quarta-feira, 20 de setembro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/09/2023

ANO A


Lc 7,31-35

Comentário do Evangelho

O discernimento para captar o tempo de Deus.

O trecho do evangelho de hoje é a sequência do relato em que João Batista envia os seus discípulos a Jesus para perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (v. 20). A pergunta de João revela a sua dificuldade de discernir e compreender o novo que se vai realizando na pessoa de Jesus. Jesus responde apoiando-se em Is 35,5-6; 61,1 e 26,19. Ao mesmo tempo, o leitor vê evocado, na resposta de Jesus, o discurso programático da Sinagoga de Nazaré (Lc 4,16-30). A resposta de Jesus é suficiente para fazer João compreender que o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de Jesus, nos seus “atos de poder” e nas suas palavras.
O convite de João Batista à conversão ganhou muitos adeptos, mas também rejeição: o povo que o ouviu, os publicanos, recebeu o batismo de João, enquanto os escribas e fariseus, não (cf. vv. 29-30). Na aceitação/rejeição de João Batista, é prefigurada a aceitação/rejeição de Jesus. Não se trata de aceitar ou rejeitar a proposta de alguém, mas do próprio desígnio salvífico de Deus (cf. v. 30).
As parábolas dos vv. 31-32 referem-se e ilustram essa rejeição por parte dos chefes do povo. O que se afirma é a incompreensão dos escribas. Falta a eles discernimento para captarem, no tempo, a graça de Deus.
Fonte: Paulinas em 18/09/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

A SABEDORIA FOI JUSTIFICADA POR TODOS OS SEUS FILHOS


A geração do tempo de Jesus age como criança mimada ao sabor do vento. Cantam-se lamentações e ninguém chora; toca-se música alegre e ninguém dança. Aí está o anúncio da rejeição tanto de João Batista quanto de Jesus. Os simples e humildes acolheram a proposta de João e de Jesus. As elites de Israel ouviram a pregação de João e não fizeram penitência, não se converteram. Ao contrário, o profeta foi degolado em um banquete que deveria celebrar a vida, por causa de uma dança adolescente. Tal é a frivolidade dos governantes de Israel.
O destino do profeta João, de algum modo, antecipa o destino de Jesus. Na verdade, as elites conviveram com o jeito simples, alegre e acolhedor de Jesus, e não se converteram ao anúncio do Reino, rejeitaram a salvação oferecida por Jesus. Quando não se quer, qualquer desculpa serve. Cada um apresenta um motivo fictício: um vai testar a junta de bois; outro vai para uma festa de casamento; outro comprou um campo. Não aceitaram João porque, diziam, era austero demais; não aceitaram Jesus porque, diziam, era comilão e beberrão. Até quando, geração má e perversa? Quantas mentiras precisaremos contar para justificar nossa infantilidade?
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

Aos homens daquele tempo bastava cumprir a letra da Lei de Moisés. Eles não estavam abertos ao Novo, anunciado pelo Batista e trazido por Jesus de Nazaré. Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco. Saibamos discernir a presença sempre criativa do Senhor nos sinais dos tempos que vivemos.
Fonte: Arquidiocese BH e18/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

As pessoas daquele tempo pensavam que bastava cumprir a letra (as prescrições externas) da Lei de Moisés. Elas não estavam abertas ao Novo, trazido por Jesus de Nazaré e anunciado por João Batista. Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco. Saibamos discernir a presença sempre criativa do Senhor nos sinais dos tempos que vivemos.
Fonte: Arquidiocese BH e18/09/2019

