sábado, 10 de junho de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 10/06/2023

ANO A


Mc 12,38-44

Comentário do Evangelho

Denúncia dos sistemas desumanos

Jesus, em Jerusalém, encerra seu ministério com duras palavras contra o sistema do Templo. Ensinando no próprio Templo, adverte o povo contra a sua exploração por parte dos escribas, que "devoram as casas das viúvas". Estes ostentam poder e piedade para humilhar o povo simples e mantê-lo sob seu domínio.
Jesus senta-se em frente ao Tesouro, anexo ao Templo. Observava como a multidão depositava dinheiro nos cofres. Os ricos, interessados em fortalecer o sistema do Templo, do qual se beneficiavam, colocavam grandes quantias. Uma pobre viúva vem e deposita duas moedinhas. Jesus fala que a pobre viúva deu mais do que todos, pois deu tudo o que possuía. A piedade tradicional interpreta a fala de Jesus como sendo a apresentação de um modelo a ser seguido. Na realidade, em continuidade à denúncia dos escribas que "devoravam a casa das viúvas", segue esta denúncia do sistema desumano do Templo que, claramente, explora os pequenos, humildes e pobres, como aquela viúva.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, dá-me pureza de coração, para que todas as minhas ações sejam marcadas pela sinceridade e por um amor verdadeiro ao Pai.
Fonte: Paulinas em 09/06/2012

Comentário sobre o Evangelho


Hoje “vemos” que Deus “vê” tudo. Deus, sendo tão grande como é (infinito), tem especial interesse pelo que é pequeno. Curioso! Várias vezes disse que o Reino dos Céus é como o grão de mostarda: uma semente pequeníssima! Como aquela pobre viúva. Aos olhos dos homens não contava para nada, a sua contribuição era insignificante.
- A Deus não lhe importa a quantidade mas a qualidade. Aquela mulher ao deitar “todo o pouco” que tinha, na realidade “deitou” amor. E isto despertou o olhar de Jesus-Deus!

Vivendo a Palavra

A nova contabilidade do Reino, ensinada por Jesus: nós só possuímos aquilo que repartimos. O óbolo da viúva levava consigo a generosidade. Os ‘muitos dinheiros’ depositados pelos ricos vinham carregados de orgulho, de desejos de que o Senhor lhes retribuísse com abundância. Ainda hoje, muitos pensam assim…
Fonte: Arquidiocese BH em 09/06/2012

VIVENDO A PALAVRA

A verdadeira religião nasce no coração. Não depende de roupas compridas e vistosas ou de atitudes orantes piedosas, apenas para serem vistas. Vale a generosidade, o desapego, a partilha dos bens, o cuidado com o irmão necessitado, a compaixão com aquele que sofre.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2017

VIVENDO A PALAVRA

Jesus adverte seu povo contra a religião feita de aparências. Longas orações e gestos exteriores, para disfarçar interesses mesquinhos. A religião de Jesus de Nazaré é a vivência da fraternidade, da transparência e da misericórdia, e não a participação em alguns atos, só para serem vistos, orações repetitivas, que são apenas palavras, às vezes até bonitas, mas vazias…
Fonte: Arquidiocese BH em 05/06/2021

Reflexão

Entre as inúmeras motivações que encontramos nos dias de hoje para o seguimento de Jesus, uma delas é a busca de privilégios. Isso não é uma coisa nova. Basta, para nós, a memória dos filhos de Zebedeu, que queriam sentar-se à direita e à esquerda de Jesus na sua glória. De fato, a religião pode tornar-se fonte de privilégios para muitas pessoas, principalmente numa sociedade religiosa e hierarquizada como a nossa. Não é essa a vontade de Jesus para os seus seguidores, pois Jesus não quis privilégios nem mesmo para si próprio. Ele quer de nós a disponibilidade e a entrega de vida, a exemplo da viúva que, com a única moeda que não seria valorizada por ninguém, deu o maior exemplo de total entrega.
Fonte: CNBB em 09/06/2012

