sábado, 15 de outubro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 16/10/2022

ANO C


29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

O Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

Lc 18,1-8

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia de hoje sugere dois temas relevantes: a força da oração e a importância da Sagrada Escritura. Atendendo ao apelo que Jesus nos fará de rezar sempre e, em conformidade com o seu pedido de evangelizar todas as nações, procuremos, pelo testemunho, demonstrar o mandamento maior do amor que à Ele nos identifica.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, pouco a pouco vamos nos aproximando do final do ano litúrgico e o Senhor nos oferece a oportunidade de nos reunirmos em seu nome para elevar ao Pai nossa grande e solene oração de ação de graças, expressão maior de nossa fé. Queremos que por ocasião da vinda gloriosa do Senhor, Ele nos encontre todos perseverantes na oração. Entreguemo-nos, pois, confiantes ao Senhor que escuta nossa prece e que nos guarda como a pupila de seus olhos.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia de hoje sugere dois temas relevantes: a força da oração e a importância da Sagrada Escritura. Atendendo ao apelo que Jesus nos fará de rezar sempre e, em conformidade com o seu pedido de evangelizar todas as nações, procuremos, pelo testemunho, demonstrar o mandamento maior do amor que à Ele nos identifica. 

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, pouco a pouco vamos nos aproximando do final do ano litúrgico e o Senhor nos oferece a oportunidade de nos reunirmos em seu nome para elevar ao Pai nossa grande e solene oração de ação de graças, expressão maior de nossa fé. Queremos que por ocasião da vinda gloriosa do Senhor, Ele nos encontre todos perseverantes na oração. Entreguemo-nos, pois, confiantes ao Senhor que escuta nossa prece e que nos guarda como a pupila de seus olhos. 

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O tempo da expectativa pela última vinda de Cristo é o tempo da fé e da oração. "Quando o Filho do homem vier, encontrará fé sobre a terra?" (Lc 18,8). Fé e oração estão intimamente unidas. Se é verdade que para orar é preciso crer, também para crer é preciso orar. A oração perseverante é expressão e alimento da fé em Deus. O dirigir-se a Deus explicitamente é ato de fé nele, como pessoa sempre presente e distinta de qualquer outra realidade.
Fonte: NPD Brasil em 20/10/2019

JUIZ INJUSTO, PEDINTES INCRÉDULOS.

Um juiz que não teme a Deus e não respeita homem algum. Pra que serve um juiz assim? Se seus critérios não são ditados pela sua visão da existência e do ideal que deve permeá-la, se suas decisões não se prestam a produzir o bem para os que o procuram; quais seriam, então, as balizas da sua atividade de julgamento? Seria o seu estado de humor? Quem sabe a simpatia dos que ele devia julgar? Juiz iníquo, não merece esse posto, não é digno desse nome! Entretanto, em nome do sossego e do seu próprio egocentrismo, ele é capaz de atender ao pedido de uma pessoa incômoda. Mulher insistente, sem poder nenhum de pressão, sem qualquer força para obter o que desejava de uma autoridade como o juiz e, por isso mesmo, alguém que não tinha o que perder e, portanto, podia arriscar tudo. Essa pessoa foi capaz de produzir uma reação imediata e benéfica, não em razão da bondade do juiz, mas de sua própria teimosia. Sua determinação se transformou em força de pressão, sua perseverança acabou produzindo o que não aconteceria pela bondade do homem orgulhoso e prepotente, porque bondade não havia nele. Se se tratasse de um bom juiz, de um homem justo, provavelmente a viúva teria sido atendida antes de todos os outros que pleiteavam algum direito, porque sua extrema necessidade conferiria urgência ao seu caso. Para um coração bom, quem precisa mais deve, necessariamente, ser atendido antes. A pergunta para a nossa reflexão é: De que tipo de Deus estamos falando quando lhe apresentamos nossas súplicas? De um juiz iníquo ou de um pai amoroso? De alguém que não teme nem respeita ninguém ou de um coração sensível e misericordioso? Se até o juiz iníquo sabe atender o pedido de uma pessoa suplicante em razão de sua perseverança, o que não esperar de alguém que se confunde com sua bondade? As razões de Jesus ao contar a parábola estão claras na própria estória que contou: Queria mostrar a necessidade de rezar sempre e de não desistir nunca. Porém, o seu questionamento sobre a atitude de seus ouvintes também está expresso na conclusão de seu ensinamento: O Filho do Homem, quando vier, ainda encontrará fé sobre a terra? Isto é, os que dizem acreditar serão capazes de esperar o tempo que for preciso sabendo que Deus tem seu tempo? Estão convictos de que sua ação pode demorar, mas não faltará? Jesus provoca a reflexão daqueles homens e dos de nosso tempo também. Deus não é um juiz iníquo, que não se solidariza com ninguém. Deus é um Pai generoso que se compadece de todos. Mas será que os que dizem acreditar nele são capazes de colocar à prova a própria fé? Quanto dura sua confiança? Quanta contrariedade e silêncio de Deus são capazes de suportar sem deixar de crer e de esperar Nele? Será que, pelo menos de longe, parecemos com aquela viúva, sabendo que Deus não se parece em nada, nem de longe, com aquele juiz?
Dom Rogério Augusto das Neves
Bispo Auxiliar de São Paulo

