sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 03/12/2021

ANO C


Mt 9,27-31

Comentário do Evangelho

O Milagre para fortalecer a fé

Mateus cria aqui, com algumas adaptações, uma duplicata de sua narrativa em 20,29-34, na qual dois cegos são curados em Jericó. Em Marcos e Lucas, nesta mesma narrativa, trata-se de apenas um cego (cf. 19 nov.). Com a duplicata, Mateus completa um bloco de dez milagres, narrados em vista de fortalecer a fé, preparando o discurso apostólico, apresentado em seguida. Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, para restaurar a glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por essa ideologia do poder. Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem. Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas (cf. Lc 4,16-19). A advertência para manter segredo ("segredo messiânico") parece ser uma criação do evangelista, tendo suscitado várias interpretações.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 07/12/2012

Vivendo a Palavra

Jesus pedia que não divulgassem os sinais que fazia. Era preciso, antes, que o povo compreendesse que o Cristo prometido não viria como um chefe militar poderoso, ou um novo Davi, rei capaz de dilatar fronteiras, mas seria como um cordeiro, manso e humilde de coração, pronto para doar a vida anunciando o Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012 e 07/12/2018

VIVENDO A PALAVRA

Mais uma vez Jesus põe em relevo o valor da Fé e nos ensina que é ela que produz o milagre. A Fé é uma sementinha – pequena, como o grão da mostarda – que o Criador planta em cada coração e que devemos cultivar com carinho e gratidão, em silêncio e oração, na certeza de que ela crescerá e se tornará árvore. Será, então, capaz de oferecer frutos suculentos, sombra acolhedora e abrigo para as aves do céu – os nossos irmãos peregrinos.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/12/2020

Reflexão

Jesus é reconhecido pelos cegos como o Filho de Davi, como aquele que realiza o que foi prometido por Deus a Davi no tempo em que ele era o Rei de Israel, de lhe dar um sucessor no trono. Mas Deus vai muito além do que foi prometido a Davi e instala, por meio de Jesus, o seu próprio Reino no meio dos homens, o Reino que é infinitamente superior ao Reino de Israel do Antigo Testamento e totalmente diferente dele. Mas só percebe a presença deste Reino quem tem fé, quem não é cego, mas tem os olhos abertos para as realidades espirituais.
Fonte: CNBB em 07/12/2012

Reflexão

A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/12/2018

Reflexão

A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “Filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
Oração
Divino Mestre, luz do mundo, aos dois cegos que te seguiam, implorando piedade e cura, deste a condição de enxergar. Abre, Senhor, nossos olhos para que possamos reconhecer-te nos pobres e marginalizados de nossa sociedade, e firma nossos passos no caminho que nos conduz a ti. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 04/12/2020

Reflexão

Dois cegos seguem Jesus, pedindo piedade. Eles acreditam que Jesus possa fazer alguma coisa por eles. Pessoas cegas têm dificuldade para exercer suas atividades físicas, têm sua autonomia limitada. No Antigo Testamento, o cego não podia participar do culto (cf. Lv 21,18); portanto, era uma pessoa marginalizada e excluída do templo. Os dois cegos gritando atrás de Jesus representam a oração de angústia de quem está sofrendo por causa da cegueira. Professam sua fé em Jesus, que toca nos olhos deles e lhes devolve “conforme a fé que têm”. A fé provoca a recuperação da vista e da dignidade e a integração na comunidade. A comunidade cristã (casa) é o ponto de chegada, onde manifestamos nossa fé, e o ponto de partida para o anúncio da mensagem de quem nos estendeu as mãos e nos salvou.
Oração
Divino Mestre, Luz do mundo, aos dois cegos que te seguiam, implorando piedade e cura, deste a condição de enxergar. Abre, Senhor, nossos olhos para que possamos reconhecer-te nos pobres e marginalizados de nossa sociedade e firma nossos passos no caminho que nos conduz a ti. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

TEM COMPAIXÃO DE NÓS!