Reflexão

Duas imagens contrastantes. De um lado, a exploração e a vaidade: homens letrados, os doutores da Lei. Do outro lado, a pobreza extrema e a generosidade: a mulher marginalizada, a viúva pobre. Jesus pede nossa atenção para os dois quadros. Primeiramente, pede para observarmos os doutores da Lei, para não imitarmos suas atitudes, pois fazem tudo para se colocarem em evidência pelas roupas e lugares de honra e buscam aplausos da sociedade. Pior que isso é o fato de explorarem pessoas que, pela própria condição, já vivem na pobreza extrema. Depois, Jesus nos convida a imitar o comportamento da viúva: sem recursos, mas desapegada, a ponto de depositar no cofre do templo tudo o que tinha para sua sobrevivência. Na comunidade cristã, não são os títulos e honrarias que contam, mas a generosidade discreta.
Oração
Divino Mestre, fazes grave advertência contra os que gostam de ser bajulados pelo público e enriquecem à custa dos pobres: “Receberão a condenação mais severa”. Depois, voltas o olhar para a viúva pobre, que deposita no templo “tudo o que tinha para viver”. Não perderá sua recompensa. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 05/06/2021

Reflexão

Duas imagens contrastantes. De um lado, a exploração e a vaidade: homens letrados, os doutores da Lei. Do outro lado, a pobreza extrema e a generosidade: a mulher marginalizada, a viúva pobre. Jesus pede nossa atenção para os dois quadros. Primeiramente observar os doutores da Lei, para não imitar suas atitudes, pois fazem tudo para se colocarem em evidência pelas roupas, lugares de honra e busca de aplausos da sociedade. Pior que isso é o fato de explorarem pessoas que, pela própria condição, já vivem na pobreza extrema. Depois, Jesus nos convida a imitar o comportamento da viúva: sem recursos, mas desapegada, a ponto de depositar no cofre do templo tudo o que tinha para sua sobrevivência. Na comunidade cristã, não são os títulos e honrarias que contam, mas a generosidade discreta.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

A pobreza exige pureza de intenção e generosidade. Consciência, "epicentro" da moral

Rev. D. Enric PRAT i Jordana
(Sort, Lleida, Espanha)

Hoje, em contraste evidente com os mestres da lei, o Evangelho nos apresenta o gesto simples, insignificante de uma mulher viúva que suscitou a admiração de Jesus. O valor do donativo era quase nulo, mas a decisão daquela mulher era admirável, heroica: Deu tudo o que tinha para viver.
Nesse gesto, Deus e os outros passavam diante dela e das suas próprias necessidades. Ela permanecia totalmente nas mãos da Providencia. Jesus valorou o esquecimento de si mesma e o desejo de glorificar a Deus e de socorrer os pobres, como o donativo mais importante de todos os que se tinham feito —talvez ostentosamente —no mesmo lugar.
A opção fundamental e de salvação tem lugar no núcleo da própria consciência, quando decidimos nos abrir a Deus e viver a disposição do próximo; o valor da eleição não é dado pela qualidade ou quantidade da obra feita, senão pela pureza da intenção e a generosidade do amor.

Reflexão

«Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas»

Rev. D. Enric PRAT i Jordana
(Sort, Lleida, Espanha)