A TODOS OS POVOS

Dentro do “mês missionário extraordinário”, celebramos hoje o Dia Mundial das Missões, da Juventude Missionária e da Santa Infância. Em todo o mundo, as comunidades católicas promovem iniciativas especiais para difundir a “cultura missionária” na Igreja, a oração e o apoio concreto aos missionários e suas atividades.
O Papa Francisco quis que este mês de Outubro fosse um “mês missionário extraordinário”, para reavivar em todas as comunidades e em todos os católicos a consciência de que somos um povo missionário, ciente de que “a messe é grande e os operários são poucos” e também que a responsabilidade missionária não é de uns poucos abnegados heróis, mas de todo o povo cristão. Não somos uma Igreja que já fez o que tinha que fazer... Temos muito a fazer para que o Evangelho de Cristo chegue a todos os povos e em toda parte.
Na virada do milênio, o Papa S.João Paulo II escreveu na sua Carta Apostólica “Novo milênio ineunte” (Entrando no Novo Milênio): “Longe de estar acabada, a missão da Igreja está apenas no seu início”! Para cada geração precisa recomeçar a missão evangelizadora, quer aqui perto, quer lá longe, em “terras missionárias”. Se não se fizer assim, a fé esfria e acaba morrendo.
Isso vale muito especialmente para os nossos dias, quando vemos aumentar o esfriamento da fé e da prática religiosa também entre os católicos. Quando já não se transmite mais a fé e a prática religiosa em casa, no seio da família, muitos não se casam na Igreja e não batizam mais os filhos. Nessas situações, é preciso retomar o trabalho missionário também nos lugares onde a maioria era católica.
Nosso sínodo arquidiocesano tem um propósito missionário e, após promover uma ampla tomada de consciência sobre a situação religiosa e pastoral da Arquidiocese de São Paulo, proporá uma “conversão e renovação missionária”, a ser desenvolvida nos próximos anos. Damo-nos conta de que nossa Igreja na metrópole paulistana precisa muito de uma nova ação e atitude missionária.
Neste Domingo, rezemos por todos os missionários e, de maneira especial, pelos missionários que estão atuando em frentes missionárias no Norte do Brasil, ou em outras áreas. E façamos um gesto concreto bem generoso de apoio ao trabalho dos missionários na Coleta para as Missões. Com nosso apoio, os missionários podem continuar seu trabalho também em nosso nome.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 20/10/2019

Comentário do Evangelho

Deus socorre e defende os que sofrem injustiças.

Que o Cristo virá, isto é uma certeza. Aliás, glorioso, ele vem continuamente ao nosso encontro e se oferece para o nosso reconhecimento e acolhida: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Se a vinda de Cristo é certa, é garantido que ele encontrará fé sobre a face da terra? (cf. v. 8). A finalidade da parábola é exortar os discípulos a perseverarem na oração (cf. v. 1). O capítulo precedente (c. 17) oferece o quadro para poder compreender esta parábola: por causa da perseguição em razão da fé, é preciso rezar sempre para “não cair no poder da tentação”, nem desanimar. É preciso rezar sempre para manter vivo o testemunho.
A parábola não é uma descrição fiel da realidade. Ela visa, sem se preocupar com a lógica da descrição, transmitir uma mensagem. A caracterização do juiz que “não temia a Deus, nem respeitava homem algum” (v. 2), isto é, que procede arbitrariamente não levando em consideração nem Deus nem os homens, serve para enfatizar a importância da perseverança da súplica da viúva e ressaltar o cuidado de Deus para com os seus escolhidos (cf. vv. 7-8a). A finalidade da parábola é mostrar que Deus não abandona os que ele escolheu; é ele quem os socorre e defende. A Comunidade que o Cristo reúne deve ser perseverante na oração. A oração sustenta o testemunho de toda a Igreja e nutre o dinamismo missionário da Comunidade eclesial (ver: At 2,42-47; 12,1-19). O “atraso da parúsia” é um convite a viver a adesão da fé através da fidelidade do testemunho pela palavra e pela ação que acompanha o anúncio cristão.
Moisés, sobre a montanha, com as mãos levantadas, garantia a vitória de Israel sobre os amalecitas (Ex 17,8-13); enquanto Pedro está na prisão, em razão de sua fé, “a Igreja fazia ardentemente oração a Deus em favor dele” (At 12,5). No contexto da paixão, no monte das Oliveiras, Jesus adverte os seus discípulos: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para não cairdes no poder da tentação” (Lc 22,46). A fé, nutrida pela oração, é a acolhida da salvação na qual se põe o destino de todo homem. É na fé, que sustenta a missão da Igreja, que, peregrinos neste mundo, vivemos em comunhão com Deus. A vivência da fé passa e passará por provações e perseguições, por isso é preciso rezar sem jamais desanimar (cf. v. 1).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, faze-me pobre e simples diante de ti, de modo que minhas súplicas sejam atendidas, pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti na humildade de coração.
Fonte: Paulinas em 20/10/2013

Vivendo a Palavra

Muito mais do que fazia aquela viúva, que apelava para o juiz injusto, Jesus nos ensina a entregar nas mãos misericordiosas do Pai do Céu a nossa vida, os nossos sonhos e a nossa disposição de viver fraternalmente na Comunhão dos Santos - a sua Igreja –, sendo nela sinal do Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/10/2013

VIVENDO A PALAVRA

Muito mais do que fazia aquela viúva, que apelava para o juiz injusto, Jesus nos ensina a entregar nas mãos misericordiosas do Pai do Céu a nossa vida, os nossos sonhos e a nossa disposição para viver fraternalmente na Comunhão dos Santos – a sua Igreja –, sendo nela sinal do Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/10/2019