O milagre que beneficiou os dois cegos prenuncia a experiência dos discípulos do Reino, à espera do Senhor. Urge que o próprio Mestre lhes abra os olhos, de modo a poderem discernir sua presença na história humana.
Ter os olhos abertos é sinal de libertação da tirania do egoísmo, que faz o ser humano centrar-se em si mesmo e ser incapaz de perceber a maravilhosa obra de Deus acontecendo a seu redor. Desfeitas as trevas do erro e do pecado, torna-se possível ao discípulo perceber a revelação divina em acontecimentos singelos, imperceptíveis ao olhar puramente humano. Sem perfeita visão espiritual fica-se impossibilitado de reconhecer o Senhor.
A superação da cegueira começa quando o discípulo volta-se confiante para o Senhor, de quem implora compaixão. É a humildade de quem se reconhece carente da misericórdia divina.
Outro pressuposto é a fé. Ela é, em última análise, o princípio de tudo. Porque crê em Jesus, o discípulo deseja ter "olhos" para vê-lo, quer ser curado de sua cegueira, predispõe-se a fazer tudo quanto for necessário para ver realizado o seu desejo, deixa-se tocar por Jesus e sabe aproveitar do encontro com ele.
Jesus sempre está disposto a curar a cegueira de quem o desejar. Afinal, um dos sinais da presença do Messias na história humana, conforme os profetas anunciaram, consiste exatamente na restituição da vista aos cegos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Dom Total em 07/12/2018

Meditando o evangelho

A CURA PELA FÉ

A cura dos cegos pode ser considerada sob dois aspectos. No aspecto físico, a recuperação da vista representou para eles o descortinar de uma perspectiva nova de existência, para além da exclusão e do estigma social de serem tidos como punidos por Deus por causa de pecados próprios ou alheios. Realizar isto já seria um gesto espetacular de Jesus. Entretanto, aconteceu, também, uma outra transformação na vida daqueles homens: a cura da cegueira espiritual. Esta libertação possibilitou-lhes reconhecer Jesus como o Filho de Davi, ou seja, o Messias esperado, e os levou a recorrer a ele na certeza de serem curados. O pedido desses dois cegos foi aceito, porque acreditaram em Jesus e em seu poder.
Só é possível reconhecer o Senhor, na medida em que a cegueira é superada. Isto acontece quando o discípulo recorre ao Mestre e, uma vez curado da cegueira espiritual, torna-se capaz de perceber sua condição messiânica, sem se deter nas aparências exteriores. Ademais, consegue confessá-lo como a presença da misericórdia divina na história humana e a concretização da esperança do povo.
Como os dois cegos, o discípulo deve sempre suplicar ao Senhor para ser curado de sua cegueira espiritual.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, liberta-me da cegueira que me impede de recorrer a ti como a presença da misericórdia de Deus em minha vida.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Que queres de nós, Filho de Deus?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Que homem é este?”, perguntaram, quando Jesus acalmou a tempestade. E nós perguntamos: “Que homem é este que faleceu em 397?”. É Santo Ambrósio, grande bispo e doutor da Igreja. A mesma pergunta é feita por quem não tem medo e está disposto a seguir o Filho de Deus: “Que queres de nós, que queres de mim?”. Morrera o bispo de Milão e o povo se reuniu para eleger um novo bispo. As pessoas que se reuniram elegeram por aclamação Ambrósio, que ainda não era batizado. Com aprovação do Papa e do imperador, Ambrósio recebeu os sacramentos e se tornou bispo de Milão. “Queremos Ambrósio”, gritava o povo. Durante uma semana Ambrósio perguntou: “Que queres de mim, Senhor?”. E aceitou a missão. Foi um homem muito completo no campo pastoral, político, doutrinal e litúrgico. Antes de morrer, com 60 anos, disse: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”. Junto com São Jerônimo, Santo Agostinho e outros, faz parte da lista dos Padres da Igreja latina.
Fonte: NPD Brasil em 07/12/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Crer para Ver
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

_____ Você é da comunidade de Mateus?
_____ Sim, pertenço a essa comunidade desde o seu início.

_____O episódio desses dois cegos do evangelho de hoje, o que significou para vocês?
_____Na nossa comunidade e também fora dela, predominavam os Judeus e a maioria deles, os mais conservadores não viam em Jesus de Nazaré os sinais messiânicos de que falavam as escrituras através dos profetas...

_____Mas esses dois cegos o chamaram de “Filho de Davi” ....
_____Pois aí é que está... Os dois que estavam à margem do ambiente religioso, justamente por causa da sua deficiência visual, conseguem “enxergar” em Jesus, algo que os perfeitos da religião judaica não conseguiam enxergar, creem nele enquanto Messias, o Salvador....e legitimam esse título quando o chamam de Filho de Davi.