Reflexão

Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.
Fonte: CNBB em 18/09/2013

Reflexão

Jesus faz um desabafo. Seu lamento recai sobre os dirigentes do povo, incluindo as autoridades religiosas, que buscam desculpas, em vez de se abrirem ao projeto de Deus. Não se dispuseram a mudar de vida ante os apelos severos do Batista, a quem tacharam de louco. Agora não se dispõem a converter-se, diante das palavras de misericórdia de Jesus e de seus grandes prodígios. Até o chamam de “comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e pecadores”. São como crianças caprichosas: nada é capaz de despertar-lhes interesse. Nem tudo, porém, está perdido: muitos discípulos da Sabedoria, (“filhos”) que eram os desprezados pelas autoridades religiosas, ou seja, o povo simples e os pecadores, foram inteligentes, aceitando a conversão anunciada por João e o compromisso com Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 18/09/2019

Reflexão

Jesus faz um desabafo. Seu lamento recai sobre os dirigentes do povo, incluindo as autoridades religiosas, que buscam desculpas, em vez de se abrirem ao projeto de Deus. Não se dispuseram a mudar de vida ante os apelos severos do Batista, a quem tacharam de louco. Agora não se dispõem a converter-se, diante das palavras de misericórdia de Jesus e de seus grandes prodígios. Até o chamam de “comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e pecadores”. São como crianças caprichosas: nada é capaz de despertar-lhes interesse. Nem tudo, porém, está perdido: muitos discípulos da Sabedoria (“filhos”), que eram os desprezados pelas autoridades religiosas, ou seja, o povo simples e os pecadores, foram inteligentes, aceitando a conversão anunciada por João e o compromisso com Jesus.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Com quem, então, vou comparar as pessoas desta geração?»

Rev. D. Xavier SERRA i Permanyer
(Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus constata a dureza de coração das pessoas de seu tempo, especialmente os fariseus, tão seguros de si mesmos que não há quem os converta. Não se calam nem diante de João Batista, «que não comia pão, nem bebia vinho» (Lc 7,33), e o acusavam de possuir um demônio; tampouco se calam diante do Filho do homem, «que come e bebe», acusando-o de comilão e bêbedo e, «amigo de publicanos e pecadores» (Lc 7,34). Atrás dessas acusações se escondem seu orgulho e arrogância: ninguém lhes vai dar lições; não aceitam a Deus, senão que fazem seu próprio Deus, um Deus que não os mova de suas comodidades, privilégios e interesses.
Nós também temos esse perigo. Quantas vezes criticamos tudo: se a Igreja diz isso, por que diz isso, se diz o contrário... E até mesmo, poderíamos criticar nos referindo a Deus ou aos outros. No fundo, talvez inconscientemente, queremos justificar nossa preguiça e falta de desejo de uma verdadeira conversão, justificar nossa comodidade e falta de docilidade. Disse São Bernardo: «Há algo mais lógico que não ver as próprias chagas, especialmente se as tapou com a finalidade de não poder vê-las? Disso resulta que, ainda que outro as ache, defenda com teimosia que não são chagas, deixando que seu coração se abandone a palavras falsas».
Deixemos que a Palavra de Deus chegue ao nosso coração e nos converta, nos mude, nos transforme com sua força. Mas para isso, peçamos o dom da humildade. Somente o humilde pode aceitar a Deus; e permitir que se aproxime de nós, que como publicanos e pecadores necessitamos que nos cure. Ai daquele que creia que não necessita do médico! O pior para um doente é acreditar-se sadio, porque o mal avançará e nunca será medicado. Todos estamos doentes de morte, e somente Cristo pode nos salvar, sejamos ou não conscientes disso. Demos graças ao Salvador, acolhendo-o como tal!

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Não todos podem perceber a sabedoria em toda sua perfeição. A todos, não obstante, se lhes infunde, segundo sua capacidade, o espírito de sabedoria, com tal que tenham fé. Se acreditar, posse o espírito de sabedoria» (Santo Ambrósio)

- «Fara bem nos perguntar_ como quero ser salvado? Da minha forma? Ou do modo divino, ou seja, na via de Jesus?» (Francisco)

- «(...) A fé e a prática do Evangelho conferem a cada qual uma experiencia da vida “em Cristo” que o ilumina e o torna capaz de avaliar as realidades divinas e humanas, segundo o Espírito de Deus. Assim, o Espírito Santo pode servir-Se dos mais humildes para iluminar os sábios e os mais elevados em dignidade» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2038)