Reflexão

INSTINTO DE ORAÇÃO

Palavra de Jesus: “É necessário rezar sempre, sem nunca desistir”. Mas será que o mundo de hoje ainda sabe rezar? Pesquisas realizadas anos atrás constatam um fato surpreendente: reza-se mais do que se poderia esperar.
São muitos os que rezam como Jesus manda. Mas ninguém esperaria que até muitos ateus rezassem. Naturalmente, eles não acreditam em Deus, mas, como um deles disse, “se existe, Deus vai me atender”. Quer dizer que muitos nem sabem a quem dirigir sua oração, porém a assumem como valor positivo.
O coração humano nunca vai se conformar com o vazio, com o “nada eterno” ou com o céu despovoado, nem fica satisfeito em fazer da oração um diálogo consigo mesmo, mas almeja uma relação de abertura e diálogo com o infinito.
Sai em busca do outro, de alguém mais forte – não disposto a possuí-lo e explorá-lo –, para com ele estipular uma espécie de nova aliança, a fim de enfrentar as ameaças do hoje atribulado e do amanhã repleto de mistérios.
Percebe-se desse modo que nem o ateísmo nem o materialismo e o consumismo conseguiram destruir o desejo de rezar. E jamais conseguirão, pois o instinto de oração está tão enraizado em nós quanto o instinto de sobrevivência.
Contudo o recado de Jesus – rezar sem nunca desistir – tem para os cristãos um sentido extraordinariamente elevado. Ele nos sugere que nossa oração não pode ser só verbalizada, isto é, feita de palavras, mas deve ser existencial. Em outros termos, nossa existência e nossa maneira de ser e agir é que precisam transformar-se em oração agradável a Deus.
Então, podem mudar governos, partidos políticos e cultura. Nós, porém, ficaremos firmes na fé e em nossa atitude de oração, mantendo os braços levantados, assim como Moisés, até o fim do dia. Até o fim dos tempos.
Pe. Virgílio, ssp
Fonte: Paulus em 20/10/2013

Reflexão

Na caminhada para Jerusalém, Jesus continua formando seus seguidores. O ensinamento deste domingo é sobre a necessidade da oração e o fortalecimento da fé. Essas duas realidades – oração e fé – parecem andar juntas. O texto inicia com a oração e conclui com a fé. O evangelista apresenta o caso de uma pobre viúva, sem apoio de nenhum homem. Viúva no tempo de Jesus é protótipo de pessoa pobre, juntamente com órfãos e estrangeiros. Essa viúva busca um juiz para que lhe faça justiça. Depois de muita insistência, o juiz atende o apelo da mulher. Como sempre, é muito difícil os pobres serem atendidos. Nesse sentido, vale a pena perguntar o que fazemos diante das injustiças que se cometem contra os empobrecidos todo santo dia. Oxalá eles ainda mexam conosco! O exemplo dessa pobre viúva deve nos incentivar a depositar nossa confiança em Deus, justo juiz, e a nunca esmorecer diante das necessidades dos pobres. A fé pode enfraquecer quando deixamos de orar e não nos solidarizar com os necessitados. A oração e o engajamento no compromisso com o Reino de Deus certamente fortalecerão nossa fé. Como nos diz Tiago em sua carta: a fé sem obras é morta (2,26).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 20/10/2019

Reflexão

Enquanto se dirige para Jerusalém, Jesus continua seus ensinamentos por meio de parábolas. Ele conta uma parábola aos discípulos para mostrar-lhes a necessidade da oração e do fortalecimento da fé. Duas realidades que andam juntas: oração e fé. O texto inicia com a oração e conclui com a fé. O evangelista apresenta o caso de uma pobre viúva, sem apoio de ninguém. Viúva no tempo de Jesus é símbolo de pessoa pobre, juntamente com órfãos e estrangeiros. Essa viúva busca um juiz para que lhe faça justiça. Depois de muita insistência, o juiz atende o apelo da mulher. Como sempre, é muito difícil os pobres serem ouvidos e atendidos. Por outro lado, Deus fará justiça aos pobres, seus escolhidos. Nesse sentido, vale a pena perguntar qual nossa atitude diante das injustiças que levam milhares ao empobrecimento. O exemplo dessa pobre viúva deve nos incentivar a depositar nossa confiança em Deus, justo juiz, e a nunca esmorecer diante das necessidades dos pobres. A exemplo da viúva, o empenho pela justiça nunca deveria esmorecer na sociedade. A fé pode enfraquecer quando deixamos de orar e não nos solidarizar com os necessitados. A oração e o engajamento no compromisso com o Reino de Deus certamente fortalecerão nossa fé, pois, sem as obras, ela é morta.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditação

Você se dirige a Deus com persistência e também paciência? - Reza com fé e com conhecimento de que o importante é estar com a vida voltada para o Reino de Deus? - Procura colocar tudo nas mãos de Deus? - Notemos: o importante é não desanimar e não ter medo. Deus é Pai e nos ama com amor infinito.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 20/10/2013

