sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/12/2018

ANO C


Mt 9,27-31

Comentário do Evangelho

O Milagre para fortalecer a fé

Mateus cria aqui, com algumas adaptações, uma duplicata de sua narrativa em 20,29-34, na qual dois cegos são curados em Jericó. Em Marcos e Lucas, nesta mesma narrativa, trata-se de apenas um cego (cf. 19 nov.). Com a duplicata, Mateus completa um bloco de dez milagres, narrados em vista de fortalecer a fé, preparando o discurso apostólico, apresentado em seguida. Os cegos seguem Jesus e pedem-lhe compaixão. Dirigem-se a Jesus como "filho de Davi". A tradição da volta de um descendente de Davi, messias, para restaurar a glória de Israel tem um caráter ideológico e foi elaborada pelas elites do judaísmo que surgiu a partir do exílio. Vemos, agora, dois pobres cegos impregnados por essa ideologia do poder. Aí está a sua verdadeira cegueira. Jesus provoca nos cegos sua confissão de fé, tendo resposta afirmativa. Tocando-lhes nos olhos, atende-lhes o pedido feito com fé, e seus olhos se abrem. Abrir os olhos aos cegos é um dos sinais da chegada da salvação e da libertação, anunciados pelos profetas (cf. Lc 4,16-19). A advertência para manter segredo ("segredo messiânico") parece ser uma criação do evangelista, tendo suscitado várias interpretações.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 07/12/2012

Vivendo a Palavra

Jesus pedia que não divulgassem os sinais que fazia. Era preciso, antes, que o povo compreendesse que o Cristo prometido não viria como um chefe militar poderoso, ou um novo Davi, rei capaz de dilatar fronteiras, mas seria como um cordeiro, manso e humilde de coração, pronto para doar a vida anunciando o Reino de Amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012

VIVENDO A PALAVRA

Jesus pedia que não divulgassem os sinais que fazia. Era preciso, antes, que o povo compreendesse que o Cristo prometido não viria como um chefe militar poderoso, ou um novo Davi, rei capaz de dilatar fronteiras, mas seria como um cordeiro, manso e humilde de coração, pronto para doar a vida anunciando o Reino de Amor.

Reflexão

Jesus é reconhecido pelos cegos como o Filho de Davi, como aquele que realiza o que foi prometido por Deus a Davi no tempo em que ele era o Rei de Israel, de lhe dar um sucessor no trono. Mas Deus vai muito além do que foi prometido a Davi e instala, por meio de Jesus, o seu próprio Reino no meio dos homens, o Reino que é infinitamente superior ao Reino de Israel do Antigo Testamento e totalmente diferente dele. Mas só percebe a presença deste Reino quem tem fé, quem não é cego, mas tem os olhos abertos para as realidades espirituais.
Fonte: CNBB em 07/12/2012

Reflexão

A cura dos dois cegos é fruto da fé que eles têm no poder de Jesus, o “filho de Davi”, e da insistente súplica a Jesus, a quem “seguiram gritando”. Os dois cegos expressam seu profundo desejo de enxergar. Querem ser reintegrados na sociedade. Valorizando-lhes a fé sincera, Jesus lhes restitui a visão. Motivo bastante para os recém-curados saírem anunciando por toda a parte a bondade de Deus. Libertados da cegueira, terão novo modo de vida. Se Jesus pede que “ninguém fique sabendo”, é porque eles precisavam de melhor formação antes do anúncio correto a respeito do Messias. Além disso, Jesus quer preservar sua própria vida, não despertando tão cedo a inveja e a ira dos adversários do Reino. Afinal, Jesus tem ainda um longo caminho a percorrer fazendo o bem.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

TEM COMPAIXÃO DE NÓS!