Hoje como no tempo de Jesus, os seus devotos —e ainda mais os “profissionais” da religião— podem sofrer a tentação de uma espécie de hipocrisia espiritual, manifestada nas atitudes vaidosas, justificadas pelo fato de sentirmo-nos melhor que os outros: por alguma razão somos crentes, praticantes... os puros! Pelo menos no interior da nossa consciência, às vezes nos sentimos assim; sem chegar, porém a “fazer que rezamos” e ainda menos a “devorar os bens dos demais”.
No contraste evidente com os mestres da lei, o Evangelho apresenta-nos o gesto simples, insignificante, de uma mulher viúva que suscitou a admiração de Jesus: «Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas» (Mc 12,42). O valor do donativo era quase nulo, mas a decisão daquela mulher era admirável, heróica: deu tudo o que tinha para viver.
Neste gesto, Deus e os demais passavam diante dela e das suas próprias necessidades. Ela permanecia totalmente nas mãos da Providência. Não tinha outra coisa onde apoiar-se, porque voluntariamente havia deixado tudo ao serviço de Deus e da atenção dos pobres. Jesus —que o viu— valorou o esquecimento de si mesmo, e o desejo de glorificar a Deus e de socorrer os pobres, como o donativo mais importante de todos os que haviam feito.
Tudo indica que a opção fundamental e salvadora tem lugar no núcleo da própria consciência, quando decidimos abrir-nos a Deus e viver em disposição ao próximo; o valor da eleição não vem pela qualidade ou a quantidade da obra feita, senão pela pureza da intenção e a generosidade do amor.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Deves dar aquilo que te custe alguma coisa. Não basta com dar só aquilo do que podes prescindir, mas también do que não podes nem queres prescindir. A isso eu chamo-lhe o amor em ação» (Santa Teresa de Calcutá)

- «A viúva que, na sua miséria, lança no tesouro do templo 'tudo o que tinha para viver' (Mc 12,44). A sua pequena e insignificante moeda torna-se um símbolo eloquente: esta viúva não dá a Deus o que lhe sobra, não dá apenas o que possui, mas o que ela é: toda a sua pessoa» (Bento XVI)

- «O amor da Igreja pelos pobres [...] faz parte da sua constante tradição» (195). Esse amor inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças (196), na pobreza de Jesus (197) e na sua atenção aos pobres (198). O amor dos pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para ‘poder fazer o bem, socorrendo os necessitado’ (199). E não se estende somente à pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa (200)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.444)

Meditação

É certo que nem todos os doutores da lei mereciam essas palavras. Muitos sim, que se aproveitavam de sua posição para aparecer e enriquecer, eram falsos e fingidos. O discípulo de Jesus, seja qual for sua posição, não deve ceder à vaidade e à ostentação. Muito menos pode usar da religião para tirar vantagem e dominar os outros. E sempre deve ser transparente em suas atitudes.
Oração
Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

O VALOR INCALCULÁVEL DO POUCO

O gesto admirável de desprendimento e generosidade testemunhado por Jesus junto do cofre das esmolas do templo, serviu-lhe para ensinar aos discípulos o incalculável valor do pouco. As grandes quantias, provindas do supérfluo dos ricos, eram sem valor em comparação com as duas moedinhas depositadas pela pobre viúva. Esta havia dado tudo quanto possuía e que era necessário para o seu sustento.
A mulher era pobre. Mesmo assim, cumprindo o que ordenava a Lei, não se apresentou diante de Deus com as mãos vazias. Quiçá recebera as duas moedinhas como esmola. No entanto, numa manifestação de gratidão a Deus e de confiança em sua Providência, ofereceu-lhas sem titubear. A pobreza não a tornou avarenta nem apegada às coisas deste mundo. Seu coração era livre!
A mulher era viúva. Nesta condição, deveria viver da caridade alheia, como mandava a Lei. Sua situação social era de pouca segurança. Juntamente com os órfãos e os estrangeiros, fazia parte da categoria de pessoas das quais os governantes deveriam preocupar-se, de modo especial. Quem tinha direito de receber, sentiu-se impelida a dar, sem reservar nada para si.
O pouco, em termos quantitativos, tornou-se muito em termos qualitativos. Jesus mediu a oferta da mulher com parâmetros divinos, e soube descobrir na oferta da pobre viúva algo que só com olhar divino se pode perceber.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, instrui-me com tua sabedoria, para que eu saiba avaliar os gestos humanos com parâmetros divinos, e assim ser capaz de perceber o que é invisível aos nossos olhos.
Fonte: Dom Total em 10/06/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “As moedinhas insignificantes que valiam uma fortuna...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção: vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito de rasgação de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.
De repente, no meio de tantos talentos grandiosos de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembleia. Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.
Certamente os que ofertavam grandes quantias eram os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que se tomassem decisões sem consultá-los previamente.
Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade? Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos acostumados a pensar que pessoas simplezinhas dessa maneira, só atrapalham porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o que pensam...
Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em que fez os agradecimentos, mandou levantar –se uma mulher humilde que estava ali na assembleia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso reparto com ela esse título que vocês me concedem”.
E nesse momento a mesa das autoridades e toda a assembleia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que sentiu-se valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser para trabalhar na cozinha...
Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de si naquilo que fazem...