Meditando o evangelho

A ORAÇÃO DO POBRE

Com a parábola da pobre viúva, vítima da injustiça, Jesus ensinou seus discípulos a orar sem esmorecer. A oração incessante, porém, é própria de quem tem um coração de pobre.
De propósito a personagem central da parábola é uma pessoa triplamente marginalizada: por ser mulher, pobre e viúva. Sendo mulher, sua denúncia contra o injusto adversário carecia de valor. Sendo pobre, faltavam-lhe recursos materiais para mover um processo contra o opressor. Sendo viúva, não tinha marido, um homem para apoiá-la no seu pleito. Estava só, na sua fraqueza, diante de um juiz a quem competia fazer-lhe justiça. Pior ainda, tratava-se de um juiz desonesto, sem temor de Deus nem respeito pelas pessoas. A pobre viúva encontrava-se, pois, numa situação totalmente adversa. Entretanto, estava disposta a fazer valer os seus direitos. E conseguiu, por causa de sua obstinação.
Algo semelhante acontece na oração. Só recorre a Deus, com perseverança, quem se sente pobre, indefeso, consciente de que só dele provém o socorro. Não existe outra esperança. É nesta condição de total indigência que o fiel volta-se para Deus. Anima-o a absoluta certeza de ser atendido. Daí sua obstinação.
Jesus garante que o Pai está sempre pronto a acolher a oração do pobre, mesmo que o faça esperar. É necessário apenas perseverança!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de perseverança na oração, dá-me um coração de pobre, que se volta para o Pai, consciente de que só ele pode vir em socorro de minhas necessidades.
Fonte: Dom Total em 20/10/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Virtudes e Esperança
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Já vi escrito em muito para-choque de caminhão, que “O pobre vive de teimoso”, uma frase que embora irônica tem um fundo de verdade, pois teimosia nesse caso, é sinônimo de perseverança, paciência e esperança, virtudes que são na verdade o tempero da nossa fé, porque a fé que não persevera, que não é paciente e não traz no coração a esperança, é morta, pois segundo São Tiago, a Fé deve ser sempre vivenciada e transformada em obras. No olhar do pobre encontramos um brilho de esperança, basta ver as filas em busca de algum benefício nos bancos ou em repartições públicas, ou até mesmo em fila de liquidação nas grandes lojas, o pobre é capaz de varar o dia, a noite e a madrugada, para guardar um lugar, sempre esperançoso de alguma melhora ou benefício.
Não se quer dizer que estas virtudes sejam exclusivas do pobre, mas é que o rico não tem muita paciência e perseverança e nem seria necessário, uma vez que o dinheiro compra tudo nesta vida, fazendo com que o rico coloque toda sua segurança em seu patrimônio e no dinheiro e, portanto, essas virtudes sempre nascem e são cultivadas no coração do pobre por causa da sua necessidade, que o leva a pedir. É esse o caso dessa viúva que aparece no evangelho desse domingo, pois naquele tempo não havia leis que protegiam e davam garantias à mulher, no caso do falecimento do esposo e a viuvez, junto com a orfandade, era sinônimo de desamparo e abandono, já que o parente mais próximo do falecido, apossava-se de todos os seus bens sobrando para a viúva a triste sina de viver de esmola, pois a mulher não tinha direito de propriedade.
Na lógica humana a viúva não tinha outra alternativa se não a de resignar-se com a sua sorte, pois o juiz dificilmente iria lhe fazer justiça, já que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Conformismo e resignação parecem fazer parte da índole do nosso povo, que deixa o destino da nação nas mãos de certos homens inescrupulosos, sem se importar com os rumos da política ou da economia, tornando-se uma perfeita “Vaquinha de presépio”, engolindo tudo que é sapo, ignorando a sua cidadania e seus direitos essenciais. Mas não é esse o caso da viúva, ela não se conformou com o abandono e a exploração da quais as viúvas eram vítimas e resolveu “virar a mesa” indo à luta por aquilo que considerava justo. Não se sabe quantas vezes ela bateu à porta desse juiz, mas a se julgar pelo temor do magistrado, não deve ter sido só duas ou três e nem foi tão pacífica assim. Claro que exercício de cidadania não deve ser confundido com arruaça e vandalismo.
Os maus governantes sempre tremem na base, quando o povo toma consciência de seus direitos e vai à luta por eles, foi o que aconteceu com esse juiz, que não temia a Deus e nem respeitava homem algum, mas que diante da insistência e da teimosia da mulher, acabou cedendo e atendeu o seu desejo fazendo-lhe justiça contra seu adversário, que certamente queria ficar com seus bens. O evangelho nos mostra a qualidade da verdadeira oração, que não pode ser “imediatista” e onde se quer que Deus atenda o pedido “pra ontem”, as demoras de Deus requer do verdadeiro crente a paciência e confiança.
A oração também não deve ser uma forma de se forçar Deus a fazer a nossa vontade, realizando coisas, ou consertando certas situações que são de nossa única responsabilidade. A viúva soube unir oração e ação, com uma fé consciente e responsável, que crê, persevera, insiste, persiste, espera e vai à luta, para mudar o placar adverso Deus é a força e a teimosia do pobre pois ouve sempre seu clamor e jamais deixará de atendê-lo. Aquela fé mágica e comodista, de quem só quer vento a favor e espera sempre um milagre de Deus, sem mover uma só palha, é uma fé que nada constrói e nem agrega nessa vida: QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Orar sempre - Lc 18,1-8
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Na quinta etapa da subida para Jerusalém, Jesus explica aos discípulos a necessidade de perseverar na oração. É preciso rezar, e com insistência. O exemplo se refere à oração de pedido ou de súplica. “Deus fará justiça aos seus escolhidos que dia e noite gritam por ele.” É preciso acreditar nisso. A fé é o fundamento da vida nova do discípulo.
Quando Jesus vier na vinda definitiva, será que vai encontrar fé sobre a terra? A pergunta é feita pelo próprio Jesus aos seus discípulos. Portanto, é preciso acreditar nele, e acreditar que Deus faz justiça. O exemplo dado na parábola é provocante. Uma viúva pede a um juiz que lhe faça justiça numa questão que ela tem com alguém. O juiz não o faz. Ela insiste e persevera na insistência até que o juiz decide fazer justiça. Ele toma a decisão, dizendo: “Vou fazer-lhe justiça para que ela não venha a agredir-me”.
O exemplo mostra que nem sempre os encarregados da justiça são justos e cumprem o seu dever. Mostra também que a falta de justiça gera agressão e violência. A paz é fruto da justiça. E ensina que até mesmo diante de Deus podemos ser insistentes em nossos pedidos.
O Livro do Êxodo tem o mesmo ensinamento: a oração perseverante nos leva a vencer as batalhas. Os amalecitas atacaram Israel e Josué saiu a campo para defender o seu povo. Moisés, ajudado por Aarão e Ur, sobe a uma colina e reza de braços abertos.
Enquanto Moisés permanece de braços abertos, Josué vence a batalha. Josué perde quando Moisés se cansa e abaixa os braços. Com a ajuda de Aarão e Ur, os braços de Moisés permanecem abertos, em cruz, no alto da colina para que Josué vença a batalha. É a luta contra o mal e a vitória da cruz. Levantemos os olhos para os montes de onde nos vem o socorro do Deus que nos guarda na partida e na chegada. Levantemos os olhos para o monte onde a cruz de Cristo está fixa, enquanto a terra gira. Moisés, de braços abertos, intercedendo pelo povo é figura da única mediação, a de Cristo no Calvário.
O discípulo também é chamado a interceder com insistência e mediar junto à cruz em favor do povo. As Escrituras Sagradas nos dão a sabedoria que leva à salvação pela fé em Jesus Cristo. Prestemos bem atenção no que elas dizem e fiquemos firmes no que nos ensinam. Hoje nos ensinam que podemos pedir a Deus com insistência tudo de que precisamos. E nos ensinam também que podemos nos unir a Jesus Crucificado no alto do Calvário e interceder para que o povo todo não perca a batalha contra o mal.
Proclame a Palavra. Ela é útil para ensinar e educar na justiça, para que o mundo seja melhor. Um povo que desconhece a Palavra de Deus não se respeita e multiplica a injustiça. A injustiça gera violência e a vida se torna insuportável. O desconhecimento da Palavra de Deus embrutece a humanidade. Por isso, rezemos e proclamemos a Palavra oportuna e inoportunamente.
Fonte: NPD Brasil em 20/10/2019