O milagre que beneficiou os dois cegos prenuncia a experiência dos discípulos do Reino, à espera do Senhor. Urge que o próprio Mestre lhes abra os olhos, de modo a poderem discernir sua presença na história humana.
Ter os olhos abertos é sinal de libertação da tirania do egoísmo, que faz o ser humano centrar-se em si mesmo e ser incapaz de perceber a maravilhosa obra de Deus acontecendo a seu redor. Desfeitas as trevas do erro e do pecado, torna-se possível ao discípulo perceber a revelação divina em acontecimentos singelos, imperceptíveis ao olhar puramente humano. Sem perfeita visão espiritual fica-se impossibilitado de reconhecer o Senhor.
A superação da cegueira começa quando o discípulo volta-se confiante para o Senhor, de quem implora compaixão. É a humildade de quem se reconhece carente da misericórdia divina.
Outro pressuposto é a fé. Ela é, em última análise, o princípio de tudo. Porque crê em Jesus, o discípulo deseja ter "olhos" para vê-lo, quer ser curado de sua cegueira, predispõe-se a fazer tudo quanto for necessário para ver realizado o seu desejo, deixa-se tocar por Jesus e sabe aproveitar do encontro com ele.
Jesus sempre está disposto a curar a cegueira de quem o desejar. Afinal, um dos sinais da presença do Messias na história humana, conforme os profetas anunciaram, consiste exatamente na restituição da vista aos cegos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A CURA PELA FÉ
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A cura dos cegos pode ser considerada sob dois aspectos. No aspecto físico, a recuperação da vista representou para eles o descortinar de uma perspectiva nova de existência, para além da exclusão e do estigma social de serem tidos como punidos por Deus por causa de pecados próprios ou alheios. Realizar isto já seria um gesto espetacular de Jesus. Entretanto, aconteceu, também, uma outra transformação na vida daqueles homens: a cura da cegueira espiritual. Esta libertação possibilitou-lhes reconhecer Jesus como o Filho de Davi, ou seja, o Messias esperado, e os levou a recorrer a ele na certeza de serem curados. O pedido desses dois cegos foi aceito, porque acreditaram em Jesus e em seu poder.
Só é possível reconhecer o Senhor, na medida em que a cegueira é superada. Isto acontece quando o discípulo recorre ao Mestre e, uma vez curado da cegueira espiritual, torna-se capaz de perceber sua condição messiânica, sem se deter nas aparências exteriores. Ademais, consegue confessá-lo como a presença da misericórdia divina na história humana e a concretização da esperança do povo.
Como os dois cegos, o discípulo deve sempre suplicar ao Senhor para ser curado de sua cegueira espiritual.
Oração
Senhor Jesus, liberta-me da cegueira que me impede de recorrer a ti como a presença da misericórdia de Deus em minha vida.
Fonte: NPD Brasil em 07/12/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Especial: Uma conversa com o Santo do Dia...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

_ Você é da comunidade de Mateus?
_ Sim, pertenço a essa comunidade desde o seu início.

_ O episódio desses dois cegos do evangelho de hoje, o que significou para vocês?
_ Na nossa comunidade e também fora dela, predominavam os Judeus e a maioria deles, os mais conservadores não viam em Jesus de Nazaré os sinais messiânicos de que falavam as escrituras através dos profetas...

_ Mas esses dois cegos o chamaram de “Filho de Davi” ....
_ Pois aí é que está... Os dois que estavam á margem do ambiente religioso, justamente por causa da sua deficiência visual, conseguem “enxergar” em Jesus, algo que os perfeitos da religião judaica não conseguiam enxergar, creem nele enquanto Messias, o Salvador....e legitimam esse título quando o chamam de Filho de Davi.

_ Mas e a cura física, não é ela que aparece como o grande milagre realizado por Jesus?
_ Olha, na nossa comunidade tinham deficientes visuais, mas não foi nenhum deles que Jesus curou, o que não significa que eles não tinham fé, ou que Jesus tinha má vontade de curá-los....

_ Mas então você não conheceu esses dois cegos que começaram a ver naquele dia?
_ Sinceramente não. Mas na comunidade tinham pessoas, mesmo vindos do Judaísmo, que acreditavam em Jesus e junto aos apóstolos davam continuidade á sua missão. Viam nele o Messias prometido, aquele que lhes trouxera uma Salvação que não passava pela questão do Poder institucionalizado, nem da Supremacia de um Povo, nem do Poder de um Rei Libertador. Eles sentiam no coração alegria de terem sidos libertos da “Cegueira Espiritual” dos seus Líderes, e agora viam um mundo totalmente renovado, onde estava presente o Reino que Jesus havia inaugurado...

_ Mas Mateus teria então inventado essa história? Jesus não curou cego algum? Se for assim, muitas pessoas aqui do nosso tempo, vão deixar de acreditar...
_ Claro que Jesus realizou “milagres”, curou cegos, fez andar paralíticos, ressuscitou mortos, fez mudos falarem e aí no seu tempo também com certeza continua a realizar tais milagres. Entretanto...os milagres aqui do nosso tempo e aí do tempo de vocês, serão sempre sinais de uma Realidade maior que é o Reino de Deus presente na humanidade. A pessoa curada descobre isso e passa a ser discípulo missionário, exatamente como aconteceu na vida desses dois Ex Cegos, que bem antes da cura já viam Jesus com os olhos da Fé presente no coração.