_____Mas e a cura física, não é ela que aparece como o grande milagre realizado por Jesus?
____Olha, na nossa comunidade tinham deficientes visuais, mas não foi nenhum deles que Jesus curou, o que não significa que eles não tinham fé, ou que Jesus tinha má vontade de curá-los...

____Mas então você não conheceu esses dois cegos que começaram a ver naquele dia?
____Sinceramente não. Mas na comunidade tinham pessoas, mesmo vindos do Judaísmo, que acreditavam em Jesus e junto aos apóstolos davam continuidade á sua missão. Viam nele o Messias prometido, aquele que lhes trouxera uma Salvação que não passava pela questão do Poder institucionalizado, nem da Supremacia de um Povo, nem do Poder de um Rei Libertador. Eles sentiam no coração alegria de terem sidos libertos da “Cegueira Espiritual” dos seus Líderes, e agora viam um mundo totalmente renovado, onde estava presente o Reino que Jesus havia inaugurado...

____Mas Mateus teria então inventado essa história? Jesus não curou cego algum? Se for assim, muitas pessoas aqui do nosso tempo, vão deixar de acreditar...
____Claro que Jesus realizou “milagres”, curou cegos, fez andar paralíticos, ressuscitou mortos, fez mudos falarem e aí no seu tempo também com  certeza continua a realizar tais milagres. Entretanto... os milagres aqui do nosso tempo e aí do tempo de vocês, serão sempre sinais de uma Realidade maior que é o Reino de Deus presente na humanidade. A pessoa curada descobre isso e passa a ser discípulo missionário, exatamente como aconteceu na vida desses dois Ex Cegos, que bem antes da cura já viam Jesus com os olhos da Fé presente no coração.

2. Faça-se conforme a vossa fé - Mt 9,27-31
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No dia de hoje, em 749, morria São João Damasceno no mosteiro de Mar Saba, no deserto de Belém, na Judeia. Foi alguém que meditou profundamente o mistério da encarnação do Filho de Deus e ensinou que, depois da encarnação, podemos representar Jesus em imagens e pinturas e venerar os santos e as relíquias. Deus nunca tinha sido representado em imagens, porque não tinha corpo nem rosto. “Mas dado que agora Deus foi visto na carne e viveu no meio dos homens, eu represento aquilo que é visível em Deus. Não venero a matéria, mas o criador da matéria, que por mim se fez matéria e se dignou habitar na matéria e realizar a minha salvação por meio da matéria. Por isso, não cessarei de venerar a matéria pela qual chegou a minha salvação. Mas não a venero de modo algum como Deus! […] Não é por acaso matéria o madeiro da cruz três vezes santa? […] E a tinta e o livro santíssimo dos Evangelhos não são matéria? O altar salvífico que nos dispensa o pão da vida não é matéria? […] E, antes de tudo, não são matéria a carne e o sangue do meu Senhor? […] Portanto, não ofendas a matéria: ela não é desprezível, porque nada do que Deus fez é desprezível.” Os olhos dos cegos se abriram para que pudessem ver as figuras que Deus criou. Não adoramos a figura que vemos. Adoramos o Criador.
Fonte: NPD Brasil em 04/12/2020