Reflexão

Fé e razão: o vício de aceitar somente o "fático"

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus lamenta a incredulidade dos líderes do povo judeu: Pelos prejuízos, não acreditaram nem em Baptista nem no Senhor. Nosso tempo não está livre de prejuízos mentais (que incapacitam para a fé): Há pessoas incapazes de ver mais além do fático; apenas podem seguir pensando no plano do fático. Somente se vê o palpável! E desde o ponto de vista metafísico, a pessoa se torna mais tonta.
Por esse caminho, a pessoa se incapacita para dar o pulo ao mistério, afogando-se no meramente fático. Quem não consegue perceber o mistério que impera nos fatos da natureza ou da história, enche sua cabeça e seu coração com um monte de coisas que o incapacitam para a profundidade e a amplidão espiritual.
—É incoerente afirmar: “Somente é válido o fático” (o palpável). Essa mesma afirmação é de ordem “metafísico” (quer dizer, mais além do físico, do “factum”). A sabedoria se acredita por seus “filhos”, por suas obras!

Meditação

O que pensar daqueles que vivem como se Deus não existisse? - Já passou por situação de ter de falar de Deus a quem vive ignorando sua existência? - Quem são os que mais criticam os que frequentam a Igreja? - Os escribas e fariseus tinham como único objetivo encontrar algum erro em Jesus. Não acontece o mesmo na sociedade de hoje com aqueles que não praticam religião alguma? - Procuro ser coerente em meu modo de agir?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/09/2013

Meditação

Jesus lamenta porque não é aceito por seus ouvintes, a quem oferecia a salvação. São inconsequentes como crianças que, se convidadas, não querem brincar; mas reclamam se não são convidadas, e não aceitam nem um brinquedo nem outro. Talvez possamos nos reconhecer na descrição. Se queremos que Deus faça nossas vontades, nunca estaremos contentes, pois achamos que sabemos o que é melhor para nós. Será? O Evangelho nos amadurece como ser humano e como cristão.
Oração
Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, por vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coreia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus critica a indecisão de sua geração: entre críticas e zombarias, a verdade permanece


Hoje Jesus já não sabe o que dizer daquela pessoa: Nunca estavam contentes! O problema de fundo é que eram muito astutos: criticavam João Batista porque jejuava; criticavam Jesus porque comia… Então em que pensar?
—Infelizmente, depois de séculos seguem abundando os “chatos” que dão lições a Deus. E, claro! passam o tempo lamentando-se com cara de funeral.

