quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Sagrada Família - 30 de Dezembro



A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajuda cada um a caminhar no espírito de Nazaré

Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.

Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:

O exemplo de Nazaré:

Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor.

João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:

A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do “evangelho da família”, mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja…
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova em 2016

Sagrada Família, um modelo para a atualidade

Festa
Origem

As origens da festa litúrgica remontam ao século XVII. Em 1895, Leão XIII fixou a celebração no terceiro domingo depois da Epifania; Bento XV, em 1921, colocou-o na oitava da Epifania; e, atualmente, a reforma litúrgica de 1968 fixou-o no domingo depois do Natal.

Nomenclatura

A “sagrada família”, como o nome sugere, é “sagrada” e “única” ao mesmo tempo. “Santo”, porque cada um dos seus componentes é santo: o Menino é Santo por natureza; a Mãe é santa por privilégio; e José é justo pela graça.

A Santidade

A santidade de toda a família é dada pela soma da santidade desigual de cada componente individual. “Única”, porque historicamente não houve outra família igual nem jamais haverá a mesma. E isso pelo simples fato de que cada membro de uma mesma família, como pessoa, não é apenas único e irrepetível, mas também exclusivo, pois a predestinação absoluta de Cristo e Maria é uma e única, e a santidade de José é declarada oficialmente a partir de Deus.

Sagrada Família: contemplemos a casinha de Nazaré

Empenho da família

O Natal já nos mostrou a Sagrada Família reunida na gruta de Belém, mas hoje somos convidados a contemplá-la na casinha de Nazaré, onde Maria e José se empenham em fazer crescer dia após dia o menino Jesus. (os artistas muitas vezes o faziam) em mil situações e atitudes, colocando a Santíssima Virgem ao lado de seu Menino em primeiro plano, ou o bom São José na carpintaria onde a criança também aprende o trabalho humano, brincando. Assim, as famílias são chamadas a realizar o mesmo para com Deus e seus filhos.

Amor e culto à Deus

Podemos intuir também o imenso acontecimento que se realiza em Nazaré: poder amar a Deus e amar o próximo com um único gesto indivisível! Com efeito, para Maria e José, o Menino é o seu Deus e o seu próximo mais querido. Foi, portanto, em Nazaré que os atos mais sagrados (rezar, conversar com Deus, ouvir a sua Palavra, entrar em comunhão com ele) coincidiam com as expressões coloquiais normais que toda mãe e todo pai dirigem ao filho.

Neste dia, somos convidados a refletir sobre a nossa família

O Início da história de todas as famílias cristãs

Foi em Nazaré que os “atos de culto devidos a Deus” (os mesmos que entretanto se celebravam no grandioso templo de Jerusalém) coincidiram com os habituais cuidados com que Maria vestiu o Menino Jesus, lavou-o, alimentou-o, entregou-se a seus jogos. Foi então que começou a história de todas as famílias cristãs, para as quais tudo (os afetos, os acontecimentos, a matéria da vida) pode ser vivido como sacramento: verdadeiro sinal e antecipação de um amor infinito.

Exemplos para as famílias atuais

Certamente, a passagem da “sagrada família” à família humana é muito delicada e complexa. O primeiro serve de exemplo para toda família que deseja inspirar-se no desígnio autêntico de Deus. Um exemplo que se adapta a cada Personagem: a Cristo, autor da Vida e do Amor, a Maria, a primeira discípula e a José, o primeiro seguidor de Maria. A família, em si mesma, constitui o núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial. No entanto, tudo depende da fé na sacramentalidade do matrimônio que os esposos devem reconhecer, aceitar, amar e permanecer fiéis a ela.

É preciso escolher o amor

A Escolha

Hoje, parece que justamente esta característica específica está em crise, para que uma nova evangelização ajude o povo de Deus nesta recuperação. Seria desejável que os esposos tivessem sempre claro na escolha do amor o belo pensamento do Concílio Vaticano II: “a família é o lugar onde as diversas gerações se encontram e se ajudam mutuamente para alcançar uma sabedoria humana mais completa e harmonizar as direitos da pessoa com as demais necessidades da vida social…” (GS 52). Para alcançar esta nobre meta espiritual de natureza cristocêntrica, o Concílio continua: Esta é uma parte do mistério da Sagrada Família.

Minha oração

“Ó Sagrada Família de Nazaré, ali Deus foi amado e cultuado com os mais altos louvores, dai a nós por tua intercessão o mesmo amor e cuidado com Deus. Ao mesmo tempo, rogamos ao Pai celeste que derrame nas nossas famílias graças especiais a fim de vivermos para transformar a sociedade através do testemunho e exemplo. Amém”

Sagrada Família, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 30 de dezembro

- Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de São Félix I, papa, que regeu a Igreja Romana no tempo do imperador Aureliano. († 274)
- Em Vidin, na Mésia, na hodierna Bulgária, Santo Hermes, exorcista e mártir. († s. III/IV)
- Comemoração de Santo Anísio, bispo de Tessalónica. († c. 406)
- Em Tours, na Gália Lionense, na hodierna França, São Perpétuo, bispo, que edificou a basílica de São Martinho e muitas outras em honra dos Santos, e regulamentou na sua Igreja a prática dos jejuns e das vigílias. († 491)
- Em Aosta, nos Alpes Graios, território da Itália, São Jucundo, bispo. († c. 502)
- Em Flay, na região de Beauvais, na Nêustria, atualmente na França, São Geremaro, abade do mosteiro deste lugar por ele fundado. († c. 658)
- Em Evesham, na Inglaterra, Santo Egvino, bispo, que fundou o mosteiro deste lugar. († 707)
- Na região dos Vestinos, hoje nos Abruzos, região da Itália, São Rainério, bispo de Forcone. († 1077)
- Em Canne, na Apúlia, também na Itália, São Rogério, bispo. († s. XII)
- Em Frazzanó, povoação da Sicília, região da Itália, São Lourenço, monge segundo a observância dos Padres orientais. († c. 1162)
- Em Palestrina, no Lácio, também região da Itália, a Beata Margarida Collona, virgem. († 1280)
- Em Génova, na Ligúria, também região da Itália, a Beata Eugénia Ravasco, virgem, que fundou o Instituto das Irmãs Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. († 1900)
- Em Pancaliéri, localidade próxima de Turim, na Itália, o Beato João Maria Boccardo, presbítero, que fundou a Congregação das Irmãs Pobres Filhas de São Caetano. († 1913)

Fonte:
Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Santiebeati.it

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Melody de Paulo

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