2. A GENEROSIDADE LOUVADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O contraste entre a oferta dos ricos e a da pobre viúva foi sublinhado, de propósito, por Jesus. Dois gestos, materialmente idênticos, escondiam diferenças significativas. A oferta do rico, maior em quantidade, não tinha a qualidade da oferta da viúva: a primeira provinha do supérfluo, a segunda da penúria e significava abrir mão do próprio sustento. A generosidade do rico revelou exibição, enquanto a da viúva tinha a consistência de um gesto feito de coração.
A observação de Jesus deixava transparecer sua simpatia e predileção pelos pobres. A humildade e simplicidade destes tornavam-nos abertos para Deus, a ponto de se esquecerem de si mesmos e de suas necessidades materiais. A total confiança na misericórdia divina levava-os a se mostrarem desapegados mesmo daquilo que lhes era necessário para sobreviver.
Desta maneira, os pobres mostravam-se mais predispostos a acolher o Reino de Deus. Por não estarem apegados aos bens materiais, deixavam espaço aberto para Deus se tornar Senhor de suas vidas. Jesus dava-se conta de como a pobreza gerava liberdade, possibilitando a ação do Reino.
Louvando o gesto daquela pobre viúva, Jesus denunciava o daqueles que acreditavam poder comprar a benevolência divina com esmolas generosas.
Oração
Espírito de generosidade, liberta meu coração de todo apego aos bens deste mundo, tornando-me capaz de partilhar até mesmo do meu pouco.
Fonte: NPD Brasil em 09/06/2012

HOMILIA DIÁRIA

A oferta sincera agrada o coração de Deus

Postado por: homilia
junho 9th, 2012

O Evangelho de São Marcos nos diz que os escribas e fariseus faziam ostentação de sua suposta bondade. Davam esmolas, tocavam a campainha, rezam em frente ao templo e em tom de grandiosidade ocupavam os primeiros lugares, etc.
“Acautelai-vos dos escribas. Eles gostam de passear com longas vestes e de receber cumprimentos nas praças. Querem os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes” (Mc 12,38-39).
Logo a seguir, a Palavra nos conta a história da viúva que, dando a menor das moedas, dava tudo o que tinha. Foi uma atitude que Jesus apreciou e dela fez o elogio aos seus discípulos. A esmola da viúva, modesta no seu valor, foi a de maior significado. A misericórdia é uma virtude moral pela qual uma pessoa se dedica à outra com compaixão, dando ajuda espiritual e material à medida de suas posses.
O mérito não está na grandeza ou na pequenez da nossa oferta a Deus, mas sim em como a fazemos.
Os mestres da Lei, por exemplo, prevalecendo-se da estima que gozavam do povo, tornavam-se vaidosos e inescrupulosos. Sentiam prazer em ser reconhecidos como pessoas altamente consideradas. Sendo assim, abusavam da boa fé e da hospitalidade das pobres viúvas, passando longas horas de oração na casa delas, só para comer do bom e do melhor. Com prazer, jogavam consideráveis esmolas no tesouro do templo para serem vistos e louvados pelos presentes. Tal esmola, porém, embora valiosa em termos monetários, não tinham valor para Deus.
Bem diferente era o destino e a situação da pobre viúva que, tendo oferecido apenas algumas moedinhas, fez um gesto altamente agradável ao Senhor, marcado pela simplicidade e pela discrição. Talvez, só Jesus a tenha observado. A viúva não ofereceu do seu supérfluo. Antes, abriu mão do que lhe era necessário para fazer um gesto agradável ao Senhor. Por isso, seu pouco se tornou muito aos olhos de Jesus, porque Deus vê o coração, sabe a sua dor, as suas aflições e necessidades.
Jesus sabe daquilo que eu e você podemos doar. Ele acredita no meu e no seu potencial e preparou muitas coisas que somente nós podemos resolver. Mas nós ainda não demos tudo o que podíamos e, por isso, continuamos amarrados e infelizes. Não sejamos egoístas, mas generosos. Diga o seu ‘sim’ e dê tudo aquilo que você pode e deve dar. Siga o exemplo da viúva e veja como ela agradou a Deus. Se assim fizer, também a sua oferta será agradável a Ele.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 09/06/2012