COMENTÁRIO

ORAÇÃO, FÉ E ESCRITURAS

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia de hoje sugere dois temas importantes: a força da oração (1ª leitura e evangelho) e a importância da S. Escritura (2ª leitura), mas ambos têm o mesmo pano de fundo: a esperança da salvação em Jesus. Para a reflexão (e a homilia) vamos insistir mais no segundo tema, por ele ter uma atualidade especial no momento atual da América Latina. Nosso continente, de fato, está conhecendo desde alguns anos um verdadeiro movimento de redescoberta (católica e ecumênica) da Bíblia e, neste particular, se sabe incentivado pelo Concílio Vaticano II, retomado na Exortação Verbum Domini do Papa Bento XVI.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Ex 17,8-13)

Na batalha contra os amalecitas, quem decide da vitória não é Josué, o general, mas Moisés, o homem de Deus, que reza de braços estendidos desde a manhã até a noite. Como toda boa catequese, também a de Israel gostava de histórias que falassem à imaginação. Assim é esta história, que conta como Moisés conseguiu a vitória de seu general Josué sobre os amalecitas, os eternos inimigos de Israel. Enquanto Moisés, segurando o bastão de força divina, ergue as mãos por cima dos combatentes, Israel ganha. Quando ele baixa os braços, Israel perde. Então, escoram a Moisés com uma pedra e sustentam-lhe os braços erguidos, até o pôr do sol, quando a batalha é decidida em favor de Israel. A história não diz se o gesto de Moisés significava oração, bênção sobre Israel ou esconjuro do inimigo, mas, sendo Moisés o enviado de Deus, é evidente que se tratava de uma maneira de tornar a força do Senhor presente no combate. O gesto pode bem significar que Deus mesmo é o general do combate. O próprio gesto de levantar as mãos indica o relacionamento com o Altíssimo. Levantar as mãos a Deus sem cansar, eis a lição da 1ª leitura. O salmo responsorial comenta, nesse sentido, o levantar os olhos (Sl 121[120]).

2. Evangelho (Lc 18,1-8)

No mesmo sentido, o evangelho narra uma dessas parábolas provocantes bem ao gosto de Lucas. É a história da oração insistente da viúva. Uma viúva pleiteia seu direito junto a um juiz pouco interessado, provavelmente comprometido com o outro partido. Porém, no fim lhe faz justiça, não por virtude e amor à justiça, mas por estar cansado da insistência da viúva. Quanto a nós, embora saibamos que Deus gosta de nos atender (não é como o juiz!), Jesus nos encoraja a cansar Deus com nossas orações! Mas, para isso, precisa fé. Ora, acrescenta Lc: será que o Filho do Homem encontrará ainda fé, na terra, quando ele vier…?
Jesus ensinou a rezar pela vinda do Reino; mas quando esta vinda se completar, na parusia do Filho do Homem, encontrar-se-á ainda fé na terra? (Lc 18,9; cf. 2Tm 4,1). Por isso, até lá, é tempo de oração. Devemos reconhecer a carência em que vivemos e assumi-la na oração insistente. Se não clamarmos a Deus para fazer justiça, sua vinda nos encontrará sem fé.
Lucas escreve no último quartel do século I. A fé está enfraquecendo. A demora da Parusia, as perseguições, as tentações da “civilização” do império romano eram tantos fatores que colaboravam para enfraquecer a fé. Os cristãos, vivendo num mundo inimigo, esperavam a Parusia como o momento em que Deus faria justiça em favor dos pequenos e oprimidos. Seria o Dia do Senhor. Mas estava demorando! Rezavam: “Venha teu Reino!” (Lc 11,2). Por outro lado, sabiam também que é difícil aguentar a pressão: “Não nos deixes cair em tentação” (11,4). Por isso, Lucas pergunta: se continuar assim, não terão todos caído quando o Filho do Homem vier? (Lc 18,8). Talvez isso seja uma advertência pedagógica, para insistir na necessidade de guardar a fé até que venha o Filho do Homem. 1Pd 3,9 está às voltas com o mesmo problema, mas oferece outra interpretação: Deus demora porque está dando chances para a gente se converter.

