terça-feira, 28 de maio de 2013

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/05/2013

28 de Maio de 2013

Ano C


Mc 10,28-31

Comentário do Evangelho


No seguimento de Cristo tudo adquire sentido

“... nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna.
A resposta de Jesus vai noutra direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em Cristo.
A vida eterna não é conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo (cf. Mc 10,21).
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra
Jesus ensina um jeito novo de posse: dar e receber. Dar por amor, sem interesse de retribuições, por pura gratuidade. E receber da misericórdia do Pai a Paz que só Ele é capaz de nos dar; a alegria que brota da certeza de que caminhamos, já nesta vida, nas terras do Reino de Deus.

Reflexão
Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. Renunciar por causa do Reino, não é perder...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação Diaconal e estava  exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo.  Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.

Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria um bom profissional.

Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, nãop se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus.

Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.

2. No seguimento de Cristo tudo adquire sentido
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.

3. A RECOMPENSA PROMETIDA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio reservado para si.

Jesus não descarta a questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e, sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na insegurança. 

A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.
Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.
Chamados a viver a espiritualidade da renúncia

Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo.
“Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros” (Mc 10,31).
Hoje, Jesus nos apresenta a espiritualidade do segmento, daqueles que, de forma radical, são capazes de deixar tudo para seguir o Senhor. Ele mesmo dirá que, aquele que deixou casa, mãe, irmãos, campos, por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, ainda aqui no mundo e também na vida futura, a vida eterna.
Se olharmos para os consagrados a Deus, vemos que eles tiveram a ousadia da renúncia, a capacidade de entender o chamado de Jesus, deixaram tudo por causa do Senhor e vivem, com fidelidade, a sua vocação, seu chamado, o segmento de Cristo. É o próprio Senhor a sua recompensa, aqui, nessa vida e também na vida futura, o prêmio da bem-aventurança eterna.
Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo. Para irmos à Missa, viver o Evangelho a cada dia, a vida de oração, para vivermos no segmento de Jesus Cristo é necessário renúncia, é necessário deixar aquilo que seria mais prazeroso para nós.
Aquilo que o mundo valoriza, aquilo que o mundo diz – ser o primeiro, ganhar muito dinheiro, dar-se bem nas coisas – é contrário à lógica do Evangelho. O que o mundo valoriza, em primeiro lugar, os valorizados como ‘o mais importante’, poderá ficar em último lugar no Reino de Deus, porque os primeiros serão os últimos e vice-versa.
Valorize a simplicidade, dê valor aos pequenos, dê atenção aos que sofrem, àqueles que precisam de presença fraterna, evangélica e amorosa. Seja sinal do Reino do Senhor onde quer que você se encontre. É Deus quem olha o nosso desprendimento, o qual nos deixa mais próximos do coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova

LEITURA ORANTE


Preparo-me para a Leitura, rezando ao Espírito.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em nós, falas em nós,
rezas em nós, ages em nós.
Te pedimos: ajuda-nos a fazer espaço às tuas palavras,
à tua oração, para que possamos conhecer
o mistério da vontade de Deus na história.
Acende em nós aquele mesmo fogo
que ardia no coração de Jesus,
quando ele falava do reino de Deus.
Somente tu, Espírito Santo, podes acendê-lo
e a ti, portanto, apresentamos a nossa fragilidade,
a nossa pobreza, o nosso coração apagado,
para que tu o reacendas com o calor da santidade da vida,
do amor fraterno e da potência do Reino.
Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 10,28-31.
Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.

Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.
Jesus, responde a Pedro, garantindo-lhe “cem vezes mais” do que tem aqui na terra, pelo fato de o haver seguido. Mais ainda: o tesouro da “vida eterna”.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim?

Os que decidem por seguir Jesus Cristo encontram-se diante desta garantia. Seguir Jesus Cristo significa optar por segui-lo, sabendo que nele está toda minha riqueza. Os bispos, em Aparecida, disseram:
“No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação.” (DAp 351)

3.Oração (Vida)
O que o texto diz para mim?
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo a Oração do Amor:
Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Hoje, vou olhar o mundo e as pessoas com as disposições de Jesus; oferecer-lhes a verdadeira vida.
Assim também vou considerar a minha vocação de seguimento de Jesus.

Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante
e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto
e lhe conceda a paz!
(Nm 6,24-27).
Oração Final
Pai Santo, concede-nos o dom da gratidão pelos bens que nos emprestas nesta vida. E nos dá, Pai amado, desapego e generosidade para partilhá-los com os irmãos que estão ao nosso lado neste planeta encantado que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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