2. Que queres de nós, Filho de Deus?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Que homem é este?”, perguntaram, quando Jesus acalmou a tempestade. E nós perguntamos: “Que homem é este que faleceu em 397?”. É Santo Ambrósio, grande bispo e doutor da Igreja. A mesma pergunta é feita por quem não tem medo e está disposto a seguir o Filho de Deus: “Que queres de nós, que queres de mim?”. Morrera o bispo de Milão e o povo se reuniu para eleger um novo bispo. As pessoas que se reuniram elegeram por aclamação Ambrósio, que ainda não era batizado. Com aprovação do Papa e do imperador, Ambrósio recebeu os sacramentos e se tornou bispo de Milão. “Queremos Ambrósio”, gritava o povo. Durante uma semana Ambrósio perguntou: “Que queres de mim, Senhor?”. E aceitou a missão. Foi um homem muito completo no campo pastoral, político, doutrinal e litúrgico. Antes de morrer, com 60 anos, disse: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”. Junto com São Jerônimo, Santo Agostinho e outros, faz parte da lista dos Padres da Igreja latina.

HOMILIA DIÁRIA

A fé que forma discípulos e missionários da esperança

Postado por: homilia
dezembro 7th, 2012

A passagem de Mateus 9,27-31 está localizada entre temáticas que podem nos ajudar a compreendê-la melhor. No capítulo oitavo é tratado sobre as exigências do discipulado (cf. Mt 8,18-22), logo em seguida é apresentado Jesus Todo-Poderoso e vencendo as diversas situações e agentes que queriam, e ora dominavam o ser humano, não tão diferente aos tempos atuais.
Esses agentes eram: as forças da natureza, especificamente o mar (cf. Mt 8,23-27); os demônios (cf. Mt 8,28-34); o pecado (cf. Mt 9,1-8) e também Jesus antecipa a vitória sobre a temida morte (cf. Mt 9,18-19.23-25).
Enquanto o Evangelho – o qual nos propomos a meditar aplicando-o na nossa vida – pode ser sintetizado como um testemunho sobre Jesus vencendo a cegueira, assim, logo em seguida, Ele atua curando um filho amado de Deus, do mal da mudez (cf. Mt 9,32-34). Na sequência, o capítulo nove e dez tratarão (cf. Mt 9,35-10,42) da revelação sobre as diversas características da missionariedade cristã.
Onde podemos chegar com tantas citações bíblicas? Notemos que entre as exigências de uma heróica prontidão e disponibilidade para o discipulado cristão (e aquilo que é próprio da missão centrada em Jesus, o modelo supremo), encontram-se os diversos testemunhos, acima citados, do poder de Jesus Cristo em seu mistério e ministério.
Sua atuação com o Espírito Santo e segundo a vontade do Pai, não era “mágica” e nem “fábrica de exibicionismos”, mas a autêntica manifestação do amor que chama, cura, liberta, reúne, forma e envia em missão.
Tudo isto é obra do Espírito Santo na Igreja de Cristo (cf. Jo 16,13-14). Obra que compromete a todos com a resposta de uma fé-obediente! Porque assim Cristo se apresentou, de diversas formas… Mas sempre esperando um resposta, uma participação em seu poder.
O diálogo com os dois cegos, torna-se emblemático: «Acreditais que eu posso fazer isso? Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então tocou nos olhos deles dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”» (Mt 9,28-29). Esta é a nossa escola divina e humana de discípulos e missionários de Cristo, como Igreja Católica. Por isso parafraseando as súplicas dos dois cegos, podemos sempre pedir: “Tem compaixão de nós e nos faça, neste tempo desafiadores, discípulos e missionários segundo o Teu Coração, rico em misericórdia!”
Mas nos preparemos para uma provável pergunta…«Acreditais?…». Certamente, se a nossa resposta for um sincero: «Sim, Senhor!», então estaremos nos submetendo à formação de Cristo que passa pelo seu poderoso amor misericordioso que sabe personalizar – segundo a necessidade de cada um – e formar a todos para uma união de coração que evangeliza por si só, como testemunhava a Igreja primitiva: «Perseverantes e bem unidos, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que eram salvas» (At 2,46-47).
Neste Ano da Fé, precisamos crescer nas dimensões e relações entre fé-discipulado-missão. Para assim colocarmos a experiência de Deus, no poder do Espírito Santo, não como uma busca frenética e até egoísta daquilo que Ele pode nos dar, mas em forma de testemunho. Assim ensina o Catecismo da Igreja Católica, exaltando também a Virgem Maria, como modelo: «Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, a fim de sobre si o poder de Cristo. Desta fé a Virgem Maria é modelo supremo, ela que acreditou que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37) e pôde engrandecer o Senhor: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor, seu nome é Santo” (Lc 1,49)» (CIC 273).
E no Advento litúrgico que hoje a Igreja vive, precisamos viver o advento existencial e formativo, para que tudo em nós, concorra para sermos discípulos e missionários segundo o coração d’Aquele que nos quer “visionários” de tempos de esperança: «E os olhos deles se abriram» (Mt 9,30).
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 07/12/2012

Oração Final
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, Pai amado, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o Cristo testou a fé daqueles cegos, propondo que fosse feito conforme eles cressem. Nós acreditamos, amado Pai, mas aumenta a nossa fé, pois somos seres frágeis! Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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