mal de cem carneiros.

Cuidemos bem da nossa vida a cada dia, nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes e responsabilidades

Você pode cuidar muito bem de cem cordeiros, como pode cuidar mal de um cordeiro só, você pode cuidar bem de dez vidas que estão a seu dispor, mas você pode cuidar muito mal da sua própria e única vida. Se não conseguimos cuidar da nossa própria vida, o que vamos cuidar neste mundo, o que vamos poder assumir neste mundo?
Sejamos o servo bom e fiel, cuidemos bem da nossa vida a cada dia, nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes e responsabilidades, na simples obrigação de levantar a cada dia e arrumar a nossa própria cama.
Uma pessoa que de manhã não consegue arrumar a sua própria cama, como vai conseguir organizar a vida, o coração e as demais responsabilidades?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2019

HOMILIA DIÁRIA

Bem-aventurado é quem vive a vida na bênção de Deus

“Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei.” (Lucas 19,22)

As parábolas de Jesus são contadas dentro de um contexto cultural, onde as histórias que Ele traz à ativa são narrativas que, muitas vezes, os ouvintes conhecem. A sabedoria do Mestre é pegar essas narrativas e compará-las com as realidades do Reino dos Céus, ainda que algumas delas tenham figuras de linguagem duras para a nossa compreensão.
Estamos acostumados sempre com o afago, com a ternura, mas a vida também é feita da seriedade, da dureza e da compreensão da verdade. E esta, muitas vezes, é dura, mas precisamos encará-la para não vivermos ludibriados, enganados, iludidos e levando a nossa vida de qualquer jeito.

Abençoado é quem levanta cedo para correr atrás do pão de cada dia, abençoado é quem cuida da sua vida

Jesus está nos dizendo, hoje, que não podemos tratar a vida de qualquer forma, deixando “a vida me levar”. Não podemos deixar que a vida nos leve de qualquer jeito. Somos nós que temos que conduzi-la e levá-la com a graça e a bênção de Deus. Mas Ele entregou em nossas mãos a nossa própria vida, como o exemplo da parábola, onde o empregador entrega aos seus empregados cem moedas de prata para que a negociem, para que cuidem, para que façam acontecer o dinheiro que receberam. Podemos tomar aquela atitude ativa: “Olha, estou com cem moedas de prata, posso fazer tanta coisa! Posso investir, posso fazer esse dinheiro se multiplicar”! Mas se sou daqueles passivos inativos, usando uma expressão dura e evangélica — mau e preguiçoso —, eu simplesmente deixo o dinheiro guardado. O dinheiro não só não se multiplica, mas, numa era inflacionária, o dinheiro até se perde.
Imagina o que é colocar dinheiro embaixo do colchão como muitas pessoas já fizeram! Depois de muitos anos, não serve para nada. Assim, muitas vezes, estamos colocando nossos dons, nossos talentos, nossas capacidades para agir na vida “debaixo do colchão”. Olhamos as coisas sempre com muitas dificuldades, com muitos problemas, e não temos reação, a reação da ação, a reação de correr atrás, de fazer acontecer.
Abençoado é quem levanta cedo para correr atrás do pão de cada dia. Abençoado é quem cuida da sua vida, cuida dos seus negócios. E, aqui, não estou me referindo aos negócios de negociatas, mas de quem cuida de fazer a sua vida acontecer com diligência, com empenho e determinação.
Bem-aventurado é quem trabalha para sustentar a sua casa, a sua família, e dá o melhor de si para isso acontecer. Bem-aventurado é quem vive a vida na bênção e na graça de Deus, e não vive a vida reclamando, murmurando, mas superando as frustrações e decepções com aquilo que não deu certo. Muitas vezes, empreendemos aqui e não dá certo.
Você vai olhar um bom plantador, ele tenta em vários lugares, até encontrar aquele lugar onde vai vingar a sua plantação. Se ele desanima na primeira vez que não deu certo, ele vai sempre encarar a vida no olhar da frustração, e não é assim que temos que olhar, é com o olhar da determinação e da superação para que, a cada dia, possamos colher os frutos do nosso empenho e do nosso trabalho.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/11/2021

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a vencer o comodismo, a preguiça – às vezes até a covardia – e nos inspira para trabalharmos pelo bem de todos irmãos, caminhando com eles pelas estradas abertas neste mundo encantado pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/11/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, por comodismo, preguiça e egoísmo, ou mesmo sob o disfarce de falsa modéstia, nós costumamos esconder os dons que nos emprestas. Faze-nos, Pai amado, companheiros atentos e disponíveis para acolher os que estiverem próximos, partilhando com eles os dons que recebemos de Ti para desenvolver. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/11/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a vencer o comodismo, a preguiça – às vezes até a covardia! – e nos inspira a trabalhar pelo bem de todos os irmãos, seguindo com eles pelo Caminho aberto neste mundo encantado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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