HOMILIA DIÁRIA

A fé que forma discípulos e missionários da esperança

Postado por: homilia
dezembro 7th, 2012

A passagem de Mateus 9,27-31 está localizada entre temáticas que podem nos ajudar a compreendê-la melhor. No capítulo oitavo é tratado sobre as exigências do discipulado (cf. Mt 8,18-22), logo em seguida é apresentado Jesus Todo-Poderoso e vencendo as diversas situações e agentes que queriam, e ora dominavam o ser humano, não tão diferente aos tempos atuais.
Esses agentes eram: as forças da natureza, especificamente o mar (cf. Mt 8,23-27); os demônios (cf. Mt 8,28-34); o pecado (cf. Mt 9,1-8) e também Jesus antecipa a vitória sobre a temida morte (cf. Mt 9,18-19.23-25).
Enquanto o Evangelho – o qual nos propomos a meditar aplicando-o na nossa vida – pode ser sintetizado como um testemunho sobre Jesus vencendo a cegueira, assim, logo em seguida, Ele atua curando um filho amado de Deus, do mal da mudez (cf. Mt 9,32-34). Na sequência, o capítulo nove e dez tratarão (cf. Mt 9,35-10,42) da revelação sobre as diversas características da missionariedade cristã.
Onde podemos chegar com tantas citações bíblicas? Notemos que entre as exigências de uma heróica prontidão e disponibilidade para o discipulado cristão (e aquilo que é próprio da missão centrada em Jesus, o modelo supremo), encontram-se os diversos testemunhos, acima citados, do poder de Jesus Cristo em seu mistério e ministério.
Sua atuação com o Espírito Santo e segundo a vontade do Pai, não era “mágica” e nem “fábrica de exibicionismos”, mas a autêntica manifestação do amor que chama, cura, liberta, reúne, forma e envia em missão.
Tudo isto é obra do Espírito Santo na Igreja de Cristo (cf. Jo 16,13-14). Obra que compromete a todos com a resposta de uma fé-obediente! Porque assim Cristo se apresentou, de diversas formas… Mas sempre esperando um resposta, uma participação em seu poder.
O diálogo com os dois cegos, torna-se emblemático: «Acreditais que eu posso fazer isso? Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então tocou nos olhos deles dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”» (Mt 9,28-29). Esta é a nossa escola divina e humana de discípulos e missionários de Cristo, como Igreja Católica. Por isso parafraseando as súplicas dos dois cegos, podemos sempre pedir: “Tem compaixão de nós e nos faça, neste tempo desafiadores, discípulos e missionários segundo o Teu Coração, rico em misericórdia!”
Mas nos preparemos para uma provável pergunta…«Acreditais?…». Certamente, se a nossa resposta for um sincero: «Sim, Senhor!», então estaremos nos submetendo à formação de Cristo que passa pelo seu poderoso amor misericordioso que sabe personalizar – segundo a necessidade de cada um – e formar a todos para uma união de coração que evangeliza por si só, como testemunhava a Igreja primitiva: «Perseverantes e bem unidos, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que eram salvas» (At 2,46-47).
Neste Ano da Fé, precisamos crescer nas dimensões e relações entre fé-discipulado-missão. Para assim colocarmos a experiência de Deus, no poder do Espírito Santo, não como uma busca frenética e até egoísta daquilo que Ele pode nos dar, mas em forma de testemunho. Assim ensina o Catecismo da Igreja Católica, exaltando também a Virgem Maria, como modelo: «Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, a fim de sobre si o poder de Cristo. Desta fé a Virgem Maria é modelo supremo, ela que acreditou que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37) e pôde engrandecer o Senhor: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor, seu nome é Santo” (Lc 1,49)» (CIC 273).
E no Advento litúrgico que hoje a Igreja vive, precisamos viver o advento existencial e formativo, para que tudo em nós, concorra para sermos discípulos e missionários segundo o coração d’Aquele que nos quer “visionários” de tempos de esperança: «E os olhos deles se abriram» (Mt 9,30).
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 07/12/2012

HOMILIA DIÁRIA

Deixemos a luz da graça de Deus entrar em nossa vida

É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos e nos mostrar a luz da vida

“Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’” (Mateus 9,29).

São dois cegos que estão gritando: “Jesus, tende piedade de nós! Filho de Davi, tenha compaixão de nós!”. Esses cegos querem ser curados, estão clamando para que Jesus se compadeça deles. Jesus está perguntando se eles têm fé, se eles acreditam que Ele pode fazer algo por eles; então dizem: “Sim, eu creio”. É por isso que Jesus tocou nos olhos deles e disse: “Faça-se segundo a vossa fé”.
Essa é a grande graça que a fé nos concede, ela abre os nossos olhos. A fé nos abre para enxergarmos o que a incredulidade, o orgulho e o pecado não nos permitem enxergar.
Todos nós vivemos a insensatez de não enxergarmos a verdade. Os nossos olhos estão como que cobertos por escamas e não enxergamos a vida e a realidade como de fato ela é, porque não temos os olhos da fé.
A graça que esses dois homens alcançaram é muito mais do que a graça da visão física, propriamente dito. A graça de enxergar é aquilo que eles, como cegos, já estavam enxergando, que Jesus era a luz da vida deles.
É preciso dizer que para nós, que caminhamos, muitas vezes, em meio à escuridão, às obscuridades na alma, na mente, nos relacionamentos e em todas as situações da vida, Jesus é a luz da vida. É Ele quem ilumina os nossos olhos, é Ele quem clareia o nosso coração diante de tantas coisas obscuras que nos cegam.
Acalme o seu coração, silencie a sua alma e busque, com toda intensidade do seu ser, a confiança e a fé n’Ele, porque Ele há de abrir os nossos olhos, vai nos ajudar a enxergar o que não conseguimos.
O cego é aquele que não enxerga a si mesmo. Achamos que enxergamos bem, mas nem óculos nós usamos! Nossa mente, no entanto, está, muitas vezes, obscurecida e ofuscada, nem nos enxergamos, não percebemos quando estamos fazendo mal aos outros, estamos sendo ridículos com nós mesmos, estamos nos enganando, iludindo-nos com tantas coisas que não percebemos. Estamos falhando com o outro.
É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos, nos mostrar a luz da vida, para que não morramos na cegueira sem enxergar a luz da vida e ver a vida com a luz da graça, para que a nossa vida caminhe na direção do Céu e da eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/12/2018