HOMILIA DIÁRIA

A generosidade de Deus forma corações generosos

A generosidade é virtude dos grandes, daqueles que são curados e transformados por Deus

Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (Marcos 12,43-44).

Jesus está exaltando a generosidade do coração dessa viúva. É importante lembrar o que é a generosidade e o que é a mesquinhez. A tendência da natureza humana, por causa do pecado, é sermos mesquinhos, é darmos o resto, as sobras, o que não presta mais.
Quando alguém não quer mais roupas, as que não lhes servem mais, mandam dar aos outros, mas, muitas vezes, são roupas que não servem para mais ninguém, roupas que já estão rasgadas, que não têm mais jeito; esse é um exemplo de mesquinhez.
Quem é generoso dá do que tem, dá das coisas boas que têm, dá a roupa que tem, a comida que tem. Você reparte o que tem com os outros, mas não pode achar que a generosidade é pegar o que você tinha como destino o lixo e dar para alguém.
É óbvio que você pode fazer sua caridade, pois pode ser que para alguém tenha proveito aquilo que você está dando. No entanto, eu lhe digo que o nosso coração não pode se acostumar com a mesquinhez. Pelo contrário, somos chamados a cultivar em nós a semente da generosidade.
O primeiro exemplo para nós é o próprio Deus, Ele é extremamente generoso conosco. O amor que Ele tem por nós não é pouquinho, não é dado em parcelas nem numa pequena quantidade. O amor de Deus é pleno e total.
Deus não nos dá um meio de salvação mesquinho, Ele nos dá o Seu próprio Filho, dá-nos o Seu Espírito Santo. Ele nos dá o que é d’Ele, da natureza divina para nós. A generosidade de Deus forma corações generosos.
O mais importante não é o conhecimento que temos, os trabalhos que fazemos, aquilo que nós estamos fazendo no Reino de Deus. O critério aqui é a generosidade.
O fato de essa mulher ser viúva a deixava desprezada e de lado. Ela é para nós uma escola, um modelo, pois, no seu desprezo e na sua viuvez, não tendo nada financeiramente, ela tirou o seu melhor para colocar no templo.
Se temos de dar algo ao nosso próximo, que procuremos dar o melhor, que procuremos tirar o melhor de nós para servirmos a Deus e ao nosso próximo.
A generosidade é virtude dos grandes, daqueles que são curados e transformados por Deus. Que examinemos a nossa consciência e percebamos se o que guia os nossos gestos é a mesquinhez ou a verdadeira generosidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Deus olha para a qualidade do nosso coração

Jesus chamou os discípulos e disse: ‘Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver’” (Marcos 12,43-44).