Meditando o evangelho

OS FILHOS DA SABEDORIA

Tanto João Batista quanto Jesus, foram objeto de rejeição e de acolhida. Tudo dependia da maneira como as pessoas se aproximavam deles e se deixavam tocar por suas palavras. Havia gente sinceramente desejosa de converter-se. Mas havia, também, gente fechada em seus esquemas, que se irritava diante do convite à conversão.
Os pobres, os excluídos e os pecadores mostravam-se sensíveis às palavras que Deus lhes dirigia, e davam ouvido a Jesus e a João, reconhecendo neles a preocupação divina com a salvação de seu povo. Com esta ajuda, reconstruíam sua própria dignidade.
No polo oposto, estava a liderança judaica, cuja hostilidade Jesus e João tiveram sempre que enfrentar. Tudo quanto faziam, era mal interpretado.
A vida ascética e dura do Batista era tida como obra do demônio. Só um possesso podia ser tão anti-social. A vida normal de Jesus, no convívio com as pessoas, fazia dele um comilão e beberrão, vergonhosamente misturado com gente de conduta censurável. Esta má vontade persistente da liderança judaica não lhe permitia deixar-se tocar por quem quer que fosse. Uma semelhante atitude era grave, pois se opunha ao projeto divino. Urgia comportar-se como filhos da sabedoria e deixar-se instruir pelos enviados de Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito que gera filhos da sabedoria, que eu não demore em deixar-me tocar pela palavra de Jesus, sem interpor dificuldades.
Fonte: Dom Total em 18/09/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A conversão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Meninos sentados na praça e que gritam aos outros "Tocamos flauta e não cantais, cantamos uma lamentação e não chorais..."
Com essa expressão talvez estranha para nós, Jesus diz uma grande verdade: queremos sempre que as pessoas dancem conforme a nossa música, isso é, que pensem e ajam como nós, e se for uma religião ou até mesmo aspecto cultural, que não mudem nada e nem venham com coisas novas.
João Batista, o Precursor de Jesus, tinha algo novo a anunciar, mas como vivia de um jeito meio estranho e não se alimentava, diziam que ele estava possesso de um demônio. (Qualquer fenômeno que não conseguimos definir, atribui-se ao demônio).
Jesus de Nazaré é diferente de João Batista, aliás, não se encaixa no perfil de Messias anunciado, em vez de acabar com os pecadores e homens maus, tem amizade com eles, senta-se para tomar refeição com eles, e come e bebe com eles. Por isso o rotularam de comilão e beberrão.
E assim, o Novo que se encarnou em meio a humanidade, acabou rejeitado justamente porque era humano demais. Esse evangelho traz um forte apelo á conversão, mas o que é a conversão? Justamente purificar o olhar e o coração, para ver e sentir a presença de Jesus e do seu Reino nas pessoas e nos acontecimentos da história e da nossa vida. Mas tenhamos cautela, Jesus não está formatado do jeito que nós queremos e o imaginamos, a conversão interior é primeiramente dom de Deus, que vem com a Graça oferecida em Jesus.
Quando olhamos o mundo e as pessoas com os olhos de Jesus, não exigimos que as pessoas "dancem só conforme a nossa música", pois o Reino a todos renova e se refaz nas virtudes e nos valores que cada um tem e disponibiliza para os irmãos e irmãs.

2. O amigo dos pecadores
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Os filhos da sabedoria sabem discernir a vontade de Deus. Julgamentos rápidos dirão que quem não come nem bebe tem um demônio. Foi o que disseram de João Batista. Jesus comia e bebia e dele disseram que era comilão e beberrão. E eu, afinal, o que penso, qual é a minha posição? Estou do lado de João que não come nem bebe, ou do lado de Jesus que não tem restrições alimentares? Quem está certo, quem está errado? Os fariseus raciocinavam em termos de ‘permitido’ ou ‘proibido’. O que é que Deus quer? O que é que ele permite e o que é que ele proíbe? Jesus não se sintonizava com este tipo de pergunta dos fariseus e dos escribas. Como sei, então, qual é a vontade de Deus? Olhando a Lei? A resposta está no discernimento com sabedoria. São Lucas escreve que “a sabedoria é reconhecida por todos os seus filhos”. Os filhos da sabedoria a reconhecem, sabem trabalhar com ela, sabem discernir o que tem diante de si. O discernimento sábio percebe o que é melhor aqui e agora: comer ou não comer. Percebe o que mais convém para a glória de Deus e o bem do ser humano. Na visão de Jesus, a Lei sozinha não basta para adquirir a sabedoria. Moisés nos deu a Lei, que mostra o caminho. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo e nos fazem andar.
Fonte: NPD Brasil em 18/09/2019