3. II leitura (2Tm 3,14-4,2)

A mensagem da 2ª leitura completa a das duas outras. Não apenas nossa oração deve ser insistente, não apenas devemos guardar a fé; devemos insistir também na pregação da palavra do Evangelho, oportuna ou inoportunamente!
A fé é uma graça de Deus, mas também algo que a gente aprende, tanto o conteúdo quanto a atitude. Isso vale, sobretudo, para quem tem responsabilidade na comunidade. Sua fé deve crescer pela leitura da S. Escritura (2Tm 3,14-16), pela experiência vital e pela desinteresseira transmissão da Palavra, traduzida novamente para cada geração. A palavra de Deus atinge as pessoas através dos seus semelhantes. Só o convicto consegue convencer. Daí a solene admoestação dirigida a Timóteo (2Tm 4,1-2): “Eu te peço com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna ou inoportunamente…”.
Alguns anos atrás, na crise da secularização, procurava-se não incomodar o homem “urbano moderno” com a expressão franca da identidade cristã. Se alguém, prudentemente, expressasse uma exigência cristã, o interlocutor respondia, com um sorriso de compaixão: “Eu achava que o senhor fosse esclarecido!”. Por isso tornou-se comum esconder a visão cristã. Contudo, sobretudo agora, diante do sumiço da visão cristã, é melhor não ficar dando voltas, mas insistir, mesmo inoportunamente, naquilo que o evangelho diz ao mundo. O tempo é breve. Se julgamos dever respeitar o homem moderno por ser secularizado, devemos também lembrar que ele é, sobretudo, objetivo e não gosta de rodeios, mas quer logo saber qual é o assunto! Por isso, sejamos claros. Não se trata de fanatismo (que é disfarce da insegurança), mas de clareza e sadia insistência. Paulo aconselha exteriorizarmos nossa convicção (2Tm 4,2), sobretudo porque o evangelho que ele propõe é o da “graça e benignidade de Deus, nosso Salvador” (Tt 3,4; cf. 2,11).
Para isso, é necessário que o evangelizador “curta”, pessoalmente, toda a riqueza da Palavra e a sua expressão nas Sagradas Escrituras – inclusive do Antigo Testamento, que fornece a linguagem em que Jesus moldou seu evangelho. Tudo isso é obra do Espírito de Deus (2Tm 3,16).

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

A Sagrada Escritura: a reflexão pode aprofundar o tema da 2ª leitura, que reforça o que o evangelho diz sobre a oração: a assiduidade na leitura da Escritura (2Tm 3,14-16). Antigamente, os protestantes se distinguiam dos católicos porque, como se dizia, eles “liam a Bíblia”. De uns tempos para cá, isso mudou. Agora, a Bíblia faz parte também do lar católico, e isso não só para ficar exposta sobre um belo suporte de madeira entalhada… O Concílio Vaticano II nos exorta a ler a Sagrada Escritura, usando as mesmas palavras de Paulo na 2ª leitura de hoje: a Escritura “comunica a sabedoria que conduz à salvação”, “é inspirada por Deus e pode servir para denunciar, corrigir, orientar”. E a recente Exortação apostólica Verbum Domini do Papa Bento XVI diz que a leitura das Escrituras deve ser a alma de toda a pastoral.
Ora, essa recomendação de Paulo e do Concílio deve ser interpretada como convém. Não significa que cada palavrinha isolada da Sagrada Escritura seja um dogma. A Escritura é um conjunto de diversos livros e textos que devem ser interpretados à luz daquilo que é mais central e decisivo, a saber: o exemplo de vida e o ensinamento de Jesus – aquilo que faz Cristo crescer em nós e em nossa comunidade.
O centro e o ponto de referência de toda a Sagrada Escritura são os quatro evangelhos. Em segundo lugar vêm os outros escritos do Novo Testamento (as Cartas e os Atos dos Apóstolos), que nos mostram a fé e a vida que os discípulos de Jesus quiseram transmitir. A partir daí podemos compreender como deve ser interpretada a Bíblia toda, com inclusão do Antigo Testamento, para que nos manifeste, mediante a fé em Jesus Cristo, a “sabedoria que conduz à salvação” (2Tm 3,15). A recomendação de Paulo a Timóteo para que leia as Escrituras refere-se ao Antigo Testamento, as Escrituras de Israel (pois o Novo ainda não tinha sido posto por escrito); à luz de Cristo, essa leitura se torna caminho de salvação. Quanto a nós, o Novo Testamento nos fala de Jesus, e o Antigo se torna leitura salvífica em Jesus, que, como verdadeiro “filho de Israel”, mostrou a plenitude do Antigo e o levou à perfeição. Jesus usou as palavras do Antigo Testamento para rezar e para anunciar a Boa-nova do Reino. Sem conhecer o Antigo Testamento, não entendemos a mensagem de Jesus conservada no Novo. “Quem não conhece as Escrituras, não conhece Cristo” (S. Jerônimo).
Jesus é a chave de leitura da Bíblia. Isso é muito importante para não fazermos de qualquer frase do Antigo (e nem do Novo) Testamento um dogma definitivo! A lei do sábado, por exemplo, deve ser interpretada com esse profundo senso de humanidade que tem Jesus: o sábado é para o homem, não o homem para o sábado. As ideias de vingança, no Antigo Testamento, à luz de Jesus aparecem como atitudes provisórias e a serem superadas. Todos os trechos da Bíblia, por exemplo as parábolas de Jesus, devem ser entendidos dentro do seu contexto e conforme seu gênero e intenção. Não devem ser tomados cegamente ao pé da letra. Muitas vezes apresentam imagens que querem exemplificar um só aspecto, mas não devem ser imitados em tudo (cf. o administrador esperto, no 25º domingo do tempo comum).
Por outro lado, importa ler a Sagrada Escritura no horizonte do momento presente, interpretá-la à luz daquilo que estamos vivendo hoje. Sem explicação e interpretação, a Bíblia é como faca em mão de criança, ou como remédio vendido sem a bula: pode até matar! Ora, a interpretação deve se relacionar com a vida do povo. Por isso, o próprio povo deve ser o sujeito dessa interpretação, mediante círculos bíblicos e outros meios adequados.

Pe. Johan Konings, sj
Nascido na Bélgica, reside há muitos anos no Brasil, onde leciona desde 1972. É doutor em Teologia e licenciado em Filosofia e em Filologia Bíblica pela Universidade Católica de Leuven (Lovaina). Atualmente, é professor de Exegese Bíblica na Faje, em Belo Horizonte. Entre outras obras, publicou: Descobrir a Bíblia a partir da liturgia; A Palavra se fez livro; Liturgia dominical: mistério de Cristo e formação dos fiéis – anos A - B - C; Ser cristão; Evangelho segundo João: amor e fidelidade; A Bíblia nas suas origens e hoje.
E-mail: konings@faculdadejesuita.edu.br
Fonte: Vida Pastoral em 20/10/2013