Este Evangelho, com toda a profundidade que nos traz, ajuda-nos a refletir o que damos para Deus e o que damos para os outros. Muitas vezes, damos o que sobra, e o que sobra é o que não queremos mais, o que não presta mais, o que não vale mais. A pessoa vai dar esmola para alguém, ela pega aquelas roupas velhas, rasgadas, que não servem nem para ela.
Você pode dar, apenas não está dando o seu melhor, está dando apenas a sua sobra. Quando você vai ajudar alguém, diz: “Vou ver o que eu tenho”, “O que posso dar”. Você olha lá só as suas sobras, muitas vezes, moedas que não valem mais, uma coisa que não tem valor para você.
No Reino de Deus, muitas vezes, financeiramente também, a pessoa olha as moedinhas que tem e coloca ali no ofertório. Às vezes, a forma de ela se comprometer é não tendo compromisso, é dando apenas aquilo que são os resquícios. No próprio serviço, no próprio doar-se para Deus, perguntamos: “Por que você não vai para a igreja?”, e muitos dizem: “Não tenho tempo. Assim que eu tiver tempo, eu vou”. Ou seja, dão aquilo que sobra.

Deus não olha para aquilo que é quantitativo para os homens, mas para aquilo que é a qualidade do coração

Por que as pessoas não se encontram? Porque elas não têm tempo. “Quando sobrar um tempinho…”, ou seja, dou para o outro o que me sobra.
Àquilo que é importante, dou-me por inteiro. Àquilo que é fundamental, saio de mim para dar-me. Mas o que estou dando para Deus? O que estou dando para o outro?
Sei que as medidas do mundo são outras. Nas medidas do mundo, é que quem deu um valor maior deu muito, mas essa medida é do mundo, não é de Deus. A medida de Deus é quem mais se deu, ainda que seja na sua extrema pobreza.
Veja, aquela pessoa que não tem nada para dar, ela se dá, dá a si própria, dá o seu tempo. Às vezes, não tenho nada financeiro no momento para dar a alguém, mas posso dar minha atenção, posso parar para ouvi-la, posso ser educado. Porque, muitas vezes, nem isso conseguimos ser!
Já chegamos para participar das coisas de Deus atrasados e, muitas vezes, saímos até sem terminar, porque estamos sempre apressados. Ou seja, não temos o melhor para dar a Deus nem quando chegamos nem quando saímos.
Quando fazemos as nossas orações, como as fazemos? “Deixa sobrar um tempinho aqui, vou rezar”. A palavra “tempinho” já caracteriza aquilo que é sobra, aquilo que já não é de tão grande significado.
Sejamos generosos! Tenhamos como referência a pobre viúva. O que Deus quer de nós não é o quantitativo para o mundo, mas aquilo que é qualitativo para a vida. Que sejamos inteiros, íntegros naquilo que damos. Que seja de coração, que seja autêntico, que seja do fundo da alma. É muito mais importante do que a quantidade, porque Deus não olha para aquilo que é quantitativo para os homens, mas para aquilo que é a qualidade do coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 05/06/2021

Oração Final
Pai Santo, infunde em nós a generosidade. Abre os nossos olhos para enxergar os irmãos, especialmente os mais pobres, os enjeitados pela sociedade, os discriminados. Que os vejamos – a todos! – como irmãos nossos e também de Jesus, o Cristo, teu Filho Unigênito, que contigo reina unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/06/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos fieis com uma fé verdadeira, sem a exibição de sinais que visem ao prestígio pessoal diante dos irmãos. Que sejamos fraternos com os companheiros de jornada que Tu colocaste perto de nós para caminhar na volta ao nosso Lar Paterno, a Tua Morada Santa, Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai que nos fizeste, nós somos teus! Damos graças pela Igreja que nos acolhe com tanto carinho. Que o nosso testemunho de seguidores do Caminho de Jesus ajude nossos irmãos a se manterem fieis ao Mandamento do Amor – a Ti, Pai querido, sobre todas as coisas, e ao próximo, como a nós mesmos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/06/2021

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