Liturgia comentada

Alimento aos que o temem... (Sl 111 [110])
No Sermão da Montanha, Jesus disse que os pardais são alimentados pelo Pai do Céu, o mesmo que veste de esplendor os lírios do campo. E se ele alimenta humildes pardais, avezitas sem cor e sem canto, com muito mais razão há de alimentar os filhos! E isto nos ensina algo que devia ser óbvio, mas costuma “passar batido”. O mesmo Deus que nos cria, também nos alimenta. Que Pai seria esse que chamasse à vida e, a seguir, deixasse os filhos morrendo de inanição?
Na história do Povo de Deus, o evento marcante da ação alimentadora de Deus está registrado no Livro do Êxodo. Caminhando pelo deserto, em 40 anos de jornada, era impossível plantar e colher. O Senhor acudiu o seu povo e, com permanente milagre, o alimentou com o maná: “O Senhor disse a Moisés: ‘Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá diariamente a porção de cada dia’”.
Os Padres da Igreja primitiva reconheceram prontamente no dom gratuito do maná uma figura do futuro sacramento da Eucaristia, que Jesus anunciaria como “o verdadeiro pão que meu Pai vos dá” (Jo 6,32). E Jesus vai além, apresentando-se como nosso alimento superessencial: “Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”. (Jo 6,51)
O Salmo da liturgia de hoje assegura que Deus é “alimento para os que o temem”. Santo Agostinho comenta este versículo: “Para que serviram os milagres, a não ser para incutirem temor? De que adiantaria, porém, o temor se o ‘Senhor, misericordioso e clemente’, não sustentasse ‘os que o temem’? Desceu o pão do céu (cf. Jo 6,27.51), alimento incorruptível, dado a quem nada merecia. Pois Cristo morreu pelos ímpios (cf. Rm 5,6). Ninguém daria tal alimento, a não ser o Senhor misericordioso e clemente. Se deu tanto nesta vida, se o Verbo feito carne acolheu o pecador para justificá-lo, que não receberá no futuro século o que for glorificado?”
Houve épocas, em nossa Igreja, em que as pessoas participavam da assembleia eucarística, mas não comungavam. Em outras épocas, era preciso ter autorização especial do confessor para chegar à mesa da comunhão. As crianças só foram autorizadas a receber o Pão da Vida no pontificado do Papa Pio X [1903-1914]. Mesmo hoje, muitos católicos ainda não descobriram a importância da comunhão frequente como alimento para a missão. Creio, mesmo, que muitos cansaços e desistências aconteceram por falta dessa nutrição espiritual.
Participando da mesa eucarística, nós nos preparamos para o banquete do Cordeiro.
Orai sem cessar: “Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!” (Ap 19,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha e18/09/2013

REFLEXÕES DE HOJE

QUARTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 18/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Tenho sido indiferente à Palavra de Deus?

Deixar a vida ser conduzida de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas uma vida material, é ser indiferente a Deus, é ser indiferente à Sua Palavra.

“Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’” (Lc 7,31-32)

A Palavra de Deus nos chama à atenção para a situação da indiferença, para aqueles corações que simplesmente não ligam, para quem tanto faz ou tanto fez; não dão a menor atenção ao que está acontecendo.
Não ligar para alguém que está ao nosso lado sofrendo ou chamando a nossa atenção significa dizer que para nós essa situação não tem a menor diferença, que não nos importamos com isso.
Quando Jesus veio até nós, houve um grupo de pessoas que pararam para ouvi-Lo e deixaram suas vidas serem transformadas por causa da Sua Palavra, mas é óbvio que houve aqueles que se opuseram, colocaram-se contra. Houve também um outro grupo que simplesmente se portou com total indiferença: “Isso não me diz respeito, eu não estou preocupado e não dou atenção a isso”.
No meio de nós há muitas pessoas que conhecem Deus, sabem da Palavra d’Ele, tem até símbolos sagrados na sua casa. De vez em quando, vão à Igreja, mas se portam e se comportam com total indiferença para com Ele, para com a Palavra d’Ele.
Uma vez que estamos preocupados com nossos negócios, estudos e trabalhos, que estamos ocupados em adquirir dinheiro, fortuna ou seja lá o que for, a nossa vida acaba tendo outras ocupações e nós não temos tempo de nos ocupar com Deus nem com a Palavra d’Ele.
Uma coisa é certa, o Senhor não está pedindo a ninguém para deixar as suas ocupações nem as suas responsabilidades com a vida. Mas deixar a vida ser conduzida de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas uma vida material, como se ela se resumisse apenas a essa Terra; como se nós não tivéssemos preocupações com as coisas do Alto é ser indiferente a Deus, é ser indiferente à Sua Palavra.
Que, hoje, essa mesma Palavra chegue ao nosso coração e o desperte para que saiamos da indiferença e da frieza, para que nos abramos a ela, a fim de sermos tocados pela Palavra, porque se chegarmos à situação de que nada que o Senhor fala nos toca, é porque estamos no mau caminho.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Abramos o coração para acolher a Palavra de Deus

“Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!” (Lucas 7,32)

Jesus estava perguntando: “Com quem hei de comparar os homens desta geração?”. Ele se refere a Sua geração, mas a pergunta d’Ele é para nós hoje: Com quem Ele há de comparar os homens da geração em que vivemos?
Ele dá o exemplo das crianças que se sentam nas praças, tocam flautas, mas ninguém dança diante do toque da flauta; fazem lamentações, mas ninguém liga para as lamentações e choros.
Na época de Jesus, Ele veio, trouxe a Palavra de Deus, mas disseram que Ele era um comilão e beberrão. Veio João Batista e disseram que era um doido, porque ele não comia nem bebia. A verdade, aqui, é a indiferença, a frieza, o pouco-caso, é o coração que não se abre para acolher a Palavra de Deus no meio de nós.
Vivemos tempos de uma verdadeira frieza espiritual, uma indiferença para com Deus e com as coisas d’Ele. Essa frieza, muitas vezes, tem tomado conta do coração de muitos de nós que conhecemos Deus, que O amamos, que até comungamos a vida n’Ele pela Eucaristia.
Quando a apatia espiritual toma conta da nossa alma e do nosso coração, não nos sensibilizamos pela presença de Deus no meio de nós, não nos sensibilizamos pela Palavra de Deus entre nós, porque misturamos tudo, e as coisas se tornam uma só, tanto faz a Palavra de Jesus como a daquele guru, daquele conselheiro, daquele homem, daquela mulher… Isso tudo é uma coisa só. Tudo se torna apático e, às vezes, damos até mais atenção à palavra que foi dita por outro do que damos atenção à Palavra do Senhor.

Quando a apatia espiritual toma conta da nossa alma e do nosso coração, não nos sensibilizamos pela presença de Deus

Despertamo-nos ou ligamos a nossa comunhão para outras coisas e não ao Senhor nosso Deus. Por isso, a graça que precisamos pedir é de retornarmos para o Senhor de todo o nosso coração, para sermos curados de toda e qualquer insensibilidade espiritual, insensibilidade da alma, para que o toque da graça divina faça diferença na nossa vida.
Sejamos homens e mulheres da Palavra. Deixemo-nos tocar pela Palavra de Deus, deixemo-nos comover por ela, a fim de que ela mova, de fato, a nossa vida, o nosso coração, os nossos afetos e sentimentos.
Quando vamos à Missa e abrimos a Palavra, mas ela não entra na nossa alma nem no nosso coração, ela não penetra o nosso interior, é sinal de que estamos passando do sinal amarelo para o vermelho.
Precisamos acender a chama da graça de Deus em nós por meio da Palavra. Não podemos ser indiferentes, porque a indiferença gera apatia espiritual, e toda essa apatia nos deixa afastados da graça que Deus nos trouxe.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/09/2019

Oração Final
Pai Santo, que renovas a cada dia a face da terra, dá-nos abertura de alma para discernirmos tua Presença Paterna em cada um de nós, filhos que tanto amas, e na história que construímos com a nossa vida. Ensina-nos a anunciá-la com alegria e gratidão aos irmãos peregrinos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que renovas a cada dia a face da terra, dá-nos abertura de coração e grandeza d’alma para discernir tua Presença Paterna em cada um de nós, filhos que tanto amas, e na história que construímos ao longo da nossa existência. Ensina-nos a anunciá-la com alegria e gratidão aos irmãos peregrinos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2019

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