COMENTÁRIO

O meu socorro vem do Senhor

Pode acontecer que na nossa vida nos questionemos: será que a oração funciona mesmo? Será que Deus escuta mesmo quem reza? Estas perguntas aparecem quando Deus parece não reagir diante da nossa súplica ou quando não nos damos conta de sua ação, como por exemplo, quando fazemos uma oração fervorosa, e depois de obtida a graça, não a consideramos como fruto da oração. E isto nos leva a pensar que se a oração for realmente inútil, para que perdermos tanto tempo com ela?
Justamente por causa dessas dúvidas, é que a liturgia dominical insiste tanto em tratar o tema da oração. O Evangelho quer mostrar o quanto a oração é essencial na vida do cristão, através de relatos onde o próprio Jesus reza ou quando ele nos orienta na prática da oração. Ele diz para que nossa oração seja eficaz, nós devemos: amar os nossos inimigos e rezar pelos que nos perseguem, rezar ao Pai “no segredo”, perdoar do fundo do nosso coração a quem nos ofendeu, rezar com audácia na certeza do obter e com plena adesão à vontade de Deus.
Na I leitura de hoje, vemos o esforço de Moisés em manter as mãos levantadas para vencer a batalha; no Evangelho, com a parábola da viúva importuna, Jesus nos exorta à paciência da fé, necessária quando nossa oração parece não ouvida e inútil.
No tempo de Jesus, a mulher viúva ficava numa situação muito difícil, sem meios para viver e sem proteção. A viúva do relato de Jesus tem necessidade de ser defendida e por isso, se dirige ao juiz. Mas, o juiz da sua cidade não tem interesse algum em ouvi-la. Pois, ele sabe que aquela pobre mulher não pode pagar-lhe um preço alto e ele não quer perder seu tempo por uma causa que não dê muito lucro. Ele não se importa de maneira alguma com a situação da viúva, é totalmente indiferente, e recusa ouvi-la.
A viúva, porém, não perde a esperança: todos os dias, volta a apresentar-se ao juiz, repetindo sempre a mesma coisa: “faz-me justiça contra o meu adversário!”. Os dias passam e o juiz já não aguenta mais aquela viúva importuna. Por um tempo, ele até faz de conta não se incomodar, mas um dia ele cansa-se de ouvir aquele aborrecimento e pensa: “mesmo não temendo a Deus, nem respeitando ninguém, não suporto mais esta viúva acabando com a minha paciência, e por isso, vou fazer-lhe justiça para que ela me deixe em paz”.
Muitas vezes nos comportamos exatamente como esse juiz, e por isso, entendemos bem a parábola: a quem nos pede um favor que não queremos fazer, damos um sim pra ficarmos livres, que no final das contas, fazemos pensando em nós mesmos. Um comportamento destes não é próprio do coração de Deus.
Jesus termina de contar a parábola e pergunta aos discípulos: “vocês ouviram o que diz este juiz injusto? Pois bem, se até mesmo um juiz desonesto decide atender uma viúva para não ser mais incomodado por ela, como pensam que se comportará Deus que é Pai com relação aos filhos que imploram a ele? Eu lhes digo que Deus fará justiça bem depressa”.
Se não rezarmos, estamos dizendo a Deus que ele é impotente. É necessário que rezemos pacientemente, incessantemente. Entretanto, nós temos de ser conscientes de que não podemos prescrever quando e como ele nos atenderá. Uma coisa sabemos: Ele nos fará justiça. Deus pode nos provar por um longo tempo, mas também pode intervir de modo rápido e inesperado.
Temos que ser pacientes no esperar. Esperar não é opção. Todos vamos ter que esperar e não sabemos por quanto tempo. É como nós esperamos que fazemos a diferença. Muitas vezes, ficamos esperando em Deus, quando na realidade é Deus quem está esperando por nós. Deus não vai mudar de ideia nunca com a nossa teimosia. Há um tempo para tudo, Deus faz as coisas conforme o pensamento dele, nunca conforme o nosso. Somos viciados na satisfação imediata. Hoje em dia não queremos esperar por nada.
Por isso, Jesus faz a pergunta: “mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” com esta pergunta, Jesus quer dizer que Deus é sempre fiel, menos segura é a capacidade que nós seres humanos temos de mantermos a fé em Deus em todas as provas. Se não formos pacientes no esperar, então não poderemos ser alcançados pelo socorro do Senhor. A pergunta de Jesus é um convite a ficarmos unidos a Deus por meio da oração confiante.
Pe. Ulrish Pais
Sacerdote de Lisboa
Fonte: Google+ em 20/10/2013

Liturgia comentada

Bem depressa... (Lc 18, 1-8)
Nos dois pólos da parábola, uma pobre viúva injustiçada e um juiz iníquo. Nada mais atual! Pobres espoliados de seus direitos e magistrados corrompidos...
E o tempo que passa. Dia após dia. Semana após semana. Ano após ano. Da parte do juiz, a mesma iniquidade. Do lado da viúva, a invencível perseverança...
Gosto de imaginar que aquela pobre mulher tinha alugado uma terrinha, ou um imóvel, parte da herança deixada pelo finado marido, e o inquilino ganancioso se recusava a pagar os aluguéis. Por isso, ia ao juiz e não desanimava de reivindicar os seus direitos. Até que o homem mau se cansa. É sempre assim. O bem é incansável. O mal tem fôlego curto. E o juiz, que sabe muito bem de sua maldade – “Não temo a Deus nem respeito os homens!” (cf. v. 4) -, começa a temer por uma reação mais forte da pobre viúva e, quando menos se esperava, dá-lhe uma sentença favorável. Faz-se, enfim, a justiça.
A situação da parábola é, agora, utilizada por Jesus para uma lição magistral: se um homem tão ruim acabou fazendo justiça, diante da insistência da velhinha, quanto mais nos fará justiça o Pai do céu, que é bom e justo? Logo, da parte de Deus nada temos a temer. Mas...
Sim, o problema está do nosso lado: somos capazes de perseverar na oração até o tempo da resposta de Deus? Ora, ninguém persevera se não tem a fé. Daí a dúvida de Jesus (a única dúvida do Mestre em todos os Evangelhos!): “Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso ainda achará fé sobre a terra?”
Em todo caso, Jesus nos anima com a garantia: Deus nos atenderá “bem depressa”. Mesmo que não possamos avaliar exatamente o que seja “bem depressa” para um Deus que vive imerso na eternidade (onde não há relógios nem minutos), podemos estar certos de que seremos atendidos “nesta vida”.
Mergulhados na História até o pescoço, temos nosso olhar voltado para o eterno. Peregrinamos na terra, mas somos cidadãos do céu. Não devemos achar caro, como preço da eternidade com Deus, o tempo de espera (e esperança) que gastamos cá em baixo.
Como diz o Senhor no Apocalipse: “Sim, eu venho em breve.” A este anúncio, nós respondemos: “Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22, 20.)
Orai sem cessar: “Antes mesmo que clamem, eu lhes responderei; quando ainda estiverem falando, eu os terei ouvido! (Is 65, 24)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 20/10/2013

