domingo, 6 de março de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 01/03/2022

ANO C


Mc 10,28-31

Comentário do Evangelho

No seguimento de Cristo tudo adquire sentido

“... nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna. A resposta de Jesus vai noutra direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em Cristo. A vida eterna não é conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo (cf. Mc 10,21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 28/05/2013

Vivendo a Palavra

Jesus ensina um jeito novo de posse: dar e receber. Dar por amor, sem interesse de retribuições, por pura gratuidade. E receber da misericórdia do Pai a Paz que só Ele é capaz de nos dar; a alegria que brota da certeza de que caminhamos, já nesta vida, nas terras do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Mestre aprofunda a lição: não basta ‘deixar coisas’… vale mais a motivação: deve ser ‘por causa da Boa Notícia’. A nossa generosidade não deve visar à retribuição, ainda que seja aquela lembrada no próprio texto, mas deve ser motivada pelo Amor gratuito e misericordioso, que nada pede em troca, nem mesmo que seja reconhecido.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2018

Reflexão

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.
Fonte: CNBB em 28/05/2013

Reflexão

Faz sentido a pergunta de Pedro. Os apóstolos sabem que Jesus é pobre, e eles próprios deixaram para trás tudo o que possuíam. Jesus, então, mostra-lhes um lado novo da sua comunidade: a partilha dos bens entre todos. Nada faltará a ninguém; ao contrário, tudo se multiplica. Não vai faltar tampouco a perseguição (“Se perseguiram a mim, vão perseguir também a vocês”, Jo 15,20). As primeiras comunidades cristãs viveram essa proposta: partiam o pão pelas casas e celebravam a eucaristia. Havia um clima de satisfação geral e acentuado espírito de partilha, de tal modo que “ninguém dizia que eram seus os bens que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32). Tudo pode continuar dando certo, a menos que na comunidade se infiltre o egoísmo e vigore o apego aos bens materiais.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 29/05/2018

Reflexão

Depois do alerta de Jesus a respeito da partilha dos bens, como vimos ontem, Pedro quer saber o que acontece com eles, que deixaram tudo e o seguiram. Sempre que alguém deixa alguma coisa, tem em vista algo melhor em troca. Os discípulos que deixaram tudo encontraram em Jesus e na sua mensagem uma causa e valores superiores. Na vida cristã, o ponto de partida e de chegada é sempre Jesus Cristo e o Evangelho como plenitude humana. Isso é um convite a deixar tudo o que é incompatível com o seguimento a Jesus. Esse seguimento “radical” a Jesus pode trazer incompreensões, perseguições e até a morte, como aconteceu com o próprio Mestre. Jesus procura esclarecer que o “reino do dinheiro” é incompatível com o “Reino de Deus”. A mensagem do Mestre não despreza a família nem os bens necessários a uma vida digna; ao contrário, propõe solidariedade aos desprovidos desses bens.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditando o evangelho

A RECOMPENSA PROMETIDA

Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade, uma vez que lhe apresentaram a questão da recompensa por tê-lo seguido. Pensando bem, eles tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram de romper com os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e pôr-se à disposição do Mestre. Era justo desejar saber, de antemão, o que receberiam em troca.
Jesus não descarta a questão, mas responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não a partir de uma visão puramente materialista e, sim, a partir das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência dos outros. A solidariedade é um imperativo do Reino. Por conseguinte, a ruptura exigida pelo Reino não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.
Fonte: Dom Total em 29/05/2018

Meditando o evangelho

NÓS DEIXAMOS TUDO!

A opção pelo discipulado exigiu dos discípulos deixarem tudo para seguir Jesus. O gesto deles deveu-se tanto ao amor por Jesus quanto ao amor pelo Evangelho. Em suma, ao amor pelo Reino de Deus. Este amor despontou com tal força na vida dos seguidores do Mestre, que os levou a relativizar os laços familiares e afetivos, bem como seus projetos profissionais e todos os demais planos.
É compreensível a preocupação dos discípulos com seu futuro, subentendida nas palavras de Pedro. Que recompensa poderiam esperar como resultado de seu gesto de desapego? Estariam fadados a viver na penúria e na indigência? Que esperança poderiam cultivar, posto que o Reino exigiria deles sempre contínuas renúncias?
A resposta de Jesus, embora clara, requeria dos discípulos uma grande dose de discernimento para perceberem de que modo a promessa do Mestre fazia-se verdadeira. Ele falava em recompensa centuplicada, correspondente a tudo quanto fora deixado para trás: familiares e propriedades. E, como coroamento de tudo, a vida eterna. Tudo isto, em meio a perseguições e dificuldades.
A recompensa prometida, neste mundo e no outro, seria puramente espiritual? As palavras de Jesus referiam-se à recompensa material? Estaria o Mestre iludindo seus discípulos? Foram questionamentos que passaram pelas mentes dos discípulos. Só o tempo iria revelar o verdadeiro sentido das palavras do Mestre.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Renunciar por causa do Reino, não é perder...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Sehora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação Diaconal e estava exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo. Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, não se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus.
Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.
Fonte: NPD Brasil em 28/05/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Chamados a viver a espiritualidade da renúncia

Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo.

“Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros” (Mc 10,31).

Hoje, Jesus nos apresenta a espiritualidade do segmento, daqueles que, de forma radical, são capazes de deixar tudo para seguir o Senhor. Ele mesmo dirá que, aquele que deixou casa, mãe, irmãos, campos, por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, ainda aqui no mundo e também na vida futura, a vida eterna.
Se olharmos para os consagrados a Deus, vemos que eles tiveram a ousadia da renúncia, a capacidade de entender o chamado de Jesus, deixaram tudo por causa do Senhor e vivem, com fidelidade, a sua vocação, seu chamado, o segmento de Cristo. É o próprio Senhor a sua recompensa, aqui, nessa vida e também na vida futura, o prêmio da bem-aventurança eterna.
Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo. Para irmos à Missa, viver o Evangelho a cada dia, a vida de oração, para vivermos no segmento de Jesus Cristo é necessário renúncia, é necessário deixar aquilo que seria mais prazeroso para nós.
Aquilo que o mundo valoriza, aquilo que o mundo diz – ser o primeiro, ganhar muito dinheiro, dar-se bem nas coisas – é contrário à lógica do Evangelho. O que o mundo valoriza, em primeiro lugar, os valorizados como ‘o mais importante’, poderá ficar em último lugar no Reino de Deus, porque os primeiros serão os últimos e vice-versa.
Valorize a simplicidade, dê valor aos pequenos, dê atenção aos que sofrem, àqueles que precisam de presença fraterna, evangélica e amorosa. Seja sinal do Reino do Senhor onde quer que você se encontre. É Deus quem olha o nosso desprendimento, o qual nos deixa mais próximos do coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 28/05/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Deixemo-nos santificar pela presença de Deus

Deixemo-nos santificar por Deus e que a presença d’Ele santifique tudo aquilo que nós realizamos

“Antes, como é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: ‘Sede santos, porque Eu sou santo’” (1Pd 1, 15).

O Senhor Nosso Deus é santo e não deseja que sejamos menos do que isso, Ele deseja que, também, sejamos santos. A santidade, infelizmente, tornou-se algo ridicularizado, desprezado e concedido apenas a uma casta privilegiada, aqueles que habitam no Céu e que nós os invocamos: os santos da nossa devoção e predileção.
É um engano, uma visão distorcida, pois a santidade é uma obrigação de todos, é um privilégio de nos aproximar de Deus. Vamos nos santificando cada vez mais e levando a vida em Deus.
A santidade não é outra coisa a não ser tornar nossa vida humana digna, justa, honesta e, acima de tudo, uma vida no Espírito. Entretanto, não podemos nos iludir, achar que a vida no Espírito é a vida daquela pessoa que reza o tempo inteiro, sem parar.
A vida no Espírito Santo é fazer todas as coisas na presença do Senhor sem ignorá-Lo em nada do que realizamos. Podemos nos enganar e achar que estamos diante do Senhor quando estamos na Igreja, quando vamos rezar, e lá ganhamos uma carga de santidade e voltamos para viver de qualquer jeito.
É óbvio que, o momento é santificante e especial, é hora de estarmos orantes diante da presença do Senhor, porque Deus, por via da oração, nos santifica, renova e fortalece a nossa disposição interior, mas santidade se faz na vida, se faz vivendo. Se faz com a mãe que carrega o filho no colo, que cuida das enfermidades, das suas obrigações de mãe e esposa. A santidade se faz no homem que leva a sério o casamento, o seu trabalho e as suas responsabilidades.
A santidade não é para ser vivida somente no âmbito daqueles que estão na Igreja rezando, porque, muitas vezes, o excesso das orações pode ser uma fuga da vida presente. E, não se foge da vida presente, dos compromissos e das responsabilidades, pois assim, não nos santificamos e nem santificamos o mundo em que vivemos.
A santidade se faz no dia a dia, por vezes caindo, porém levantando; deixando Deus iluminar-nos, guiar-nos e conduzir-nos, porque Ele nos santifica. Deixemo-nos santificar por Deus e, que a presença d’Ele, santifique tudo aquilo que nós realizamos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, concede-nos o dom da gratidão pelos bens que nos emprestas nesta vida. E nos dá, Pai amado, desapego e generosidade para partilhá-los com os irmãos que estão ao nosso lado neste planeta encantado que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos a coragem que deste a Pedro e aos Apóstolos: eles deixaram tudo pelo teu Reino de Amor. Que jamais nos descuidemos dos pequeninos que caminham ao nosso lado nesta viagem que fazemos de volta para o Lar Paterno, buscando seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/05/2018

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