HOMILIA DIÁRIA

Peçamos ao Senhor que nos ajude a enxergar a nossa vida

“Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’” (Mateus 9,27).

Aqui, temos duas coisas maravilhosas: Jesus seguindo o caminho do Reino dos Céus e dois cegos O seguiram. Mesmo cegamente, mesmo não enxergando como deveríamos enxergar, precisamos segui-Lo, precisamos ir atrás d’Ele. Esses cegos não só seguiram, mas clamaram e gritaram: “Senhor, tem piedade de nós”. Primeiro, eles manifestaram a sua fé, eles acreditavam que Jesus era o Senhor, o Messias e colocaram n’Ele a sua confiança.
“Senhor, tenha compaixão da nossa cegueira. Tenha compaixão porque não enxergamos. Tenha compaixão porque não vemos como devemos ver”. A pergunta do Senhor é: “Vocês acreditam que posso fazer isso?”; eles respondem: “Sim, Senhor, nós cremos”.
Você crê que Jesus pode fazer você enxergar o que não está enxergando? Você crê que Jesus pode abrir os seus olhos para aquilo que eles não conseguem enxergar como precisam enxergar? Você realmente crê que Jesus pode abrir os seus olhos para você enxergar o seu coração, o que precisa ser mudado, transformado e direcionado? Você acredita que Jesus pode abrir os seus olhos para você parar de reparar a vida dos outros e reparar a sua própria vida? Você crê mesmo que Jesus pode abrir os seus olhos para você enxergar o seu interior, as coisas belas que há na sua alma, mas as coisas profundas que precisam ser mudadas, movidas e removidas?

O grande problema da vida é não se enxergar

Você crê mesmo que Jesus pode abrir os seus olhos para que você, de fato, enxergue os seus defeitos, fragilidades e vendo-as possa trabalhar cada uma delas com a misericórdia divina? Se você realmente crê, Jesus quer fazer você ver; se você crê Jesus quer que você enxergue aquilo que não está enxergando.
Boa parte da nossa vida passamos cegos, enxergando o que não precisamos enxergar, e não vendo o que precisamos, de fato, ver. Passamos boa parte da nossa vida sem nos conhecermos, sem sabermos quem somos, sem trabalharmos com profundidade, seriedade e serenidade o nosso próprio interior.
Já deu para ver que é mais fácil enxergar a vida dos outros, o problema dos outros, a dificuldades dos outros, o erro dos outros. Vemos sempre de uma forma muito superficial aquilo é o nosso próprio problema ou os nossos próprios pecados, erros e fragilidades.
O grande problema da vida é não se enxergar! Por isso, com toda a humildade que esses dois cegos tiveram clamando atrás de Jesus: “Piedade de nós, Senhor”, possamos dobrar os joelhos no chão e clamar: “Senhor, tem piedade de nós. Ajude-nos a enxergar aquilo que, de fato, não conseguimos ver”.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 04/12/2020

Oração Final
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, Pai amado, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, amado Pai, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai, nossa alma tem sede e espera em Ti! Dá-nos Fé parecida com a daqueles cegos que foram curados por Jesus de Nazaré. Que nós compreendamos que a Vida é um milagre constante que deve ser acolhido como dádiva do teu Amor. E que não nos calemos, mas partilhemos a nossa gratidão onde quer que estejamos. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/12/2020

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