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 20/10/2013

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 20/10/2019

HOMILIA DIÁRIA

Desanimar jamais!

Se suas forças estiverem se esvaindo e se você estiver cansado – peça a Deus que redobre suas forças e recobre suas energias. Desanimar jamais!

“Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8).

Meus queridos irmãos e irmãs, a Palavra do nosso Deus no dia de hoje, nos chama a prestar atenção em duas coisas importantes. Primeiro, na oração insistente, que é aquela com fé, e essa mesma fé nos chama à perseverança. É por isso, que o questionamento de Jesus, é este: “Será que quando ele voltar, será que quando ele vier julgar essa terra, ainda encontrará fé sobre ela?”
Não existe outro modo de chegar até Deus a não ser pela fé. Só pela fé nós podemos agradar a Deus, só pela fé nós podemos viver a vontade d’Ele em nossa vida. E o que tira, diminui ou enfraquece a nossa fé? São tantas situações e tantos ventos contrários que nos deixam, muitas vezes, desanimados e sem alento para vivê-la de forma intensa.
Nós, muitas vezes, nos cansamos e nos decepcionamos com os fatos e com as pessoas. Por vezes, parece que a fé não alcança aquilo que nós pedimos de Deus, e isso nos deixa desanimados e cansados.
A Palavra de Deus, hoje, quer ser um alento para o nosso coração e dizer, de forma bem incisiva, à nossa alma que a nossa oração deve ser constante, insistente e persistente. E para isso, Jesus nos deu o exemplo dessa pobre viúva, que importunava o juiz dia e noite. Este, para se ver livre da mulher, fez justiça a ela. Se esse juiz, maldoso, atendeu essa pobre mulher; imagine o nosso Deus se nós, dia e noite, insistirmos com Ele sem que jamais desanimemos.
Se suas forças estiverem se esvaindo e se você estiver cansado – peça a Deus que redobre suas forças e recobre suas energias. Desanimar jamais! Não desista da oração, não desista de estar em pé diante do Senhor, suplicando-Lhe dia e noite que a vontade d’Ele se faça na sua vida. Leve a oração como a coisa mais importante e mais séria da sua vida de cristão; no seu modo de se relacionar com Deus, com vontade ou sem vontade, animado ou desanimado! Não importa a forma, o importante é insistir, persistir e continuar. Precisamos “aborrecer” Deus com a força da oração!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/10/2013

HOMILIA DIÁRIA

A oração confiante nos aproxima de Deus

“E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lucas 18,7-8).

Assim deve ser a nossa oração, justamente como nos mostra o Evangelho de hoje com essa viúva insistente, persistente que, dia e noite, foi clamar justiça ao juiz. Se o juiz não fizesse justiça a ela porque era justo, faria pela insistência e pela persistência dela.
Deus é mais do que justo! Ele é bondoso, misericordioso, amoroso e nos conhece acima de todas as coisas. Por isso, não podemos deixar de nos voltar para Deus, de recorrermos a Ele e orarmos todos os dias sem cessar.
Não é que Deus vai nos ouvir pela força da nossa oração, é que Ele vai fazer crescer a nossa intimidade com Ele, à medida que orarmos sem cessar. A oração nos coloca na presença de Deus, a oração faz de mim um homem de Deus, porque, por ela, estou em comunhão com Deus.
Temos muitos combates em nossa vida e passamos por muitas situações de conflitos. Como precisamos da força e do poder da oração! Precisamos, realmente, clamar pela libertação, restauração; precisamos clamar a intervenção de Deus em tudo aquilo que realizarmos na nossa vida.

A oração confiante é movida pela fé de um coração que confia em Deus, e aquele que confia é perseverante

Para permanecermos em comunhão com Deus, não basta ser uma pessoa de Deus, é preciso ser dedicado à oração confiante, porque, se oramos sem fé, a oração não produz frutos.
A oração confiante é movida pela fé de um coração que confia em Deus, e aquele que confia é perseverante. Ele não desanima, ao mesmo tempo, ele não cede à ansiedade dos tempos, à ansiedade do momento.
Vivemos num tempo de muita ansiedade, pedimos e queremos que venha logo a resposta, queremos suplicar e não queremos esperar.
Deus não acompanha a nossa ansiedade, Ele acompanha a nossa necessidade. E a nossa necessidade é crescermos na paciência, na fé, na esperança e na certeza de que Ele cuida de nós.
Que a nossa oração seja viva, verdadeira e confiante, porque Deus cuida de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem e força para trabalharmos pela Justiça e para o bem dos nossos irmãos, mas dá-nos também humildade para reconhecermos que tudo que temos e somos é dom do Teu Amor infinito. Por Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/10/2013

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a orar! Que nós, mais do que pedindo, nos lancemos confiantes aos teus cuidados paternais, agradecidos por tantos dons que nos ofereces, entre eles o maior: teu Filho Unigênito, o Cristo, feito carne em Jesus de Nazaré, nosso irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/10/2016

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